• Nenhum resultado encontrado

GARANTIA DA SEGURANÇA OPERACIONAL

De acordo com a ANAC (2016), este componente verifica o desempenho da segurança operacional fazendo uma comparação com as políticas e objetivos de segurança operacional, além de validar a eficiência dos controles de riscos implantados.

Com o GSO, conforme ANAC (2016,) a organização possui os meios necessários para assegurar que dispõe dos elementos necessários para que os procedimentos sejam executados de maneira consistente e com requisitos aplicáveis, fazendo com que os problemas sejam identificados e resolvidos, trazendo para organização uma evolução de maneira contínua de seus procedimentos.

De acordo com a ANAC (2015) no PSOE-ANAC este componente possui três elementos, sendo estes os seguintes:

a) Elemento 3.1 – Processo de monitoramento e medição do desempenho da segurança operacional;

b) Elemento 3.2 – Processo de gerenciamento de mudanças; c) Elemento 3.3 – Processo de melhora contínua do SGSO.

5.3.1 Elemento 3.1 – Processo de monitoramento e medição do desempenho da segurança operacional

Neste elemento encontram-se dois processos, o de monitoramento e medição. Dois processos importantes no processo de gestão onde verificamos que, conforme a ANAC (2017), não é possível gerir o que não se consegue medir.

Conforme a ANAC (2018) no seu material SGSO na prática - Garantia da segurança operacional, o ato de monitorar o desempenho da segurança operacional tem a finalidade verificar os resultados ou efeitos de segurança operacional relacionados com a atividade de gerenciamento da segurança da organização.

Medir envolve métricas e essas métricas, conforme ANAC (2018), são expressas através de indicadores de desempenho, que permitem mensurar determinadas características dos processos organizacionais.

Os indicadores de desempenho devem ser adequados para demonstrar para organização de que está, ou não, no caminho para alcançar os objetivos de segurança operacional. Segundo a ANAC (2018), é necessário considerar quais são as maiores questões e os maiores riscos enfrentados pela organização no âmbito da segurança operacional e, a partir dai, escolher os indicadores que tem maior sensibilidade.

Para a eficácia do indicador é necessário, também, que a organização verifique se há dados disponíveis e se esses dados são confiáveis, pois dados incompletos e subjetivos perdem sua confiabilidade. Caso a organização tenha poucos dados disponíveis, esta pode solicitar apoio a associações do setor para obter fontes adicionais.

Para obter sucesso nesse elemento, conforme ANAC (2018), o PSAC deve estar munido de bons indicadores, indicadores estes que sejam validos, confiáveis e sensíveis a mudanças quanto ao que se está medindo e não sendo suscetível a interpretações com vieses, além de ser viável em relação a custos para obtenção de dados.

5.3.2 Elemento 3.2 – Processo de gerenciamento de mudanças

A aviação, conforme a ANAC (2018) no seu material SGSO na prática - Garantia da segurança operacional, é um setor bastante dinâmico, passando por mudanças de forma constante, sejam estas mudanças no ambiente ao redor da organização ou adaptações a

situações internas. Independente de onde ocorram as mudanças, estas sempre estão presentes e é necessário que ocorram da maneira mais segura possível.

O processo de gerenciamento de mudança, conforme ANAC (2018), busca identificar, através de processos de identificação de perigos e de gerenciamento de riscos já existentes na organização, as mudanças que tem potencial de afetar os processos, os procedimentos e a prestação de serviços na área da segurança operacional. É importante para empresa fazer uma análise de quais fatores podem afetar a segurança operacional e a partir dai, através de uma serie de processos documentados, definir como se realizará esta mudança e quais procedimentos deverão ser adotados. Para esta missão, a organização deve envolver todas as pessoas que possam ser afetadas ou que possam agregar valor à identificação do risco potencial.

Uma mudança bem planejada, conforme a ANAC (2018), será importante para organização realizar estas com impactos sobre a segurança controlados e ajudará a manter um nível de segurança operacional aceitável.

5.3.3 Elemento 3.3 – Processo de melhora contínua do SGSO

Conforme a ANAC (2017) no Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR- Conheça mais a respeito, o processo de melhoria contínua é uma característica dos sistemas de garantia de qualidade, sendo esta um requisito para manutenção da qualidade e, se tratando de segurança operacional, do próprio SGSO.

Neste elemento o interesse, conforme a ANAC (2018) no material SGSO na prática - Garantia da segurança operacional, é reunir esforços em busca de um aumento na eficácia e do desempenho do sistema de segurança da organização.

Nas pequenas organizações é interessante que se faça contato com outras organizações similares para compartilhar informações e ideias sobre segurança operacional, buscando garantir que o desempenho de segurança seja monitorado, que os riscos identificados sejam abordados de maneira apropriada e o SGSO continue a atender os objetivos de segurança na organização.

As grandes organizações devem fazer revisões periódicas de maneira mais formal, conduzindo estas revisões em comitês ou comissões de segurança.

Conforme a ANAC (2018), alguns processos podem ser utilizados como fontes para melhoria contínua, são eles:

a) Auditorias:

– tanto as auditorias internas quanto as auditorias realizadas por outras organizações;

b) Avaliações:

– considera as avaliações da cultura de segurança operacional e a de eficácia do SGSO;

c) Monitoramento de ocorrências:

– monitora a recorrência de eventos que afetam a segurança operacional;

d) Pesquisas de segurança operacional:

– inclui as pesquisas de cultura que fornecem uma retroalimentação valiosa a respeito do comprometimento do pessoal com o SGSO. Pode também resultar em um indicador sobre a cultura de segurança operacional da organização;

e) Análises críticas da gestão:

– examina se os objetivos de segurança operacional estão sendo alcançados pela organização, sendo ainda uma oportunidade de analisar todas as informações de desempenho de segurança operacional disponíveis para identificar as tendências globais;

f) Avaliação dos indicadores de segurança operacional e das metas de segurança operacional:

– essa avaliação considera tendências permitindo uma comparação com outros provedores de serviços de aviação civil, ou dados do Estado ou mundiais;

g) Coleta de lições aprendidas:

– as lições aprendidas levam à implantação de melhorias de segurança operacional.

Dentro deste componente, é importante destacar-se que, de acordo com a ANAC (2016), o cumprimento dos requisitos SGSO é garantido através de aquisição de informações, auditorias e avaliações, relatos voluntários, análise de dados e sistemas de avaliação, mantendo a melhoria contínua do sistema.

Com a melhoria contínua a organização poderá, conforme ANAC (2016), alterar seus objetivos e metas de segurança operacional, assim como rever os processos do SGSO que não estão atingindo a eficácia planejada.

5.3.4 Relação entre GRSO e GSO

A OACI (2009) no DOC 9859 traz um questionamento interessante a cerca destes dois componentes, pois há uma frequente confusão entre os dois. A estruturação inadequada dos dois pode trazer um número significativo de perigos e riscos a segurança, pois geram uma inadequada compreensão dos riscos presentes e, por consequência, um inadequado controle.

A função do gerenciamento de riscos da segurança operacional, conforme a OACI (2009), é a de fornecer a identificação inicial dos perigos e posterior avaliação dos riscos e consequências. Com estas ações são desenvolvidos controles organizacionais de risco que apoiam as operações, bem como se desenvolve mecanismos de controle de segurança que procuram trazer os riscos para dentro de níveis aceitáveis, neste caso, conforme citado anteriormente, dentro do ALARP. A garantia de segurança operacional tem a missão de garantir que os controles de riscos adotados pela organização estejam sendo praticados conforme o planejado, atingindo o os objetivos pretendidos, além de fornecer a identificação da necessidade de algum novo controle de risco em uma eventual mudança nas operações.

Documentos relacionados