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Conceituando o termo, a eficiência energética está relacionada ao quanto de uma energia original, será utilizada para um fim desejado e o quanto será desperdiçado em outra forma de energia. Exemplificando de maneira simples,

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uma lâmpada converte energia elétrica (energia original) em calor e luz. Como o objetivo da lâmpada é somente iluminar, a parcela transformada em energia térmica está sendo desperdiçada. Quanto menos eletricidade é transformada em calor, mais é convertida em energia luminosa e, consequentemente, a eficácia da lâmpada é maior (Instituto Nacional de Eficiência Energética, 2016).

Para um edifício, significa a redução da sua demanda de energia, a partir de adaptações ao entorno - ao clima local, topografia, direção dos ventos, etc. - e, também, a diminuição do consumo de energia convencional (vinda de hidrelétricas na maior parte do Brasil) por intermédio do uso de energia solar para suprir parcialmente as necessidades de aquecimento, refrigeramento e iluminação (FERRER; GARRIDO, 2013).

Essa eficiência pode ser avaliada tanto para equipamentos eletrônicos como condicionadores de ar, geladeiras e máquinas de lavar; como para edifícios residenciais, públicos e comerciais.

Considerando que o consumo de energia no Brasil aumentou 35% nos últimos 10 anos e que as edificações são responsáveis por 50% deste (MMA, 2016a), a eficiência energética residencial é de suma importância para que se atinja o uso racional de nossos recursos energéticos.

A eficiência de edifícios pode ser medida, assim como a de equipamentos, pela Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), que surge de uma parceria entre o Inmetro e a Eletrobrás. A ENCE fornece classificações que vão de E a A, sendo E a menos eficiente e A a mais eficiente. Para edifícios, são levados em conta três aspectos principais, a envoltória, a iluminação e o condicionamento de ar. Cada um deles, recebe uma classificação entre E e A e o conjunto dos resultados gera a classificação global do edifício. O objetivo dessa etiquetagem é o combate ao desperdício e o incentivo ao uso sustentável dos recursos energéticos nos mais variados tipos de edifício. Este capítulo irá abordar estas três fontes e o aquecimento de água, que é uma das atividades que mais consome energia em uma residência.

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NVOLTÓRIA

A envoltória de um edifício pode ser definida como o conjunto de paredes, fachada e cobertura. É um dos fatores mais complicados de se fazer alterações em uma residência, pois exige, na maioria das vezes, obras mais complexas (MMA, 2016b). A envoltória influencia na transmitância térmica e absortância solar. Que são, respectivamente, a condutividade térmica de uma superfície, que influencia na quantidade de calor que passa por ela e no isolamento térmico; e a razão entre a quantidade de radiação incidida sobre um corpo e a quantidade absorvida por ele. De forma geral, a envoltória está ligada às trocas de calor entre o ambiente e a residência, e nas partes dela como um todo. Algumas maneiras de melhorar a eficiência trabalhando a envoltória são a pintura das paredes externas com cores mais claras - que por terem maior albedo refletem mais calor - ou cores mais escuras, para absorver mais radiação térmica. Uso de telhados verdes nas coberturas, que diminuem a transmissão de calor pela cobertura (MMA, 2016b). Fazer a limpeza da superfície periodicamente, o que pode retomar entre 90 e 100% de sua absortância térmica (DORNELLES, 2008). Uso de vidro e outros materiais translúcidos em algumas superfícies, que promovem o aquecimento do ambiente devido a elevada transmitância desses materiais à radiação solar e baixatransmitância à radiação infravermelha que fica aprisionada no interior do edifício (FERRER; GARRIDO, 2013).

I

LUMINAÇÃO

Este é o fator que, junto do condicionamento de ar, mais consome energia elétrica nos edifícios (MMA, 2016c). Para o projeto 3E do Ministério do Meio Ambiente, são três os pré-requisitos para a obtenção de um sistema de iluminação eficiente. São eles a divisão interna dos circuitos, a contribuição da luz natural e o uso de sensores de desligamento automático. Uma iluminação eficiente precisa proporcionar conforto visual, tendo direção e intensidade adequadas, além de ausência de ofuscamento e boa definição de cores (LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 2005). Para evitar o excessivo gasto com iluminação, vale a pena investir em aparelhos mais eficientes, para se ter menor gasto e na iluminação natural, que quão melhor for aproveitada, menos iluminação artificial será necessária.

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Observar as potências das lâmpadas para cada local é um bom caminho, assim podemos usar lâmpadas mais fracas onde a necessidade de iluminação for menor, por exemplo. Substituição de lâmpadas tradicionais por lâmpadas de LED, que têm maior durabilidade e são mais eficientes por não produzirem calor (MMA, 2016c). Construir o hábito de não deixar luzes acessas onde não há quem precise delas é também uma boa forma de reduzir o consumo de energia. Instalação de luminárias altas o suficiente para iluminar as superfícies adjacentes (LAMBERTS, DUTRA; PEREIRA, 2005). Para sistemas de iluminação natural, podem-se usar filtros como persianas e cortinas para reduzir a luz onde for muito intensa. Construção de janelas, sacadas e paredes ou coberturas translúcidas podem iluminar regiões onde a luz não chegava anteriormente (FERRER; GARRIDO, 2013).

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ONDICIONAMENTO DE AR

O condicionamento de ar é feio pelo controle das cargas térmicas do edifício, para a regulação da temperatura de acordo com a vontade do morador (FILHO; PEDRINI, 2011). Filho e Pedrini (2011) também dizem que “Os sistemas de condicionamento de ar dedicados a proporcionar conforto térmico em edificações comerciais e residenciais devem possibilitar o controle das condições de temperatura, umidade, movimentação e renovação do ar nos ambientes internos, mantendo a qualidade do ar interior em níveis adequados à ocupação humana. ”

Para o aquecimento e o resfriamento do local, as intervenções são de naturezas próximas com as de iluminação, sendo então o uso de equipamentos mais eficientes e o aproveitamento da ventilação e calor natural. Relacionado à eficiência dos equipamentos, o INMETRO disponibiliza informações sobre a eficiência de aparelhos de ar condicionado, temos também a etiquetagem já mencionada da ENCE. Já os sistemas de refrigeração e aquecimento, naturais exigem obras, pois necessitam de diversos fatores como ambientes amplos para circulação das correntes de ar, disposição de aberturas como janelas e portas amplas (ECODESENVOLVIMENTO, 2016).

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QUECIMENTO DE ÁGUA

O último fator a ser abordado será o aquecimento de água, que é feito no Brasil majoritariamente por chuveiros elétricos. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2016d), chuveiros elétricos consomem cerca de 24% da energia elétrica de uma residência e 73% das casas brasileiras possuem esse tipo de chuveiros. Além disso ele enfatiza que o Brasil, é um dos poucos países no mundo que usa esse tipo de tecnologia. A solução apontada pelo mesmo é o aquecimento solar da água. Os painéis solares utilizados para esse fim têm custo médio de 2000 reais para uma família com 4 integrantes e sua vida útil mínima é de 20 anos, para completar, o retorno do investimento é bem rápido, vem em cerca de 2 anos (MMA, 2016d). Além disso, existem painéis fabricados com tecnologia nacional, que geram cerca de 42 mil empregos em 200 fabricas ao longo do país.

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