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Efeitos sobre a Fauna durante a Fase de Exploração

0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 Ponto Quilométrico (m)

P. Diurno Nocturno Diurno Nocturno Diurno Nocturno Troço

8.1.1. Flora e Vegetação

8.1.2.2 Efeitos sobre a Fauna durante a Fase de Exploração

Os efeitos sobre a fauna resultantes do tráfego automóvel passam pela escorrência de substâncias nocivas e consequente contaminação dos níveis freáticos, por aumento do risco de incêndio e finalmente por perturbação na circulação dos animais.

As consequências destes efeitos fazem-se sentir sobretudo ao nível da estrutura das comunidades, com a eliminação de espécies mais sensíveis.

Efeito de barreira – A largura da via dificulta de modo evidente a dispersão de um grande número de animais. Esta dificuldade agrava os problemas de fragmentação do habitat, contribuindo para o isolamento de núcleos populacionais que assim se tornam cada vez mais vulneráveis. A zona onde se desenvolve esta via está já hoje fortemente ocupada por áreas urbanizadas e vias de diversos tipos, daí resultando uma forte fragmentação dos habitats e a existência de inúmeras barreiras à circulação dos animais em geral. Esta nova via virá ainda a agravar esta situação. O projecto prevê a instalação de 32 passagens hidráulicas, 2 passagens inferiores e 6 viadutos ou pontes, na solução 1, o que representa um atravesamento utilizável

pela fauna por cada 560m. Estas infraestruturas permitem reduzir o efeito de barreira.

Expansão das zonas industriais e urbanas – A relação causal entre a melhoria da qualidade das vias de transporte e o crescimento urbano e industrial tem sido evidente no nosso país. Naturalmente que mais área construída implica diminuição na área ocupada por vegetação natural e uma consequente diminuição nas disponibilidades de habitat para os animais selvagens. Essa será aqui quase certa, mesmo em áreas classificadas.

Escorrência de substâncias nocivas – Quer resultantes da acumulação de detritos, quer resultantes directamente dos veículos, acumulam-se substâncias poluentes que são arrastadas pelas águas da chuva e contaminam os lençóis freáticos. Estas águas contaminadas inviabilizam o desenvolvimento de espécies mais exigentes, nomeadamente anfíbios.

Risco de incêndio – A ocorrência de incêndios tem efeitos negativos, a curto prazo, sobre as comunidades animais, uma vez que resulta numa perda instantânea de habitat. A prazo estes efeitos são atenuados, com a regeneração da vegetação natural, e, no limite serão completamente recuperados.

Acréscimo de mortalidade – A existência de uma nova infra-estrutura rodoviária contribuirá para um acréscimo da mortalidade animal ao nível local, com especial incidência nos pequenos mamíferos e em algumas espécies de aves mais cosmopolitas.

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Quadro VI.8.4 - Síntese dos Impactes Sobre a Flora e Vegetação - Fase de Exploração - Efeito de B arreira Expa nsã o d as Zona s Indus tr ia is e U rba nas E scorrê ncia de Subst âncias Noc iv as Risc o de Incê ndi o Acr és ci m o de Mortalidade Sinal - - - - Significância Significativa Significativa Pouco

Signifcativa

Pouco Signifcativa

Pouco Signifcativa Reversibilidade Irreversível Irreversível Reversível Reversível Irreversível

Durabilidade Permamente Permanente Permanente Permanente Permanente Momento Curto Prazo Curto Prazo Médio

Prazo Curto Prazo Curto Prazo Probabilidade Certa Provável Provável Pouco

Provável Certa

Importância 2 2 1 1 1

8.2. Impactes Cumulativos

A zona onde se desenvolve a via, tem hoje uma ocupação urbana intensa e possui uma densa rede de estradas pelo que a paisagem está hoje muito fragmentada. A construção de uma via com estas características, virá agravar os efeitos resultantes da fragmentação o que produzirá impactes sobre todas as comunidades animais e vegetais.

Por outro lado, a existência desta via virá ainda favorecer uma ocupação urbana mais intensa ao longo do seu eixo, e potenciará por isso mesmo, uma perda acrescida do que resta dos habitats naturais e semi-naturais ainda existentes.

Finalmente, a construção desta via contribuirá para o aumento da pressão urbanística sobre o Sítio de Interesse para a Conservação denominado por Fernão Ferro / Lagoa de Albufeira-PTCON0054 (Resolução do Conselho de Ministros n.º 76/2000), (Ver Peça Desenhada IC32-EP-EIA-12-01, 02 e 03).

8.3. Medidas de Minimização

Antes do início da obra, os trabalhos devem ser planificados e os principais intervenientes alertados para alguns cuidados a observar, com o objectivo de minimizar os impactes negativos sobre a flora e vegetação. Posteriormente, alguns cuidados deverão ser tomados para manter e até melhorar a qualidade ambiental da zona.

8.3.1. Flora e Vegetação

No que respeita à flora e vegetação, devem ser tomadas em atenção as seguintes recomendações para a elaboração do projecto de Execução e posteriormente para as Fases de Construção e Exploração:

• Durante a fase de construção devem ser minimizadas, as obras acessórias (por exemplo, os acessos às frentes de obra) que pela sua extensão sejam demasiado gravosas para a vegetação, particularmente em áreas florestais ou próximo de linhas de água.

• Utilização apenas dos locais previamente seleccionados durante a fase de construção para depósitos temporários de terras, de forma a evitar o incremento da destruição dos habitats existentes. Sugere-se a escolha de zonas degradadas, como por exemplo pedreiras, estaleiros de outras obras e terrenos de parques industriais não ocupados.

• Os trabalhos de terraplanagem durante a fase de construção devem obedecer a um plano prévio. Nesse plano devem ser tidas em conta as árvores de interesse botânico e/ou cénico ou de grandes dimensões que poderão ser poupadas, e que deverão ser por isso devidamente assinaladas. A destruição de sobreiros, azinheiras, carvalho-cerquinho e em geral árvores autóctones, ainda que de dimensões reduzidas, deverá ser evitada.

• Realização de regas nas vias de acesso durante a fase de construção em de forma a reduzir as poeiras e minimizar os efeitos sobre a vegetação. Actualmente esta é já uma prática habitual, mas gostaríamos de reforçar a sua utilidade para a protecção da vegetação.

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• Limitar as acções de terraplanagem a determinados períodos do ano, o que permite defender a vegetação no período de floração e produção de semente.

• Na fase de construção dos aterros e escavações, deverão os mesmos ser minimizados através da ocupação estritamente necessária à sua construção, evitando assim danos na vegetação em áreas contíguas.

• A recuperação paisagística de taludes deve ser concretizada exclusivamente com espécies locais (vegetação autóctone), o que permitirá uma rápida integração paisagística ao mesmo tempo que previne a perda de solo por erosão, evitando-se ainda alterações desnecessárias na estrutura da vegetação ou contaminação genética por variedades alóctones.

• Durante a fase de construção deverão ser tomadas medidas contra a emissão de poeiras e escorrência de lamas. As primeiras poderão ser evitadas por humedecimento do solo seco e a segunda por concepção de barreiras específicas ou por cuidados redobrados na deposição de aterros. • Alguns cuidados devem ser tomados na instalação dos estaleiros de obra,

no sentido de não ocupar manchas de vegetação natural ou com elevado grau de naturalidade com particular incidência em áreas classificadas como é o caso objecto deste estudo. Do mesmo modo podem ser previstos os riscos de incêndio e estabelecer planos para eventuais combates aos mesmos.

• Para a fase de exploração e na minimização do risco de incêndio é importante que se mantenham as bermas limpas do excesso de vegetação. Essa manutenção deverá utilizar meios exclusivamente mecânicos e nunca herbicidas. Os mesmos, devido à sua toxicidade e persistência serão extremamente gravosos para algumas plantas selvagens, interferindo com o normal desenvolvimento de algumas fitocenoses.

Na fase de exploração a maioria dos impactes directos e indirectos, relativamente à flora e à vegetação, devem-se à manutenção dos taludes. Assim, para reduzir o risco de incêndio, dever-se-á proceder à manutenção dos taludes, através do corte manual ou mecânico da vegetação. O recurso a herbicidas ou fogos controlados são acções que deverão ser proibidas.

8.3.2. Fauna

No que respeita à fauna, devem ser tomadas em atenção as seguintes recomendações para a elaboração do projecto de Execução e posteriormente para as Fases de Construção e Exploração:

• Definir as vias de acesso às obras - A movimentação de pessoas e máquinas deve realizar-se em troços previamente definidos. A optimização da fase de construção em função dos prazos das empreitadas acarreta muitas vezes que as diversas operações de homens e máquinas decorram a uma velocidade frenética de dia e até de noite. O recurso a atalhos ou a vias paralelas junto à obra é um expediente muito comum, no sentido de encurtar os tempos de viagem, mas que não deve ocorrer.

• Limitar as acções de terraplanagem a determinados períodos do ano - O fim do Verão e o Outono deverão ser as alturas mais aconselháveis para a execução da maioria das obras, já que permitem defender a maior parte da fauna ameaçada no período de acasalamento. Em todo o caso, deverá evitar-se ao máximo intervencionar os habitats classificados com a categoria máxima de impacte durante a época de reprodução que, para a maioria das espécies, decorre de Março a Agosto.

Na fase de exploração, o aumento do risco de atropelamento e de colisão com alguma da avifauna e animais em geral irá aumentar em função do tráfego previsto. Assim, como acções mitigadoras propõe-se a avaliação para a fase de elaboração do Projecto de Execução, a viabilidade de implantação face à necessidade de um conjunto de elementos que têm por fim evitar a aproximação ou atravessamento da via (ex: vedações, encaminhamento para vias pré-estabelecidas - passagens para a fauna).

8.4. Comparação das Alternativas

8.4.1. Flora e Vegetação

Ao longo do percurso foram constituídos vários pontos de amostragem, tendo-se procedido a inventários da flora local, registado os tipos de habitats presentes e estabelecido o seu interesse relativo, com base no seu estado de originalidade /

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preservação e interesse do ponto de vista ecológico e ambiental. As listagens florísticas mais significativas são apresentadas em anexo.

8.4.1.1 Troço 1 – Nó do Funchalinho ao km 5+065 (Solução 1, Solução