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Sistema de gerenciamento da segurança operacional

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDRE VIEIRA

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA OPERACIONAL

Palhoça 2020

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ALEXANDRE VIEIRA

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA OPERACIONAL

Monografia apresentada ao Curso de graduação em Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Prof. Joel Irineu Lohn, MSc.

Palhoça 2020

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ALEXANDRE VIEIRA

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA OPERACIONAL

Esta monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Bacharel em Ciências Aeronáuticas e aprovada em sua forma final pelo Curso de Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 05 de Junho de 2020

__________________________________________ Orientador: Prof. Joel Irineu Lohn, MSc.

__________________________________________ Prof. Cléo Marcus Garcia, MSc.

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Dedico este trabalho a minha esposa e filhas, pelo incentivo da volta aos estudos mesmo

após ter finalizado o ensino médio a mais de 20 anos, pela paciência e apoio para manter foco nos estudos e não desistir e, por fim, aos meus pais que sempre me apoiaram do início

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, pela oportunidade de, pela capacidade cognitiva e saúde, realizar este trabalho. A minha esposa e filhas pelo apoio incondicional dado até o presente momento, pois sem apoio delas, possivelmente, não tivesse iniciado o curso de Ciências Aeronáuticas, aos meus estimados professores desde o primário se esforçam para passar o seus conhecimentos aos seus alunos, muitas vezes sem a remuneração merecida, e, muitos deles, ensinando muito mais do que lhe fora exigido. Ao meu orientador, Prof. Orientador Joel Irineu Lohn, MSc, pelas orientações oferecidas e, por fim, aos meus amigos e colegas de universidade, pelas várias orientações em disciplinas que tive dificuldades no decorrer desta graduação.

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Há um grande desejo em mim de sempre melhorar. Melhorar. É o que me faz feliz. E sempre que sinto que estou aprendendo menos, que a curva de aprendizado está nivelando, ou seja o que for, então não fico muito contente. E isso se aplica não só profissionalmente, como piloto, mas como pessoa. (SILVA, Ayrton Senna, [1960-1994]).

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RESUMO

A presente pesquisa tem por objetivo analisar os aspectos históricos, a forma de atuação e a importância no cenário da aviação do tema Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO). A metodologia utilizada empregará uma pesquisa descritiva, com procedimento bibliográfico e documental, e abordagem qualitativa. Com a pesquisa foi possível atingir os resultados planejados e expor de forma sintetizada as principais características do sistema. O SGSO é um sistema que envolve toda organização na busca de uma constante evolução da segurança operacional. Seu desenvolvimento começou com verificação de que os acidentes ocorriam também por fatores organizacionais e não apenas humanos e materiais. Com essa constatação a OACI deu inicio a concepção do sistema que foi finalmente sintetizado no Anexo 19. Para que todo o sistema seja seguido, o mesmo é baseado em uma série de regulamentos e manuais que guiam as organizações ao alcance dos seus objetivos. O sistema é composto por quatro componentes interligados que, com seus respectivos elementos, proporcionam às organizações os meios para realizar o planejamento, implantação e operação do sistema, sendo estes detalhados nesta pesquisa. Com a pesquisa é possível concluir que o SGSO é um sistema composto por componentes e processos que dependem, principalmente, da atitude positiva do Estado e das organizações para sua implantação e operação, além de trazer uma abordagem preditiva e proativa para prevenção de acidentes, elevando assim os índices de segurança.

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ABSTRACT

The present research aims to analyze the historical aspects, the way of acting and the importance in the aviation scenario of the theme of Operational Safety Management System. The methodology used will employ a descriptive research, with bibliographic and documentary procedure, and a qualitative approach. With the research it was possible to achieve the planned results and expose in a synthesized way the main characteristics of the system. SGSO is a system that involves every organization in the search for a constant evolution of operational safety. Its development began with the verification that accidents also occurred due to organizational factors and not only human and material. With this observation, ICAO initiated the conception of the system, which was finally summarized in Annex 19. In order for the entire system to be followed, it is based on a series of regulations and manuals that guide organizations in achieving their objectives. The system consists of four interconnected components that, with their respective elements, provide organizations with the means to carry out the planning, implementation and operation of the system, which are detailed in this research. With the research, it is possible to conclude that the SGSO is a system composed of components and processes that depend, mainly, on the positive attitude of the State and the organizations for its implantation and operation, besides bringing a predictive and proactive approach for accident prevention, raising thus the safety indexes.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS LISTA DE SIGLAS ALARP ANAC CENIPA CEO CIAC COMAER CRM CSO ESO FAA GASO GR GRSO GSO IS ISO MCA MGSO NADSO OACI PRE PSAC PSO-BR PSOE RBAC SGQ SGSO SMM SSP SSSO

As Low As Reasonably Practicable Agência Nacional de Aviação Civil

Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos Chief Executive Officer

Centro de Instrução de Aviação Civil Comando da Aeronáutica

Crew Resource Management

Comissão de Segurança Operacional Eventos de Segurança Operacional Federal Aviation Administration

Grupo de Ação de Segurança Operacional Gestor Responsável

Gerenciamento de Risco a Segurança Operacional Garantia da Segurança Operacional

Instrução Suplementar

International Organization for Standartdization Manual do Comando da Aeronáutica

Manual de Gerenciamento de Segurança Operacional Nível Aceitável de Desempenho da Segurança Operacional Organização da Aviação Civil Internacional

Plano de Resposta a Emergências Prestador de Serviço de Aviação Civil

Programa Brasileiro para a segurança operacional da aviação civil Programa de Segurança Operacional Específico

Regulamento Brasileiro da Aviação Civil Sistema de Gestão de Qualidade

Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional Safety Management Manual

State Safety Program

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SUMÁRIO 1INTRODUÇÃO ... 11 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ... 13 1.2 OBJETIVOS ... 13 1.2.1 Objetivo Geral ... 13 1.2.2 Objetivos Específicos ... 13 1.3 JUSTIFICATIVA ... 14 1.4 METODOLOGIA ... 14

1.4.1 Natureza da pesquisa e tipo da pesquisa ... 14

1.4.2 População amostra ou Sujeitos da pesquisa ou Materiais e métodos ... 15

1.4.3 Procedimentos De Coleta De Dados ... 15

1.4.4 Procedimentos De Análise Dos Dados ... 15

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ... 15

2SURGIMENTO DO SGSO ... 17

3O QUE É O SGSO? ... 20

3.1 RELAÇÃO ENTRE SGSO E SGQ ... 21

3.2 O QUE NÃO É O SGSO ... 22

3.3 PROCESSOS CHAVE DO SGSO... 23

4REGULAÇÃO VOLTADA AO SGSO ... 25

4.1 REGULAMENTAÇÃO ESPECÍFICA ... 27

4.1.1 Regulamentação voltada aos PSAC ... 28

4.1.1.1 Oficinas de manutenção ... 28

4.1.1.2 Operador de Aeródromo ... 28

4.1.1.3 Operador Aeroagrícola ... 29

4.1.1.4 Centros de Instrução de Aviação Civil ... 29

4.1.1.5 Operadores 135 ... 30

4.1.1.6 Operadores 121 ... 30

4.1.1.7 Pequenos provedores de serviço da aviação civil ... 31

5COMPONENTES E ELEMENTOS DO SGSO ... 32

5.1 POLÍTICA E OBJETIVOS DA SEGURANÇA OPERACIONAL ... 33

5.1.1 Política da segurança operacional ... 33

5.1.2 Objetivos de segurança operacional ... 35

5.1.3 Elemento 1.1 – Responsabilidade e comprometimento da alta direção ... 36

5.1.4 Elemento 1.2 – Responsabilidade primária sobre a segurança operacional... 36

5.1.5 Elemento 1.3 – Designação do pessoal-chave de segurança operacional ... 37

5.1.6 Elemento 1.4 – Coordenação do plano de resposta à emergência ... 39

5.1.7 Elemento 1.5 – Documentação do SGSO ... 40

5.2 GERENCIAMENTO DE RISCO À SEGURANÇA OPERACIONAL ... 41

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5.2.2 Elemento 2.2 – Processo de avaliação e controle de riscos ... 44

5.2.2.1 Probabilidade de ocorrência ... 44

5.2.2.2 Severidade da ocorrência ... 45

5.2.2.3 Matriz de risco ... 45

5.2.2.4 Eliminar ou mitigar o risco ... 46

5.3 GARANTIA DA SEGURANÇA OPERACIONAL ... 48

5.3.1 Elemento 3.1 – Processo de monitoramento e medição do desempenho da segurança operacional ... 49

5.3.2 Elemento 3.2 – Processo de gerenciamento de mudanças ... 49

5.3.3 Elemento 3.3 – Processo de melhora contínua do SGSO ... 50

5.3.4 Relação entre GRSO e GSO ... 52

5.4 PROMOÇÃO DA SEGURANÇA OPERACIONAL ... 52

5.4.1 Elemento 4.1 – Treinamento e qualificação ... 53

5.4.2 Elemento 4.2 – Divulgação do SGSO e da comunicação acerca da segurança operacional. ... 54

6FASES DE IMPLANTAÇÃO DO SGSO ... 56

6.1 FASE I – PLANEJAMENTO ... 56

6.2 FASE II – PROCESSOS REATIVOS ... 58

6.3 FASE III – GESTÃO DE PROCESSOS PREDITIVOS E PROATIVOS DE SEGURANÇA ... 59

6.4 FASE IV – GARANTIA DA SEGURANÇA OPERACIONAL ... 60

6.5 PLANEJAMENTO ... 61

6.6 OPERAÇÃO ... 62

7CONCLUSÃO ... 63

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1 INTRODUÇÃO

A aviação é popularmente conhecida como um dos meios de transporte mais seguros do mundo devido ao seu baixo índice de acidentes e elevado nível técnico de todos os seus participantes. Tanto a equipe que carrega a aeronave com bagagens quanto os pilotos, que ficam na ponta de toda operação, recebem treinamento prévio específico. De acordo com a ANAC (2018) no seu Relatório Anual de Segurança Operacional (RASO), a aviação de transporte aéreo regular no Brasil mantém o incrível número de zero acidente com fatalidades desde 2012, algo extraordinário para aviação brasileira, trazendo tranquilidade para tripulações e passageiros. Esse elevado nível de segurança é possível graças a sistemas que estão presentes em toda a aviação, conectando a maioria dos elementos em busca de um maior nível de segurança.

A aviação, conforme o professor LEMOS (2012), foi desenvolvida de forma mais veloz durante os nossos dois maiores conflitos mundiais, tanto em número quanto em desempenho. Após estes períodos, muitas aeronaves e tecnologias desenvolvidas foram empregadas na aviação civil e uma das consequências deste desenvolvimento fora a redução de distâncias, trazendo facilidades e uma agilidade enorme para romper fronteiras, principalmente devido aos avanços alcançados na navegação aérea, comunicações, sistema de radares e pressurização. Agora, com tais avanços, uma viagem do Brasil aos Estados Unidos se resume em um dia e não mais em um mês. Toda essa nova realidade trouxe muitas implicações e, de acordo com o professor SANTOS (2014), uma delas foi um desenvolvimento desordenado, havendo assim a necessidade de um esforço mundial para padronização de sistemas e procedimentos para que todas as pessoas, na maior parte do mundo, falassem a mesma “língua” no campo da aviação, buscando maior segurança e facilidades quando se pretendia realizar um voo internacional. Diante de tais fatos, o governo dos EUA promoveu, em 1944, na cidade de Chicago, a convenção de Chicago que levou ao surgimento da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), um órgão internacional que trouxe uma infinidade de padrões e, de acordo com a ANAC ([2020]), para atingir maior padronização sobre os vários assuntos na aviação civil internacional, esta emitiu documentos conhecidos como anexos, sendo esses anexos respeitados em muitos países signatários ao redor do globo.

Dente os anexos existentes, de acordo com a ANAC (2018), existe o anexo 13 que fornece diretrizes para atuação dos órgãos responsáveis pela investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos, ficando como principal responsável pela segurança na aviação até o

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ano de 2013, quando a OACI instituiu o anexo 19, que compilou as alterações existentes em outros anexos que fundamentavam o Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) em único documento, servindo de base para a elaboração de um sistema de gestão de segurança para vários países.

A aviação possui um rigoroso sistema de investigação de acidentes aeronáuticos, principalmente, porque estes fornecem informações importantes para a prevenção de novos acidentes, porém esta lógica exige, como se pode imaginar, que o sistema rompa e haja perda de vidas e de bens materiais. De acordo com SANTOS (2014), ao se analisar os documentos que mostram o histórico de prevenção de acidentes no Brasil, observa-se que existe com frequência a palavra investigação, algo que era fruto de uma cultura reativa. O Brasil teve o mérito de ter evoluído e um sistema reativo para um sistema preventivo, onde a investigação é apenas mais uma forma de prevenir acidentes.

Na MCA 3-3/2012, que trabalha a metodologia e os procedimentos para prevenção de ocorrências, encontram-se alguns princípios do SIPAER, podem-se extrair os que se destacam para o presente trabalho de conclusão de curso e estes são os de que todo acidente deve ser evitado, que todo acidente resulta de uma sequência de eventos e nunca de uma causa isolada e que todo acidente tem um precedente. Diante destes princípios percebe-se que é possível ser aplicado uma visão sistêmica para romper a sequência de eventos e precedentes para que, desta forma, ocorra à quebra dos elos de eventos que levam a acidentes aeronáuticos.

De acordo ANAC ([2015]) a OACI implantou efetivamente o Safety Management System (SMS) em 2009, traduzido para Brasil como sistema de gerenciamento de segurança operacional, elevando o conceito de segurança de voo para uma abordagem mais ampla e sistêmica que busca encontrar falhas em todos os aspectos que envolvem a segurança nas operações, gerando uma melhoria contínua nos níveis de segurança.

O SGSO é notoriamente reconhecido por integrar toda a organização e em todos os seus aspectos na árdua tarefa de elevação da segurança operacional, esta afirmativa pode ser observada na fala de William R. Voss, ex-presidente da Flight Safety Foundation, a executivos de companhias aéreas sobre a importância do SGSO em uma organização:

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Cada passo que sua organização dê nesse sentido a tornará mais segura e mais competitiva. É possível que o sistema de gerenciamento da segurança operacional identifique algum problema que, se não fosse corrigido, poderia acabar com a sua empresa, mas esse não é seu verdadeiro fruto. Esse mesmo SGSO identificará, constantemente, os milhares de pequenos problemas que atravancam suas operações, destroem sua eficiência e impactam de forma prejudicial o equilíbrio dos negócios. (VOSS, William R., 2012)

A missão deste trabalho é apresentar os aspectos históricos do SGSO, como está regulamentado para as empresas do Brasil, como se da sua estruturação, implantação e, de maneira geral, observar qual a sua essência.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

O problema da pesquisa se baseia na seguinte questão:

Qual a importância e como funciona o Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) no cenário da aviação civil?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar os aspectos históricos do SGSO, a forma de atuação e a sua importância no cenário da aviação.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Conhecer a história do SGSO

b) Analisar como é a forma de atuação do sistema c) Conhecer em que setores da aviação está inserido d) Analisar os componentes do sistema

e) Conhecer a regulamentação existente sobre o tema f) Analisar a fases de implantação

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1.3 JUSTIFICATIVA

O SGSO é um tema relativamente recente, se comparado com o tempo de vida da aviação, e por isso há muita coisa a ser desenvolvida e, por muitos, até descoberta. Estudar e conhecer o funcionamento do sistema, seus princípios e componentes, é um passo importantíssimo para elevação da segurança operacional e uma forma de se ter um maior e mais acelerado desenvolvimento de suas varias peças.

O presente trabalho de conclusão de curso pretende expor sobre o sistema em um espectro geral, com destaque para o seu histórico, desenvolvimento, características e implantação, sendo que há uma variedade enorme de informação fragmentada sobre o tema.

Destinado a pessoas ligadas à aviação em geral, o presente trabalho tem a função de estudar o sistema, tentar sintetiza-lo e levar esse conhecimento à frente, procurando atingir um público um pouco maior que necessita saber sobre.

A ideia deste trabalho nasceu devido à função de piloto executivo que exerço, onde, por se tratar de uma estrutura que envolve um número menor de pessoas, faz-se necessário ter conhecimento deste sistema para manter um nível adequado de segurança nas operações executadas.

A base de informações está principalmente em sites de agências reguladoras e operacionais da aviação, além de páginas voltadas para aviação que possuem notória confiabilidade de informação.

1.4 METODOLOGIA

1.4.1 Natureza da pesquisa e tipo da pesquisa

A presente pesquisa caracteriza-se como descritiva, com procedimento bibliográfico e documental e com abordagem qualitativa.

O presente modelo de pesquisa pretende descrever os aspectos mais relevantes a cerca do Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional, quais seus componentes, princípios e objetivos. O tema será explorado através de uma pesquisa bibliográfica e documental com a qual se fará uma análise qualitativa para encontrar as repostas dos problemas deste trabalho de conclusão de curso.

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1.4.2 População amostra ou Sujeitos da pesquisa ou Materiais e métodos

Para realização da presente pesquisa serão utilizados materiais bibliográficos e documentais, entre estes materiais, podemos destacar manuais e regulamentos da ANAC, CENIPA, OACI e FAA, além de páginas temáticas disponíveis na internet dos mesmos órgãos citados. Com a leitura dos respectivos materiais serão extraídas as informações necessárias para concepção deste trabalho.

1.4.3 Procedimentos De Coleta De Dados

Os materiais analisados serão coletados através da internet, onde há uma quantidade expressiva de conteúdos sobre o SGSO, principalmente em portais de agências reguladoras e órgãos de aviação civil como a ANAC, CENIPA, FAA e OACI.

1.4.4 Procedimentos De Análise Dos Dados

Após a coleta dos dados será realizada uma abordagem qualitativa dos conteúdos e posteriormente será feita a exposição com as devidas referências.

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho de conclusão de curso foi organizado de modo a descrever as características do SGSO, sendo que, para isso, fora dividido nos seguintes capítulos:

Capítulo um: apresenta a introdução do trabalho, inserido aqui o problema da pesquisa, o objetivo geral e específico, a justificativa, a metodologia e a organização;

Capítulo dois: apresenta o surgimento do SGSO e o histórico da segurança operacional na aviação civil;

Capítulo três: apresenta as características do SGSO;

Capítulo quatro: apresenta a regulamentação em do SGSO e a sua relação com as organizações credenciadas ou autorizadas;

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Capítulo cinco: apresenta os componentes e elementos do SGSO e suas características;

Capítulo seis: apresenta a implantação em fases do SGSO; Capítulo sete: apresenta a conclusão.

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2 SURGIMENTO DO SGSO

A aviação é um meio de transporte em que a segurança operacional está presente desde o seu surgimento, recebendo atualizações e revisões resultando em uma constante evolução. O sistema de gerenciamento da segurança operacional é fruto desses anos de evolução na segurança operacional, sendo que, de acordo com a ANAC ([2020?]), os primeiros passos eram focados nos fatores tecnológicos, de forma pontual os equipamentos, sendo definido pelo CENIPA ([2020?]) como o fator material, o qual engloba a aeronave e o complexo de engenharia aeronáutica. Posterior a esta fase, foi verificado que outro fator era importante, os fatores humanos e operacionais, que focava no desempenho da tripulação e, conforme o CENIPA ([2020?]), compreendendo o homem sob o ponto de vista biológico em seus aspectos fisiológicos e psicológicos. Da análise dos fatores humanos na operação de aeronaves tem-se o desenvolvimento do Crew Resource Management (CRM), que, conforme a FAA (2018), gerência todos os recursos humanos presentes na operação da aeronave, pilotos, comissários de voo, mecânicos, despachantes de voo, entre outros colaboradores envolvidos com o voo. Com a evolução das duas abordagens citadas anteriormente, foi verificado que não bastava uma abordagem apenas do homem e da máquina, necessitando também de uma abordagem organizacional, onde todas as partes do sistema são responsáveis pela segurança operacional. Esta responsabilidade parte do presidente da empresa para o piloto, mecânico até ao recepcionista, todos são agentes responsáveis pela elevação dos níveis de segurança operacional.

O sistema exige que a própria organização faça uma análise das suas operações e decisões, permitindo a adaptação das mudanças de acordo com a complexidade do sistema e a limitação de recursos disponíveis. Diante de tais fatos, a ANAC ([2020?]) reforça ainda que, diante de tal evolução, foi criado o conceito de acidente organizacional, pois a maioria dos acidentes aeronáuticos mostrou que muitos dos elos da corrente que leva aos acidentes envolvem mais do que meramente o homem e a maquina, envolvem, também, vários aspectos organizacionais.

Com o histórico de investigação de acidentes mencionado no paragrafo anterior aliado ao crescimento significativo da aviação global gerou, de acordo com a ANAC (2015) no PSOE-ANAC, a necessidade de que os Estados e as organizações respondessem de forma proativa aos emergentes riscos a segurança operacional. Essa resposta veio com a iniciativa da OACI, em 2006, de publicar um Anexo à Convenção de Aviação Civil Internacional contendo

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normas e recomendações para o gerenciamento da segurança operacional por parte dos estados signatários e seus Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC), sendo que, o anexo em questão deveria ser capaz de absorver a evolução contínua de estratégias proativas voltadas à melhoria da segurança. Este anexo hoje é o conhecido Anexo 19, que consolida normas e recomendações da OACI e é intitulado “Safety Management”.

O conjunto de estratégias, conforme ANAC (2015), foi denominado State Safety Programme (SSP), traduzido para o Brasil como Programa de Segurança Operacional (PSO), que tem por missão o tratamento sistemático dos riscos inerentes à atuação do Estado perante a indústria da aviação civil por ele regulada e fiscalizada.

O SGSO, conforme ANAC (2015), parte da necessidade de cada Estado, como parte integrante do PSO, requerer que os PSAC sobre a sua supervisão implantem um sistema de gerenciamento de segurança operacional. O sistema foi, conforme ANAC ([2015]), efetivamente implantado, inicialmente, em 2009 pela OACI com o Safety Management System – SMS da ICAO e posteriormente implantado no Brasil com o nome de Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional – SGSO. Embora a segurança na aviação sempre fora algo de constante estudo e muitos Estados já possuíssem regulação em torno da segurança operacional, o SGSO se tornou um marco na evolução da segurança, trazendo a responsabilidade sobre segurança operacional a todos os níveis organizacionais e, conforme o CENIPA (2015), numa abordagem mais proativa e preditiva.

No Brasil, conforme a ANAC ([2020?]), o SGSO trouxe à segurança de voo uma abordagem sistêmica que considera todos os aspectos que envolvem a operação de uma aeronave, promovendo uma elevação contínua na segurança e é considerado, conforme o CENIPA (2015), um conjunto de ferramentas gerenciais e métodos para apoiar decisões a serem tomadas por um PSAC em relação aos riscos de suas atividades. Neste parágrafo pode-se inferir que o SGSO é um sistema de gestão onde há a existência de uma equipe de gestores responsáveis por tomar estas decisões e que estas decisões envolvem todas as atividades que fazem parte da rotina operacional da organização, variando o nível de complexidade conforme o tipo de operação. Fica visível, novamente, o caráter sistêmico do SGSO e como ele faz parte de toda organização, partindo da alta diretoria, que toma as principais decisões de gestão, aos setores operacionais, que refletem políticas e objetivos extraídos destas decisões e as transformando em ações concretas.

De acordo com a ANAC ([2020?]), o SGSO está sendo implantado pelo Programa Brasileiro de Segurança Operacional (PSO-BR), que estabelece a elaboração e implantação de

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programas específicos para a ANAC e COMAER, sendo o PSOE-ANAC o programa regulado pela ANAC, programa este que trabalha detalhes, diretrizes e requisitos para implantação e desenvolvimento do SGSO por parte dos regulados.

De acordo com a ANAC ([2020?]), o SGSO auxilia as organizações a cumprir regulamentos existentes, podendo definir ações futuras, além disso, tem a missão de reforçar as atitudes de segurança na organização, mudando a cultura de segurança em diretores, gerentes e funcionários, levando a organização de uma atitude reativa para uma preditiva, desta forma, agindo e trabalhando antes da ocorrência de incidentes ou acidentes.

Para a operacionalidade do sistema são necessários, de acordo com CENIPA (2015), alguns processos-chave e quatro componentes que o integram e o fazem funcionar, sendo estes quatro componentes: A política e objetivos da segurança operacional; Gerenciamento do risco à segurança operacional; garantia da segurança operacional; e Promoção da segurança operacional.

Atualmente, conforme a ANAC (2018), o SGSO fornece as organizações um conhecimento mais amplo sobre seu ambiente organizacional, gerando ganhos de eficiência nos processos e evitando o desperdício de recursos. Muitas dessas vantagens já aparecendo nas fases iniciais de implantação.

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3 O QUE É O SGSO?

O Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional trouxe um significativo avanço no cenário da prevenção de acidentes ao redor do globo e, segundo a ANAC (2018), tem recebido grande apoio da comunidade aeronáutica por ser um método eficaz que oferece segurança sem comprometer os benefícios financeiros. O sistema trouxe novos padrões de segurança para as operações das empresas aéreas dos diversos segmentos da aviação e, de acordo com a ANAC (2018), reforça as atitudes de segurança da organização, colocando a prevenção de acidentes na mão de todos os integrantes, além disso altera a percepção da segurança organizacional, saindo do pensamento reativo, que responde apenas a acontecimentos passados, para um pensamento preditivo, que coloca a organização um passo a frente das ocorrências. Os seus benefícios são vários e seu funcionamento tem se mostrado bastante eficaz, mas como pode ser definido o que é o SGSO?

Pode-se, no primeiro momento, analisar as palavras contidas na sua nomenclatura e no dicionário Michaelis ([2020?]) encontram-se as seguintes definições:

a) Sistema é a inter-relação de unidades, partes etc., responsáveis pelo funcionamento de uma estrutura organizada;

b) Gerenciamento é o ato ou efeito de gerenciar ou administrar uma organização ou uma empresa;

c) Segurança é o estado do que se acha seguro ou firme; estabilidade, solidez; d) Operacional é relativo à operação.

Conforme se pode extrair dos significados encontrados no dicionário, o SGSO, de forma elementar, é uma série de unidades integradas que tem por missão gerenciar ou administrar empresas de aviação civil para que se mantenham num estado seguro, firme e estável em suas operações.

Saindo da definição básica, e de certa forma incompleta, do que é o SGSO, devem-se analisar definições dos órgãos oficiais da aviação. Conforme o DECEA ([2020?]), o SGSO é um sistema que fornece um método sistemático para o gerenciamento da segurança operacional, incluindo uma estrutura orgânica, linhas de responsabilidade, políticas e procedimentos necessários para manter as operações dentro de um nível aceitável.

Conforme a ANAC ([2018]) no Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR- Conheça mais a respeito, o SGSO é uma abordagem sistemática ao gerenciamento de segurança, incluindo as

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estruturas organizacionais necessárias, definição de responsabilidades, políticas e procedimentos, ou ainda, de maneira mais sintetizada, é um conjunto de regras e atividades (ferramentas) estruturadas de modo a aumentar a segurança operacional e reduzir os riscos através de um sistema gestão.

O SMS, formulado pela OACI, foi definido pela FAA ([2020?]) como uma abordagem formal de toda organização, de cima para baixo, para gerenciar riscos de segurança e assegurar a efetividade dos sistemas de controle de risco, incluindo procedimentos, práticas e políticas de forma sistêmica para gerenciamento de risco. Pela definição da FAA já se pode inferir que uma das características do SMS é estar presente nas organizações como um todo, num sentido da alta diretoria para a área operacional, atuando de forma sistemática na segurança operacional.

Conforme se pode extrair das definições dos principais órgãos reguladores, o SGSO é um sistema composto por elementos que estão espalhados por toda a organização, tanto na alta diretoria quanto nos setores operacionais, que buscam o melhor gerenciamento das operações da empresa aérea com a finalidade elevar os índices de segurança a um nível superior.

Reforçando tudo o que foi exposto até então, o CENIPA (2015) apresenta algumas informações sintetizadas sobre alguns aspectos do SGSO, entre estas se destaca a de que a alta direção é responsável e deve prestar contas em relação ao estabelecimento e alocação de recursos para suporte e manutenção do SGSO, a gerência é responsável pela implantação, manutenção e adesão em suas áreas de atuação e todos os empregados são responsáveis pela identificação e reportes dos perigos, atém de darem contribuições para elevação da segurança operacional. Aqui se observa mais uma vez como o SGSO atua de maneira sistêmica em toda a organização.

3.1 RELAÇÃO ENTRE SGSO E SGQ

No presente momento já se tem um breve conhecimento a cerca do que é o SGSO, conforme a ANAC ([2018]) no Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR- Conheça mais a respeito, um dos componentes do SGSO, especificamente o componente 3 – Garantia da segurança operacional, encontra fundamentos em alguns conceitos da NBR ISO 9001, que estabelece requisitos de um sistema de garantia de qualidade. De acordo com a ANAC (2016) esses fundamentos devem prover uma abordagem estruturada para que os processos e

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procedimentos de identificação de perigos, controle e mitigação dos riscos funcionem de forma planejada e, caso sejam ineficazes, revisados e melhorados, gerando uma melhoria contínua do sistema.

Segundo a ANAC (2016) a diferença entre os sistemas está no foco. Enquanto o SGSO se concentra em aspectos humanos e organizacionais de um prestador de serviço aéreo mantendo o foco na segurança operacional, o SGQ se concentra na qualidade dos produtos ou serviços da empresa buscando uma maior satisfação do cliente. Interessante expor que os sistemas não são concorrentes, mas sim, complementares trabalhando em conjunto para alcançar os objetivos da organização em quesitos do SGSO ou da satisfação de seus clientes.

Reforçando o que foi dito, de acordo com o CENIPA (2015), o SGQ é focado na conformidade dos produtos, já o SGSO é focado nos perigos existentes nas operações, tanto um quanto o outro trazem impactos na segurança operacional, sendo que são ferramentas complementares. Não é possível ter um SGSO eficiente sem aplicar os princípios do SGQ, que controlarão os processos e procedimentos de identificação de perigos e controle do risco, garantindo seu funcionamento e melhoria contínua.

3.2 O QUE NÃO É O SGSO

Observados alguns conceitos do que é o SGSO, pode-se perceber que o principal responsável e ator dentro da empresa é a alta direção e esta deve seguir diretrizes do órgão regulador, pois este normatiza e fiscaliza a operacionalidade do sistema. Na página de perguntas e respostas do CENIPA há um tópico que vale a pena explorar: O que o SGSO não é.

De acordo com o CENIPA (2015), o SGSO não é autorregularão ou desregulação. Esse é um ponto simples de concordar, haja vista a quantidade de regulamentos que se encontra sobre o SGSO, onde cada prestador de serviço da aviação civil tem sua regulamentação específica e trabalhada em cima dos riscos que cada uma de suas operações possui, conforme será visto mais adiante neste trabalho. Ligado a esta presença do estado no SGSO, de acordo com o CENIPA (2015), o SGSO não é substituto ao programa de vigilância operacional do estado, sendo que conforme a ANAC (2013) no PSOE-ANAC, este mesmo programa deve orientar a atuação da ANAC no sentido que assegure que o estado brasileiro possua um sistema de supervisão da segurança operacional adequado ao contexto da indústria da aviação brasileira e, dentro de suas competências, deve, também, apoiar uma ação

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coordenada entre a ANAC e o COMAER em suas funções de gerenciamento de risco e de melhoria contínua da segurança operacional.

Entre outros itens que não fazem parte da essência do SGSO, de acordo com o CENIPA (2015), está à responsabilidade ou compromisso de um só departamento, isto pode ser constatado na maioria das publicações envolvendo o SGSO, embora, conforme a ANAC (2018) no seu manual SGSO na Prática - Política e objetivos de segurança operacional, a primeira atividade para implantação de um SGSO efetivo é o compromisso da alta direção do prestador de serviço aeronáutico com a segurança das operações, reconhecendo a segurança operacional como um valor e uma prioridade da empresa. Este compromisso deve ser amplamente difundido e internalizado, sendo que os gestores devem fazer com que todos os funcionários entendam e trabalhem de acordo com essa política. Percebe-se nesta ultima afirmação que a política que surge a partir da alta direção deve chegar a todos os colaboradores e em todos os departamentos da empresa.

Por fim, é interessante observar que, conforme o CENIPA (2015), o SGSO não é um simples conjunto de requisitos a serem cumpridos e que, continuamente, buscam melhorias, neste aspecto que se encontra o desafio do SGSO, cada organização deve fazer uma análise de suas operações para realizar a implantação de um SGSO eficaz, esta afirmação pode se extrair, também, da declaração de William R. Voss, ex-presidente da Flight Safety Foundation:

Há quem se amedronte de iniciar o SGSO porque ele não é um pacote pronto, um dispositivo que é só importar, adotar, girar uma chave e sair usando. Para ser realmente efetivo, ele tem de ser um fruto da própria cultura de sua empresa, se beneficiando dos pontos positivos já existentes, e vá além deles, empurrando a própria personalidade operacional da firma para um nível mais elevado, com esses elementos positivos mais profundamente enraizados. Esse é o modo pelo qual o SGSO se torna efetivo e duradouro. (VOSS, William R., 2012)

3.3 PROCESSOS CHAVE DO SGSO

Como todo sistema, o funcionamento do SGSO, de acordo com a ANAC (2018), é composto por uma série de processos interligados, sendo de importante conhecimento por todos os PSAC e devendo ser implantados de maneira satisfatória. Os processos chaves do SGSO são definidos a seguir:

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a) Reporte de Eventos de Segurança Operacional (ESO) é o processo no qual são adquiridos dados e informações envolvendo a segurança operacional;

b) Identificação de Perigos é a série de atividades focadas na identificação dos perigos existentes nas operações da organização;

c) Gerenciamento de riscos é o processo realizado após se obter a identificação dos perigos e tem a finalidade de avaliar e controlar estes perigos;

d) Medição de desempenho é o processo que avalia se os objetivos de segurança operacional estão sendo alcançados;

e) Garantia da segurança operacional é a série de atividades realizadas para padronizar a prestação de serviços conforme critérios de desempenho pré-estabelecidos, sendo este um dos componentes do SGSO.

Pode-se notar que há uma conexão entre estes processos, onde cada um serve de base para o outro, funcionando como alicerces que mantem o sistema operando de maneira funcional e eficaz. Além desses processos-chaves, o SGSO possui seus quatro componentes, que são extremamente importantes para seu funcionamento, sendo que, devido a essa importância, dedicar-se-á um capítulo apenas para explanar sobre eles.

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4 REGULAÇÃO VOLTADA AO SGSO

Conforme exposto no inicio deste trabalho de conclusão de curso, o SGSO foi incorporado no Brasil com base no SMS criado pela OACI, sendo este criado, conforme a ANAC ([2020?]), em 2009, foi do SMS que surgiu o embasamento para criação do SGSO, ai incluídos os aspectos Legais.

Com o elevado crescimento da aviação mundial a OACI se viu obrigada a unificar o SMS, pois, conforme a OACI (2013), o sistema estava dividido em até seis anexos diferentes, algo que, como é possível de se imaginar, dificulta o trabalho de pesquisa e análise. Com a compilação dos dados presentes a OACI (2013) criou o atual Anexo 19, o qual possui a transcrição harmônica das informações e padrões existentes em outros anexos, além de buscar o desenvolvimento de requisitos aprimorados.

Antes da criação do Anexo 19, já fora criado pela OACI o Doc. 9859, intitulado Safety Management Manual (SMM), em tradução direta, manual de gerenciamento de segurança, este manual, conforme OACI (2009), tem por missão fornecer orientação aos Estados no desenvolvimento da sua estrutura regulatória, deve-se destacar que há a orientação para o desenvolvimento do “State safety programme” (SSP), que no Brasil, conforme ANAC (2019), é o PSO e, além das orientações voltadas aos Estados, este manual fornece aos PSAC orientação para a implantação do SGSO.

Outro documento importante na regulação do SGSO é o DOC 9734 da OACI (2006) intitulado Safety Oversight Manual, em tradução direta significa Manual de supervisão da segurança, que, conforme a ANAC (2015), fornece ao estado elementos chave para sua estruturação no desenvolvimento de funções de supervisão da segurança operacional. No âmbito da ANAC este sistema é denominado Sistema de Supervisão da Segurança Operacional (SSSO).

Nos três parágrafos anteriores houve o foco, de forma básica, na regulamentação internacional que auxilia o embasamento do sistema aplicado ao Brasil, com esse embasamento foram criados documentos no Brasil que auxiliam na regulação, funcionamento e fiscalização do SGSO. De maneira abrangente, entre os principais documentos que guiam o SGSO estão o PSOE-ANAC e o PSO-BR.

O PSO-BR, conforme ANAC (2015), é o conjunto de estratégias proativas voltadas à melhoria da segurança operacional e tem por foco o tratamento sistemático dos riscos inerentes à atuação do Estado perante os seus regulados e fiscalizados, consistindo de

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um sistema de gerenciamento voltado ao aprimoramento da capacidade de atuação regulatória e administrativa do Estado sobre a segurança operacional. O PSO-BR traz apenas diretrizes gerais sobre o suporte à implantação do SGSO, sendo que os detalhes específicos de cada PSAC devem ser observados em regulamentos próprios. O PSO-BR traz também parâmetros do nível aceitável de desempenho de segurança operacional (NADSO), sendo que estes parâmetros, expressos em termos de indicadores e metas, são acordados pelas autoridades do Estado e devem ser alcançados pelo sistema de aviação civil.

O outro documento de grande importância para aviação civil é o Programa de Segurança Operacional Específico da ANAC, documento este de concepção, conforme ANAC (2015), por parte da ANAC. O PSOE-ANAC, parte integrante do PSO-BR, estabelece as políticas e as diretrizes de segurança operacional da agência, orientando o planejamento e a execução de suas atribuições, além disso, estabelece diretrizes de segurança operacional para a indústria da aviação civil brasileira.

Há uma importante imagem que mostra a ponte existente entre o Estado e os entes regulados, sendo conforme a OACI (2009), esta ponte composta no lado esquerdo com o estado com o PSO (SSP) e o NADSO (ALos) e do lado direito tem-se os PSAC com o SGSO e a performance da segurança, conforme se observa a seguir:

Figura 1 – Ponte de ligação entre o estado e o PSAC

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4.1 REGULAMENTAÇÃO ESPECÍFICA

Conforme citado anteriormente, para cada PSAC deve haver uma regulamentação específica, inferindo do exposto, que há um espectro de atividades que possuem peculiaridades que diversificam as características operacionais e, por consequência, os riscos de cada um.

O SGSO, de acordo com a ANAC (2015) no PSOE-ANAC, traz a obrigação de implantar o sistema aos seguintes prestadores de serviço:

a) Aeroclubes, escolas de aviação civil e centros de treinamento de aviação civil que estejam expostos a riscos à segurança operacional durante a prestação de seus serviços;

b) Operadores regidos pelos RBAC 121 e RBAC 135 detentores de Certificado de Empresa de Transporte Aéreo segundo o RBAC 119;

c) Operadores aeroagrícolas;

d) Detentores de Certificado de Manutenção de Produtos Aeronáuticos emitidos segundo o RBAC 145 que prestem serviços aos PSAC apresentados;

e) Organizações responsáveis pelo projeto ou fabricação de aeronaves, certificadas segundo o RBAC 21;

f) Aeródromos civis públicos sujeitos à aplicabilidade do RBAC 139;

g) Outros PSAC cuja aplicabilidade do SGSO seja definida como necessária pela Diretoria.

Importante destacar-se que, de acordo com a ANAC (2018) no guia Perguntas e respostas sobre SGSO, os aeródromos civis públicos que processem um número superior a de 200.000 passageiros devem implantar de forma obrigatória o sistema.

Além da observância de quais PSAC são obrigados a implantar o SGSO, é importante expor quais as regulamentações específicas, pois é onde se encontram as adequações do sistema a realidade de cada operação e, embora existam diferenças em cada tipo, a filosofia e princípios se mantêm, principalmente no que diz respeito aos componentes do sistema.

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4.1.1 Regulamentação voltada aos PSAC

Conforme mencionado anteriormente, algumas organizações da aviação civil são obrigadas a implantar o SGSO para realizar a suas operações, sendo que cada uma delas possui suas peculiaridades e por isso estas devem observar qual regulamento normatiza as regras e procedimentos a serem seguidos para uma implantação adequada em relação ao seu tipo de operação. Nesta parte ver-se-á qual legislação é aplicável a cada tipo de operador.

4.1.1.1 Oficinas de manutenção

Conforme a ANAC (2018) no guia Perguntas e respostas sobre SGSO – Oficinas de Manutenção, toda organização de manutenção certificada deve estabelecer um SGSO e devem seguir o RBAC n° 145 e a IS 145.214-001.

Conforme consta no RBAC 145 da ANAC (2019), este tem por aplicabilidade descrever como obter a certificação de organização de manutenção de produto aeronáutico, contendo regras sobre o desempenho na manutenção geral e preventiva. Na subparte E do regulamento encontra-se o RBAC 145.214-I, onde há a especificação de que toda organização de manutenção certificada deve submeter à aceitação da ANAC um plano de implantação de SGSO, devendo a organização observar a IS n°145.214-001 onde, de acordo com a ANAC (2018), encontram-se critérios e recomendações a serem utilizados como métodos para cumprimento dos requisitos exigidos pela RBAC 145, neste mesmo documento também se encontram todas as fases de implantação do SGSO entre outros detalhes técnicos.

4.1.1.2 Operador de Aeródromo

Conforme a ANAC (2018) no guia Perguntas e respostas sobre SGSO – Operador de aeródromo, todo aeródromo civil público é obrigado a implantar o SGSO, com exceção dos aeródromos da classe I-A, que conforme o RBAC 153 da ANAC (2019), são aeródromos que processaram em media menos do que 200.000 passageiros nos últimos três anos, sendo esta média aritmética obtida da movimentação anual de passageiros processados de cada ano, além do número de passageiros, o aeródromo não pode possuir voos regulares. Conforme o

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mesmo guia, a regulamentação na qual os operadores de aeródromos devem se basear é a RBAC 153.

Conforme consta no RBAC 153 da ANAC (2019), este tem por aplicabilidade estabelecer os requisitos e parâmetros de segurança operacional nas etapas de planejamento, execução, monitoramento e melhoria nas operações aeroportuárias, manutenção e resposta a emergências. Na subparte C encontram-se as informações sobre SGSO, consta nesta subparte que há a obrigação dos operadores de aeródromos de desenvolver, implantar, manter e garantir a melhoria de um SGSO adequado a suas operações, devendo ainda submeter à ANAC um planejamento formal para sua implantação.

4.1.1.3 Operador Aeroagrícola

Conforme o RBAC 137 da ANAC (2019), que regulamenta a operação aeroagrícola, na seção 137.101(b) (5), para obtenção de um certificado de operador aéreo é necessário um SGSO em operação ou em implantação conforme os moldes contidos na subparte E do mesmo regulamento.

Na subparte E deste RBAC, conforme ANAC (2019), encontra-se a obrigatoriedade do gestor responsável do requerente ou detentor de certificado de operação aérea de desenvolver, implantar e manter um SGSO aprovado por um gestor responsável, além desta obrigatoriedade, há neste regulamento o processo de planejamento e implantação do SGSO para este operador com todas as suas etapas.

4.1.1.4 Centros de Instrução de Aviação Civil

Conforme a ANAC (2018) no guia Perguntas e respostas sobre SGSO – Centros de instrução de aviação civil (CIAC), todo CIAC que desenvolva exclusivamente instrução prática de voo (tipo 2), incluindo treinamento em solo complementar e todo CIAC que desenvolva instrução teórica e prática (tipo 3) devem implementar o SGSO.

Neste tipo de operação a regulamentação de suas atividades está disposta no RBAC 141, o qual estabelece, conforme ANAC (2020), requisitos de certificação e regras de operação de um CIAC, e na subparte B, seção 141.27, encontram-se informações sobre o SGSO.

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De acordo com o RBAC 141 da ANAC (2020), os CIAC tipos dois e três são obrigados a estabelecer, implantar e manter um SGSO que seja aceitável pela ANAC e que garanta um nível de segurança adequado a instrução.

Para guiar a implantação do SGSO em conformidade com o RBAC 141, a ANAC (2019) emitiu a IS n° 141-005 que tem por objetivo apresentar orientações para implementação e manutenção do seu SGSO, indicando os meios aceitáveis pela ANAC para o cumprimento dos requisitos previstos nos regulamentos.

4.1.1.5 Operadores 135

Operações de transporte aéreo público (segundo RBAC 119) com aviões com capacidade máxima de 19 passageiros e capacidade máxima de 3400kg, de acordo com o RBAC 135 da ANAC (2019), são obrigados a implantar e manter um SGSO aceitável.

4.1.1.6 Operadores 121

As operações de transporte aéreo público com aviões com capacidade máxima superior a de dezenove passageiros e a três mil e quatrocentos quilogramas de carga, de acordo com o RBAC 121 da ANAC (2020), são obrigados a desenvolver, implantar e manter um SGSO que atenda aos requisitos na subparte BB do mesmo RBAC, sendo esta subparte mais detalhada do que a dos outros operadores, além desta subparte, este tipo de operador, por se tratar de um serviço aéreo público, deve observar as regras previstas também no RBAC 119. Para facilitar o cumprimento do previsto nestes regulamentos, conforme a ANAC (2018) no guia perguntas e resposta sobre SGSO – Operadores 121, foi emitida a IS n° 119-002D, que tem por objetivo oferecer ao detentor ou requerente do certificado de empresa de transporte aéreo público, orientações para implantação de um SGSO.

Importante destacar aqui que os operadores 135 também devem seguir as orientações da IS n°119-002, haja vista que nos objetivos deste, conforme a ANAC (2012), há o destaque de que suas orientações são para empresas que operem segundo o RBAC 119, ai incluindo as operações previstas no RBAC 135.

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4.1.1.7 Pequenos provedores de serviço da aviação civil

Os pequenos provedores de serviço da aviação civil, aqui definidos, conforme resolução n° 106 da ANAC (2009), como os operadores que executem serviços aéreos especializados (SAE) e operadores aéreos de Segurança Pública e/ou Defesa Civil, devem, caso seu processo de certificação exija, implantar um SGSO nos moldes impostos pela Resolução da ANAC n°106 de 30 de Junho de 2009.

Esta resolução estabelece os requisitos específicos para que os pequenos provedores consigam seguir, de forma satisfatória, os itens de segurança operacional impostos pelo PSOE-ANAC, prevendo suas peculiaridades e limitações.

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5 COMPONENTES E ELEMENTOS DO SGSO

Conforme mencionado anteriormente, para seu funcionamento o SGSO é composto por processos-chave e componentes, sendo estes componentes de grande importância, pois fazem parte da essência do que é o SGSO e demonstram seu caráter sistemático que abrange toda a organização partindo da alta diretoria indo até os setores operacionais. Conforme a ANAC (2018) o SGSO possui quatro componentes, sendo estes expostos na imagem a seguir:

Figura 2 – Quebra-cabeça com os componentes do SGSO

Fonte: ANAC (2018)

Conforme se observa na imagem acima, os quatro componentes do SGSO estão dispostos como um quebra-cabeça, levando a inferência de que na ausência de um seus elementos, o quebra-cabeça SGSO fica incompleto e, desta forma, perde a sua funcionalidade. Nos próximos tópicos trabalhar-se-á de forma mais detalhada cada um destes componentes.

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5.1 POLÍTICA E OBJETIVOS DA SEGURANÇA OPERACIONAL

Dentro deste componente é importante notar que há duas palavras que o norteia, e estas são, a política e os objetivos, sendo que na política, conforme a ANAC (2017) no Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR- Conheça mais a respeito, definem-se as intenções e diretrizes globais formalmente expressas pela direção e cria-se, então, um comprometimento da própria organização e de todos que estão a sua volta. Os objetivos são provenientes das políticas que foram definidas, gerando, por sua vez, indicadores para avaliação da eficácia da política e dos objetivos.

Fluxograma 1 – Sequência de evolução do componente

Fonte: ANAC (2017, p.14)

Na composição deste componente, conforme a ANAC (2015) no PSOE-ANAC, há uma série de elementos, sendo estes os seguintes:

a) Elemento 1.1 – Responsabilidade e comprometimento da Alta Direção; b) Elemento 1.2 – Responsabilidade primária acerca da segurança

operacional;

c) Elemento 1.3 – Designação do pessoal-chave de segurança operacional; d) Elemento 1.4 – Coordenação do Plano de Resposta à Emergência; e) Elemento 1.5 – Documentação do SGSO.

Antes de se trabalhar os elementos deste componente, faz-se interessante que sejam exploradas de forma independentes as duas dimensões dos termos presentes em sua nomenclatura: a política e os objetivos.

5.1.1 Política da segurança operacional

Conforme se pode encontrar no material de orientação SGSO na Prática - Política e objetivos de segurança operacional da ANAC (2018), um dos primeiros passos para a

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implantação do sistema é o compromisso da alta direção do PSAC com a segurança das operações e a manifestação deste compromisso é feita através da política de segurança operacional. Neste ponto fica reconhecida a importância da segurança operacional como um valor e uma prioridade. É interessante que a Alta Direção, durante o processo de elaboração das políticas, consulte os membros da equipe que são encarregados de áreas operacionais da organização, demonstrando a importância de suas participações e opiniões. Ao concluir o desenvolvimento da política, esta deve ser amplamente divulgada, pois será o norte que definirá os comportamentos esperados de todos os colaboradores em relação à segurança operacional e a implantação do SGSO.

A política de segurança operacional pode ter muitas formas, conforme a ANAC (2018), normalmente esta é formalizada por um documento escrito, o Manual de Gerenciamento da Segurança Operacional (MGSO) do provedor, sendo que uma boa política deve possuir as seguintes características:

a) Refletir o comprometimento do PSAC com a segurança, incluindo a promoção e o desenvolvimento de uma cultura positiva de segurança operacional;

b) Incluir o compromisso de melhorar continuamente o SGSO de forma a alcançar os mais elevados níveis de desempenho de segurança operacional; c) Incluir uma declaração clara sobre a disponibilização de recursos para a implantação da política de segurança operacional e para a entrega de produtos e serviços seguros;

d) Indicar claramente quais são os padrões de comportamento considerados inaceitáveis pelo PSAC, inclusive com as circunstâncias em que ações disciplinares serão aplicadas;

e) Ser aprovada e assinada pelo Gestor Responsável;

f) Ser comunicada de maneira efetiva a todos os funcionários e colaboradores do PSAC;

g) Ser periodicamente revisada para assegurar que ela continue relevante e adequada ao PSAC.

Para estabelecer os rumos da política do PSAC, conforme a ANAC (2018), é importante para alta direção expor sua visão, definindo resultados, etapas para conquista dos objetivos e documentando todo o processo.

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Desenvolvida a política de segurança operacional, é a hora de definir os objetivos que, de acordo a ANAC (2018), devem estar relacionados com o nível de desempenho da segurança operacional almejado e indicar a direção do PSAC para o alcance da política estabelecida, aqui se pode perceber a conexão entre a política e os objetivos, sendo que um não existe um sem o outro.

5.1.2 Objetivos de segurança operacional

Os objetivos devem ser criados, conforme a ANAC (2018) no material de orientação SGSO na prática - Política e objetivos de segurança operacional, de modo que representem compromissos com ações concretas e factíveis que servirão de referência para priorização de recursos e desenvolvimento de métricas de desempenho do sistema, além disso, estes devem ser descritos de forma que permitam a realização de planos de ação com tarefas, prazos, indicadores, metas e responsáveis, sendo compatíveis com a complexidade da operação do prestador de serviço.

Para definir os objetivos o provedor deve, conforme ANAC (2018), avaliar se os elementos, sistemas e processos necessários ao gerenciamento da segurança operacional estão presentes, deve, também, observar quais são as maiores fraquezas e vulnerabilidades de suas operações e reconhecer quais os perigos que estão presentes. Diante de tais informações o PSAC deve procurar implantar programas específicos à segurança operacional, reduzir a taxa de alguns erros e ocorrências e adquirir novos equipamentos, ferramentas ou sistemas de suporte as atividades da segurança operacional.

Um ponto importante colocado no referido manual da ANAC (2018) é que o PSAC deve evitar estabelecer objetivos de segurança operacional observando apenas o índice de incidentes ou acidentes, ou na manutenção desses números. Objetivos trabalhados com esta ótica geram a falsa impressão de que as operações estão seguras por não ocorrerem acidentes e acabam por ter uma natureza reativa, só se tornando eficazes quando ocorrem acidentes, indo na contra mão do que o SGSO preconiza. Os objetivos devem ser trabalhados de forma proativa com o foco em eliminar deficiências sistêmicas ou condições latentes que podem levar a ocorrência de acidentes ou incidentes.

Definidos os objetivos, estes são associados a prazos que geram metas e estas metas precisam ser medidas, para esta verificação são utilizados indicadores. Conforme a

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ANAC (2017) no Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR- Conheça mais a respeito, os indicadores são o meio para que o PSAC verifique se está no caminho correto e, caso não esteja, possa corrigir determinados pontos para que os objetivos sejam atingidos de forma satisfatória.

5.1.3 Elemento 1.1 – Responsabilidade e comprometimento da alta direção

O SGSO, conforme a ANAC (2017), depende de um real e efetivo comprometimento tanto do Estado quanto dos provedores de serviço aéreo, por isso deve haver meios de demonstrar que a alta direção está engajada nos processos, conquistando-se isto com ações para que o sistema seja efetivamente funcional. Importante mencionar que todos os colaboradores são responsáveis pelo sistema, porem existem diferentes níveis de responsabilidade e estes níveis devem estar claramente definidos, oficializados e documentados, devendo toda equipe ter o conhecimento do seu papel na operação do sistema.

5.1.4 Elemento 1.2 – Responsabilidade primária sobre a segurança operacional

A responsabilidade primária sobre a segurança operacional, de acordo com a ANAC (2018) no SGSO na prática - Política e objetivos de segurança operacional, refere-se às obrigações que não podem ser delegadas, sendo que o gestor responsável é quem deverá prestar contas, em nome do PSAC, pela implantação e a manutenção do SGSO.

Conforme a ANAC (2018) no SGSO na prática - Política e objetivos de segurança operacional, o Gestor responsável pode ser:

a) O presidente ou chief executive officer (CEO); b) O presidente do conselho de administração; c) O administrador do PSAC;

d) Um dos sócios do provedor; e) O próprio proprietário.

O Gestor responsável, conforme ANAC (2018), tem a obrigação e o dever de: a) Fornecer e alocar recursos humanos, técnicos, financeiros e outros

necessários para o desempenho efetivo do SGSO;

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c) Ter Autoridade final sobre as operações;

d) Estabelecer e promover a política de segurança operacional; e) Estabelecer e promover os objetivos de segurança operacional;

f) Atuar como o grande promotor da segurança operacional na organização; g) Ter Responsabilidade final pela solução de todas as questões se segurança

operacional.

O provedor deve, ainda, conforme ANAC (2018), identificar a responsabilidade de prestação de contas de todos os membros da equipe de gestão e estas responsabilidades devem ser documentadas e comunicadas em todo provedor. Importante destacar que o provedor é responsável pelo desempenho da segurança operacional dos produtos ou serviços fornecidos por empresas subcontratadas ou terceirizadas e deve procurar garantir que seus próprios requisitos de segurança operacional sejam cumpridos.

Cada gestor de departamento ou pessoa responsável por uma área ou unidade funcional deve, conforme ANAC (2018), ter envolvimento com o SGSO, participando na tomada de decisões e avaliação da tolerância dos riscos que estão presentes nas operações da empresa, tendo os gestores das áreas operacionais mais participação neste quesito do que outros setores não ligados diretamente às operações.

5.1.5 Elemento 1.3 – Designação do pessoal-chave de segurança operacional

Para o efetivo funcionamento e implantação do SGSO é necessário, conforme a ANAC (2018) SGSO na prática - Política e objetivos de segurança operacional, a designação de uma pessoa encarregada da operação rotineira do SGSO, sendo que, normalmente, o nome dado a esta função dentro do SGSO é de gestor de segurança operacional.

As principais responsabilidades do gestor de segurança operacional, de acordo com a ANAC (2018), são as seguintes:

a) Gerenciamento da implantação do SGSO em nome do Gestor Responsável;

b) Condução e facilitação da identificação de perigos e da avaliação de riscos à segurança operacional;

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c) Monitoramento das ações corretivas e avaliação de seus resultados;

d) Fornecimento de relatórios periódicos sobre o desempenho da segurança operacional do PSAC;

e) Gerenciamento dos registros e da documentação de segurança operacional; f) Planejamento e facilitação do treinamento de segurança operacional; g) Monitoramento das questões e preocupações de segurança operacional na

indústria de aviação e o respectivo impacto nas operações do PSAC; h) Coordenação e comunicação (em nome do Gestor Responsável) com as

autoridades de aviação civil no Brasil e com os demais órgãos governamentais, se necessário, sobre questões relacionadas à segurança operacional;

i) Coordenação e comunicação (em nome do Gestor Responsável) com organizações internacionais sobre questões relacionadas à segurança operacional.

O gestor de segurança operacional, conforme ANAC (2018), pode trabalhar sozinho ou em equipe, dependendo da complexidade ou tamanho da empresa, devendo sempre ter acesso ao Gestor Responsável para assessorá-lo em assuntos de segurança operacional.

A discussão de temas ligados ao SGSO, conforme a ANAC (2018), pode ser feita em grupos formais, como as Comissões de Segurança Operacional (CSO) ou fóruns, dependendo da regulamentação aplicada ao PSAC. As CSO devem ser um comitê de alto nível, composto por membros da equipe de gestão e dirigido pelo Gestor Responsável, sendo que, nesta comissão o gestor de segurança operacional desempenha uma função consultiva.

O CSO, conforme ANAC (2018), tem a função de lidar com questões estratégicas ligadas às políticas, à alocação de recursos e ao monitoramento do desempenho da segurança operacional do PSAC. Com a definição das estratégias, a implantação deve ocorrer em toda organização, podendo ser feita por intermédio de um Grupo de Ação de Segurança Operacional (GASO).

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5.1.6 Elemento 1.4 – Coordenação do plano de resposta à emergência

A coordenação do plano de resposta à emergência, de acordo a ANAC (2018) com o SGSO na prática - Política e objetivos de segurança operacional, é o planejamento de atividades a serem executadas no caso de alguma emergência, devendo ser definidos neste plano os procedimentos adequados a serem adotados nessas situações. Para fins de conhecimento, é considerada emergência toda situação não planejada ou um evento que requer uma ação imediata.

As obrigações de elaboração do plano estão contidas em regulamentos próprios, onde cada PSAC deve observar os requisitos específicos para sua operação. O plano de emergência, conforme a ANAC (2017) no seu Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR- Conheça mais a respeito, sempre foi exigido para empresas de grande porte, as quais se aplica o RBAC 121.

O plano de resposta à emergência (PRE) deve, de acordo a ANAC (2018), fornecer a base para uma abordagem sistemática ao gerenciamento de emergências, devendo o PRE garantir os seguintes itens:

a) Delegação de autoridade de emergência;

b) Atribuição de responsabilidades de emergência;

c) Documentação dos processos e procedimentos de emergência;

d) Coordenação dos esforços de emergência interna e externamente à organização;

e) Continuação segura das operações, enquanto a crise é gerenciada;

f) Identificação proativa de todos os possíveis eventos ou cenários de emergência e suas ações mitigadoras correspondentes;

g) Identificação das condições que deflagram a desativação da situação de emergência e o consequente retorno às operações normais.

O PRE é um item extremamente importante, conforme se pode inferir do exposto, este se trata de ações e procedimentos reativos, pois, conforme ANAC (2018), por mais eficiente que seja o SGSO, falhas e acidentes acontecem e são imprevisíveis, devendo a organização estar pronta para reagir e tratar de forma adequada tais situações adversas.

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5.1.7 Elemento 1.5 – Documentação do SGSO

O SGSO, para sua devida implantação, necessita que todos os seus processos, padrões, requisitos e sistemas sejam documentados, conforme a ANAC (2017) no Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR – Conheça mais a respeito, entendem-se como documentação os manuais de procedimentos e registros.

O PSAC deve criar, conforme a ANAC (2018) no SGSO na prática - Política e objetivos de segurança operacional, um Manual de Gerenciamento da Segurança Operacional (MGSO) para facilitar a operação do sistema. Este manual precisa descrever a política e objetivos do PSAC, os processos adotados para gerenciar riscos e garantir a segurança de suas operações e, deve ainda, apresentar os processos ligados às iniciativas de promoção de segurança operacional, descrevendo, desta forma, a atual situação do provedor em relação ao SGSO. Importante destacar aqui que o MGSO é um pré-requisito para obtenção da certificação ou autorização para operações do PSAC, devendo este ser apresentado para análise da ANAC quando solicitado e eventuais atualizações comunicadas.

Além do MGSO, o provedor deve manter a compilação de registros que comprovem o funcionamento do SGSO, conforme a ANAC (2018), estes registros devem incluir:

a) Relatos de perigos e ocorrências;

b) Avaliações de risco concluídas ou em andamento; c) Relatórios das auditorias e investigações internas; d) Evidências da promoção da segurança operacional; e) Certificados dos treinamentos de segurança operacional;

f) Atas ou memórias das reuniões do CSO e GASO, quando aplicável;

g) Indicadores de desempenho de segurança operacional e gráficos associados.

A documentação, além do exposto anteriormente, deve definir também critérios de arquivamento, onde devem estar descritos, conforme a ANAC (2018), os critérios de identificação, armazenamento, proteção, retenção e descarte dos registros realizados.

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