• Nenhum resultado encontrado

do Educador de Infância

6. Perfil do Desempenho do Educador de Infância

O Perfil Específico de Desempenho Profissional do Educador de Infância diz- nos que o educador deve avaliar sempre formativamente a sua intervenção pedagógica, o ambiente educativo e os processos que adotou; deve avaliar o desenvolvimento e as aprendizagens de cada uma das crianças e do grupo de crianças em geral. Por estas razões verifica-se que a avaliação na Educação Pré-escolar distingue-se da avaliação tradicional, que se centra mais nos resultados do que nos processos.

A partir da observação de cada criança e do grupo conhecemos as suas capacidades, interesses e dificuldades. Temos também que conhecer o contexto familiar e o meio em que as crianças vivem para compreendermos as suas características e adequarmos o processo educativo às necessidades do grupo. Fizemos uma avaliação diagnóstica para elaborarmos o Projeto Curricular de Grupo. No entanto, a observação contínua, recurso aos trabalhos e formas de registo das crianças foram fundamentais. À medida que fomos conhecendo o grupo e cada criança, planeou-se o ambiente educativo incluindo sempre a participação ativa das crianças neste processo. A avaliação e a autoavaliação com o grupo serviram de referência e suporte ao planeamento. Podemos assim afirmar que a avaliação do desenvolvimento/aprendizagem de cada criança é imprescindível para planificarmos e implementarmos o Projeto Curricular. Segundo Cardoso et al (1998) a avaliação emerge, assim, como um importante mecanismo de regulação do processo educacional com potencial para beneficiar a aprendizagem da criança individual e melhorar o programa é, nessa medida, um elemento fundamental de trabalho dos profissionais de educação de infância competentes.Este autor refere ainda que o educador deve definir um sistema de avaliação compreensivo, de acordo com as suas conceções de educação e que integre, de forma articulada, os conteúdos do currículo e estratégias de ensino/aprendizagem que aplica e ter em atenção o contexto onde se desenvolve a aprendizagem.

Assim partilhamos da opinião de Guerra (2003) que defende que a avaliação é um fenómeno que permite tornar claras todas as nossas conceções sobre a sociedade, as instituições de ensino, a aprendizagem e a comunicação interpessoal. Reforça a ideia de que avaliação envolve conceitos e versões com significados muito díspares.

Importa ainda referir que no nosso Jardim-de-Infância existiam instrumentos de avaliação, que designamos por “informantes da regulação formativa” Foram instrumentos de trabalho utilizados ao longo do ano sendo analisados semanalmente e/ou mensalmente ou seja, o diário de grupo, o plano de atividades, os mapas de tarefas, presenças, comportamento e mapa de leite.

Com o apoio de todos estes instrumentos utilizados diariamente por todo o grupo de crianças faziam-se as avaliações e discutia-se, com todo o grupo, o trabalho de toda a semana e era onde surgiam as ideias para a semana seguinte. Desta forma verificámos que tínhamos elementos para podermos avaliar e para as crianças se autoavaliarem. No final, em conjunto, podia ocorrer uma avaliação permanente participada e objetiva em que todos aprendiam e emitir a sua opinião, a aceitar críticas e a partilhar os seus trabalhos e Projetos. Concluímos assim que no modelo pedagógico do MEM, a avaliação é um sistema que se encontra totalmente integrado no próprio processo de desenvolvimento da educação que este modelo vive diariamente. Concluímos ainda que a função de regulação formativa e principalmente formadora desempenham um papel fundamental.

7. Projeto Curricular de Grupo

Nos dias de hoje a qualidade do ensino e a capacidade de responder às situações reais, mobilizando recursos locais, passa pelo envolvimento das escolas e dos seus agentes na obtenção de respostas que se adaptem a contextos específicos e propiciem uma formação coerente e objetiva para todas as crianças. Esta conceção engloba várias situações e a flexibilização de percursos e meios de formação onde enquadramos Projeto Educativo (PE), Projeto Curricular de Agrupamento (PCA) e Projeto Curricular de Grupo (PCG). A Educação Pré-escolar, como não tem carácter obrigatório, engloba um conjunto de orientações curriculares elaboradas pelo Ministério da Educação que nos permitem uma maior flexibilidade pedagógica de acordo com as especificidades do grupo, do meio e da comunidade educativa. Torna-se assim o educador o construtor e gestor de um Projeto, fundamentado por este, a partir dos seus princípios, das orientações curriculares e da situação onde se insere.

Assim, nesta etapa da educação há uma liberdade curricular que se revê nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar. Segundo a Circular nº 17/DSDC/DEPEB (2007) o Desenvolvimento Curricular na Educação Pré-Escolar é da responsabilidade do educador. A atividade educativa/letiva de 5 horas diárias deve prever e organizar um tempo simultaneamente estruturado e flexível em que os diferentes momentos tenham sentido para as crianças com a finalidade de proporcionar processos de desenvolvimento e de aprendizagem pensados e organizados pelo educador, intencionalmente. Ainda Segundo o Ministério de Educação (1997) o Projeto Curricular de Grupo só faz sentido se elaborado com a equipa pedagógica, ouvindo os saberes das crianças e das suas famílias e os desejos da comunidade e, também, as solicitações dos outros níveis educativos.

O Projeto Curricular de Grupo organiza toda a atividade do Jardim-de-Infância conferindo-lhe coerência e intencionalidade tendo sempre por base as orientações curriculares, a realidade demográfica e o meio envolvente. Este Projeto elaborado em conformidade com o Projeto Educativo deverá ser flexível, geral e abrangente originando diversas opções educativas que proporcionem às crianças um contacto com a cultura e os instrumentos que lhes vão ser imprescindíveis para a realização de uma

um grupo de crianças, deve criar relações afetivas e de socialização que lhe vão permitir executar um diagnóstico de competências/aprendizagens que estas possuam bem como das suas necessidades e motivações. No parecer do Ministério da Educação (1997) observar cada criança e o grupo para conhecer as suas capacidades, interesses e dificuldades, recolher as informações sobre o contexto familiar e o meio em que as crianças vivem, são práticas necessárias para compreender melhor as características das crianças e adequar o processo educativo às suas necessidades.

Sempre com o suporte do Projeto Educativo e das Orientações Curriculares, o educador define o Projeto que pretende desenvolver com o grupo tendo total consciência de que é um instrumento de trabalho podendo ser alterado e/ou enriquecido conforme as manifestações que as crianças demonstram. Quando procedermos a alterações é sempre necessária a realização de auto e heteroavaliação, tanto pelo educador como pelas crianças, promovendo-se o desenvolvimento do espírito crítico. Para Figueiredo (2005) o Projeto Curricular de Grupo deve ser visto como um instrumento de gestão pedagógica, no qual deve ser visível a reflexão e a análise dos processos de ensinar e de fazer aprender/desenvolver.

Documentos relacionados