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UNIDADE 4 – E A HISTÓRIA CONTINUA Projetos de cursos de graduação em

4.4 Do curso de História Natural e de Ciências Naturais a extinção da UDF

Com relação ao curso, destaca-se que o Decreto n.5.513/1935 (BRASIL, 1935), ao que tudo indica previa duas ofertas, um curso intitulado Sciencias Biologicas e outro para habilitação ao magistério secundário (Art. 10). Realça-se que esta hipótese ancora-se também na análise da Instrução n. 21 (1938, p.5) e da Instrução n.390 (1935, p.5), que ao tratarem sobre os conteúdos exigidos para a prova de ingresso na instituição (concurso de habilitação), sinalizaram dois cursos: para ingresso no curso de Ciências Naturais seria cobrado Física, Química geral e inorgânica, Química orgânica, e História Natural; e para o curso de professor de História Natural o ingresso teria exames de Física, Química Orgânica e Química Inorgânica; e História Natural (Zoologia, Botânica, Mineralogia e Geologia).

No entanto, parece que o primeiro não saiu do papel, pois não encontramos indícios a seu respeito. Além disso, ao analisar as Instruções, posteriores ao referido Decreto, só há menção de funcionamento do “curso de formação de professor secundário em História Natural”. Levanta-se a possibilidade de, talvez, esses cursos terem sido ofertados como apenas um. De todo modo, salienta-se que as análises subsequentes serão realizadas com as matrizes que se referem ao curso de formação de professor secundário, já que foi este o desenvolvido ao longo das instruções que regularam a UDF.

De acordo com a Instrução de nº 1, de 12 de junho de 1935 seria composto da seguinte forma:

Art. 13º O programa para a formação do professor secundário compreende cursos de fundamentos, de conteúdo e de integração profissional, ministrados nas diversas escolas ou no instituto da universidade, simultâneas ou sucessivamente.

Art. 14º Os cursos de fundamentos compreendem matérias de cultura geral indispensáveis ao professor, biologia e sociologia educacionais e belas-artes. Art. 15º Os cursos de conteúdo compreendem as matérias específicas a cujo ensino se destina o professor, ministradas do ponto de vista de cultura especializada e de seleção de material para o ensino no nível secundário.

Art. 16º Os cursos de integração profissional compreendem os estudos de educação, psicologia educacional, medidas educativas, organização e programa da escola secundária, filosofia da educação e prática do ensino secundário.

Essa organização provém da organização dada aos cursos do Instituto de Educação, desde 1932. Assim, o candidato que pretendesse ingressar no curso de formação de professor secundário

90 Ao invés de estabelecer um regulamento após a lei de criação da UDF, a instituição lançou diversas instruções

da UDF deveria ter o curso secundário fundamental, prestar o exame vestibular, ser aprovado, e, por fim, escolher um dos cursos de conteúdo de cada Escola.

Na Escola de Ciências, os cursos de conteúdos oferecidos eram o curso de professor de Matemática, o curso de professor de Física, o curso de professor de Química e o curso de professor de História Natural. Mas a responsabilidade de formar os professores secundários na Escola de Ciências articulava-se com a Escola de Educação.

Na Instrução nº 2, de 12 de junho de 1935 exprime que a Escola de Ciências, atendendo a legislação da época (mas não informa qual), seria composta pelas seções de Ciências Matemáticas, Ciências Físicas e Ciências Naturais. Para atender à referida Escola foram criadas cinco Cadeiras para o ensino das disciplinas de conteúdo, sendo:

a. Matemática (geometria analítica, análise matemática, mecânica); b. Física; Química-Física;

c. Química geral, inorgânica e orgânica; d. Biologia geral e Zoologia;

e. Botânica;

f. Mineralogia e geologia.

É importante também frisar que o Artigo 25º da Instrução n.1 (DISTRITO FEDERAL, 1935a), assegurava que o candidato ao professorado secundário de ciências, de acordo com a especialidade escolhida, habilitava-se, pela Escola de Ciências, em um dos seguintes cursos de conteúdo:

1. Curso de professor de matemática: matemática, física, química-física (predominância de matemática).

2. Curso de professor de física: matemática, física, química-física (predominância de física).

3. Curso de professor de química: matemática (programa menor que o dos

candidatos ao professorado de física e matemática); física (capítulos); química geral, inorgânica e orgânica; química-física.

4. Curso de professor de história natural: para todos os candidatos: matemática (programa igual ao dos candidatos ao professorado de química); cursos gerais de mineralogia e geologia, biologia geral e zoologia, botânica. Em seguimento: para o candidato com preferência para o estudo de mineralogia e geologia, e física

(capítulos); para o candidato com preferência para o estudo de zoologia ou botânica, curso especial de zoologia ou botânica, e química (capítulos).

Assim, para quem seguia o curso de formação de professores para o ensino secundário de História Natural, de modo geral, os cursos de relevância eram Matemática, Mineralogia e Geologia, Biologia Geral e Zoologia, Botânica.

Seguindo esta lógica, a Instrução n.3, de 1935, a Instrução n.18, de 1937 e a Instrução n.16, de 1936, foram responsáveis por estabelecer as matrizes curriculares dos cursos. Segundo estas Instruções, as disciplinas de História Natural, entre 1935 e 1937, foram organizadas assim:

INSTRUÇÃO N.3 (1935c) INSTRUÇÃO N.16 (1936b) e N.18 (1937) 1º ANO

(total de 17 horas semanais)

1º ANO

(total de 16,5 ou 18,5 horas semanais)

1. Curso de conteúdo (12 horas)

a) Cursos gerais de Zoologia, Botânica, Mineralogia e Geologia – 9 horas

b) Matemática – 3 horas

2. Cursos de fundamentos (5 horas) a) Inglês ou Alemão – 3 horas (facultativo) b) Desenho – 2 horas

1. Curso de conteúdo (12 horas) a) Zoologia – 4 horas

b) Botânica – 4 horas

c) Mineralogia e Geologia – 4 horas 2. Cursos de fundamentos (6,5 horas) a) Matemática – 3 horas

b) Desenho – 1,5 horas

a) Inglês ou Alemão – 2 horas (facultativo)

2º ANO

(total de 18 horas semanais no 1º período e 15 horas semanais no 2º período)

2º ANO

(total de 15 horas semanais)

1. Curso de conteúdo (12 horas)

a) Cursos gerais de Zoologia, Botânica, Mineralogia e Geologia

b) Matemática – 1º período

c) Capítulos de Física (candidato com preferência ao estudo de Mineralogia e Geologia, no 2º período) d) Capítulos de Química (candidato com preferência ao estudo de Zoologia ou Botânica, no 2º período) 2. Cursos de fundamentos (6 horas no 1º período e 3 horas no 2º período)

a) Biologia Educacional (1º período) b) Sociologia Educacional (2º período) c) Filosofia (1º período)

1. Curso de conteúdo (12 horas) a) Zoologia – 4 horas

b) Botânica – 4 horas

c) Mineralogia e Geologia – 4 horas 2. Cursos de fundamentos (3 horas) a) Matemática – 3 horas

3º ANO

(Total de 14 horas no 1º período e de 6 no 2º período, excluída prática de ensino)

3º ANO

(Total de 14 horas semanais no 1º período e 5 horas semanais no 2º período)

1. Curso de conteúdo (apenas no 1º período - 8 horas)

a) Biologia Geral

b) Zoologia ou Botânica (complementos) - para quem preferisse o estudo desses ramos

c) Mineralogia ou Geologia (complementos) – para quem preferisse o estudo desses ramos

d) Filosofia das Ciências e História das Ciências Naturais

Curso de integração profissional: (6 horas semanais, excluída a prática de ensino)

a) Introdução ao ensino (1º período) b) Filosofia da Educação (2º período) c) Psicologia do Adolescente (1º período) d) Medidas Educacionais (2º período)

e) Organização e programas de ensino secundário f) Prática de ensino.

1. Curso de conteúdo

a) Anatomia e Fisiologia Humana – 4 horas (2 períodos)

b) Zoologia e Biologia Geral – 4 horas (1º período)

c) Botânica – 4 horas (1º período)

d) Mineralogia e Geologia – 2 horas (1º período) e) História das Ciências Naturais e Filosofia das Ciências (1 hora) – 2º período

Curso de integração profissional (6 horas semanais, excluída a prática de ensino) a) Introdução ao ensino;

b) Filosofia da educação; c) Psicologia do adolescente;

d) Medidas organizacionais, organização e programas do ensino secundário;

Filosofia das ciências; e) Prática de ensino.

Nestes dispositivos é possível constatar que o curso desde a sua criação coadunou disciplinas de cunho biológico. Diferentemente da USP, na proposta da UDF a presença de Física e de Química é sutil, porque só aparece como capítulos para quem cursasse determinados ramos da Biologia no 2º ano de 1935 (Física associada a Mineralogia e Geologia, e Química associada a Zoologia e Botânica). Todavia, assimila-se a USP, no que concerne ao caráter de complementação, dado que até mesmo a Matemática ofertada, em 1935, como curso de conteúdo passa a curso de fundamentos em 1937.

Com as breves mudanças entre 1935 e 1937, o curso de História Natural da UDF tendeu a ficar ainda mais biológico, pois houve um aumento da carga horária das disciplinas de Zoologia, Botânica, e Mineralogia e Geologia em todos os anos, e a retirada dos complementos de Física e Química do curso de conteúdos.

No âmbito do caráter biológico que caracterizou o curso, destaca-se a predominância dos ramos de Zoologia, Botânica, e Mineralogia e Geologia, a presença limitada de Biologia Geral associada a Zoologia no terceiro ano, e de Anatomia e Fisiologia Humana como disciplina neste último ano, com carga horária equiparada a Zoologia e a Botânica.

No relato sobre a UDF de Santos (1945, p.6), observa-se que, de fato, o grosso do curso eram as primeiras disciplinas, que ele se dedica mais a falar sobre como os professores deram aula. As demais, ele resume em uma lista “Tivemos ainda vários cursos: anatomia humana e comparada, embriologia e fisiologia; complementos de matemática, desenho e história da filosofia, o curso de pedagogia etc...”. Realça-se também que, enquanto na USP, Biologia Geral desde a criação do curso de Ciências Naturais correspondeu a uma cátedra diferente da cátedra de Zoologia, no caso da UDF elas foram organizadas apresentando correspondências.

Essa composição do curso em que se prioriza a Zoologia, a Botânica, e a Mineralogia e Geologia, e se inserem alguns elementos de Biologia Geral vai ao encontro da proposta configurada no Colégio Pedro II, onde:

A História Natural passou por muitos rearranjos neste período [1888-1934] de muitas reformas, no que diz respeito à sua distribuição nas séries e tempo de aulas semanais, mas manteve-se estável em relação aos ramos do conhecimento e seus programas, que incluíram conteúdos de Botânica, Zoologia, Mineralogia e Geologia. A disciplina com a denominação Biologia só surgiu novamente no Colégio Pedro II na década de 1940, porém alguns conteúdos de ensino constantes nos programas de História Natural para os anos de 1912 a 1930 podem ser relacionados ao ramo da Biologia Geral. (SANTOS, 2013a, p.46).

Mas parece se afinar mais com o progresso das grades curriculares do Instituto de Educação do Distrito Federal (Escola Normal), que entre 1909 e 1934, na distribuição dos conteúdos da disciplina História Natural (especialmente do 3º e 4º anos), além de contar com Zoologia, Botânica, Mineralogia e Geologia, ganhou elementos de Anatomia e Fisiologia Humana, e, por vezes, contou com a presença de conteúdos de Biologia Geral inseridos em outros ramos (SANTOS, 2013a).

Independente de qual filiação teve as matrizes curriculares do curso de História Natural, essas pistas clarificam que pela composição de suas disciplinas procurou-se atender as necessidades escolares, tal como previsto por Anísio Teixeira, uma verdadeira escola de formação de professores.

A manutenção das disciplinas de línguas do curso de fundamentos ainda fornece um indicativo de que diferente de outros cursos como, por exemplo, o de História da UDF que contou com o ensino de Francês decorrente das diversas sugestões da missão universitária francesa, esta última, embora tenha marcado os itinerários das ciências humanas, não teve grande influencia no caso do curso de História Natural (FERREIRA, 2007).

Essa perspectiva ganha força com a estruturação da UDF. Conta-nos Schwartzman (2001) que por não existirem instalações na nova Universidade que se constituía para os laboratórios e experimentos de pesquisa, os alunos visitavam e pesquisavam em várias instituições brasileiras e tinham contato com intelectuais brasileiros e europeus de outros países. Foi o que ocorreu nos cursos científicos, onde os alunos, por exemplo, frequentavam as aulas de Victor Leinz, geólogo alemão, no Departamento Nacional de Produção Mineral, os laboratórios de Lauro Travassos, no Instituto Manguinhos, e tinham aulas com o alemão Viktor Gross, no Instituto Nacional de Tecnologia. Era a integração pretendida entre a intelectualidade, através da Universidade do Distrito Federal, conforme a proposta de Anísio Teixeira.

No entanto, não se pode afirmar categoricamente que a missão francesa não teve algum papel no desenrolar do curso, já que o que os alunos observavam pragmaticamente nos laboratórios destes espaços, era lido e compartilhado nos livros da biblioteca universitária composta por autores franceses. Além disso, Frota-Pessoa91 menciona que:

Anísio Teixeira mandou buscar, por exemplo, vários franceses para áreas em que não havia especialista no Brasil. Por exemplo, filosofia. Tivemos aula com o pessoal da Sorbonne que veio contratado por um ano para dar o curso. Foi uma maravilha. E em nossa vivência de estudante haurimos dos professores suas qualidades, por isso todos nós saímos com vocação didática.

91

Entrevista “A prosa viva de um senhor cientista”, realizada com o professor Oswaldo Frota Pessoa por Mariluce Moura para revista de Pesquisa da FAPESP, edição 114, agosto/2005. Disponível em: <

Ou seja, percebe-se que houve contato entre os alunos e os professores franceses pelos cursos de fundamentos e de integração profissional, e que estes tiveram uma parcela de responsabilidade na formação didática dos alunos.

A respeito da formação nos cursos de fundamentos, o quadro 12 ainda permite constatar que a primeira grade curricular (1936) previa a incorporação das disciplinas pedagógicas no segundo ano de curso. Embora, em 18 de agosto de 1936, Afonso Pena Junior, por meio da Instrução nº 14, ainda tenha acrescentado a disciplina de História da Filosofia, com carga horária de 3 horas, como curso de fundamento a ser ofertado no 2º ano da formação de professor de Matemática, Física, Química e História Natural, a tendência pedagógica foi reduzida no curso em termos de espaço na carga horária. A Instrução nº 18 de 1937 demonstra que dentre as modificações ocorreu a supressão de disciplinas pedagógicas do curso de fundamentos (Biologia Educacional, Sociologia Educacional e Filosofia) no 2º ano. Contudo, isso não representou um apagamento das questões didáticas, pois o curso de fundamentos ainda contou com seis horas semanais de disciplinas, além da prática de ensino.

É certo que a proposição de disciplinas pedagógicas alternadas ao longo do curso, articulam-se com o pensamento de Anísio sobre formação de professores, que já provinha as reformas que promoveu em 1920 e no Instituto de Educação do Distrito Federal antes da criação da UDF. Segundo Mendonça (2002), para Anísio, a formação do professor deveria ter solida base científica, não se restringindo a preparação didático-metodológica. Para ele:

[...] as bases científicas do trabalho docente compreenderiam fundamentalmente as ciências humanas e sociais aplicadas à educação – biologia, psicologia, sociologia, história, estatística e administração -, assim como a filosofia, que teria um papel absolutamente central, porque integrador, na prática do professor e consequentemente uma posição privilegiada em seu processo de formação. (MENDONÇA, 2002, p.92-93).

No entanto, na visão do professor Herman Lent da cadeira de Biologia Geral e Zoologia do curso de História Natural, no caso da Escola de Ciências, embora esta se dissesse formadora de professores para o secundário, seus professores davam maior ênfase à pesquisa (LENT, 1977).

O professor de Mineralogia e Geologia do curso, Victor Leinz, também sugere que no inicio do curso a pesquisa reinou na concepção dos professores. Ele aponta como fator relevante para o desenvolvimento desta, a presença de dois assistentes em cada cadeira. Segundo ele, isso contribuiu para que, na Geologia, se começasse logo a fazer pesquisa, uma sobre o método utilizado por essa ciência, outra sobre paleontologia. Mas, com a Lei de Desacumulação de Cargos, em 1937 (BRASIL, 1937c), os assistentes passaram a ser, em geral, recém-formados, o

que resultou "em grande vantagem para eles e não grande vantagem para o ensino" (LEINZ, 1977, p.31).

No que se refere ao corpo docente das referidas cadeiras biológicas do curso de História Natural, os primeiros professores foram os seguintes:

ÁREAS PROFESSORES FORMAÇÃO E ATIVIDADES

Mineralogia e Geologia

Djalma Guimarães

Catedrático. Veio de Minas Gerais para estudar no Colégio Pedro II. Formou-se engenheiro de minas e civil na Escola de Minas em Ouro Preto (1913-1919). Trabalhou como engenheiro-chefe na Estrada de Ferro de Teresópolis (RJ). Tornou-se, em 1921, auxiliar de químico do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil. Por concurso público, é admitido como petrógrafo no Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (1923-1931), onde vira chefe em 1933. Organizou o Serviço Geológico do Estado de Minas Gerais (denominado posteriormente Serviço da Produção Mineral). Por contrato de prestação de trabalho é convidado para organizar o setor de Geologia da UDF. Foi membro da ABC

Victor Leinz

Assistente. Cursou Geologia e Doutorado de Petrografia e Geologia na Universidade de Heidelberg (Alemanha). Foi contratado como assistente na Universidade de Rostock (Alemanha). À convite do Departamento Nacional de Produção Mineral veio ao Brasil. Assumiu o cargo de professor dede Mineralogia e Geologia da UDF. No período de 1939 a 1945, designado pelo governo federal, exerceu suas atividades no Rio Grande do Sul, dedicando-se especialmente à geologia econômica e as pesquisas geológicas de âmbito estratigráfico. Membro da ABC.

Elisiario Távora

Filho Assistente. Emanoel Azevedo

Martins Não obtive informações Ulysses José

Lopes Não obtive informações

Botânica

Alberto José de Sampaio

Catedrático. Foi assistente de Botânica (1905), e depois chefe da divisão de Botânica do Museu Nacional (1912). Formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Especializou-se em Homeopatia pela Escola de Medicina e Cirurgia do Instituto Hahnemanniano (raiz da atual Escola de Medicina e Cirurgia da UNIRIO). Participou das expedições de Marechal Rondon (1916 e 1928). Publicava regularmente em diversas revistas de destaque, como a Revista Brasileira de Geografia, a Revista Nacional de Educação, o Boletim do Museu Nacional e os Archivos do Museu Nacional. Teve papel de destaque na concepção da legislação de proteção dos recursos naturais emitida a partir de 1934. Ao lado do zoólogo Cândido Firmino de Mello Leitão (1886-1948), do escritor e desenhista Armando Magalhães Corrêa (1889-1944), do naturalista e taxonomista Frederico Carlos Hoehne (1882- 1959) e do zoólogo e professor Hermann von Lhering (1850-1930), entre outros, defendeu a formulação de um pensamento focalizado na proteção à natureza durante a década de 1930. Foi convidado para estruturar a seção de Botânica da UDF (1935-1917), onde se responsabilizou pelos conteúdos de Botânica Geral e Sistemática. A partir de 1938, tornou-se naturalista do Museu Nacional. Foi membro, secretario e vice-presidente da ABC.

Carlos Vianna

ÁREAS PROFESSORES FORMAÇÃO E ATIVIDADES

Karl Arens

Provém do Instituto de Botânica da Universidade de Colônia (Alemanha). Foi assistente científico (1936-1938), de Felix Rawitscher na USP, sendo sua especialidade a Fisiologia Vegetal. Em 1938, transferiu-se para a UDF.

Biologia Geral e Zoologia

Lauro Travassos

Nascido em Angra dos Reis (RJ), cursou Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1907-1912). Ainda como aluno do curso de Medicina Experimental e Parasitologia insere-se no Instituto Manguinhos (1911), e posteriormente, por meio de Oswaldo Cruz, torna-se assistente na instituição (1912). Nesse período, inicia os estudos de Helminthologia, que lhe permite publicar inúmeros trabalhos de pesquisa. Dirigiu o Posto de Experimentação do Serviço de Saneamento do Estado do Rio em Angra dos Reis. Em 1926, virou professor contratado da Cátedra de Parasitologia da Faculdade de Medicina de São Paulo. Onde produziu a revista Boletim Biológico, de divulgação científica. Em 1929, deu curso de dez meses no Instituto Tropical de Hamburgo. Professor da cadeira de zoologia médica e parasitologia da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (1934). Membro da ABC.

Herman Lent

Assistente. Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde se formou em Ciências e Letras em 1928. Formado em Medicina pela Faculdade de Medicina do RJ (1929-1932), cursou simultaneamente, o curso de aplicaçã do Instituto Manguinhos (1931-1932). No terceiro ano do curso, começou a se interessar pelas aulas de parasitologia dadas por A. Azeredo Pacheco Leão, ex-diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Foi por referência de Pacheco Leão que se dirigiu diretamente ao Instituto Manguinhos. Após, foi contratado como assistente de Lauro Travassos com quem produziu pesquisas sobre Entomologia e Helmintologia. Lecionou no Colégio Pedro II e na Escola de Medicina e Cirurgia.

João Moojen de

Oliveira Titular da Cadeira de Biologia (1938) Ennio Velozo de

Faria Assistente da Cadeira de Biologia (1938) José Antunes Assistente da Cadeira de Biologia (1938)

Quadro 13: Primeiros professores do curso da UDF. Fonte: Dados da pesquisa.

A relação de professores vai ao encontro dos artigos 13 e 14 do decreto de criação da UDF, os quais citavam que os docentes seriam constituídos por professores e assistentes que seriam