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Dinâmicas demográficas do envelhecimento: análise retrospectiva e questões actuais *

2. Dinâmicas do crescimento demográfico regional

Analisando a evolução das dinâmicas demográficas ao nível das NUTS III, quanto ao saldo natural ressalta a diminuição do seu volume, que de alguma forma reflecte a evolução do processo da transição demográfica em Portugal, com mudança de equilíbrios entre natalidade/fecundidade e mortalidade que se repercutem no abrandamento do crescimento natural.

É a partir da década de 1970/1981 que se registam, ao nível das NUTS III (Pinhal Interior Norte, Pinhal Interior Sul, Beira Interior Norte e Beira Interior Sul), saldos naturais negativos que progressivamente foram alastrando pelas regiões contíguas. Assim, em 1981/1991, confirma-se o contraste entre

o litoral e o interior: um litoral com uma dinâmica natural mais acentuada

versus um interior que perde essa dinâmica, compreendendo dez NUTS III

com saldos negativos (Pinhal Interior Norte, Beira Interior Sul, Alto Alentejo, Baixo Alentejo, Pinhal Interior Sul, Beira Interior Norte, Alentejo Central, Serra da Estrela, Alentejo Litoral e Cova da Beira).

Esta tendência acentua-se na década seguinte, 1991/2001, em que deza- nove NUTS III apresentam saldos naturais negativos. Por todo o interior do país a dinâmica natural diminuiu, tendência que se alarga a várias NUTS III que, embora no litoral, apresentam características do interior como acontece com o Minho Lima.

De 2001 para 2011, a perda da dinâmica natural afecta, também, NUTS III do litoral, espelhando o progressivo envelhecimento da população.

Mas da análise da intensidade do crescimento natural ressalta uma relativa permanência face às NUTS III que dispõem de uma dinâmica natural mais intensa e as que têm menor dinamismo. Por outro lado, concomitantemente, as regiões com menor dinamismo apresentam uma população mais envelhe- cida no topo.

Neste período de sessenta anos ressalta quanto à evolução do saldo natu- ral: a persistência de uma dinâmica natural intensa no Cávado, Ave e Tâmega e nas Regiões Autónomas dos Açores e Madeira; a constante dinâmica natural nas NUTS III que integram as maiores cidades do Pais, no Grande Porto e Grande Lisboa e Península de Setúbal; a inversão de comportamentos no Algarve.

Gráfi co 2.3 Saldo natural por NUTS III 1950-2011 em valor absoluto 1960/1970 1970/1981 1991/2001 2001/2011 1950/1960 1981/1991 -50000 0 50 000 100 000 150 000 200 000 Minho Lima Cávado Ave Grande P orto Tâmega Entre Douro e V ougaDouro Alto T rás-os-MontesBaixo V ouga Baixo MondegoPinhal Litoral

Pinhal Interior Norte Dão-Lafões

Pinhal Interior SulSerra da EstrelaBeira Interior NorteBeira Interior Sul Cova da Beira Oeste Médio T ejo Grande Lisboa Península de Setúbal

Alentejo LitoralAlto AlentejoAlentejo CentralBaixo AlentejoLezíria do T ejo

Algarve

Região Autónoma dos AçoresRegião Autónoma da Madeira

1960/1970 1970/1981 1991/2001 2001/2011 1950/1960 1981/1991

Gráfi co 2.4 Saldo migratório por NUTS III 1950-2011 em valor absoluto 1960/1970 1970/1981 1981/1991 1991/2001 1950/1960 2001/2011 Minho Lima Cávado Ave Grande P orto Tâmega Entre Douro e V ougaDouro Alto T rás-os-MontesBaixo V ouga Baixo MondegoPinhal Litoral

Pinhal Interior Norte Dão-Lafões

Pinhal Interior SulSerra da EstrelaBeira Interior NorteBeira Interior Sul Cova da Beira Oeste Médio T ejo Grande Lisboa Península de Setúbal

Alentejo LitoralAlto AlentejoAlentejo CentralBaixo AlentejoLezíria do T ejo

Algarve

Região Autónoma dos Açore s

Região Autónoma da Madeira

1960/1970 1970/1981 1981/1991 1991/2001 1950/1960 2001/2011 -100 000 -150 000 -50 000 0 50 000 100 000 150 000 200 000 250 000 300 000 350 000

Fonte: INE Recenseamentos da População Portuguesa e Estatísticas Demográfi cas

O saldo migratório apresenta uma evolução com várias oscilações. As décadas de 1950/1960 e 1960/1970 foram décadas marcadas por grandes flu- xos emigratórios, pelo que, com excepção da Grande Lisboa e da Península de Setúbal, em todas as NUTS III se registam saldos migratórios negativos. Entre 1970/1981, em quinze NUTS III, o saldo migratório é positivo. Com excepção do Pinhal Interior Norte, são as NUTS III do litoral que registam saldos positivos (Cávado, Ave, Grande Porto, Entre Douro e Vouga, Baixo Vouga, Baixo Mondego, Pinhal Litoral, Oeste, Médio Tejo, Grande Lisboa, Península de Setúbal, Alentejo Litoral, Lezíria do Tejo e Algarve). As restantes NUTS III do interior continuam com perdas populacionais. Em 1981/1991, verifica-se um recrudescer da emigração, porém regista-se um saldo migratório positivo na Península de Setúbal e Algarve.

De 1991/2001, verifica-se uma inflexão no saldo migratório coincidindo com a transformação dos contornos das migrações em Portugal em conse- quência da entrada de imigrantes. Os saldos são positivos em vinte e quatro das trinta NUTS III. No entanto, as regiões autónomas e as NUTS interiores (Douro, Alto Trás-os-Montes, Pinhal Interior Sul e Serra da Estrela) conti- nuam a perder população.

Entre 2001 e 2011, a tendência da entrada de imigrantes mantém-se mas de forma menos acentuada. Veja-se que o número de NUTS com saldos migratórios negativos aumenta, abrangendo, sobretudo, o Norte e Centro: Ave, Grande Porto, Tâmega, Entre Douro e Vouga, Douro, Alto Trás-os-Montes, Baixo Mondego, Dão-Lafões, Serra da Estrela, Beira Interior Norte e Cova da Beira.

Da análise da evolução do saldo migratório, ao nível das NUTS III, depreende-se uma tendência de mobilidade/êxodo dos portugueses, que se intensifica em contextos socioeconómicos mais desfavoráveis. Este êxodo atingiu mais intensamente as regiões do interior do país e as regiões autónomas. De 1950/60 até 2001/2011, três NUTS III registaram sempre saldos negativos: Douro, Alto Trás-os-Montes e Serra da Estrela. Oito NUTS III apresentaram saldos negativos consecutivamente entre 1950/1960 e 1981/1991: Tâmega, Pinhal Interior Sul, Beira Interior Norte, Beira Interior Sul, Cova da Beira, Alto Alentejo, Alentejo Central e Baixo Alentejo. Algumas destas NUTS III retomam saldos negativos nas décadas seguintes.

Apenas na Península de Setúbal o saldo migratório foi sempre positivo e na Grande Lisboa, apenas entre 1981/1991 se regista um saldo migratório negativo.

Quadro 2.9 Taxa de crescimento natural, taxa de crescimento migratório e taxa de crescimento efectivo (%) por NUTS III entre 1950/1960

Local de Residência TCN (%) TCM (%) TCE (%)

Norte Minho Lima 13,4 -12,2 1,2 Cávado 19,0 -11,5 7,5 Ave 22,7 -7,6 15,1 Grande Porto 13,8 -1,3 12,6 Tâmega 21,4 -14,2 7,1

Entre Douro e Vouga 19,5 -6,4 13,1

Douro 15,2 -17,3 -2,1 Alto Trás-os-Montes 17,0 -11,5 5,6 Centro Baixo Vouga 13,7 -6,9 6,8 Baixo Mondego 1,0 -6,0 4,0 Pinhal Litoral 16,1 -8,8 7,3 Pinhal Interior Norte 7,4 -14,3 -6,9

Dão-Lafões 12,9 -13,3 -0,4

Pinhal Interior Sul 10,8 -14,1 -3,3 Serra da Estrela 10,4 -17,3 -6,9 Beira Interior Norte 12,1 -20,3 -8,3 Beira Interior Sul 9,6 -13,8 -4,2 Cova da Beira 13,1 -11,4 1,7

Oeste 9,8 -6,5 3,2

Médio Tejo 11,6 -9,3 2,3

Lisboa Grande Lisboa 6,0 7,2 13,2 Península de Setúbal 7,8 13,7 21,5

Local de Residência TCN (%) TCM (%) TCE (%) Alentejo Alentejo Litoral 12,1 -13,5 -1,3 Alto Alentejo 8,3 -12,2 -3,9 Alentejo Central 8,2 -8,6 -0,3 Baixo Alentejo 9,8 -14,4 -4,5 Lezíria do Tejo 8,1 -5,6 2,5 Algarve Algarve 6,6 -9,9 -3,3

R. A. Açores Região Autónoma dos Açores 17,7 -14,6 3,2 R. A. Madeira Região Autónoma da Madeira 18,3 -17,6 0,7

Fonte: INE Recenseamentos da População Portuguesa e Estatísticas Demográfi cas

Durante a década 1950/1960, a taxa de crescimento migratório foi nega- tiva em vinte e oito das trinta NUTS III, porém o crescimento efectivo foi positivo em dezoito NUTS III. Assim, excluindo a Grande Lisboa e Península de Setúbal, em que a taxa de crescimento natural e migratório foram positivas, em dezasseis NUTS III a taxa de crescimento natural compensou as perdas registadas originadas pela emigração. Pode referir-se que quer a Grande Lisboa, quer a Península de Setúbal não registavam taxas de crescimento natural ele- vadas, pelo contrário, podem considerar-se das menos intensas entre as várias NUTS III. No entanto, a capacidade de atracção populacional permitiu-lhes atingir das mais elevadas taxas de crescimento efectivo.

O crescimento efectivo negativo resulta das perdas devidas ao crescimento migratório e coincide com as NUTS III que registam taxas de crescimento natural menos intensas: Beira Interior Norte, Serra da Estrela, Pinhal Interior Norte, Baixo Alentejo, Beira Interior Sul, Alto Alentejo, Pinhal Interior Sul, Algarve, Douro, Alentejo Litoral, Dão-Lafões, Alentejo Central. De salientar que constituem uma mancha quase continua no interior, desenhando uma faixa que liga todo o interior entre o Douro e o Algarve.

Gráfi co 2.5 1950/1960 – Taxa de crescimento natural e migratório (%) 25 20 15 10 5 -20 -10 0 10 TCM TCN Tâmega Ave

Cávado Entre Douro e Vouga Região Autónoma da Madeira

Região Autónoma dos Açores Alto Trás-os-Montes Douro Minho Lima Pinhal Litoral Península de Setúbal Grande Lisboa Baixo Vouga Grande Porto

Cova da Beira

Portugal Médio tejo Beira Interior Norte

Dão-Lafões Alentejo Litoral Pinhal Interior Sul

Beira Interior Sul

Serra da Estrela Baixo Alentejo

Alto Alentejo

Pinhal Interior Norte Algarve

Lezíria do Tejo Alentejo Central Oeste Baixo Mondego

Fonte: 1950-19609 Taxa de crescimento natural, taxa de crescimento migratório e

taxa de crescimento efectivo (%) por NUTS III entre 1950/1960

Assim, e como é visível no gráfico, o crescimento natural mais intenso encontra-se nas NUTS III do Norte (Ave, Tâmega, Entre Douro e Vouga, Cávado, Alto Trás-os-Montes e Grande Porto) e Regiões Autónomas da Madeira e Açores, a que se junta o Pinhal Litoral, do Centro. Já o crescimento natural mais ténue encontra-se no Centro Sul (Grande Lisboa, Algarve, Pinhal Interior Norte, Península de Setúbal, Lezíria do Tejo e Alentejo Central).

A taxa de crescimento migratório, ainda que com alguma dispersão regis- tou os valores mais baixos nas regiões do interior do país e nas regiões autó- nomas (Beira Interior Norte, Região Autónoma da Madeira, Serra da Estrela, Douro, Região Autónoma dos Açores, Baixo Alentejo e Pinhal Interior Norte).

Quadro 2.10 Taxa de crescimento natural, taxa de cresci mento migratório e taxa de crescimento efectivo (%) por NUTS III entre 1960/1970

Local de Residência TCN (%) TCM (%) TCE (%)

Norte Minho Lima 11,1 -21,4 -10,3 Cávado 20,3 -18,3 2,0 Ave 21,7 -18,3 3,4 Grande Porto 15,3 -4,8 10,5 Tâmega 21,4 -18,8 2,5

Entre Douro e Vouga 18,1 -7,0 11,1

Douro 12,5 -31,9 -19,4 Alto Trás-os-Montes 12,1 -38,1 -26,0 Centro Baixo Vouga 12,4 -14,7 -2,3 Baixo Mondego 12,2 -16,1 -3,9 Pinhal Litoral 13,4 -17,1 -3,7 Pinhal Interior Norte 2,9 -23,3 -20,4

Dão-Lafões 10,4 -24,8 -14,4

Pinhal Interior Sul 3,8 -24,4 -20,6 Serra da Estrela 7,1 -26,3 -19,1 Beira Interior Norte 5,7 -37,5 -31,8 Beira Interior Sul 4,3 -27,1 -22,8 Cova da Beira 8,1 -29,8 -21,8

Oeste 6,7 -13,5 -6,8

Médio Tejo 8,2 -15,8 -7,5

Lisboa Grande Lisboa 11,1 3,9 15,1 Península de Setúbal 7,2 24,9 32,1 Alentejo Alentejo Litoral 5,3 -31,3 -26,0 Alto Alentejo 4,7 -30,2 -25,6 Alentejo Central 5,7 -26,6 -20,9 Baixo Alentejo 5,2 -35,8 -30,5 Lezíria do Tejo 5,5 -12,1 -6,6 Algarve Algarve 5,3 -31,3 -26,0

R. A. Açores Região Autónoma dos Açores 16 -29,8 -13,9 R. A. Madeira Região Autónoma da Madeira 18,2 -25,0 -6,8

Fonte: INE Recenseamentos da População Portuguesa e Estatísticas Demográfi cas

Entre 1960/1970, as principais características não diferem muito das da década anterior. As taxas de crescimento natural ainda que elevadas são ligei- ramente mais ténues, mas para um grande número de NUTS III tornam-se insuficientes para compensar as taxas negativas do crescimento migratório. Assim, o crescimento efectivo mais intenso é, novamente, o da Península de

Setúbal e Grande Lisboa, resultante da conjugação de uma taxa de crescimento natural, que nas duas NUTS não é das mais elevadas, e das mais acentuadas taxas de crescimento migratório. Seguem-se Entre Douro e Vouga, Grande Porto, Ave, Tâmega e Cávado, sendo que nestas NUTS foi a intensidade da taxa de crescimento natural que permitiu que a população aumentasse. Por outro lado, estas NUTS, em conjunto com as regiões autónomas, apresentam as taxas de crescimento natural mais intensas da década.

As maiores perdas de população ocorrem na Beira Interior Norte, no Baixo Alentejo, no Alentejo Litoral, em Alto Trás-os-Montes, no Alto Alentejo, na Beira Interior Sul, na Cova da Beira, no Alentejo Central, no Pinhal Interior Sul e Pinhal Interior Norte. NUTS em que a taxa de crescimento migratório tendeu a ser mais elevada e a de crescimento natural mais ténue. Ou seja, as maiores perdas decorrem de um abrandamento da dinâmica natural conjugada com êxodo populacional.

Gráfi co 2.6 1960/1970 – Taxa de crescimento natural e migratório (%) 25 20 15 10 5 0 -40 -20 0 20 TCM TCN Tâmega Ave Cávado

Entre Douro e Vouga Região Autónoma da Madeira

Região Autónoma dos Açores

Alto Trás-os-Montes Douro Minho Lima Pinhal Litoral Península de Setúbal Grande Lisboa Baixo Vouga Grande Porto Cova da Beira Portugal

Beira Interior Norte Dão-Lafões

Alentejo Litoral

Pinhal Interior Sul Beira Interior Sul

Serra da Estrela

Baixo Alentejo Alto Alentejo

Pinhal Interior Norte Algarve

Lezíria do Tejo Alentejo Central

Oeste Baixo Mondego

Fonte: Quadro 2.10 Taxa de crescimento natural, taxa de crescimento migratório e taxa

de crescimento efectivo (%) por NUTS III entre 1960/1970

Relativamente ao período anterior, o quadrante esquerdo superior do gráfico encontra-se mais denso, entre os 0 e 10 %, agregando as NUTS III com as taxas de crescimento natural mais baixas e com as mais elevadas perdas populacionais devidas à emigração. No topo do gráfico encontram-se as regiões que apresentam as taxas de crescimento mais elevadas, mantendo a tendência da década anterior.

No limite direito do gráfico encontram-se as regiões com as taxas de crescimento migratório mais intenso (Grande Lisboa e Península de Setúbal).

De ressaltar a contiguidade, pela proximidade de comportamentos, entre as regiões do Centro interior, Alentejo, Algarve e a NUTS III do Minho Lima.

Quadro 2.11 Taxa de crescimento natural, taxa de crescimento migratório e taxa de crescimento efectivo (%) por NUTS III entre 1970/1981

Local de Residência TCN (%) TCM (%) TCE (%)

Norte Minho Lima 6,6 -4,1 2,5 Cávado 15,6 1,7 17,3 Ave 14,9 0,5 15,5 Grande Porto 12,3 6,2 18,5 Tâmega 14,7 -3,9 10,8

Entre Douro e Vouga 11,7 0,1 11,8

Douro 7,4 -6,3 1,1 Alto Trás-os-Montes 6,4 -6,8 -0,4 Centro Baixo Vouga 8,3 7,0 15,3 Baixo Mondego 10,6 1,0 11,6 Pinhal Litoral 7,0 5,1 12,1 Pinhal Interior Norte -2,2 3,3 1,1

Dão-Lafões 7,0 -2,0 5,0

Pinhal Interior Sul -4 -12,4 -16,4 Serra da Estrela 2,2 -1,7 0,5 Beira Interior Norte -0,4 -4,1 -4,5 Beira Interior Sul -0,1 -8,6 -8,7 Cova da Beira 3,1 -7,4 -4,3

Oeste 4,8 5,7 10,4

Médio Tejo 3,8 0,2 4,1

Lisboa Grande Lisboa 10,7 18,7 29,3 Península de Setúbal 5,9 30,9 36,8 Alentejo Alentejo Litoral 0,6 2,7 3,2 Alto Alentejo 0,7 -2,6 -1,9 Alentejo Central 4,4 -3,3 1,1 Baixo Alentejo 2,2 -9,6 -7,4 Lezíria do Tejo 3,0 7,4 10,4 Algarve Algarve 2,9 15,9 18,8

R. A. Açores Região Autónoma dos Açores 10,8 -26,6 -15,7 R. A. Madeira Região Autónoma da Madeira 11,4 -10,7 0,7

Entre 1970 e 1981, embora sendo um dos períodos de maior crescimento populacional em Portugal, em oito NUTS III registou-se um crescimento efec- tivo negativo: Pinhal Interior Sul, Região Autónoma dos Açores, Beira Interior Sul, Baixo Alentejo, Beira Interior Norte, Cova da Beira, Alto Alentejo e Alto Trás-os-Montes. São NUTS que conjugam perdas relativas ao crescimento migratório e débeis dinâmicas naturais. Em três destas NUTS (Pinhal Interior Sul, Beira Interior Norte e Beira Interior Sul), a dinâmica natural é mesmo negativa. A excepção a esta conjugação caracterizada por perdas populacio- nais, crescimento efectivo negativo, em resultado de fracas dinâmicas naturais e intensas dinâmicas migratórias, reside na Região Autónoma dos Açores. Nesta região, apesar de a taxa de crescimento natural se encontrar entre as mais elevadas, não foi suficiente para contrabalançar as perdas registadas em consequência das migrações.

De notar que também o Pinhal Interior Norte regista uma taxa de cres- cimento natural negativa, mas, neste caso, o crescimento migratório positivo permitiu um aumento populacional.

Os crescimentos mais intensos registam-se na Península de Setúbal, Grande Lisboa, Algarve e Grande Porto. No caso das três primeiras NUTS deve- -se sobretudo ao intenso crescimento migratório, uma vez que estas NUTS, no conjunto do país, não apresentam taxas de crescimento natural muito elevadas. No Grande Porto, o crescimento efectivo pode, principalmente, atribuir-se à dinâmica natural, uma vez que apresenta um dos valores mais elevados deste indicador, embora a taxa de crescimento migratório também seja significativa. De uma forma global, a dinâmica populacional é menos intensa nas NUTS do interior. Nas regiões autónomas, neste período observa-se uma dinâmica natural e migratória intensas.

Gráfi co 2.7 1970/1981 – Taxa de crescimento natural e migratório (%) 20 15 10 5 0 -5 -20 0 20 40 TCM TCN

Tâmega AveCávado Entre Douro e Vouga

Região Autónoma da Madeira Região Autónoma dos Açores

Alto Trás-os-MontesDouro

Minho Lima Pinhal Litoral Península de Setúbal Grande Lisboa Baixo Vouga Grande Porto Cova da Beira Portugal

Beira Interior Norte Dão-Lafões

Alentejo Litoral

Pinhal Interior Sul Beira Interior Sul

Serra da Estrela Baixo Alentejo

Alto Alentejo

Pinhal Interior Norte Algarve Lezíria do Tejo Alentejo Central Oeste

Baixo Mondego

Médio Tejo

Fonte: Quadro 2.11 Taxa de crescimento natural, taxa de crescimento migratório e taxa

de crescimento efectivo por NUTS III (%) entre 1970/1981

A partir do gráfico é possível verificar uma divisão entre o interior e o litoral do país. No quadrante esquerdo inferior encontram-se as NUTS III com menor crescimento natural e menor crescimento migratório. Em contrapartida, no canto direito superior encontram-se as NUTS III com as dinâmicas mais intensas.

Quadro 2.12 Taxa de crescimento natural, taxa de crescimento migrató rio e taxa de crescimento efectivo (%) por NUTS III entre 1981/1991

Local de Residência TCN (%) TCM (%) TCE (%)

Norte Minho Lima 1,9 -4,6 -2,7 Cávado 9,4 -2,3 7,1 Ave 9,5 -1,9 7,6 Grande Porto 5,8 -1,5 4,4 Tâmega 10,0 -8,9 1,1

Entre Douro e Vouga 7,6 -1,3 6,3

Douro 2,7 -11,9 -9,1

Local de Residência TCN (%) TCM (%) TCE (%)

Centro

Baixo Vouga 4,2 -0,2 4,0

Baixo Mondego 1,8 -2,1 -0,3 Pinhal Litoral 4,4 -0,5 3,9 Pinhal Interior Norte -2,4 -6,2 -8,7

Dão-Lafões 2,8 -7,2 -4,4

Pinhal Interior Sul -5,7 -11,8 -17,5 Serra da Estrela -0,5 -4,8 -5,3 Beira Interior Norte -1,7 -7,6 -9,3 Beira Interior Sul -4,2 -1,9 -6,1 Cova da Beira -0,1 -6,9 -7,0 Oeste 1,4 -0,2 1,2 Médio Tejo 0,2 -2,9 -2,8 Lisboa Grande Lisboa 2,6 -3,6 -0,9 Península de Setúbal 4,7 4,4 9,1 Alentejo Alentejo Litoral -0,2 -4,4 -4,6 Alto Alentejo -2,5 -3,3 -5,8 Alentejo Central -0,6 -3,5 -4,1 Baixo Alentejo -2,2 -8,4 -10,6 Lezíria do Tejo 0,1 -0,6 -0,5 Algarve Algarve 0,3 5,1 5,4

R A Açores Região Autónoma dos Açores 7,5 -9,8 -2,3 R A Madeira Região Autónoma da Madeira 6,1 -5,8 0,2

Fonte: INE Recenseamentos da População Portuguesa e Estatísticas Demográfi cas

Em 1981/1991, cerca de dezanove NUTS III registaram uma taxa de crescimento efectivo negativo e destas, em cerca de dez (Pinhal Interior Sul, Beira Interior Sul, Alto Alentejo, Pinhal Interior Norte, Baixo Alentejo, Beira Interior Norte, Alentejo Central, Serra da Estrela, Alentejo Litoral, Cova da Beira) as taxas de crescimento natural e migratório foram negativas.

Apenas duas NUTS III tiveram, neste período, uma taxa de crescimento migratório positiva: Algarve e Península de Setúbal.

Assim, ainda que a taxa de crescimento natural continue numa tendência decrescente, a dinâmica natural foi determinante para o crescimento efectivo de nove das NUTS III (Ave, Cávado, Entre Douro e Vouga, Grande Porto, Baixo Vouga, Pinhal Litoral, Oeste, Tâmega, Região Autónoma da Madeira)

Gráfi co 2.8 1981/1991 – Taxa de crescimento natural e migratório (%) 10 5 0 -5 -20 -15 -10 -5 0 5 10 TCM TCN Tâmega Ave Cávado

Entre Douro e Vouga Região Autónoma da Madeira

Região Autónoma dos Açores

Alto Trás-os-Montes Douro

Minho Lima

Pinhal Litoral Península de Setúbal

Grande Lisboa Baixo Vouga Grande Porto

Cova da Beira

Portugal

Beira Interior Norte Dão-Lafões

Alentejo Litoral

Pinhal Interior Sul

Beira Interior Sul Serra da Estrela

Baixo Alentejo Pinhal Interior Norte Alto Alentejo

Algarve Lezíria do Tejo Alentejo Central Oeste Baixo Mondego Médio Tejo

Fonte: Quadro 2.12 Taxa de crescimento natural, taxa de crescimento migratório e taxa

de crescimento efectivo (%) por NUTS III entre 1981/1991

Ainda que de forma menos nítida, mantém-se a divisão interior/litoral, quanto às características das dinâmica das NUTS III. São as do interior, jun- tamente com o Alentejo Litoral, Minho Lima e regiões autónomas, as que apresentam menor dinamismo demográfico. Pelo contrário, o conjunto que integra o litoral apresenta uma taxa de crescimento natural globalmente mais elevada e um crescimento migratório mais intenso, ou com menos perdas populacionais.

Quadro 2.13 Taxa de crescimento n atural, taxa de crescimento migratório e taxa de crescimento efectivo (%) por NUTS III entre 1991/2001

Local de Residência TCN (%) TCM (%) TCE (%)

Norte Minho Lima -2,2 2,3 0,1 Cávado 6,3 4,4 10,7 Ave 6,0 3,0 9,0 Grande Porto 3,4 4,3 7,7 Tâmega 7,0 1,0 7,9

Entre Douro e Vouga 4,7 4,6 9,2

Douro -1,8 -5,6 -7,3

Local de Residência TCN (%) TCM (%) TCE (%)

Centro

Baixo Vouga 1,7 7,9 9,6

Baixo Mondego -1,2 4,6 3,4

Pinhal Litoral 1,7 9,5 11,2

Pinhal Interior Norte -5,8 5,2 -0,6

Dão-Lafões -1,5 2,8 1,4

Pinhal Interior Sul -10,1 -2,5 -12,6 Serra da Estrela -5,9 -2,1 -8,0 Beira Interior Norte -5,8 3,1 -2,7 Beira Interior Sul -7,5 3,9 -3,6

Cova da Beira -3,9 4,5 0,5

Oeste -1,2 8,7 7,5

Médio Tejo -3,3 5,4 2,1

Lisboa Grande Lisboa 1,2 2,3 3,5

Península de Setúbal 1,8 9,2 10,9 Alentejo Alentejo Litoral -4,7 6,2 1,5 Alto Alentejo -6,2 0,4 -5,8 Alentejo Central -3,6 3,9 0,3 Baixo Alentejo -7,1 1,5 -5,7 Lezíria do Tejo -3,1 6,5 3,3 Algarve Algarve -1,7 16,3 14,6

R A Açores Região Autónoma dos Açores 3,7 -2,0 1,7 R A Madeira Região Autónoma da Madeira 2,6 -6,0 -3,4

Fonte: INE Recenseamentos da População Portuguesa e Estatísticas Demográfi cas

Entre 1991 e 2001, o crescimento efectivo foi negativo em dez NUTS III (Pinhal Interior Sul, Serra da Estrela, Douro, Alto Alentejo, Baixo Alentejo, Alto Trás-os-Montes, Beira Interior Sul, Região Autónoma da Madeira, Beira