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DISPOSIÇÕES TESTAMENTÁRIAS E REGULAMENTARES

Legado Nobre

TESTAMENTO

LeSo á Escola Medico-Çirurgica do Porto a qrian-lia de oitenta contos de réis, com a obrigação de cila.

dita Escola, dar, por sua conta, doze pensões mcn-sacs, de doze mil réis cada uma, pagas no d.a pri-meiro de cada me/., adiantadas, sem o mmimo des-conto, a doze pensionistas, pobres, sendo a quarta

p i,rle do sexo feminino; mas sempre tirados (salvo o caso ao diante exceptuado) das casas de caridade, onde estejam recolhidas creanças, sendo cstaboleci-menlos situados na cidade do Porto, ou na provmc.a do Minho; em cujos asylos de caridade tenham estado pelo menos dous annos, e tendo já leito exame de admissão nos Lyceus, ou o exame que de luturo lhe corresponda, è pela classificação do dito exame serão escolhidos e preferidos para pensionistas, dando-se a preferencia aos hem classiíicados, e mais dassilu-a-dos sendo, no caso de igualdade, preferidassilu-a-dos os mais .velhos, e no caso de idades iguaes, escolhidos por

sorteio.

I2í Anno lectivo de 1006-1907

Se algum dos recolhidos nos dilos estabelecimen-tos fôr injustamente preterido, imponho á dita Escola a obrigação de lhe dar uma indemnisação de quinhen-tos mil réis logo que o preterido chegar, e só quando chegar á maioridade.

Assim, deixo assegurados direitos sem dependên-cia de estranhos lavores e dependêndependên-cias bastardas.

A cada pensionista entregará a mencionada Es-cola, também gratuitamente, no acto da nomeação, um diploma, em que seja exarada textualmente esta minha disposição testamentária para conhecimento dos interessados e poderem viver scientes dos seus deveres, e conscientes dos seus direitos.

Aos pensionistas imponho duas obrigações:

1." Seguir, com regular aproveitamento escolar, os preparatórios e um curso, o que escolher e preferir.

2.* Incluir em o numero dos seus appellidos a palavra - N O B R E .

Além das mensalidades tem cada pensionista o direito de receber da mesma Escola e por conta d'esta annualmente um abono em matriculas e livros não superior a cincoenla mil réis em cada anno, e para cada pensionista.

Os primeiros doze pensionistas serão nomeados no primeiro dia do niez de agosto do anno seguinte ao anno em que eu fallecer, e as futuras nomeações con-tinuarão sempre a serem feitas no dia primeiro do mez de agosto de cada anno [nua preencher as vagas dos pensionistas que fòr havendo em cada anno.

Sempre, porém, que houver vagas durante o anno poderão ser admiliidos e nomeados pensionistas estu-dantes pobres até ao numero de ties, não excedendo ura terço das vagas, preferindo-se os estudantes mais adiantados e os mais classificados, e aquelles cuja falta de meios lenha resultado de causa fortuita du-rante o seu curso.

Escota Medico-Cirurgica do Porto l-j<)

Estes terão como os oulros pensionistas iguaes di-reitos e deveres, emquanto forem pensionistas pobres.

Os pensionistas delinquentes perdem o direito ao legado; e lambem perdem direito aos abonos os que terminarem os seus cursos, isto um niez depois do niez em que os concluírem.

Os pensionistas nomeados vencem mezada desde o primeiro de outubro seguinte ao agosto em que fo-rem nomeados; e para a recebefo-rem não lêem mais do que passarem á referida Escola uns recibos que, á excepção dos mezes de férias, ou caso de forca maior, serão visados pelos professores que estiverem regendo as cadeiras das disciplinas, que cada um cursar.

No dia do anniversario do meu fallecimenlo man-dará a Escola Medico-Cirurgica do Porto celebrar annnalmente por minha alma uma missa a que deve-rão assistir os pensionistas, que cursarem aulas no Porto, escolbendo-se a bora mais conveniente.

Se a dita Escola não poder ou não quizer acceilar e cumprir lielmenle o legado e obrigações dos paga-mentos perpétuos com que Ih'o deixo, passa este le-gado para a Santa Casa da Misericórdia do Porto, com os mesmos direitos e deveres.

Declaro que os pensionistas serão escolbidos pelo grau de classificação obtido no dito exame de admis-são nos Lvceus; se, porém, além d'esté exame o con-corrente tiver mais algum feito com approvação, será este concorrente preferido em igualdade de circums-tancias, já ditas; assim esclareço a questão de prefe-rencias a que me refiro na pagina primeira, dizendo:

bem classificados e mais classificados.

Porto, 80 de novembro de 1890 (e noventa), lirnno A Iocs Nobre.

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130 Anno lectivo de 1906-1907

Regulamento do Legado Nobre

Artigo l.° — A Escola Medico-Cirurgica do Porto pertence a administração do legado de HO:0005000 com que foi contemplada no testamento do benemé-rito Bruno Alves Nobre.

Art. 2." — A Escola Medico-Cirurgica do Porto fica obrigada a dar, por conta do rendimento d'esté legado, doze pensões mensaes, de doze mil réis cada uma, pagas no dia primeiro de cada mez, adiantadas, sem o mininio desconto, a doze pensionistas pobres, sendo a quarta parle do sexo feminino,; mas sempre tirados, salvo o caso previsto no arl. 9." d'esté regu-lamento, das casas de caridade, onde estejam recolhi-das creanças, sendo estabelecimentos situados na ci-dade do Porto, ou na província do Minho.

Art. 3.° — Eica mais a Escola Medico-Cirurgica do Porto obrigada a dar uma indemnisação de qui-nhentos mil réis ao recolhido em qualquer dos asylos da cidade do Porto ou da província do Minho <pic, por ella e á face dos documentos que a ella tiverem sido presentes, houver sido injustamente preterido.

Es la indemnisação será entregue ao i n t e r e s s a d o quando elle chegar, e só quando chegar, á maioridade.

Art. 1.° — P a r a ser admittido como pensionista, é indispensável que o candidato tenha:

1." Estado nos asylos de caridade da cidade do Porto ou da província do Minho, pelo menos dois ânuos ;

2.° Feito exame de admissão nos lyceus, ou o exame que de futuro lhe corresponda.

Art. 5.° — São motivos de preferencia:

1." A classiiicação que os candidatos tiverem obtido no exame de admissão aos lyceus, ou no que de futuro lhe corresponda ;

Escola Me'dico-Cirurgiea do Porto « 1

2.° As classilieações que tenham obtido n'ont ros exames.

S único. Km igualdade de condições serão pre-feridos os mais velhos, e no easo d'idades cguaes se-rão escolhidos por sorteio.

Ari. (5.° — Cada pensionista, além da pensão men-sal a que se refere o art. 2.°, tem <> direito de receber da Escola Medico-Cirurgica e por conta d'esla annual-menle um abono em matriculas e livros até cincocnla mil réis em cada anno, e para cada pensionista. Re-ceberá lambem da mesma Escola, gratuitamente, no acto da nomeação um diploma em q u e s e achará exa-rado este regulamento, bin harmonia com a vontade do leslndor.

Art. 7." — Todo o pensionista tem como obri-gação:

1." Seguir, com regular aproveitamento escolar, os preparatórios e um curso, o que escolher c preferir*

2.« Incluir em o numero dos seus appellidos a palavra NOBRE.

Ari. 8." Perdem o direito á pensão:

li? Os pensionistas que não cumprirem as obri-gações consignadas no artigo precedente;

'1.° Os que terminarem os seus cursos, mas a contar do mez seguinte áquelle em que os concluírem.

§ único. Todo o pensionista que perder dois annos consecutivos, salvo caso de força maior, perde o direi lo de pensão.

Ari. 9.°—Sempre que houver vagas durante o anno, poderão ser admillidos e nomeados

pensionis-tas estudantes pobres até ao numero de 1res, não ex-cedendo um terço das vagas, preferindo-se os estudan-tes mais adiantados e os mais classificados, e aquelles cuja falta de meios lenha resultado de causa fortuita durante o seu curso.

Art. 10.° — Os aluirmos a quem se refere o artigo

I:Í2 Anno lectivo de 1906-1907

precedente terão os mesmos direitos e deveres que os outros pensionistas pobres.

A.J.J. n . ° —O s pensionistas nomeados vencem mezada desde o primeiro d o u t u b r o seguinte ao. de agosto em que forem nomeados; e para a receberem não tem mais do que passar á Escola Medico-Cirur-gica do Porto uns recibos que, á excepção dos mezes de i'erias, e em caso de íorça maior, serão visados pe-los professores que estiverem regendo as cadeiras das disciplinas que cada um cursar.

Art. 12.° — As sobras annuaes que bouver do ren-dimento do legado NOBRE serão empregadas em be-uelicio do ensino da Escola Medico-Cirurgica do Por-to, e pelo modo que esta entender mais conveniente.

Ari. 13.u — P a r a dar cumprimento ás disposições antecedente», a Escola Medico-Cirurgica reunir-se-ba ordinariamente no dia 1 de setembro. A esta reunião será convidado a assistir um dos testamenteiros de Bruno Nobre, para assim dar satisfação aos desejos expressos por elle.

Art. 1 I." — Q u a n d o por qualquer circumstancia, seja reduzida a importância ou os juros do legado, o numero dos pensionistas será proporcionalmente re-duzido.

Art. 15.° — Se na administração do legado se re-conhecer que este regulamento não previne os diffé-rentes casos que se offerecerem, poderá ser modificado d'accordo com os testamenteiros do benemérito Bruno Alves Nobre.

Escola Medico-Cirurgica do Porto t;!3

Officio da Direcção Geral de Instrucção Publica esclarecendo duvidas sobre o provimento das pensões

///.*"" e li.v.'"" Snr.

Em resposta ao officio dè V. Ex." de 10 do cor-rente, relativo a duvidas suscitadas no provimento das pensões do legado de Bruno Alves Nobre, encarre-giJtt-raé o E x . - presidente do conselho de ministros e ministro do reino de declarar a V. Ex.» que o conse-lho da Escola, de accordo com as informações presta-das pelos testamenteiros do benemérito doador, deve lixar as condições para os concursos luturos, estabe-lecendo o limite da idade, que não deverá em regra exceder os quinze annos e as condições de pobreza

pura admissão ao concurso, visto que os estabeleci-mentos de caridade a que o testamento se refere não teem todos iguacs condições de meios.

Feila a admissão ao concurso, as únicas condi-ções de preferencia são as estabelecidas no testamen-to, a melhor classiíicação nos exames de admissão dos Lyceus e a maioridade.

No concurso pendente, não lendo sido prescripts condições especiaes para a admissão, convém resolver dè accordo as condições geraes do testamento para não haver offensa de direitos adquiridos pela abertura

do concurso. . Deus Guarde a V. Ex.» -Secretaria d estado dos

negócios do reino, em 30 de novembro de 1892:

Ill.m0 e Ex.,nD Snr. director da Escola Medico-U-rurgica do Porto.

(a) Frederico de Abreu (ioiweia.

134 Anno lectivo de 1906-1907

Legado de D. Rita Assis de Souza Vaz

TESTAMENTO

Querendo ella testadora que se realise, em me-moria do sen finado irmão o Conselheiro Francisco de Assis de Souza Vaz, Lente e Director que foi da Es-cola Medico-Cirurgica d'esla cidade, o que elle proje-ctou réalisai-, tendente á propagação e ao aperfeiçoa-mento dos conheciaperfeiçoa-mentos medicos em Portugal, ap-plica para esse fim a quantia de sessenta conlos de reis nominaes em inscripções d'assentamenlo da di-vida publica nacional, a qual o seu herdeiro e tes-tamenteiro entregará á Escola Medico-Cirúrgica do Porto: se a mesma Escola authorisada competente-mente, quizer receber as referidas sesseiita inscripções para administrar os seus rendimentos conforme o que ella testadora prescrevera em um extenso regulamento, que aqui não insere por lhe ser penoso dar tão grande extensão a esta disposição testamentária que não pôde deixar de ser feita em acto continuo para sua com-pleta validade. Se findo o praso marcado para cum-primento d'esté testamento, a Escola Medico-Cirurgica do Porto se não liver obrigado legalmente a cumprir fielmente o mencionado regulamento, reverterá o le-gado a favor do Asylo de Mendicidade d'esta cidade a cuja administração quer ella testadora que o seu herdeiro e testamenteiro entregue os sessenta contos nominaes. d'inseripçôes, para o seu rendimento ser applieado no sustento dos pobres asylados; não po-dendo a administração d'esté philanthropico estabele-cimento desviar para outros fins os seus rendimentos.

Quer ella testadora que o seu herdeiro e testamenteiro, em cuja inlelligencia e probidade confia plenamente,

Escola Mcdico-Cirurgica do Porto t;)*i

tic conhecimento em tempo competente ao Governo e á Escola Medico-Cirurgica do legado que a esta deixa em primeiro logar, assim como do respectivo regula-mento, que ha-de ficar em poder d'elle herdeiro e tes-tamenteiro por ella testadora assignado é rubricado ; e espera que ella fará cumprir lielmente o que tem determinado relativamente a este legado, bem como espera que cumprirá o mais que lhe incumbe.

Regulamento a que se refere o decreto da presente data, para appli-cação do legado de Ó0:000$000 réis nominaes de inscripções de assentamento da divida publica nacional, consignado no tesmento publico de Rita de Assis de Souza Vaz, nas notas do ta-beiliâo Tibério Augusto Pereira Mendes, em 19 de abril de 1877.

Artigo 1.° — O conselho da Escola Medico-Cirur-gica do Porto administrará o rendimento das inscri-pções legadas, e fará d'elle applicação em conformi-dade das pieseripcões aqui impostas, e da sua gerên-cia dará conta annualmente ao tribunal competente.

Ari. 2."— O conselho da Escola Medico-Cirurgica do Porto admittirá á matricula do primeiro anuo es-colar em cada anno lectivo um alumno pensionano, ao qual dará armualmenle a quantia de 21()60()0 réis, dividida em mensalidades; e além d'esla quantia dará mais 19^200 réis, para propinas de abertura e de en-cerramento de matricula.

A r L 1 5 . 0 - O s alumnos que pretenderem gosar d e s t e beneficio dirigirão ao director da Escola os seus requerimentos, instruídos com os seus documentos le-gates, e além d'esses: 1.-, certidão por onde provem que são cidadãos portuguezes ; 2.«, attestados de bom comportamento; 3<«, attestados de que não possuem, nem seus pães, rendimentos sufíicientes para suppn-rem as despe/as do tirocínio escolar.

()s attestados de bom comportamento, e de

deli--130 Anno lectivo de 1906-1907

ciência de meios pecuniários serão passados pelas ca-marás municipaes, e pelos administradores dos con-celhos, a que os requerentes pertencerem, tanto pela sua naturalidade como pela sua residência.

Art. 4." — O conselho escolar, depois de decidir quaes são os requerentes que pelas suas circumstan-eias podem ter direito ao heneíicio da pensão, conce-derá esta ao que nos seus exames de preparatórios ti-ver obtido melhores qualificações. No caso que dois ou mais requerentes se apresentem iguacs em habili-tações litterarias, o mais novo em annos será pre-ferido.

Art. 5.Ï — No li m de cada anno lectivo o director da Escola fará constar que, na matricula do anuo se-guinte, será admitlido um alumno pensionado, e quaes as condições da admissão. O mesmo director ofíiciará na mesma epocha ao governador civil, peditulo-lhe que faça transmitlir igual noticia ás camarás munici-paes e aos administradores dos concelhos, para que se dê a maior publicidade, em todo o districto do Porto.

Ari. (5.° — Os alumnos pensionados, que forem riscados da Escola, e os que ficarem reprovados no exame das disciplinas de alguma cadeira do curso es-colar, cessarão desde esse momento de receber a pen-são, e não poderão tornar a ser admittidos. Cessarão também de receber a pensão os alumnos que derem o numero de falias, que, segundo o regulamento esco-lar, lhes faz perder o anno, c a suspensão da presta-ção começará no dia em que completarem esse numero de faltas. Se porém algum pensionado perder o anno por motivo de doença, sendo esta competentemente attestada, durante a sua exislencia, poderá o conselho escolar admittil-o a segunda matricula nas mesmas disciplinas, no anno lectivo seguinte, quando pela sua appiicação e aproveitamento se tenha tornado

merece-Escola Medico-Cirurgica do Porto 137

dor de contemplação. 0 accrescimo de despeza com o alunino readmittido será satisfeito pelas sobras do rendimento do legado, tendo em attenção que nunca a receita deixe de cobrir a despeza regular.

Ari. 7." — Os alumnos pensionados serão obriga-dos a dedicar as suas theses ou dissertações do acto grande nos lermos seguintes :

Á memoria de Francisco de Assis Souza Vaz, do conselho de Sua Magestade, commendador das ordens de Nosso Senhor Jesus Christo e de S. Maurício e S. Lazaro, doutor em medicina, lente jubilado e dire-ctor da Escola Medico-Cirurgica do Porto, nascido a 7 de agosto de 1797 e fallccido a <> de abril de 1870, o qual, havendo projectado deixar um legado á dila

Escola para o seu rendimento ser applicado ao aper-feiçoamento e derramamento dos conhecimentos me-dicos, bem como a subsidiar alguns alumnos neces-sitados, e não lendo podido realisar tão util pensa-mento, foi este interpretado por sua irmã e herdeira D. Hita Assis de Souza Vaz, legando á mesma Escola, e para o íim indicado, sessenta inscripções da divida publica nacional do valor nominal de 1:0(>0$000 réis cada uma. Em testemunho de gratidão, O. D. C , o a lu m no pensiona ri o, F. F. F.

Art. 8." — O conselho da Escola Medico-Cirurgica do Porto mandará abrir concurso documental, de dois em dois annos, entre os alumnos da mesma Es-cola, que tiverem terminado os seus estudos nos últi-mos 1res annos, e que estejam habilitados com o acto grande e a carta respectiva, para de entre os concor-rentes designar aquelle que ior mais digno para ir estudar nas faculdades de medicina de Paris, ou de Montpellier, durante dois annos, e no fim sustentar para o seu doutoramento na faculdade para onde tiver sido mandado, uma dissertação sobre assumpto pra-tico ou philosophico, importante para o progresso da

i3'e Aimo lectivo de 1906-1907

sciencia medica ou para o aperfeiçoamento dos tiré1

tliodos de estudo.

O conselho d fi Bscola Medico-Oirurgica poderá recommendar ao alumno preferido, n'este concurso, o estudo de alguma especialidade medica menos conhe-cida no nosso paiz, e que pareça ao mesmo conselho digna de altenção.

N'este concurso será sempre preterido o concor-rente que nos seus actos na Kscola Medico-Cirurgica do Porto houver obtido maior numero de louvores, e, na falta d'esta qualiíicação, o que tiver maior numero de prémios.

Na (alta de qualquer d'estas qualificações, a es-colha será feita entre candidatos que em todos os seus actos tiverem sido approvados plenamente.

Se entre os concorrentes se apresentarem dois ou mais com igualdade de qualiíicação, será preferido o de menor idade.

Art. 9.° — Ao alumno pensionario que fôr para França se abonará mensalmente a quantia de 50$G00 réis durante os dois annos de residência n'aquellc paiz'; para despezas de viagem de ida 90$00Q réis;

igual quantia para a viagem de regresso á pátria ; e 120$000 réis em cada anno para despeza de estudo.

Esta verba de despezas de estudo será repartida em prestações de 40^000 réis em cada quatro mezes. A despeza de cada alumno durante os dois annos que estiver estudando em França, será de 1:620$000 réis, sem incluir as despezas de commissões com a remessa ou abono do dinheiro, as quaes serão pagas pelas so-bras do rendimento legado.

Art. 10." — O alumno que fôr para França rece-berá aqui por occasião da sua partida ÍHJBUOt) réis para despezas de viagem. Chegado que seja ao seu destino deverá apresentar-se ao consul ou agente consular portuguez, e em seguida se lhe entregará a primeira

Escola MedicoXirmrgica do Porto V, 0

mensalidade. Os primeiros 40®8OO I l'i s Pa r a despczas de ftStadofi serão entregues logo que o mesmo aluiniio tiver dado principio aos seus trabalhos seienliíicos, o que será verificado pelo agente consular ou pela pes-soa a quem o conselho da Kseola Medico-Cirurgica julgar mais conveniente encarregar d'essa missão. A quantia de 90$Q0Q réis, destinada para despe/as do regresso á pátria, só será abonada depois que o alumim tiver recebido o grau de doutor da faculdade para onde tiver sido mandado.

Ari. 1 1 . " — Os alumnos que forem estudar em Franca irão alternadamente um para a faculdade de Paris' e outro para a faculdade de Montpellier; esta ordem nunca poderá ser invertida.

Art. 12." — Os alumnos pensionarios em Franca dedicarão as suas theses ou dissertações á memoria de Francisco de Assis .Souza Vaz, nos lermos determi-nados para os alumnos pensionarios da Escola dp Porto. Cada aíumno pensionado em França, querendo regressar á pátria, deverá entregar na secretaria da Escola Medico-Cirurgica do Porto oito exemplares da sua dissertação, dos quaes dois ficarão na bibliolheca da mesma Escola, dois serão offerecidos á Escola de Coimbra, dois á Escola de Lisboa e dois á Bibliolheca Publica do P o r t o ; além d'esles entregará mais um exemplar para cada um dos lentes jubilados, proprie-tários, substitutos, demonstradores e preparadores da Escola do Porto.

Ari. 13.°— Os alumnos pensionarios em 1-rança remetlerão 6 Escola Medico-Cirurgica do Porto, «le-seis em «le-seis mezes, a contar da sua chegada a França, um relatório dos estudos que tiverem feito no período decorrido, e este relatório será acompanhado da noti-cia das descobertas e das publicações recentes (se as houver), relativas aos diversos ramos da sciemia medica, bem como das observações que os mesmos

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