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Documentação pedagógica do Projeto "Misão 007 Colorir VV"

No documento Espaço(s) da educação: relatório final (páginas 169-176)

CAPÍTULO V – EXPERIÊNCIAS-CHAVE EM 1.º CICLO DO ENSINO BÁSICO

Apêndice 8: Documentação pedagógica do Projeto "Misão 007 Colorir VV"

maquilhagem surgiu o projeto das “Pinturas”, que se aliou aos dois projetos já existentes, das sombras e natureza. E como por vezes escolher um só projeto se torna difícil, fomos desafiadas pelos nossos meninos, em tempo recorde, a “pintar a natureza” (L.M.) e a colorir todas as sombras de ---, para que esta não ficasse, nos dias de Inverno, “tão escura e feia.” (L.T.)

Começámos por perceber que atividades podíamos todos fazer. L.R.: “Gostava de pintar a cara dos meninos.”

L.M.: “A minha mãe pode vir cá pintar a cara dos meninos.” D.N.: “Ela faz pinturas na cara toda.”

L.M.: “Ela (mãe) tem uma revista e nós procuramos para pintar as caras ou pedimos para ela fazer aqui uma coisa, um gato ou assim e ela faz.”

J.C.: “Sim, pinturas faciais.”

J.R.: “Até podemos fazer com as pinturas uma árvore.”

S.B.: “E podemos pintar as costas e também o pé e a perna.”

M.F.: “E o cabelo.”

L.R.: “Eu pesquisei no computador e há pessoas que andam todas nuas e pintam o corpo todo.”

J.R.: “Fazemos uma árvore com pinturas e depois noutro dia fazemos as caras.”

L.R.: “Eu posso fazer uma flor, ponho aqui verde (folha de papel) e faço assim uma flor.”

J.S.: “Também dá para pintar uma saia na árvore. E depois um soutien, e depois um umbigo. Aquela. Pegávamos nas pinturas e pintávamos de outra maneira.”

J.R.: “Já trouxe as pinturas para pintar a árvore.” J.S.: “Sim, vamos pintar aquela árvore. Vamos vesti-la coitadinha, deve estar cheia de frio.”

J.C.: “Podemos pintar as folhas para as perucas e saias.”

L.R.: “Nós podíamos fazer assim coisinhas para elas não terem frio.” M.S.: “Podíamos fazer desenhos do inverno nas árvores.”

L.T.: “Podemos pintar com giz.”

L.R.: “Pois é, nós podemos ir lá para fora e pintávamos os troncos das árvores no chão com giz.”

J.S.: “Pode-se juntar as pinturas com as sombras.” L.R.: “E podem pintar sombras.”

J.S.: “Faz-se uma sombra e depois a sombra bate no papel e depois nós fazemos o desenho.”

L.R.: “E fazemos a imagem de algum animal ou assim.” L.M.: “Pintámos as sombras de preto.”

D.N.: “De amarelo, de cor-de-rosa, de outras cores.”

L.M.: “Nas sombras podia haver animais, pessoas, árvores, porque são coisas da natureza.”

S.B.: “Podíamos trazer uma árvore.”

J.R.: “Podemos fazer plantas com as pinturas.”

L.M.: “E pode-se pintar a natureza.”

Depois de tantas ideias, construímos um “mapa de ideias” (J.S.) e decidimos o que fazer, mas já depois do nosso mapa pronto, outra ideia surgiu e era mais uma que não podíamos deixar escapar.

L.R.: “Já sei, vamos colorir ---.”

M.F.: “Podemos pintar com canetas de pintar no ar.”

“E o que é que podemos pintar?”

M.F.: “Casas velhas.” L.T: “A capela.”

L.R: “Pintámos casas velhas para Vila Verde não ficar tão escura e feia. Podemos pintar uma coisa na Associação, eu peço ao meu tio.”

L.T:“A casinha do leite.” J.S.: “As ruas.”

M.F.: “Temos de pedir autorização às senhoras.” J.R.:“Podemos pintar árvores e flores.”

D.N.: “Temos de saber o que é que vamos pintar.”

J.S.: “Temos que planear aquilo que vamos pintar. Podemos fazer um mapa de ideias, uma chuva. É uma sugestão, um conselho.”

E assim começou a nossa “missão 007: Colorir ---” (Júlia). J.S.: “Eu escrevi assim: missão 007: Colorir ---.”

L.M.: “Tem onze ideias.”

J.S.: “Estas são as pinturas que podíamos fazer nas paredes das casas velhas, na casinha do leite e noutros sítios que escolhemos.”

L.R.: “Eu fiz uma pintura malcheirosa porque a vaca cheira mal.”

J.S.: “Eu fiz pinturas enganadoras, porque eles vão pensar que está ali madeira e não está.”

L.T.: “Eu fiz um mar apetitoso.”

E esta pintura de quem é? Então esta pintura não é cheirosa, com tantas flores?”

S.B.: “Não, são ervas daninhas.” J.S.: “Pinturas delicadas.” L.R.: “O que é isso?”

L.T.: “Eu fiz a minha sombra muito delicada.” J.S.: “Pinturas secretas.”

L.M.: “Eu fiz, mas não se vê.”

“E qual será a história que nos contam estas pinturas?”

L.T.: “Há um ano atrás...”

L.M.: “Nós devíamos era ter prestado atenção quando a senhora disse quando é que a outra senhora da casa morreu.”

J.S.: “Há cinco anos atrás...”

“O que é que aconteceu?”

L.T.: “A árvore vestiu-se e foi passear.”

J.S.: “Há cinco anos atrás havia um mar (aponta para o desenho que tem uma cascata) que tinha vida e como não sabia por onde ir e então foi dar um passeio.”

L.R.: “Há cinco anos atrás uma vaquinha deu à luz.”

“E de onde é que vem essa vaquinha Laura R.?”

L.R.: “Vem dali (aponta para o seu desenho).”

“E de onde vem o mar Júlia?”

J.S.: “Vem da cascata.”

“E de onde vem a tua árvore?”

L.T.: “Dali (aponta para o desenho).”

“Então e como é que fazemos?”

J.S.: “Podemos utilizar todos.”

“Então como é que começamos. Há cinco anos atrás...”

A HISTÓRIA DA VACA SEREIA

Há cinco anos atrás uma vaquinha deu à luz um vitelo que nasceu no mar. Ele tinha guelras, duas patas e uma cauda de sereia. Era uma vaca sereia, tinha os olhos de lado para ver melhor. Certo dia, a vaca sereia encontrou uma árvore que dormia descansadinha ao sol, mas de repente o sol desapareceu e um grande pesadelo começou...

As duas amigas corriam os campos dos céus de ---, quando a vaca sereia se apercebeu que não tinha asas. Comeu uma pastilha de ar e transformou-se num balão. Passou uma abelha que sem querer furou o balão e a vaca sereia caiu no colo do boi Sidónio.

E claro, ilustramos a nossa história, primeiro com lápis e papel e depois com uma técnica de outro planeta: light painting.

E finalmente, depois de muitos dias de chuva, conseguimos trazer a nossa história para a rua e com ela colorir todas as casas velhas de ---.

No entanto, apercebemo-nos de que todas as pinturas feitas tornaram-se um grande mistério para “as gentes de ---” (J.R.) e achamos que a nossa história deveria ser divulgada.

L.M.: “Pintávamos mais coisas.”

J.S.: “Dávamos dinheiro a um palhaço para contar a história com gestos e sombras e contar palhaçadas.”

J.R.: “Podemos fazer uma história e ir contar à gente toda de ---.”

J.S.: “Podemos ir numa camioneta e dizer com um holofote (altifalante): estas pinturas são da história da vaca sereia.”

E por isso é que hoje aqui estamos, para vos contar a história da vaca sereia que nasceu no mar, mas que agora vive em ---.

Apêndice 9: Atividades do Projeto "Colorir VV"

No documento Espaço(s) da educação: relatório final (páginas 169-176)