• Nenhum resultado encontrado

aquisição e armazenamento de Medicamentos

5. Sistemas de Distribuição de Medicamentos, Dispositivos e outros

5.2 Distribuição Individual Diária em Dose Unitária

Este sistema de distribuição despontou como imperativo legal pelo Despacho Conjunto, de 30 de Dezembro de 1991, dos Gabinetes do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde por força da sua segurança, eficácia e modernização12. A Distribuição Individual Diária em Dose Unitária (DIDDU) carateriza-se, como o nome indica, pela dispensa de medicação ao doente individualmente, para 24 horas e em unidose (pronto a administrar e sem necessidade de manipulação pelo enfermeiro). Neste momento, impõe-se como o principal recurso pelo qual é realizada a distribuição de medicação a doentes em regime de internamento e tem como objetivos assegurar o aumento da segurança no CdM; um melhor conhecimento do perfil terapêutico dos doentes; a diminuição dos riscos de interações medicamentosas; uma maior racionalização da terapêutica; um menor dispêndio do tempo dos enfermeiros com os aspetos relacionados com a gestão dos medicamentos e, consequentemente, uma maior concentração nos cuidados aos doentes; a atribuição mais correta dos custos; e a redução do desperdício13.

Os medicamentos distribuídos por este sistema são, então, dispensados em doses unitárias, para um período de 24 horas. Com exceção, à Sexta-feira, é efetuada a dispensa por um período de 72 horas, e nos feriados, é efetuada a dispensa por um período de 48h, horas uma vez que os SF estão encerrados.

5.2.1 Identificação e Individualização de Medicamentos para Distribuição em Dose

Unitária

Cada medicamento, na sua forma unitária, deve possuir a DCI; dosagem; o nome da marca do laboratório; lote e PV. Caso tal não se verifique, é obrigatório proceder à

VI). Os SF do CHTMAD adotaram a boa prática de rotular individualmente os medicamentos cujos blisters particulares não apresentem as indicações acima descritas.

5.2.2 Validação e Monitorização da Prescrição Médica

“O ato farmacêutico engloba a interpretação e avaliação das prescrições médicas, com vista a otimizar os resultados da farmacotecnia, promover a sua efetividade e reduzir a ocorrência de

efeitos adversos.”

Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos

Após o médico fazer a prescrição online, o Farmacêutico tem de fazer a sua validação (incluindo quando há uma alteração e/ou atualização do perfil farmacoterapêutico do doente). Apesar do sistema informático reunir um conjunto importante de informações que auxiliam o farmacêutico, para proceder à validação, este deve auxiliar-se por várias ferramentas de modo a garantir a segurança e eficácia da terapêutica farmacológica14. No entanto, “cada caso é um caso” e, por isso, o Farmacêutico deve informar-se sobre as caraterísticas específicas do doente, como por exemplo a função renal e hepática essenciais para a eliminação do fármaco, e a tudo o que concerne ao medicamento desde a sua real necessidade à sua posologia. Caso surja alguma dúvida relativamente à prescrição ou perfil farmacoterapêutico do doente, o Farmacêutico deve contatar o médico a fim de ser esclarecido.

Qualquer prescrição médica deve apresentar a identificação do doente (nome, n.º do processo e serviço) e a designação do medicamento por DCI, FF, dose, frequência, via de administração e duração do tratamento. De forma a promover uma validação mais correta e segura, pode anexar dados individuais como a idade, peso e altura do doente, historial terapêutico e o respetivo diagnóstico.

No ato de validação, o Farmacêutico deve:

 Analisar se o perfil farmacoterapêutico se ajusta não só às manifestações clínicas do doente como também às próprias caraterísticas individuais do doente em causa;

 Analisar a concordância entre os medicamentos prescritos, a via de administração, a FF, a dose, a frequência, o horário e a quantidade a ser dispensada;

tratamento e a sua calendarização;

 Avaliar se existe medicação de administração em SOS, sendo que, neste caso, esta não deverá ser dispensada pela DIDDU exceto se a mesma não constar no Pyxis®;

 Verificar se o fármaco necessita de justificação clínica obrigatória. Se for este o caso, o fármaco só será dispensado após chegada aos SF da respetiva justificação devidamente preenchida;

 Verificar se se trata de um medicamento manipulado;  Verificar se existe alimentação parentérica individualizada;

 Verificar se existe alguma toma única com horário incompatível com as listagens.

5.2.3 Preparação da medicação em Unidose

Seguidamente, o Farmacêutico gera um mapa farmacoterapêutico do serviço validado e que vai ser distribuído informaticamente para um sistema automatizado: o Kardex® (ANEXO VII). A preparação da medicação em unidose é da responsabilidade do TDT e a sua dispensa do Farmacêutico ou do TDT.

O Kardex® faz a distribuição por medicamento. Contém um stock avançado de medicamentos e PF de maior consumo pelos diversos serviços. Neste, todos os medicamentos encontram-se já devidamente rotulados e/ou reembalados. Cada serviço clínico tem as suas malas subdivididas em gavetas individuais devida e previamente identificadas pelo TDT com etiquetas informáticas (nome e nº de processo do doente). Ao TDT cabe, depois, interpretar a informação do Kardex®, retirar a medicação deste e coloca-la na gaveta respetiva do doente. De seguida, adiciona-se às gavetas toda a medicação que faltou no Kardex®, isto é, surge um mapa de incidências que ilustra os fármacos que o TDT terá que dispensar. Posteriormente, acrescenta-se a restante medicação às gavetas, como PF de maiores dimensões (dimensão não é compatível com as gavetas), produtos relacionados com a alimentação e outros. Se o medicamento exigir condições de refrigeração, apenas é retirado do frigorífico no momento da entrega, com prévia identificação do doente e indicação de “Conservar no frigorífico 2-8ºC ”.Todos os dias, são retiradas listagens para que os níveis de stock do Kardex® sejam controlados. Sempre que se justifique, há reposição de medicação nos Kardex®. Quando se efetua a troca de malas, um TDT confere as devoluções de medicação não administrada ao doente. Depois de verificar

doente, no caso de existir uma prescrição ou revertência ao serviço na inexistência de indicação associada. A preparação da DIDDU segue um mapa organizado em função dos serviços, devendo até às 17h estar impressos os mapas da medicação atualizada e alterada para todos os serviços, sendo esta dispensada e colocada nos respetivos carros de medicação por um TDT. Esta preparação semi-automática permite rentabilizar melhor o tempo, controlar melhor os stocks e reduzir a probabilidade de erro.

5.3 Distribuição de medicamentos a doentes em Regime de Ambulatório