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7.5 - Efeitos relevantes da regulação estatal nas atividades

a) Necessidade de autorizações governamentais para o exercício das atividades e histórico de relação com a administração pública para obtenção de tais autorizações

Para o exercício das atividades de transporte ferroviário de cargas, a Companhia não necessita de nenhuma outra autorização governamental, sendo válido o contrato de concessão para o uso da malha ferroviária na malha norte. Para os casos de eventos não inclusos nas atividades principais da Companhia, como obras de infraestrutura, por exemplo, são necessárias as autorizações e aprovações dos órgãos governamentais locais para projetos e licenças ambientais, dentre outros cabíveis dependendo da atividade.

No curso dos negócios da Companhia, é mantida uma relação bastante próxima com os órgãos responsáveis por autorizações governamentais em geral, de forma a adaptar os negócios da Companhia às exigências de tais órgãos sem qualquer prejuízo ao desempenho do plano de negócios da Companhia. A Companhia opera uma concessão para operação ferroviária na malha norte e, portanto, está sujeita a algumas condições específicas estabelecidas na oferta de privatização e no contrato de concessão para a operação da malha ferroviária.

As atividades de transporte ferroviário no Brasil estão sujeitas a uma grande variedade de normas e leis federais, estaduais e municipais. A regulamentação do transporte ferroviário no Brasil trata (a) das relações entre o governo brasileiro e as companhias ferroviárias; (b) das relações entre as companhias ferroviárias, incluindo os direitos de intercâmbio e tráfego mútuo; (c) das relações entre as companhias ferroviárias e seus clientes; e (d) da segurança ferroviária.

Além disso, em 2001, o setor de transportes terrestres sofreu uma reforma com a promulgação da Lei nº 10.233, que criou, dentre alguns órgãos, a ANTT, entidade integrante da administração federal indireta, submetida ao regime autárquico especial e vinculado ao Ministério dos Transportes, cuja competência inclui, dentre outras, (i) publicar os editais, julgar as licitações e celebrar os contratos de concessão para prestação dos serviços de transporte ferroviário; (ii) administrar os contratos de concessão e arrendamento de ferrovias celebrados até a data da reforma do setor de transportes, qual seja a vigência da Lei nº 10.233/01; (iii) publicar editais, julgar as licitações e celebrar contratos de concessão para construção e exploração de novas malhas ferroviárias; (iv) fiscalizar por meio de convênios de cooperação do cumprimento das cláusulas contratuais de prestação de serviços ferroviários bem como manutenção e reposição dos ativos arrendados; e (v) regular e coordenar a atuação de cada um dos concessionários.

O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (“DNIT”) tem como principais atribuições a implementação, em sua esfera de atuação, da política estabelecida para a administração da infra- estrutura do Sistema Federal de Viação, sob jurisdição do Ministério dos Transportes, e compreende a operação, manutenção, restauração, adequação de capacidade e ampliação mediante construção de novas vias e terminais.

Nesse aspecto, ao DNIT compete, em sua esfera de atuação, adotar as medidas necessárias ao atendimento do interesse público e ao desenvolvimento da infra-estrutura nacional de transportes sob sua jurisdição.

Também faz parte do escopo de atuação do DNIT a implementação e elaboração das políticas formuladas pelo Ministério dos Transportes e pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte. Além de exercer, estabelecer normas, padrões, especificações e regulamentações do setor, assim como promover pesquisas e estudos nas áreas de engenharia rodoviária, ferroviária, aquaviária e portuária, incluindo seu impacto sobre o meio ambiente;

7.5 - Efeitos relevantes da regulação estatal nas atividades

b) Política e práticas ambientais da Companhia e custos incorridos para o cumprimento da regulação ambiental

A Política ambiental da Companhia está baseada no desenvolvimento de estudos ambientais e análises de riscos de toda sua operação, além do processo de regularização ambiental para licenciar toda a malha ferroviária e as bases de apoio.

As operações da Companhia estão sujeitas a uma grande variedade de regulamentos e exigências de licenciamento e controle ambiental federais, estaduais e locais. A legislação ambiental brasileira determina que o regular funcionamento de atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou que, de qualquer forma, causem degradação do meio ambiente, está condicionado ao prévio licenciamento ambiental. Este procedimento é necessário tanto para a instalação inicial e operação do empreendimento quanto para as ampliações nele procedidas, sendo que as licenças emitidas precisam ser renovadas periodicamente.

O processo de licenciamento ambiental para novos empreendimentos compreende, basicamente, a emissão de três licenças, todas com prazos determinados de validade: licença prévia, licença de instalação e licença de operação. Cada uma destas licenças é emitida conforme a fase em que se encontra a implantação do empreendimento e a manutenção de sua validade depende do cumprimento das condicionantes que forem estabelecidas pelo órgão ambiental licenciador. O licenciamento ambiental de atividades cujos impactos ambientais são considerados significativos está sujeito, ainda, ao Estudo Prévio de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), assim como à implementação de medidas mitigadoras e compensatórias dos impactos ambientais causados pelo empreendimento.

Desde que iniciou o processo de licenciamento ambiental a Controladora da Companhia e as demais sociedades de seu grupo econômico já investiram mais de R$ 10 milhões para cumprimento da regulação ambiental. Os custos da Companhia incorridos para realizar os estudos ambientais e cumprir as condicionantes impostas nas licenças são significativos e dependem da análise de cada caso e das condicionantes impostas.

Em complementação à regulamentação federal, estadual e municipal, os impactos ambientais das operações da Companhia são identificados levando em consideração a política interna da Companhia, que toma por base diversos estudos, diagnósticos e levantamentos de aspectos ambientais em toda a área de operação, seja na operação rodoviária como ferroviária.

A partir da identificação dos aspectos e impactos, são determinados procedimentos corretivos e preventivos que são difundidos através de treinamentos na base operacional. A Companhia realiza, ainda, auditorias ambientais em suas unidades, além de auditorias suplementares e auditorias-relâmpago, que são realizadas mediante avaliação de desempenho ambiental por parte das Superintendências de Segurança e Meio Ambiente e Superintendência de Qualidade. Estas auditorias têm como objetivos informar para a direção da Companhia o status ambiental de cada unidade operacional, contribuindo para a tomada de decisões com relação ao gerenciamento e aporte de recursos financeiros.

Visando reduzir o risco de acidentes, a Companhia mantém ações que priorizam a manutenção constante das vias, bem como de equipamentos e sistemas que aumentam a segurança do transporte, além de ações de conscientização tanto ambiental como de segurança, voltadas para os funcionários e a comunidade do entorno das suas instalações.

Para minimizar eventuais impactos negativos, a Companhia mantém ativo um programa de gestão de riscos operacionais e ambientais, que envolve análise, gerenciamento e desenvolvimento dos Planos de Atendimento Emergencial descritos internamente. A Controladora da Companhia conta, também, com 19 bases de apoio entre fixas e móveis, equipadas para atender emergências e minimizar danos ao meio ambiente.

A Companhia possui contratos com fornecedores que fazem a recuperação ambiental em casos de possíveis acidentes, bem como parceria com empresa de emergências químicas para construção do maior centro de treinamento de atendimento a emergências ferroviárias e rodoviárias da América Latina,

7.5 - Efeitos relevantes da regulação estatal nas atividades

no qual todos os colaboradores que estão diretamente ligados ao atendimento das emergências serão treinados e especializados.

Como práticas ambientais, a empresa possui:

1 - No caso de acidentes, depois de tomadas as medidas necessárias para reduzir o impacto ambiental, são realizadas diversas investigações, as quais são registradas em um banco de dados, permitindo, assim, que o acidente seja analisado metodologicamente, de forma a tratar a causa do problema como um todo e evitar novas incidências.

2 - Para as operações de transporte de produtos químicos perigosos, a Companhia dispõe de procedimentos específicos para a conduta de trens e caminhões, apresentando as devidas informações necessárias para ação em situação emergencial. Os colaboradores que fazem a manipulação destes são treinados a utilizar os EPI’s adequados, dispondo de cópias das instruções, ordem de serviço, ficha de emergência e instruções.

3 - A Controlada da Companhia realiza campanhas internas e para mobilizar os colaboradores para ações voltadas ao meio ambiente e adota diversas práticas de responsabilidade socioambiental, dentre as quais se encontram:

 Criação de procedimentos de meio ambiente e manual de gestão ambiental;

 Campanhas internas anuais para mobilizar os colaboradores nas ações voltadas ao meio ambiente, com o trem do meio ambiente e palestras em escolas e instituições sobre preservação ambiental;

 Plantio de árvores em datas comemorativas (dia de árvore, dia do Meio ambiente, etc.), bem como em programas de recuperação de áreas degradadas e ao entorno de matas ciliares. Entre 2008 e 2009, foram plantadas cerca de 50.000 mudas de árvores, em 2013 e 2014 foram 215 mil mudas;

 Estações de tratamento de efluentes, com o objetivo de reduzir a emissão de poluentes líquidos e sólidos no meio ambiente. Foram construídas ETEs em Canoas, Cacequi (RS), Oficina de Curitiba (PR), Iguaçu (PR), Ponta Grossa (PR), Desvio Ribas, Maringá (PR), Ourinhos (SP), Bauru (SP), Araraquara (SP) e Paratinga (SP);

 Coleta seletiva de resíduos, iniciada na Oficina de Curitiba/PR em 2001 e que abrange a ALL totalmente desde 2003, com separação e destinação correta dos resíduos, seguindo a preocupação de reciclar materiais e economizar recursos;

Reuso da água da chuva, com coleta e reuso da água da chuva com o objetivo de economizar recursos naturais, para lavar locomotivas e vagões. Implantado em cinco unidades operacionais, o volume total estimado de água reciclada nessas unidades em 2012 foi de aproximadamente 3,7% do total de água adquirida;

 Substituição de dormentes usados por modelos fabricados com madeira de reflorestamento, com o objetivo de diminuir o impacto ambiental, durante a manutenção periódica, é feita a substituição de dormentes usados por modelos fabricados com madeira de reflorestamento. Esse processo já proporcionou a substituição de sete milhões de dormentes da nossa malha;

 Utilização de energia solar nos detectores de descarrilamento;

 Utilização de desengraxantes biodegradáveis, desde 2005 em todas nossas unidades;

7.5 - Efeitos relevantes da regulação estatal nas atividades

4 - Nas comunidades do entorno são realizadas também ações como: Educação Ambiental no bosque ALL, inaugurado na sede em 2004, com 7 hectares, e em Bauru, no ano de 2008, com 1 hectare; bem como aulas de educação ambiental dentro da sede da ALL, com crianças em idade escolar. A ALL não só educa, capacita e compromete os colaboradores com as questões ambientais, como envolve também fornecedores, comunidades, Prefeituras, Secretarias de Educação, órgãos ambientais, entidades representativas dos trabalhadores e demais partes interessadas, objetivando ampliar esta conscientização.

c) Dependência de patentes, marcas, licenças, concessões, franquias, contratos de royalties relevantes para o desenvolvimento das atividades

A Companhia não depende de patentes, marcas, licenças, franquias e/ou contratos de royalties para o desenvolvimento de suas atividades.

Quanto aos contratos de concessão, algumas das empresas da Controladora da Companhia, no caso em tela a Companhia, dependem de concessões para o exercício de suas atividades, os quais seguem descritos abaixo:

 Contrato de Concessão firmado entre a ALL – América Latina Logística Malha Norte S.A. e o Poder Concedente, em 19.05.1989, dentro do PND empreendido pelo Governo Federal – alterado pelo 9º Termo Aditivo ao Contrato de Concessão de 15 de outubro de 2010, referente ao desenvolvimento de um sistema ferroviário de carga, abrangendo a construção, operação, exploração e conservação de estrada entre Aparecida do Taboado(MS), margem direita do Rio Paraná e Rondonópolis(MT), pelo prazo de 90 anos, prorrogável por igual período.