• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO I O LUGAR DO CORPO

EIXO DA AFECTIVIDADE PositivatwmcU

(+)

Pólo positivo da imagem corporal de SI

EDCO

DA IDENTIDADE SI

Pólo negativo da imagem corporal de SI

Pólo positivo da Imagem corporal que pensa ser o Outro reflecte sobre de SI

OUTRO

Pólo negativo da imagem corporal que pensa ser o Outro reflecte sobre SI

Negativo/Constrangedor

(-)

J L

Representações da imagem corporal de SI Representações da imagem corporal de Si ame pensa ser aamela ame o OVTRO reflecte

Adaptado de Zavalloni e Louis-Guérin (1984: 73) Adaptando a descrição de Zavalloni e Louis-Guérin (1984) ao nosso estudo, apresentamos o espaço elementar da identidade sobrepondo os elementos que se referem à imagem corporal. Assim:

Apresentação e caracterização do estudo

• o quadrante A contém as UR que exprimem o self valorizado:

- inclui as características da imagem corporal de SI consideradas positivas e essenciais; • o quadrante B, pelo contrário, contém as UR que exprimem o .ye/fdesvalorizado:

- inclui as características da sua imagem corporal consideradas negativas e constrangedoras;

• o quadrante C contém as UR que exprimem o self valorizado:

- inclui as características positivas/essenciais da imagem corporal de SI que pensa serem reconhecidas pelo OUTRO - professores(as), colegas e outras pessoas -, ou outras características recebidas/atribuídas por estes e, ainda, outras que não possui mas que gostaria de ter;

• o quadrante D, opostamente, contém as UR que exprimem o .se//*desvalorizado:

- inclui as características negativas da imagem corporal de SI que pensa serem atribuídas/impostas pelo OUTRO - professores(as), colegas e outras pessoas -, que recusa, que se sente vítima ou que são indesejáveis em termos de contra-valores.

c) Nível 3 - Significado diferencial das UR egomórficas e alomórficas

• Imagem corporal de SI

• Imagem corporal que pensa ser aquela que o OUTRO reflecte sobre SI Este nível do MCR visa clarificar a significação dos atributos egomórficos reconhecidos por SI e alomórficos quando atribuídos pelo OUTRO sobre SI.

O jovem é colocado sob estímulos sucessivos (perguntas abertas) relacionados com as suas UR iniciais, com o objectivo de provocar respostas que clarifiquem as

imagens que lhe ocorrem ao recordar as mesmas, os seus sentimentos, as suas opiniões

(crenças e valores), suas reacções (atitudes e estratégias de adaptação) e situações vividas (experiências da sua biografia pessoal e social).

Este nível 3 da Fase II do MCR permite clarificar, segundo a autora (Zavalloni e Louis-Guérin, 1984: 70-71), o sentido que cada respondente dá às respostas que utiliza. Sentido este muito singular uma vez que reflecte um aspecto particular da sua história vivida no contexto escolar de índole pessoal ou de percurso social, permite elucidar a diferença conotativa entre os atributos para SI e pensa ser para o OUTRO; e permite ainda elucidar a diferença conotativa entre as qualidades para SI (egocêntricas) e que pensa ser aquelas que o que o OUTRO reflecte sobre SI (sociocêntricas), isto porque os

apresentação e caracterização do estudo

valores e as qualidades que podem ser positivas para SI podem não o ser para o OUTRO.

Para obtermos a "própria natureza da construção subjectiva da realidade", assim como as relações sequentes entre identidades psicossocial "virtual" da imagem corporal (construída no processo relacional a partir da identidade para o outro - professores e colegas) e identidade psicossocial "real" (construída no processo biográfico a partir da identidade para si -jovem) (Dubar, 1997), procuramos fazer esta constante articulação com as UR iniciais.

Envolvidos que estávamos pelos pressupostos que esta técnica tem por base, fazemos emergir uma série de experiências significativas em contexto escolar ao longo do período de adolescência, que se inscrevem numa experiência de vida na sua relação do Eu com o Mundo escolar. As representações resultantes da interacção entre o jovem e os professores acerca da sua imagem corporal vai ser uma constante a ser explorada na explicitação das UR, como já o afirmamos.

Zavalloni e Louis-Guérin propõem ainda no MCR uma fase III - Exploração do

MIO: feixe conceptual e emocional - a técnica de Análise da Rede Associativa (ARA),

a partir do espaço elementar de identidade - UR e referente (fases anteriores), a qual permite explicar em eixos múltiplos a história pessoal e a história social. No nosso estudo esta fase não é explorada, por considerarmos termos atingido os objectivos a partir das fases anteriores que o MCR nos forneceu.

1.4. Sujeitos, instrumentos e procedimentos

Sendo essencial a aproximação ao contexto numa investigação qualitativa, dada a nossa ligação profissional com uma escola de ensino superior situamo-nos numa escola superior de enfermagem onde os jovens puderam se constituir como grupo de informantes privilegiados.

Utilizamos o método não probabilístico, pelo que a amostragem foi intencional e casuística (Burgess, 1997: 57), tendo seleccionado jovens entre vinte e vinte e três anos, com os quais pensamos possível cooperar. Considerámos como informantes privilegiados pelo facto de se encontrarem no período de formação da identidade e de iniciação da vida adulta; se encontram durante o seu percurso escolar; e possuírem nas suas memórias, ainda "vivas", as experiências mais marcantes deste percurso, estando em condições de saber interpretar os seus significados.

apresentação e caracterização do estudo

A amostra foi seleccionada a partir do contacto como docente no nosso local de

trabalho. Trata-se de 52 jovens a frequentar o ensino superior - Curso de Licenciatura em Enfermagem (inicialmente 56 jovens, foram eliminados quatro jovens por terem idade superior a 26 anos). Este grupo de jovens não constitui uma amostra representativa.

Caracterização da amostra - Após autorizado o acesso, para consulta dos

processos académicos individuais dos jovens estudantes recolhemos os dados referentes à idade, sexo e residência, para caracterização genérica da amostra.

Conforme podemos verificar no gráfico 1 os sujeitos da amostra apresentam-se com idades compreendidas entre os vinte e os vinte e três anos, sendo a maioria com 20 anos (23 jovens, 44,2%), com 21 anos (16 jovens, 30,8%), com 22 anos (11 jovens, 21,2%) e por fim 2 jovens (3,8%) com 23 anos.

Gráfico 1. Distribuição da amostra por idade

20 anos 21 anos 22 anos 23 anos

No gráfico 2 podemos verificar que predomina o sexo feminino (63,5%, 33 jovens) sendo 36,5% do sexo masculino (19 jovens).

Gráfico 2. Distribuição da amostra por sexo

jlpresentação e caracterização do estudo

Relativamente à sua proveniência em termos regionais, conforme nos elucida o gráfico 3, a maioria provém do distrito de Viana do Castelo (preferência regional em termos de acesso) (31 jovens, 59,6%), seguido da região de Braga (13 jovens, 25%), região do Porto (5 jovens, 9,6%), e por fim da região autónoma da Madeira, Leiria e Aveiro (cada um com 1 jovem, 1,9%).

Gráfico 3. Distribuição da amostra por área regional de proveniência