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Eficiência energética

No documento Comunidades urbanas energeticamente eficientes (páginas 124-127)

A expansão e a diversificação do uso da energia e o surgimento de novas formas de oferta resul- taram em um quadro mundial de extrema com- plexidade, com repercussão tanto na economia dos países e nas relações internacionais como no dia a dia das pessoas. E, as mudanças continuam a ocorrer, em função de novos hábitos e intensa atividade de pesquisa em busca de progresso tec- nológico, invenções e inovações (LEITE, 2015). A eficiência energética abrange diversas escalas e independentemente de qual for a abordagem, ela sempre terá reflexo na vida humana e nos re- cursos naturais disponíveis. Pode-se pensar em uma das menores escalas, aquela que reflete o dia a dia do indivíduo, como também é possível focar na vida coletiva e em comunidade. Ainda, independentemente qual for a forma de pensá-la, a premissa sempre deve ser a vida das pessoas. É evidente a necessidade de aplicar um planeja- mento dos recursos energéticos que abrange to- das as escalas, baseado no contexto local, regio- nal e até global, mas o que merece um olhar mais apurado é o local junto das suas particularidades. Para avançar nisso, é possível pensar em estra- tégias que condicionem e reflitam diretamente no cotidiano a fim de utilizar os recursos naturais disponíveis de forma coerente, buscando alterna- tivas que minimizem o consumo energético. Uma forma de conseguir isso é pensar nas edi- ficações qualificando seu desempenho. A utili- zação de soluções construtivas de forma eficaz, a inovação com materiais não tão recorrentes muitas vezes torna-se uma alternativa eficiente ao consumo excessivo de recursos energéticos ou mesmo a preservação dos mais escassos. O conforto interno está ligado no desenho da edifi- cação, nas espessuras de suas envoltórias e cober- tura, nas proporções e hermeticidade de suas aber- turas e também nas propriedades desses materiais utilizados. Condicionar as edificações a padrões mínimos podem significar menor necessidade de equipamentos para aquecimento ou resfriamento de ambientes, maior exposição à iluminação natural

consumindo menor quantidade de energia. Elemen- tos arquitetônicos incorporados às edificações a fim de potencializar estas questões, como também for- mas de captação de energias alternativas de forma coletiva, acabam sendo soluções a problemas oca- sionais e futuros, além de também poder funcionar como moeda de troca por órgãos públicos na hora de incentivar o uso destas estratégias. Dessa forma, esse tipo de alternativa e solução também acaba sendo incorporada como cultura da população. A administração pública pode implementar pro- gressivamente um sistema de iluminação mais eficiente e ainda assim melhorar a segurança. Além disso, incentivar que a iniciativa privada o faça, especialmente nas novas urbanizações. As indústrias de modo geral, podem implementar aos seus sistemas produtivos tecnologias que per- mitam retroalimentar seus sistemas, reduzindo o consumo de energia e por consequência seus custos. Para qualquer situação é preciso avaliar indicado- res e analisar casos de sucesso de boas práticas na redução do consumo de energia.

A seguir é apresentado o exemplo do Chile, país destaque dentro da temática Eficiência Energética.

Procurando conforto ambiental, desde o princípio

A “Ordenanza General de Urbanismo y Construc- ciones” (OGUC) do Chile, equivalente ao Códigos Municipais de Obras das cidades Brasileiras, é uma regulamentação de carácter obrigatório. Deve ser aplicado gradativamente na qualidade do isolamento térmico a ser aplicado na envol- tória das edificações, principalmente as de uso residencial, na qual se encontram indicadores específicos para cada uma das zonas climáticas identificadas no seu território. Considera a diver- sidade e variáveis climáticas do extenso território chileno, caracterizadas por regiões áridas, húmi- das, temperadas e geadas além de possuir grande inercia térmica diária e estacionais.

A aplicação do artigo 4.1.10 “Condiciones de acon- dicionamento térmico”, foi sendo exigido gradu- almente, onde a primeira delas aconteceu no ano 2000 e considerava requisitos de isolamento tér- mico só para coberturas. No ano 2007, entrou em vigência a segunda etapa que exigiu o isolamento de paredes, pisos e janelas.

Estas regulamentações foram exigidas somente para construções novas, reformas e ampliações, com ênfase na construção e desenho de residên- cias destinadas a moradia popular, com o propó- sito de diminuir os custos de consumo energético e manutenção de condições de climatização du- rante a vida útil das residências.

Uma terceira etapa será contemplado o de- sempenho energético, considerando o moni- toramento in loco das condições de conforto ambiental destas moradias. Os requisitos de habitabilidade compreendem fechamentos opa- cos, como coberturas, paredes externas e pisos ventilados. Para os fechamentos translúcidos compreendem definição dos percentuais máxi- mos das áreas das aberturas em função do tipo de vidro e da zona climática. A implantação, execução e fiscalização começa no momento da solicitação da aprovação da licença de cons- trução da residência, sendo o departamento de obras do município o encarregado da sua fiscali- zação e cumprimento.

Referências

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Energia elétrica no

No documento Comunidades urbanas energeticamente eficientes (páginas 124-127)