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EIXO – FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA INCLUSÃO.

No documento Comitê Cientifico. Conselho Editorial (páginas 71-76)

Andreia Domingues Bitencourte¹ Igor Brignol Salvador²

Palavras-chave: Pedagogia; Educação Inclusiva; Formação. INTRODUÇÃO

Para contextualizar essa problemática que se apresenta no cotidiano das escolas, fazse necessário expor relatos de sala de aula e também na formação do profissional docente. Frequentemente ocorrem fatos que geram preocupações na rotina diária escolar, que para resolvê-las é preciso à compreensão de que cada aluno é um ser único, e com base nisto necessita de um atendimento que estimule seu desenvolvimento integral, o qual envolve os aspectos cognitivo, físico e emocional. Além disso, o professor, precisa contar com a colaboração dos demais integrantes do ambiente/comunidade escolar, bem como dos próprios pais dos alunos.

Atualmente, todas as crianças e jovens com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) têm direito a frequentar a sala de aula regular, fundamentada na LDB e na Legislação que versa sobre a educação inclusiva. Mas será que todos os educadores estão preparados e qualificados a prestar-lhes um atendimento com igualdade de oportunidades, independentemente das limitações físicas ou mentais que venham a apresentar?

A implantação de uma escola inclusiva implica que sejam cumpridas algumas normas de acolhimento para este perfil de aluno. Com base nisso, para que a inclusão ocorra de fato, é necessário que as práticas educacionais tradicionais deem espaço à uma nova educação global, permitindo-lhe uma educação sem exclusões (Rodrigues, 2000, 2003; Ainscow, 2003; Morgado, 2003; César &

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72 2 Bacharel em Direito pela Universidade de Caxias do Sul. igorbrignol@gmail.com

Santos, 2006).

Estudos científicos demonstram que a formação inicial está longe de ser suficiente na preparação dos docentes para a inclusão de alunos com NEE (Monteiro, 2000. Oliveira, 2009). Ainda, segundo Paiva (2008, 2012) alguns estudos realizados acerca da educação inclusiva e da formação de professores, remetem para a existência de uma relação entre a formação especializada no âmbito das NEE e a promoção de atitudes mais inclusivas.

Neste sentido, é necessário que haja a preocupação de reavaliar o que se espera do professor e da revisão realista e rigorosa da sua preparação profissional, pois “(...) se queremos dar aos jovens a melhor educação, é basilar dar primeiro uma boa formação aos que os vão ensinar” (Widden e Tisher cit. in Rodrigues 2006, p. 20). Uma boa formação docente precisa dar condições ao professor para que este possa exercer autônoma e responsavelmente a sua profissão (Estrela, 2002).

METODOLOGIA

Este relato fundamenta-se na pratica diária de uma escola Municipal na Cidade de Pelotas/RS, possibilitando auxiliar e ilustrar alguns deficit´s na formação pedagógica que se fazem presentes no dia a dia em sala de aula e que são imprescindíveis no trabalho pedagógico e nas praticas educativas.

Durante as aulas de formação são necessárias disciplinas voltadas para a parte pedagógica que orientem o trabalho com alunos portadores de necessidades especiais nas suas especificidades.

As idéias de Ausubel fundamentam este trabalho por basearem-se em uma reflexão específica sobre a aprendizagem escolar e o ensino. Para haver aprendizagem significativa são necessárias duas condições. Em primeiro lugar, o aluno precisa ter uma disposição para aprender, estar motivado: em segundo, o conteúdo escolar a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou seja, ele tem que ser lógica e psicologicamente significativo: o significado lógico depende somente da natureza do conteúdo, e o significado psicológico é uma experiência que cada indivíduo tem.

Cada aluno faz uma filtragem dos conteúdos que têm significado ou não para si próprio. Refletindo sobre isto a imagem, principalmente de sua realidade, permite que partindo de conhecimentos prévios, possa agregar novos.

Segundo Paulo Freire o ensinar exige criticidade, estética e ética, reconhecimento e a assunção da identidade cultural, exige também pesquisa. A mudança da realidade necessita de tomada de consciência tanto do aluno quanto do professor de aspectos socioculturais que o cercam, dando-lhe a

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missão e o compromisso de interferir tentando construir um mundo socialmente mais justo e plural.

Para Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo do aluno se dá por meio da interação social, ou seja, de sua interação com outros indivíduos e com o meio.

A interação entre os indivíduos possibilita a geração de novas experiências e conhecimento. A aprendizagem, portanto é uma experiência social.

Ao focarmos o olhar para a formação de professores sente-se a necessidade de fazermos formações regularmente, dialogando sobre as técnicas, as intervenções e asproduções obtidas a fim de preparar os professores para o desenvolvimento de aspectos lógico cognitivos no trabalho com alunos com NEE, ou seja, especificamente voltados ao público alvo, trazendo uma enorme contribuição para o professor e para os alunos no que tange os resultados das aprendizagens efetivas adquiridas pelo aluno, estimulando o lúdico através da hora do conto, do desenho, da pintura, dos jogos pedagógicos que promovem a interação com os demais discentes, estimulando a cidadania e o componente sóciocultural.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em torno da formação de professores para a educação inclusiva, se faz necessária uma abordagem precisa na formação de professores, em grande parte, as lacunas sentidas na formação inicial para atender às especificidades da população estudantil aqui em questão e da importância dessa preparação para desenvolver junto da mesma um ensino adequado e de qualidade.

Para a realização deste relato, foram definidos como objetivos específicos verificar quais as aptidões que os professores consideram na sua formação inicial para trabalharem com alunos com NEE, no sentido da educação inclusiva e se essa formação influencia as competências para trabalharem com alunos com NEE, assim como facilita o relacionamento pessoal e pedagógico com estes alunos.

Verifica-se que a formação específica no âmbito das NEE resolve as dificuldades sentidas pelos professores na implementação da inclusão; e oriente na percepção sobre as dificuldades sentidas pelos professores na implementação da inclusão devido à deficiente formação inicial.

Identifica-se, que graduação ouve-se uma formação específica no âmbito das NEE e se o contexto desta formação supriu as dificuldades pedagógicas na área da educação especial a fim de constatar suas percepções e as suas atitudes relativamente à inclusão de alunos com NEE;

Para que se alcance o sucesso das escolas inclusivas, é necessário que se realizem mudanças nas escolas, priorizando pela inclusão, quer ao nível de

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construção acessibilidade, quer ao nível do currículo, e dos vários setores educativos, nomeadamente instalações (construção), organização escolar,nas praticas pedagógicas dos docentes uma vez que alguns professores precisam organizar suas praticas pedagógicas voltadas as especificidades dos alunos e das demais pessoas que nessa trabalham, conceitual, avaliativa, de pessoal, ético-escolar e que contemple atividades extraescolares possibilitando o convívio dos alunos em situação de igualdade para com os demais, através de espaços que proporcionem interação e ludicidade.

Neste sentido, espera-se que as escolas sejam cada vez mais inclusivas, respondendo às necessidades de todos os alunos num contexto lúdico pedagógico que abranja o formal, o não formal e o informal de forma interativa, a partir dos recursos humanos e dos materiais disponíveis.

A educação inclusiva deve ser entendida sob dois aspectos; primeiro, o reconhecimento da educação como um direito, segundo, a diversidade como um valor educativo essencial para a transformação das escolas, a construção de uma cultura inclusiva implica pressupostos que assentem na e pela diversidade.

CONCLUSÃO

Considera-se que os resultados têm sucesso, pois é notável a percepção dos professores quando há uma formação exclusiva e direcionada para o trabalho na educação especial. Identifica-se grande relevância se houvesse uma parte do currículo que tratasse desse contexto de forma significativa, contribuindo para o desenvolvimento das crianças que recebem apoio e auxílio no vinculo escolar e fortalecem a manutenção deste, seja por brincadeiras, deveres escolares ou com atividades de apoio as crianças.

Concluindo, entende-se que se fosse implantado nos currículos da graduação e também com cursos de formação continuada traria grande impacto na formação do acadêmico, preparando o docente para trabalhar com autonomia e transmitir ao discente um melhor atendimento suprindo as necessidades motoras, cognitivas e promovendo uma interação social. A construção dos novos conhecimentos através da prática pedagógica do dia a dia, possibilita o crescimento profissional do docente de forma bastante significativa, pois o aprendizado na prática é muito melhor absorvido tanto pelo docente na condição de aluno (graduando) como na interação e mediação deste com os discentes, gerando reflexões e análises que estimulam a revisão da teoria anteriormente aprendida, bem como discussões e avaliações sobre os rumos da pratica cotidiana de sala de aula.

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...,A formação e as atitudes de professores do ensino básico face à inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais na sala de aula. Dissertação de Doutoramento apresentada à Universidade da Extremadura, Badajoz.2012.

76 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: APRENDENDO COM AS DIFERENÇAS NUMA

No documento Comitê Cientifico. Conselho Editorial (páginas 71-76)