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3. O DECRETO-LEI SOBRE MOBILIDADE 1 Introdução ao D.L 163/2006, de 8 Agosto

3.3. Normas técnicas de acessibilidade

3.3.1. Edifícios de habitação – espaços comuns

A secção nº 2.2.1 estipula que os edif�cios devem ter pelo menos um per� curso acessível, o qual é definido como o caminho “(…) que proporcione o acesso seguro e confortável das pessoas com mobilidade condicionada entre a via pública, o local de entrada/sa�da principal e todos os espaços interiores e exteriores que os constituem.” [D.L. 163/2006, de 8 Agosto]

Nos edifícios habitacionais ficam excluídos desta exigência, por exemplo, os espaços não utilizáveis, tal como o desvão das coberturas, ou os espa� ços e compartimentos das habitações para os quais são definidas condições específicas na secção nº 3.3, tal como os espaços de circulação horizontal e vertical.

No lado exterior das portas de acesso aos edif�cios e nos átrios interiores dos edif�cios deve ser poss�vel inscrever uma zona de manobra para rotação de 360º (secções nºs 2.2.1 e 2.2.2), ou se�a, o equivalente a um espaço de 1,5 x 1,5 m, segundo o definido na secção nº 4.4.1. As portas de entrada/ sa�da dos edif�cios (secção nº 2.2.3) devem ter uma largura útil m�nima de 0,87 m – o equivalente a um vão de 0,9 m largura.

Os patamares, galerias ou corredores (secção nº 2.3) devem ter uma lar� gura m�nima de 1,2 m de largura. Estes podem ter 0,9 m de largura, desde que o seu comprimento se�a inferior a 1,5 m e não dêem acesso a portas laterais. Quando a sua largura é inferior a 1,5 m, não devem existir troços do percurso superiores a 10 m sem uma zona que permita no m�nimo a mu� dança de direcção de 180º.

38 Na secção nº 3.2.7 refere que “os patamares que dão acesso às portas

dos fogos devem permitir inscrever uma zona de manobra para rotação de 180º.” [DL 163/2006, de 8 de Agosto] Ou se�a, o equivalente a um espaço de 1,5 x 1,2 m, segundo o definido na secção 4.4.1.

No entanto, na secção o nº 3.3.1 refere que “nos espaços de entrada das habitações [vest�bulo] deve ser poss�vel inscrever uma zona de manobra para rotação de 360º [ou um espaço de 1,5 x 1,5 m].” [DL 163/2006, de 8 de Agosto]

Se ambos os espaços dão acesso à mesma porta, então, não deveria ser considerada a mesma zona de manobra para ambos os espaços?

Como foi poss�vel esclarecer, a área de manobra exigida para um espaço está relacionada com a frequência do número de manobras que se consi� dera provável existir no mesmo. Desta forma, é entendido que uma pessoa de mobilidade condicionada realizará com maior frequência manobras no vest�bulo de entrada da sua habitação (por exemplo, circular dentro de casa, atender pessoas à porta, entrar/sair), do que no patamar comum de acesso (isto é, entrar/sair). Acrescenta�se ainda que em habitações de pequena ti� pologia onde não existe um vest�bulo a zona de manobra para rotação de 360º pode estar na sala.

Segundo a secção nº 4.9.1, as portas inseridas no percurso acess�vel (por� nº 4.9.1, as portas inseridas no percurso acess�vel (por� 4.9.1, as portas inseridas no percurso acess�vel (por� tas situadas no interior do edif�cio) devem ter uma largura útil m�nima de 0,77 m (o equivalente a um vão com 0,8 m de largura) e uma altura, pelo menos, de 2 m. Quando as portas são constitu�das por duas folhas operadas de forma independente, a secção nº 4.9.5 define que pelo menos uma delas deve ter um vão útil m�nimo de 0,77 m.

No que diz respeito à sua utilização, o nº 4.9.6 estabelece que devem pos� suir uma zona de manobra desobstru�da e de n�vel, tal como é representado na fig. 1.

As especificações para as escadas situadas nos espaços comuns são es� tipuladas na secção nº 2.4, onde são definidos vários parâmetros, entre os quais: a largura dos lanços e a profundidade dos patamares superiores e inferiores não deve ser inferior a 1,2 m; os degraus não devem ter mais de 0,28 m de cobertor e 0,18 m de espelho; os corrimões devem ser cont�nuos e ter uma altura compreendida entre 0,85 e 0,9 m.

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Fig. 1 � Zona de manobra das portas inseridas no percurso acess�vel.

Quando se instalam ascensores em edif�cios habitacionais existentes, es� tes devem seguir as disposições definidas na secção nº 2.6, que, de igual modo, também se aplicam aos edifícios novos. Entre outras especificações, esta define que as cabines interiores dos ascensores devem ter como dimen� sões m�nimas 1,1 m de largura e 1,4 m de profundidade, e as portas devem assegurar uma largura útil m�nima de 0,8 m.

Na informação disponibilizada na United Nations Enable9, é poss�vel

constatar que, antes de tudo, há uma distinção entre os ascensores que são aplicados em edif�cios novos e em edif�cios existentes. No caso dos edif�� cios existentes é definido uma dimensão mínima da cabine interior de 0,95 x 1,25 m, que permite unicamente uma pessoa em cadeira de rodas, deven� do a porta ter uma largura m�nima de 0,75 m.

Perante isto, levantam�se as seguintes questões: não deveria a normativa sobre a acessibilidade realizar a diferenciação entre os ascensores aplicados a edif�cios novos e a edif�cios existentes? Ao diferenciar, não será poss�vel

9. Site oficial que publica a informação do trabalho sobre as pessoas com deficiência desenvolvido pelas Nações Unidas.

40 considerar, para edif�cios existentes, um ascensor com uma cabine interior

semelhante à referida na United Nations Enable, de modo a tentar garantir uma melhor adequabilidade aos espaços existentes?

As plataformas elevatórias, verticais ou sobre as escadas (secção nº 2.7) não devem ter dimensões inferiores a 0,75 x 1 m, de modo a permitirem a sua utilização por um adulto em cadeira de rodas. Nos casos em que o desn�vel entre pisos é superior a 0,75 m (nº 2.7.4) é exigido que as platafor�é exigido que as platafor�exigido que as platafor� msa possuam guardas de protecção, e que estas tenham pelo menos 1 m de altura, excepto as que permitem o acesso.

A secção nº 2.7.6 define que as plataformas sobre escadas que devem ser rebat�veis de modo a permitir o seu uso total quando a plataforma não se encontra em uso, devendo as plataformas deixar uma largura m�nima de 1 m nas habitações.

Ao comparar as zonas de manobras exigidas para os patamares diante dos ascensores (secção nº 2.6.1) e das plataformas elevatórias (secção nº 2.7.3), é poss�vel constatar que para os primeiros é exigido um espaço de 1,5 x 1,5 m, enquanto para os segundos um espaço de 1,2 m de profundidade e uma largura não inferior à da plataforma.

Segundo foi poss�vel esclarecer, a menor dimensão do espaço de acesso à plataforma prende�se ao facto de se pressupor que a pessoa com mobili� dade condicionada �á vem a circular no sentido que lhe permite entrar na plataforma e, depois de realizado o tra�ecto, efectua a sa�da continuando no mesmo sentido. Por outro lado, pretende�se também facilitar a introdução da plataforma elevatória em escadas que surgem na sequência de corredo� res ou galerias, que geralmente tem menos de 1,5 m de largura.

No entanto, tal como os ascensores, também existem plataformas ele� vatórias de cabine fechada, encerrada numa caixa, cu�o acesso é realizado de frente e a sa�da de marcha atrás. Se a plataforma apresenta as mesmas caracter�sticas de um ascensor, então, pressupõe�se que as manobras de acesso a ambos têm o mesmo nível de dificuldade para uma pessoa de mo� bilidade condicionada. Neste caso, será lógico pensar que as zonas de ma� nobra diante dos patamares de acesso devem ter dimensões idênticas.

Assim sendo, não deveria a normativa diferenciar as zonas de manobra exigidas para os patamares diante das plataformas não encerradas (tal como, as plataformas sobre escadas) das encerradas (tal como, os homelifts)?

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