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RELATÓRIOS

tommissâo Administrativa dos legados, correspondentes ao anno económico de 1906-1907, approvado em sessão de conselho escolar de 27 de Julho de 1907.

Allërando a velha praxe que limita ao Legado Nobre o relatório da Co.nmissão Âdmiri strati va de-legada do Conselho Escolar, fazemos seguir aquelle de outros, referentes aos legados Assis, Macedo Pmto, liarão de Castello de Paiva e premio Rodrigues 1 mio, visto que para administrar lodos estes legados loi no-meada a Commissão.

E' certo que já'em 1904-1905 o parecer da com-missão de contas se referia a todos elles; mas a isso se limita tudo o que sobre o assumpto se tem publi-cado.

Quando tomamos conta da nossa gerência encon-tramos em caixa uma avultada quantia que por c.r-cumslancias bem conhecidas do Conselho, de lia ân-uos se vinha avolumando, conservando-se no entanto improdnctiva. Entendemos que não era preceito de

isa

Anno lectivo de 1906-1907

boa administração continuar a manter em caixa essa quantia e resolvemos collocal-a a render, parte em promissórias e parte á ordem, lendo ouvido previa-mente o voto do Conselho, D'essa medida resultou podermos inscrever nas nossas contas uma receita de 122*700 reis para o Legado Nobre; 188*110 reis para o Legado Assis; 8*085 reis para o Legado Macedo Pinto; 3*900 reis para o Legado Castello de Paiva e í)55 reis para o premio Rodrigues Pinto.

Seguem-se os relatórios:

LEGADO NOBRE

Kste legado está representado, como no anno an-terior pelos seguintes valores:

Inscripçòes de assentamento 7O.C67£503 Acertes do Banco Commercial do Porto - 3.270á0P0

Acções do Banco Alliança UTÍiiOOO F4.S12Í565

Não foram ainda convertidas as acções dos Ran-ços em inscripções de assentamento, como se propoz logo nos primeiros annos da administrarão do legado, por não ter havido opporlunidade.

Escola Medico­Cirurgica do Porto 183

Balanço em 30 de junho de 1907

ACTIVO

Inseri pções . . Acções do Banco

Commercial . Acções do Banco

Alliança. . . Dinheiro em de­

posito no Ban­

co Alliança. . Caixa • .

70.«)7:âr;uí>

3.270*000

•i.l/KOUO

'. .2011*000 12*084 78.725*599

PASSIVO

Legado Nobre • Fundo de reserva Lei de 28 de Julho de i!'0:i . . ■ Escola Medica .

74.512^505 1.0 OiWJO Í.600*CCO 1.612*034

78,724*59?

O saldo de l.G12$034 reis que accusa o balanço geral resulta da seguinte conla concilie:

RECEITA

Saldo do anno an­

terior • . J u r o s de i n a c r i ­

pçõea . . . . J u r o s d'acçôes do

Banco Commer­

cial . . . • J u r o s d'acções do

Banco Alliança . Producto da venda

de um cofre . J u r o s de uma pro­

missória no va­

lor de 4Í20GJO00.

J u r o s de dinheiro ú ordem . • ■

4:249itf)94 4:496*100

I08£OC0 72*QC0 20*000

120*420 2I2E0

«:Cfi7í89't

DESPEZA

Pensões • ■ Livros, matriculas

e objectos de es­

tudo . ­ ­ • Ordenado ao escri­

pturario e despe­

zas de adminis­

tração . . . . Laboratório . ■ Thcatro anatómico Divida da Escola . Laboratório Nobre

S a l d o :

Fundo de reserva . Lei de 25 de julho

de IÍIOÍÍ • • Escola Medica ­ .

1:728£Ç00 3900440

4Ô5£G6fl 162*930

!S3*000 1:696*360 519*470 4:&r>;>£8C0

] :0001000

■heoMflco 1:612*03«

9:067*894 Na totalidade das receitas veri(ica­se um augmen­

lo de rendimento do legado, comparado com o do a n ­ no anterior, na importância de 148*700 reis, que é re­

presentado pelas trez ultimas verbas. Já nos reier.mos aos j u r o s do dinheiro depositado ; resta­nos agora cx­

m

Anno lectivo de 1906-1907

plicar a verba de 20$0()0 reis, imporlancia da ven-da de um cofre que não oflerecia segurança de espécie alguma e que por isso entendemos dever substituir por outro, cujo custo figura na verba de despezas de administração.

Pensões. — A verba de pensões corresponde á to-talidade preceituada no legado. Houve uma vaga por eliminação do pensionista Annibal Passos da Fonseca Nobre que perdeu o a n n o ; mas essa foi immediata-mente preenchida pelo pensionista João do Palrocinio Corrêa Alves de Madureira Nobre, nomeado cm con-curso.

Livros, matriculas e objectos de estudo. — Esta verba íbi inferior á do anno passado em 52$975 reis apesar da imporlancia das matriculas 1er excedido 86$885 reis a d e s s e mesmo a n n o ; mas é que diminuiu a conta de livros e sobretudo a de objectos de estudo, pelo corte que a commissão resolveu fazer n'esta verba, que o legado não especifica e que estava dando logar a muitos abusos. E' como segue:

Matriculas 2253180 Livros 149,5870 Objectos de estudo . , 13$390

3901440 Despezas de administração. — Decompõe-se esta verba da seguinte forma :

Ordenado ao escripturario 3C03O0O

Um cofre 70.SOOO Esmola d'uma missa 3#CO0

Amiuncios, editaes o relatórios . . . . 23£0B0 Estampilhas para distribuição do relatórios 2£520 Despeza com recebimento de juros . . . UOGO

40;i£(H>0

Escola Medico­Cirurgica do Porto IgS

Laboratórios. — As dpspeaas do laboratório dá Es­

cola, desde 1 de julho a 17 de fevereiro de 1907, 1b­

ra m :

Ordenado âo servente ■ !u6i93(

Gratificação ao preparador

Í6&930 Resolvendo porém o Conselho Escolar réorgani­

sai­ este laboratório, sob a designação de Laboratório Nobre, começou a funccionar em 18 de fevereiro, fa­

zendo até 30 de junho a seguinte despeza:

Ordenado ao pessoal ú~ I'"Í\

Despeza de sustentação ^ 419M70

Theafro anatómico. ­ Está debitado pela importância da gratificação aos serventes, concedida já em annos anteriores.

Divida da Escola. ­ Conforme a proposta da commis­

são para applicação das sobras do legado, approvada pelo conselho, foi paga a diversos a quantia de reis l:69íi#360, importância de vários melhoramentos fei­

tos na Escola em beneficio do ensino.

Somma tudo 4:855$860 reis, que, deduzidos da totalidade da receita na importância de 9:067$894>

dá um saldo de 4:213$034 reis.

D'esté saldo temos a retirar 1:0008000 de fundo de reserva; 1:000^000 para despezas impostas pela carta de lei de 25 de julho de 1903­, restando, por consequência, a favor da Escola, para empregar em beneficio do ensino, a quantia de 1:612$034 reis.

iBfl Anno lectivo de 1906-1907

Para terminar propomos que o fundo de reserva seja empregado em inscripções de assentamento e que os seus juros-addicionados ás sobras não appli-cadas, vão augmentai- aquelle fundo, até completar um capital de 80 contos de reis, que lai era a impor-tância do legado, antes de desfalcado pela contribui-ção de registro.

Porto, 30 do junho de 1B07.

A commissito administrativa,

Roberto Bellarmino do Rosário Frias Maximiano Augusto d'Oliveira Lemos José Dias d'Almeida Junior.

Escola Medico­Cirurgica do Porto 1;>7

LEGADO ASSIS

Apresentamos a conta da receita e despeza d'esté Lesado, no anno de 1(J0<> a 1907 :

HECEITA Saldo do anno do

1603­1806 . • • J u r o s de 108:­"iC0^

nominaes de ins­

cri peões d'asscn­

tamento . Juros d'uma pro­

missória do lian­

co Alliançn, no valor de 6.800ZOOO J u r o s de dinheiro

á ordem no mes­

mo Itanco. .

6:029*628

2:278*300

18*6*368 i*7£0

8.4%*240

DESPEZA Pensões :

1 pensionista 12

mezea a 18*000 216*000 1 pensionista — 8

inezes e meio a

i&coo: . . 133*000 2 p e n s i o n i s t a s

(propinas) • . 38*400 Despezas de administração:

Serviço de escri­

pturaçâo. ­ . 30*000 Annuncios. editaes

e despezas com recebimento de

juros ■ • ■ 3*830 161*230 Saldo para 1907­1908;

Uma promissória a vencer em 31 de dezembro . Dinheiro á ordem Caixa . ■ • •

6.800*000 381*780 IMW-iíd:;

8.496*2«)

Setíundo o testamento, aos alumnos pensionaries deveria ser dada u,„a tnensalidade d, 186000 ­ s e mais 19$200 reis para propinas de abertura e encer­

ramento de matricula; e assim se lez ale se embro e 1892 Tendo porém, pela chamada lei de salvação pu­

blica, soffrido os juros das inscripçóes um nbatmien­

lo de 30 •/.. foi necessário, a partir d outubro, redu­

zir aquellas mensalidades a 12*600 e o subsidio para

188 Atino lectivo de 1906-1907

propinas a 13^440, medida que se prolongou alé ao anno de 1905 a 1906. Mas n'esta data reconheeeu-se que a capilalisacão dos saldos linha altingido nina totalidade, cujo rendimento era suílicienle para fazer lace a todos os encargos do legado; restabcleceu-se portanto a primitiva mensalidade e propinas, como se vê da conta corrente supra.

Por ter o alumno Antonio Casimiro Pereira de Carvalho, que deveria ir para o segundo anno, per?

dido o direito á pensão, teve este Legado apenas dons pensionistas, sendo um no terceiro anno e outro no primeiro. Este entrou em 15 d'outubro, recebendo por consequência apenas oito mezes c meio.

D'esta circunistancia e de não se lerem tornado elTectivas as pensões para estudo no estrangeiro, por difficuldndes que ainda estão pendentes, resultou a aççumulaçSò de saldos até á totalidade acima men-cionada.

E' nosso parecer que d'essa somma se poderia retirar a quantia precisa para comprar inscripeões de assentamento alé completar o capital nominal de 120 contos, sem prejuízo de todas as pensões a conceder e ainda com um saldo.

P o r t o , :<) de j u n h o do I!>!)7.

A commissSo administrativo,

Roberto Bèllarmino do Rosário Frias Maximiano Aiir/usio d!Oliveira Lemos José Dias d'Almeida Junior.

Escola Medico­Cirurgica do Porto 159

LEGADO MACEDO PINTO

Eis a conta corrente d'esté legado no anno de 1906­1907:

RECEITA

Saldo do anno de ICCS­1CC6 . Juros de 2:0C0£CC0

nominaes em ina­

cripçõos d'assen­

tamento • • • Juros d'iima pro­

missória do lian­

co Allinnçn no va­

lor de 262*345 rs.

345JÍ345

395/430

DE5PEZA

Saldo pnra o anno de 1S07­1C08 : D ma promissória

do Banco Allian­

Caixa ça

21 ­> ::'\>

ti3£GEÍ5

3051430 O saldo que constitue a primeira verba da receita resulta de prémios que não foram concedulos. No

<■ ,.«,­.f,>riilns dons nremios, nu nu­

anno anterior íornm conteiuios uuus Vi

porlancia de 84*000 reis, que ainda não loram recla­

mados, e que lerão de ser deduzidos da nnportancm

e m ' c o m o , em virtude de redução de juros das inseri­

s„ ,i„ 40(20(1() cm vez de tuMHH!

peões, os prémios sao de lifrUiiu, ein »»

reis que indica o testamento, poderia o saldo ser ca­

pilalisado em inscripções para augmentai­ a importân­

cia do premio e approximal­o da quantia que o testa­

dor designou.

Porto, 30 de junho de 1907.

A cfimmissão administrativa,

Roberto Bellarmino do Rosário Fria*

Maximiano Augusto d'OUveira Lemos José Dias d'Almeida Junior.

m)

Anno lectivo de 1906-1907

LEGADO BARÃO DE CASTELLO DE PAIVA

Conla corrente no anuo de 1900-1907:

RECEITA

Saldo de lílOo-tSOíj. 1481800 Juros do 1.00OÍ00O

noininaes de ins-eri pções

d'assen-tamento . . 2UCO0 Juros d'uma

pro-missória do Ban-co Alliançano

va-lor de 13&S000 rs. 3*980

Í73#450

DESPEZA

Premio conferido a uni alumno em seasSo do Conse-lho Escolar do 28-7-900 . . . Saldo para 1907-1908:

Uma promissória do Banco Allian-Caixa. . . . . ça

aiáooo

14*430

\rm:w

Os saldos rcsullam de prémios não distribuídos.

Quando o Conselho Escolar assim o entender, poderá distribuir dons prémios no mesmo anno, não lendo havido por falta de alumnos dislinclos distribuição de prémios no anno anterior. (Portaria de 3 -5-87).

Porto, 30 de Junho do 1907.

A commissão administrativa,

Roberto Rellarmino do Rosário Frias Maximiano Augusto a Oliveira Lemos José Dias d Almeida Junior.

Escola Medico­Cirurgica do Porto 161

PREMIO RODRIGUES PINTO

Conla corrente de lSMÍi­11)07:

RECEITA

Saldo do anno de i 1103­1()06 . . . Juros de 80QSUC0 rs.

de inscripçôes de assentamento.

Juros d'uma pro­

missória do Ban­

co Ai li anca no va­

lor de 331348 rs.

41£043

ioseoo

i)S3

38*600

DESPEZA

Premio conferido a um alumno em sessSo do Conse­

lho escolar de 31­

lâ­1907. . . • Saldo para 1 C07­11W:

Unia promissória do Banco AUianca . Caixa.■ . ■ ■ •

lliíOOO

331343

í'ó235

0 saldo iuscripto na receita resulta do recebimen­

to de 5 semestres, quando se tomou posse das inscri­

pçôes e de pequenas differences entre os juros e a importância dos prémios.

Porto, 30 de junho de ti07.

A commissao administrativa,

Maximiano A injusto d'Oliveira Lemos Roberto Bellarmino do Rosário Frias José Dias d'Almeida Junior.

i i

if)á Anno lectivo de 1906-1907

A commissão encarregada d'examinar as contas dos legados administrados por esta Escola, tem a honra de snbmetter ú apreciação do Conselho, o se-guinte

P A R E C E R

Tendo procedido ao exame da escripluração dos différentes legados, verificou a Commissão que todas as respectivas contas estavam documentadas em regra, e sem erro as verbas correspondentes. N'estas condi-ções, entende que as contas devem ser approvadas.

Concorda plenamente com as propostas apresen-tadas pela Commissão administrativa» no respectivo relatório, sendo de parecer que devem ser approva-das ; e propõe um voto de louvor á respectiva Com-missão pelo zelo e dedicação como geriu aquelles le-gados.

Antonio Placido da Cosia Carlos Alberto de Lima

Antonio Joaquim de Souza Junior.

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