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DISTRIBUIÇÃO DOS SOLOS NA PAISAGEM

No documento Plano de Manejo do Parque Estadual do Lajeado (páginas 104-107)

BRASIL

4. ANÁLISE DO PARQUE ESTADUAL DO LAJEADO: CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL

4.1.4. Solos

4.1.5.2. DISTRIBUIÇÃO DOS SOLOS NA PAISAGEM

A superfície do PEL contém feições fisiográficas que se destacam pelas variações de altitude, posição e forma de relevo, e em estudos mais detalhados, pelas características ambientais, com variações significativas na geologia, vegetação, solo, flora e fauna.

a) Nível Superior

Na parte superior da serra, manifesta uma Superfície Estrutural Tabular do Planalto Residual do Tocantins, constituída por uma chapada de topos aplanados e/ou tabulares, com declives inferiores a 8%; um nível intermediário denominado de Frente de Cuesta, representado por uma vertente escarpada com declives no geral superiores a 20%, predominado declives superiores a 45% até verticais. Incluem-se, ainda, nesse nível, o piemonte ou sopé de serra, com declives de 8 a 20%, os vales, constituindo depressões interiores entre as encostas, no geral com declividades inferiores a 8%, as colinas, representadas por morros residuais ou testemunhos, e a Depressão do Tocantins, representada por uma superfície aplanada, situada entre o piemonte da serra do Lajeado e o rio Tocantins, realçada na calha norte do ribeirão Lajeado.

A parte superior da serra (chapada) possui altitudes variáveis de 500 a 630 m. Apresenta quatro níveis erosivos, refletidos em unidades de paisagens, com relevos ligeiramente diferenciados quanto à forma, variando do plano ao suave ondulado, mas com diferenças significativas quanto à formação dos solos ou do que restou dos solos, devido à atuação dos processos erosivos.

O nível erosivo 1 é o mais alto, encontrado em interflúvios largos, em relevo plano e em ausência de drenos naturais. Nesse ambiente, predominam solos profundos, representados por Latossolos Vermelho-Escuros distróficos A moderado, textura argilosa e muito argilosa.

Em subdominância, ocorrem Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos A moderado e proeminente e Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos endoconcrecionário A moderado e proeminente textura argilosa e muito argilosa. A vegetação é de savana arbórea aberta (cerrado) e savana arbórea densa ou savana florestada (cerradão).

O nível erosivo 2 situa-se numa posição ligeiramente inferior ao nível 1, quando este ainda está presente na toposseqüência. Não se verificam drenos naturais. O que se observa é a presença abundante de concreções ferruginosas no corpo do solo no geral, desde a superfície, em profundidades que raramente ultrapassam 30 cm. Assim, neste ambiente, predominam os solos concrecionários representados pelos Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos concrecionários e endoconcrecionários A moderado, textura argilosa, relevo

plano e suave ondulado. Em subdominância, verificam-se Solos Litólicos distróficos concrecionários A moderado, textura média, relevo suave ondulado. A vegetação é a de savana arbórea aberta (cerrado) e savana parque (campo cerrado).

No nível erosivo 3, ligeiramente inferior ao nível 2, não se verificam drenos naturais ou, quando presente algum entalhe no terreno, não há disponibilidade de água. São evidentes as perdas de solos pela ação dos processos erosivos, resultando numa unidade de paisagem constituída de solos rasos e com pouca terra na sua constituição granulométrica.

Nesse nível, dominam os Solos Litólicos distróficos concrecionários textura média, relevo suave ondulado e, em subdominância, os Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos concrecionários A moderados e proeminente textura argilosa, relevo plano a ondulado. A vegetação é de savana parque (campo cerrado) e savana arbórea aberta (cerrado).

O nível 4 é o nível mais baixo da chapada, praticamente em contato com a vertente escarpada.

Possui muitas nascentes, adquirindo um papel importante quanto à preservação dos recursos hídricos e da fauna. Nesse ambiente, estão estreitamente associados os Solos Litólicos distróficos concrecionários A moderado, textura média e afloramentos rochosos com cangas lateríticas, ou seja, sedimentos com altas concentrações de ferro, que sofreram a consolidação ao serem expostos aos agentes do intemperismo. A vegetação é a savana parque (campo cerrado) e savana arbórea aberta (cerrado), com florestas de galeria ou floresta aluvial ou veredas. No ambiente de floresta aluvial ou veredas, restrito às planícies aluviais e nascentes, predominam Solos Aluviais distróficos A moderados, textura indiscriminada e Gleissolos distróficos A moderado e proeminente textura indiscriminada, relevo plano.

b) Nível Intermediário

É representado por uma encosta com declives acentuados, no geral superiores a 20%.

Predominam declives superiores a 45% até verticais, correspondendo a vertente escarpada da formada por Frente de Cuesta do Planalto Residual do Tocantins na serra do Lajeado.

Inclui-se, ainda neste nível, o piemonte ou sopé de serra, com declives de 8 a 20%. Na parte com declives mais acentuados, predominam solos Litólicos Cascalhentos e afloramentos rochosos.

Em certos trechos, descendo da borda do nível superior, verifica-se uma encosta abrupta, com afloramentos rochosos de arenitos da Formação Pimenteiras encimando rochas do Complexo Granito Gnáissico - Suíte Lajeado. Esses arenitos encontram-se praticamente destituídos de vegetação, que passa gradualmente de vegetação campestre para cerrado, cerradão e floresta. Até transicionar para o vale (alcançar a Depressão Tocantins), ocorre uma faixa estreita, representada pelo piemonte, com relevo ondulado, suave ondulado e forte ondulado, com vegetação de floresta estacional semidecidual e cerradão, podendo ocorrer também cerrado, dependendo do material originário ou regime hídrico do solo. Nas proximidades de nascentes, há predominância de floresta estacional decidual. Verificam-se variações a curtas distâncias, de solos Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico, também rochosos cascalhentos A moderados, textura média, Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico também A chernozêmico moderadamente rochoso textura média/argilosa e afloramentos rochosos. Nas planícies aluviais e nascentes, verificam-se Solos Aluviais distróficos A moderado, textura indiscriminada e Gleissolos distróficos A moderado e proeminente textura indiscriminada, em relevo plano.

Os vales constituem depressões interiores entre as encostas, com altimetrias de 220 a 370 m.

Quando predomina o relevo plano e suave ondulado, ocorrem Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico também não cascalhento e cascalhento A moderado, textura média. Podzólico

Vermelho-Amarelo distrófico moderadamente rochoso cascalhento A moderado, textura média, Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico também moderadamente rochoso A chernozêmico textura média/argilosa. A vegetação é de cerrado e floresta estacional semidecidual.

Nessa paisagem de vale, é comum a ocorrência de planície aluvial e nascente, com Solos Aluviais distróficos A moderado, textura indiscriminada e Gleissolos distróficos A moderado e proeminente textura indiscriminada, vegetação de floresta aluvial, em relevo plano.

As colinas são representadas por morros residuais (testemunhos), ligeiramente afastados das encostas da serra, realçados devido à ação dos processos erosivos que atuaram na região. Em geral, apresentam altimetrias entre 400 e 500 m. Predominam os relevos forte ondulado e ondulado, verificando-se com variações a curtas distâncias, os Solos Litólicos distróficos cascalhentos e pedregosos textura média, Cambissolo distrófico também cascalhento textura média a média/argilosa, Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico também moderadamente rochoso textura média e média/argilosa, Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico também A chernozêmico moderadamente rochoso textura média/argilosa e afloramentos rochosos. A vegetação é de floresta estacional semidecidual e cerradão.

Nessa unidade, é comum a presença de planície aluvial e de nascente, com Solos Aluviais distróficos, textura indiscriminada e Gleissolos distróficos A moderado, e proeminente textura indiscriminada, em relevo plano.

c) Depressão do Tocantins

Representada por uma extensa superfície aplanada, situada entre o piemonte da serra do Lajeado e o rio Tocantins, com altimetrias geralmente entre 100 e 300 m. Praticamente não ocorre dentro da área do PEL, exceto na calha norte do ribeirão Lajeado.

Próxima à borda do piemonte, ocorre uma superfície de relevo suave ondulado com Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico, também cascalhento, textura média, Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico também moderadamente rochoso, cascalhento textura média.

A vegetação é de savana arbórea aberta (cerrado) e savana arbórea densa ou savana florestada (cerradão).

Logo após esta faixa, verificam-se variações na forma de relevo e ocorrências de solos à medida que se caminha em direção ao rio Tocantins.

Quando ocorrem extensos interflúvios com relevo plano e suave ondulado, predominam os solos Latossolo Vermelho-Escuro distrófico A moderado, textura argilosa, Latossolo Vermelho-Escuro distrófico concrecionário e endoconcrecionário A moderado, textura argilosa e Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico concrecionário A moderado, textura argilosa. A vegetação neste domínio é de savana arbórea aberta (cerrado).

Quando o relevo se torna suave ondulado a ondulado, há um adensamento na rede de drenagem e passam a ocorrer os solos Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico também A moderado cascalhento textura média, Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico também concrecionário A moderado textura média e Cambissolo distrófico também concrecionário A moderado textura média. A vegetação é de savana arbórea aberta (cerrado).

Ainda nesta paisagem da Depressão do Tocantins, é comum a ocorrência de planície aluvial e nascente, com Solos Aluviais distróficos A moderado textura indiscriminada e Gleissolos distróficos A moderado e proeminente textura indiscriminada. A vegetação é de floresta aluvial ou floresta de galeria, em relevo plano.

No documento Plano de Manejo do Parque Estadual do Lajeado (páginas 104-107)