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Elemento 2.2 – Processo de avaliação e controle de riscos

5.2 GERENCIAMENTO DE RISCO À SEGURANÇA OPERACIONAL

5.2.2 Elemento 2.2 – Processo de avaliação e controle de riscos

Identificados os perigos existentes na operação do PSAC está na hora de fazer uma avaliação destes perigos, conforme a ANAC (2017) no Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR- Conheça mais a respeito, após a análise do perigo existente em determinadas operações, são trabalhados os riscos presentes nestas situações.

Com o extraído do referido guia da ANAC (2017), pode-se usar o exemplo de um pouso com vento transversal ao eixo da pista, esta é uma situação perigosa que traz algumas consequências e riscos, como, respectivamente, a perda de reta no momento do toque e o toque da ponta de asa na pista gerando danos na aeronave, logo se tem uma condição perigosa que tem consequências e riscos e estes possuem suas respectivas gravidades.

Neste elemento que se encontram as demais fases do gerenciamento de riscos da segurança operacional, conforme a ANAC (2018) no guia para Gerenciamento de riscos da aviação, a próxima fase é avaliação das consequências do perigo.

Deve-se ter, conforme ANAC (2018), muita cautela durante a avaliação das consequências para que estas não sejam confundidas com perigos, mascarando assim a origem destes.

Com a devida avaliação das consequências, deve-se dar inicio a avaliação dos riscos e seu gerenciamento. Conforme a ANAC (2018), risco é a chance de alguém ser prejudicado por vários perigos, junto com a indicação da seriedade de seus danos. Basicamente no risco, avalia-se a probabilidade e a severidade das consequências existentes nos perigos. Com esta avaliação é possível verificar quais são os maiores riscos e, por consequência, dar prioridade de tratamento.

5.2.2.1 Probabilidade de ocorrência

A probabilidade, conforme a ANAC (2018), é a forma de avaliar o risco de acordo com as chances de um evento ocorrer com base na exposição do perigo. Uma das maneiras de determinar esta métrica é classificando o risco com base em sua frequência potencial de ocorrência através de uma escala de cinco pontos, que vai de frequente a extremamente improvável, sendo que cada ponto deve ser referenciado a um valor numérico.

Importante destacar que, conforme ANAC (2018), cada operador deve usar a referência que mais convém as suas operações e, independente de qual modelo aplicado à tabela, esta deve ser registrada no MGSO.

5.2.2.2 Severidade da ocorrência

A outra métrica é a severidade, sendo esta, conforme ANAC (2018), a estimativa do impacto das consequências de um perigo, usando como base o pior cenário possível, podendo ser estimada em termos de pessoal, materiais, financeiros, responsabilidade legal, impactos no meio ambiente, imagem da empresa, entre outros.

A severidade pode, conforme ANAC (2018), ser avaliada em escalas que podem partir do “impacto insignificante” a “consequências catastróficas”, podendo cada operador usar a referência que melhor se adequar as suas operações. Uma observação importante é que na escala utilizada na definição da severidade, ao invés de usar números, como nas escalas de probabilidade, aqui se utilizam letras para indicar cada escala, partindo da letra A como a que possui maior severidade.

Conforme ANAC (2018), com os números obtidos pela probabilidade de uma ocorrência e as letras obtidas pela severidade, pode-se obter uma ferramenta importante que é a matriz de risco.

5.2.2.3 Matriz de risco

A matriz de risco é a ferramenta utilizada para categorizar os riscos presentes em situações perigosas, com esta ferramenta, conforme a ANAC (2017) no Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR- Conheça mais a respeito, podem-se classificar as consequências de uma condição perigosa com relação à probabilidade de determinada consequência ocorrer e a sua severidade, caso venha a ocorrer.

A matriz de risco é, conforme a ANAC (2017), de livre escolha pelo PSAC, devendo refletir as condições operacionais de cada empresa. Conforme orientação do referido guia, uma matriz muito pequena (3x3) eleva a chance de se tomar uma decisão equivocada, se a matriz for muito grande, torna o enquadramento do risco, que já é um processo subjetivo,

ainda mais complexo, dificultando a análise. Uma matriz de 5x5 ou 4x5 já é suficiente para uma análise adequada, ficando a cargo o PSAC a escolha da matriz que achar conveniente.

Matriz 1 – Exemplo de matriz de risco

Fonte: ANAC (2018, p.19)

Com a análise da matriz de risco, conforme a ANAC (2018), o PSAC vai verificar o quão tolerável é o risco e dependendo do resultado, verificar a possibilidade de se conviver com o risco, realizar ações mitigadoras ou, até mesmo, se deve ser necessário o cancelamento da operação.

5.2.2.4 Eliminar ou mitigar o risco

Analisando-se as situações perigosas e quais as consequências e riscos destes eventos imprevistos, deve-se, conforme ANAC (2018), tomar ações e criar barreiras para mitigar os riscos de determinadas situações perigosas. Mitigar significa suavizar, diminuir, atenuar, abrandar e aliviar, conforme as definições, observa-se que basicamente há um cenário de redução de riscos até que eles se tornem aceitáveis para operação.

Eliminar todos os riscos presentes em qualquer que seja a atividade é uma tarefa, praticamente, impossível, na aviação não é diferente, conforme a ANAC (2018), na aviação não existe segurança absoluta, todos os esforços devem ser feitos par reduzir os riscos ao nível mais baixo possível até chegar num ponto que se torna economicamente inviável, um

risco só pode ser tolerado se for demonstrado que há um benefício claro que justifique a operação.

Para verificar o nível de aceitabilidade do risco é comumente empregado o conceito de ALARP, do inglês “As Low As Reasonably Practicable”, traduzido como tão baixo quanto razoavelmente praticável. Este conceito identifica três categorias de risco, sendo estas descritas a seguir:

a) Riscos inaceitáveis são os que, independente de seus benefícios, não podem ser tolerados, devendo ser eliminados ou reduzidos para a realização da operação, salvo se houver razões excepcionais justificáveis; b) Riscos toleráveis são riscos que, geralmente, se está disposto a tolerar para

obter determinado benefício das operações, estes riscos devem ser devidamente avaliados e controlados, devendo ser revistos periodicamente para garantir que mantem o seus status de tolerável;

c) Riscos aceitáveis são considerados baixos e bem controlados, sãos riscos que são considerados insignificantes ou necessários à vida diária.

Abaixo há a figura que representa o esquema em forma de triangulo invertido que facilita o entendimento de tal conceito:

Figura 3 – Triângulo ALARP

Para determinar a aceitabilidade dos riscos se faz necessário, conforme a ANAC (2018), o uso de uma série de critérios, sendo importante, para fornecer evidências de que o risco é aceitável ou que ações mitigadoras são praticáveis, uma avaliação especializada, caso não seja possível encontrar estas evidências, é necessária uma análise do custo-benefício. Caso o controle de risco proposto seja eficiente e eficaz, pode se concluir que o risco é razoavelmente praticável.

Com todas essas ações tomadas é importante, conforme ANAC (2018), que seja feita uma avaliação da efetividade das defesas para garantir o funcionamento do processo de gerenciamento de risco, da validade das decisões e da efetividade das medidas mitigadoras implantadas, sendo este requisito necessário para validar a conclusão do processo de gerenciamento de segurança operacional.

Por fim, são importantes que sejam identificados novos perigos, pois, conforme ANAC (2018), a aviação é setor dinâmico e como tal, mudanças podem ocorrer e seus riscos devem ser gerenciados, mantendo o gerenciamento de riscos sempre atualizado e funcionando de acordo com as necessidades da segurança das operações da organização.

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