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No planejamento do SGSO, conforme a OACI (2009), é trabalhado o primeiro componente do sistema, já na parte da operação do SGSO encontram-se os demais elementos, sendo trabalhados e desenvolvidos dentro dos moldes em que foram discutidos anteriormente.

Na operação, o operador irá, conforme a OACI (2009), por em prática o que fora definido no planejamento e a execução é feita pela sequência lógica dos componentes, inicialmente, há o gerenciamento dos riscos, identificação dos perigos e a avaliação e mitigação dos riscos, com esses elementos trabalhados, há o desenvolvimento da garantia da segurança com o monitoramento e medição do desempenho da segurança, gerenciamento de mudanças e desenvolvimento contínuo do SGSO, por fim, encontra-se o quarto componente que trabalha o treinamento e a promoção do sistema.

7 CONCLUSÃO

Com toda a pesquisa realizada para analisar os aspectos históricos do SGSO, a forma de atuação e a sua importância no cenário da aviação, foi possível concluir que o sistema surgiu com uma base que o antecedesse, verificando-se que o sistema é resultado de anos de desenvolvimento da segurança operacional na aviação. Pode-se inferir, dessa forma, que o embrião do SGSO começou a ser concebido, mesmo que de forma involuntária, logo após o nascimento da aviação como é conhecida hoje, sendo desenvolvido a cada investigação de acidentes e incidentes e seus, respectivos, relatórios e recomendações até, finalmente, surgir como um sistema completo e documentado que serve de base, através de seus componentes, para a operação de gerenciamento da segurança operacional das mais variadas atividades que hoje são executadas na aviação, proporcionando maior segurança na atividade aérea.

Os objetivos dessa pesquisa foram conquistados através de uma pesquisa descritiva, utilizando procedimento bibliográfico e documental com uma abordagem qualitativa, sendo esta baseada em manuais, guias, regulamentos e páginas temáticas da ANAC, além de documentos da OACI e FAA, principalmente o Anexo 19 e o DOC 9859.

A história demonstra que o SGSO surgiu devido a muitos anos de desenvolvimento de segurança na aviação que, conforme a ANAC ([2020?]), inicialmente possuía uma abordagem nos fatores técnicos, posteriormente nos fatores humanos e, por fim, entendeu que a segurança na aviação dependia, também, de fatores organizacionais. Com todo esse desenvolvimento a OACI tomou a iniciativa de montar um sistema que pudesse gerenciar todos esses aspectos, dando vida ao SMS que posteriormente foi trazido ao Brasil como SGSO.

Ao conhecer a regulamentação existente sobre o sistema, foi constatado que para seu correto e integral funcionamento é necessária uma regulação própria que permite, também, a fiscalização conforme parâmetros pré-estabelecidos. Para isso, conforme a ANAC (2015), a OACI criou uma série de padrões e sistemas, inicialmente espalhados em alguns Anexos e posteriormente unificados no ANEXO 19, o qual atribui ao Estado à necessidade de criar o seu PSO, sendo este um programa que busca orientar os caminhos a serem seguidos para elevação da segurança operacional, surgindo, a partir desse programa, outros documentos, como o, muito útil, PSOE-ANAC, que é focado nas ações da própria ANAC e de seus regulados.

A aviação possui certa variedade de operações, que, por sua vez, possuem riscos e realidades diferentes uma das outras, portanto é necessário que o Estado crie regulamentações específicas para cada setor e cada PSAC deve buscar se orientar para saber qual regulamentação deve se basear. Com a exposição das regulamentações específicas, é possível o processo de análise de como o SGSO está inserido e faz parte das organizações.

Ao analisar como é a forma de atuação do sistema, chega-se a conclusão que este tem sua atuação baseada em quatro componentes, sendo estes complementares, funcionando como um quebra cabeça, completo apenas quando todas as peças estão conectadas, ficando nítido a sua interdependência. Conectado a análise da forma de atuação esta a análise dos componentes do sistema, que serão expostos nos próximos parágrafos.

O primeiro componente é a política e os objetivos da segurança operacional, sendo estes determinados pela alta diretoria amparada por gestores, com a política definida são traçados os objetivos da segurança operacional, o qual possui métricas para sua verificação.

O segundo componente é o gerenciamento da segurança operacional, trabalhando- se neste componente o gerenciamento dos riscos propriamente ditos, analisando as operações da organização a procura de perigos com suas consequências e riscos, para então, definir quais ações devem ser tomadas no tocante a mitigação dos riscos ou suspensão das operações.

O terceiro componente é a garantia da segurança operacional, neste componente há a análise de como está o funcionamento do SGSO através de parâmetros e metas, além disso, há o gerenciamento de mudanças, que busca manter a segurança independente do cenário atual da empresa. Com a união destas informações é possível observar um processo de melhoria contínua no sistema.

O quarto componente é a Promoção da Segurança Operacional, neste componente há a implantação e manutenção de treinamentos que tem reflexos na segurança operacional, além do treinamento, também há a promoção SGSO, assim como se promove produtos, disseminando a filosofia e princípios do sistema para o conhecimento de todos os colaboradores.

Por fim, a implantação do SGSO que, conforme a OACI (2009), é composta por quatro fases que fazem conexão com os componentes anteriormente citados, trazendo para o Estado e os regulados um programa padronizado de implantação.

Com a análise dos componentes e das fases de implantação do sistema é possível observar como se da o seu planejamento e sua operação dentro do contexto organizacional,

onde cada membro da equipe tem sua responsabilidade e cada ação que seja exigida pelo sistema deve ser documentada e arquivada.

Assim, com todas essas informações, é possível observar as características do sistema e concluir que este é composto por uma série de componentes e processos que o fazem funcionar e dependem, principalmente, da atitude positiva do Estado e das organizações para sua implantação, manutenção e operação de maneira funcional, proporcionando que as várias ferramentas do sistema tragam os benefícios planejados para todos.

O SGSO é um tema importante de se pesquisar, com elevada utilidade no cenário da aviação. Há muito que se pesquisar e explanar sobre o tema, porém há uma elevada fragmentação das fontes de informação, o que dificulta bastante o processo pesquisa, pois, por muitas vezes, a mesma informação precisou ser consultada em mais de uma fonte para a adequada interpretação e fidelidade, havendo inclusive a complementação de informações em documentos diferentes, dificultando a transcrição nos parágrafos deste trabalho. Esta fragmentação fora encontrada principalmente em documentos do Brasil, a OACI traz alguns manuais específicos, além do anexo 19. O Brasil ainda está caminhando para o alcance desta desfragmentação e, consequente, condensação das informações relevantes para o SGSO, neste aspecto, há qualidade nos materiais mais recentes divulgados pela ANAC, que possuem linguagem clara e objetiva, além de usar elementos gráficos atraentes para o leitor. Por fim, a sugestão para outras pesquisas é que se procure, antes de escrever sobre o tema, traçar linhas de pesquisa, desfragmentar as informações, excluir documentos com informações desatualizadas e, após estas atividades, escrever de forma fluída sobre o tema.

REFERÊNCIAS

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