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e Distribuição dos estudantes quanto ao uso dos conhecimentos matemáticos no

No documento JORGE LIMA - dissertação (páginas 124-128)

CAPÍTULO V: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.1 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS POR MEIO

5.1.1. e Distribuição dos estudantes quanto ao uso dos conhecimentos matemáticos no

CONHECIMENTOS TEÓRICOS DESTA DISCIPLINA

O caráter relacionado ao uso da Matemática do Ensino Médio nos diferentes contextos em ele que se faça necessário por parte do estudante, é que esta ciência deve ser vista pelo mesmo como um conjunto de estratégias e técnicas que poderão ser aplicadas tanto nas atividades profissionais quanto em outras áreas do conhecimento. Não se trata, por tanto, de possuir métodos sofisticados e diversos, mas sim desenvolver estratégias eficazes que possam ser adaptadas e utilizadas em diferentes contextos com segurança, clareza e objetividade (PCN’s do Ensino Médio, 1999).

Benn (1997) corrobora este ponto de vista descrito nos PCN’s, argumentando que os adultos necessitam de se apropriar do conhecimento matemático para outras finalidades que vão alem das habilidades de resolver seus problemas matemáticos, ou que sirvam para ganhar qualificações profissionais e destaque social. Para esta autora, os estudantes devem compreender essencialmente porque e como a Matemática é criada, aperfeiçoada, usada e mantida ao longo do tempo em nossa sociedade.

Quanto ao uso da matemática no cotidiano, porém, D’Ambrósio (2004) destaca que o trabalho diário e a convivência social humana, por mais simples que seja, está permeada de conhecimentos e saberes etnomatemáticos que são produzidos socialmente e transmitidos de geração em geração por meio de um processo histórico. Nesta perspectiva, cada nova forma de saber que se agrega a este processo histórico provoca uma nova mutação nos saberes que são historicamente construídos, entretanto a essência do conhecimento que está na origem e na finalidade de cada um destes conhecimentos precisa ser preservada. Dante (2005) acrescenta ainda que este é ponto de partida de uma abordagem científica, ou seja, esta abordagem começa com a apropriação da origem e da finalidade do conhecimento matemático a ser explorado.

Diante desta importante discussão, a tabela 15 traz a distribuição dos fatores relacionados ao uso da matemática no cotidiano identificados nos estudantes pesquisados, segundo a escola avaliada.

Tabela 5. Distribuição dos fatores relacionados ao uso da matemática no dia-dia do aluno, segundo a escola avaliada.

Fator avaliado Escola p-valor

A B

Q12 – No seu cotidiano (trabalho, esporte, lazer, etc.), você usa conhecimentos matemáticos?

Sim, sempre 4(16,7%) 11(40,8%)

0,194²

Sim, quase sempre 10(41,7%) 9(33,3%)

Sim, raramente 8(33,3%) 4(14,8%)

Não 2(8,3%) 3(11,1%)

Q13 – Os conhecimentos matemáticos utilizados no cotidiano se parecem com os que você estuda na escola nas aulas de matemática?

Sim, sempre 4(18,1%) 2(8,7%)

0,207²

Sim, quase sempre 10(45,5%) 8(34,8%)

Sim, raramente 8(36,4%) 9(39,1%)

Não 0(0,0%) 4(17,4%)

Q14 – Os conhecimentos matemáticos que você aprende na escola são úteis no seu dia-a-dia?

Sim, sempre 13(54,2%) 8(29,7%)

0,144²

Sim, quase sempre 8(33,3%) 9(33,3%)

Sim, raramente 3(12,5%) 7(25,9%)

Não 0(0,0%) 3(11,1%)

Q28 – Tem facilidade em compreender conhecimentos matemáticos utilizados no cotidiano?

Sim, sempre 10(41,7%) 6(22,2%)

0,528²

Sim, quase sempre 9(37,5%) 12(44,5%)

Sim, raramente 3(12,5%) 6(22,2%)

Não 2(8,3%) 3(11,1%)

¹p-valor do teste Qui-quadrado para homogeneidade (se p-valor < 0,05 a distribuição do fator avaliado difere entre as escolas avaliadas). ²p-valor do teste Exato de Fisher.

Verificamos, portanto, através desta, que a maioria dos estudantes da escola A afirmou que quase sempre utilizam os conhecimentos da matemática no seu cotidiano (41,7%). Na escola B a maioria dos alunos afirmou que usam sempre este conhecimento (40,8%). Mesmo havendo uma diferença percentual na frequência do uso da matemática no cotidiano dos alunos da escola A e escola B, o teste de homogeneidade não foi significativo (p-valor = 0,194), indicando que as frequências do uso dos conhecimentos matemáticos são idênticas entre alunos das escolas A e B. Este nível percepção por parte dos estudantes, apesar de representar um percentual um tanto quanto baixo para o que se espera de aproveitamento nesta disciplina, no nosso entendimento, já representa um importante avanço dado ao fato de que a matemática que se ensina nas escolas, atualmente, vem de um processo de redimensionamento que ainda é muito lento em relação à velocidade com que outras ciências e a própria tecnologia evolui.

Figura 15. Distribuição dos alunos segundo a frequência do uso dos conhecimentos matemáticos e a escola onde estuda.

A pesquisa nos conduz a entender também que os estudantes conseguem perceber estas semelhanças e diferenças quando fazem realmente uso do conhecimento matemático e estabelecem relações entre teoria e prática. Pois, quanto à semelhança entre os conhecimentos matemáticos adquiridos em sala e aula e os utilizados no cotidiano, 45,5% dos alunos da escola A afirmaram que quase sempre são iguais. Na escola B 39,1% dos alunos afirmaram que raramente as técnicas de matemática aprendidas em sala de aula são iguais às utilizadas no dia-a-dia. Mesmo sendo verificada uma diferença percentual nas opiniões dos alunos da escola A e escola B o teste de homogeneidade não foi significativo (p-valor = 0,207), indicando que a opinião é semelhante dos alunos das duas escolas acerca dos conhecimentos matemáticos aprendidos em sala de aula e os utilizados no cotidiano.

Figura 16. Distribuição dos alunos acerca da semelhança dos conhecimentos matemáticos do cotidiano e o que é aprendido em sala de aula, segundo a escola onde estuda.

Entretanto, se observarmos os percentuais representados no gráfico anterior (figura 16) poderemos notar que eles estão próximos dos destacados na figura 15, dando a entender que os dados apresentados não são meramente eventuais e reforçados ainda mais os argumentos apresentados no parágrafo anterior.

McLaren (2000) defende que uma boa experiência educacional deve centrar-se no propósito de transformar as instituições de ensino em ambientes onde os sejam instigados não apenas a lerem textos, mas também a entender contextos. Ao longo desta pesquisa vimos batendo nesta tecla por entendermos que este um dos grandes desafios de que ensina e uma necessidade de quem aprende. Isso constantemente faz parte do universo de que leciona matemática, principalmente no ensino médio.

Explorando esta capacidade de ler contextos, percebemos que acerca da utilidade dos conhecimentos adquiridos na aula de matemática, a maioria dos alunos da escola A afirmaram que sempre são úteis (54,2%) enquanto que no grupo de alunos da escola B a maioria afirmou que quase sempre são úteis (33,3%). O teste de homogeneidade não foi significativo para este fator avaliado (p-valor = 0,144), indicando que as opiniões dos estudantes das duas escolas são semelhantes em relação à utilidade dos conhecimentos matemáticos adquiridos em sala de aula.

Figura 17. Distribuição dos alunos acerca da utilidade dos conhecimentos matemáticos aprendidos em sala de aula, segundo a escola onde estuda.

Por outro lado, em relação à facilidade de compreensão dos conhecimentos matemáticos, 41,7% dos alunos da escola A disseram que sempre tem facilidade em entender a matemática utilizada no cotidiano. Na escola B, 44,5% dos alunos afirmaram que quase sempre têm facilidade em compreender os conhecimentos matemáticos utilizados no cotidiano. Mesmo sendo verificada uma variação nas opiniões dos alunos das duas escolas o

teste de homogeneidade não foi significativo (p-valor = 0,528), indicando que a facilidade de compreensão é semelhante entre os alunos da escola A e B.

Figura 18. Distribuição dos alunos acerca da facilidade de compreender conhecimentos matemáticos do cotidiano, segundo a escola onde estuda.

Estes fatos nos levam a crer que o nível de aprendizagem dos estudantes do ensino médio vem melhorando gradativamente nas duas escolas, apesar de o percentual de quem afirma ter certa facilidade em aprender matemática ainda estar um pouco abaixo dos 50% em ambas as escolas.

5.1.1.F AS FORMAS DE ABORDAGEM DE CONTEÚDOS ADOTADAS

No documento JORGE LIMA - dissertação (páginas 124-128)