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1 INTRODUÇÃO

2.5 ELEMENTOS DE FINANÇAS

Os principais fatores que impactam a gestão financeira dos indivíduos são a inflação, a taxa de juros e a administração do crédito disponível para aquisição. Os elementos serão abordados em relação a sua influência com as finanças pessoais.

2.5.1 Inflação

A taxa de inflação do país refere-se ao aumento geral de preços na economia. Quando os preços crescem, o valor da moeda diminui. Na hipótese de os preços aumentarem nos próximos anos, o valor da moeda será menor no futuro em relação ao valor atual, por isso, quanto maior a taxa de inflação e o período envolvido, menor será o valor de um montante de dinheiro nos próximos anos. Diante disso, o poder atual de compra do real é superior ao do futuro, assim, é viável a aquisição de maior quantidade de bens com um real daqui a um ano do que daqui a dois anos, e assim por diante (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2010).

A inflação demonstra a expectativa do poder aquisitivo do dinheiro ao longo do tempo. O dinheiro perde valor com o tempo, então, a importância de estar atento ao planejamento financeiro para que o patrimônio acompanhe a inflação. O Brasil já passou por momentos de inflação elevada, por isso o cuidado em compensar os impactos da inflação é crescente. Assim, as pessoas que possuem capital buscam

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protege-lo da desvalorização provocada pela inflação, emprestando esse dinheiro em troca de valores que cubram essas perdas (MASSARO, 2015).

A alta da taxa de inflação é um dos sinais de maior fragilidade para o indivíduo, em razão de funcionar como um investimento que produz juros negativos. Durante um período, com a taxa de inflação elevada, verifica-se problemas de distribuição de renda e a modificação do vínculo entre o salário, o consumo e a poupança do indivíduo. Caso o indivíduo mantenha o seu dinheiro parado, sem gerar lucros, eventualmente o seu capital pode reduzir. Embora o valor do capital permaneça o mesmo, os preços dos produtos e serviços cresceram seguindo a inflação. Dessa forma, não será possível adquirir a mesma quantidade de produtos com o patrimônio mantido. (CERBASI, 2003).

Entre os principais indicadores utilizados está o IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Amplo, calculado pelo IBGE, utilizado pelo Governo Federal para a medição das metas de inflação. Já o IPC-FIPE avalia as despesas de habitação, alimentação, transporte, etc. O INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor é uma referência para reajustes salariais, ou seja, para avaliar o custo de vida de famílias com renda de um a seis salários mínimos. O IPC-S – Índice de Preços ao Consumidor Semanal, verifica a inflação para o consumo das famílias. E também o IGP-M - Índice Geral de Preços de Mercado e IGP-DI - Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna, calculados pelo IBRE- Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas - FGV, entre outros indicadores de inflação (ASSAF NETO; LIMA, 2014).

2.5.2 Juros

Utilizada pelo governo como ferramenta de política econômica e monetária para conter o nível de capacidade ao consumo e incentivar a poupança. A taxa de juros é essencial para o desempenho da economia. No período com taxa elevada, por exemplo, o indivíduo pode ser impedido de adquirir um carro ou uma casa financiada. Mas também podem estimular a poupança, por causa da recompensa maior que o indivíduo receberá por prorrogar o consumo. Da mesma maneira que as taxas de juros podem comprometer o poder de consumo, também envolvem as decisões de investimento dos empresários. Taxas altas podem causar o atraso na ampliação de uma fábrica, prejudicando, consequentemente a formação de novos empregos.

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A taxa de juros é o rendimento pago pelo tomador ao emprestador de recursos, no qual o juro representa o custo do tomador para captação dos recursos. Muitos fatores são considerados na determinação do valor dos juros, assim a taxa é determinada pelo mercado financeiro, devido à relação entre oferta e procura de recursos financeiros. Contudo, o peso de cada um desses fatores varia segundo sua importância no contexto econômico atual do país, e a taxa deverá ser maior em casos de imprecisão do retorno do capital investido, em decorrência do prazo de alocação do dinheiro e principalmente o ambiente econômico (GITMAN, 2010).

Os principais fatores que influenciam a taxa de juros é a expectativa de inflação, o risco do tomador de recursos, a liquidez de mercado e o risco conjuntural. No momento em que a taxa está em alta, os investidores priorizam aplicações de renda fixa com maior remuneração. Em período de baixa dos juros, o cenário torna- se oposto, transferindo os investimentos para renda variável. Dessa forma, a taxa de juros descreve a confiabilidade dos agentes econômicos sobre o desempenho previsto da economia. A taxa de juros ideal seria aquela que favorece a redução da dívida pública pelo menor custo da dívida, estimula o crescimento econômico e remunera os investidores com uma taxa real (ASSAF NETO, 2018).

Para a maioria da população, uma taxa de juros alta pode ser vista como grande perda do seu capital. No entanto, as pessoas que possuem dinheiro disponível e conhecem o método correto para investi-lo, podem se beneficiar dessa situação. Saber explorar o mercado financeiro pode ser enriquecedor em um cenário de juros elevados, pois possibilita a geração de maiores rendimentos. Somente a decisão de adiar o consumo é capaz de fazer a mudança dentro desse contexto, ou melhor, ao contrário de adquirir um produto no momento atual, pode ser favorável aguardar o acúmulo de recursos e comprar um produto superior (TOMMASI; LIMA, 2007).

Conforme Hoji (2003), as taxas de juros são expressas em período anual ou mensal, podendo ser fixas ou flutuantes. As taxas fixas não se modificam durante o prazo da aplicação ou empréstimo, apesar de existir mais do que um período de capitalização. Quando a taxa for determinada no ato da contratação será definida como prefixada. Já no caso de uma taxa pós-fixada, o valor efetivo do juro é calculado após o reajuste da base de cálculo, ou seja, a taxa de juros é conhecida no ato da contratação, mas será reajustada conforme a alteração do indexador. A taxa de juros flutuante pode ser conhecida como taxa variável, pois existe uma oscilação a cada

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período de capitalização, ou seja, é determinada uma nova taxa a cada período, baseada na taxa referencial de juro anteriormente combinada.

Os juros simples são empregados em países com alto nível de inflação, como no Brasil, somente em operações de curto prazo, uma vez que, cada desvio na taxa de juros prevista resulta em grandes diferenças sobre o resultado final da operação. A utilização em operações com prazos maiores de seis meses a um ano está presente em países com economia estável, onde a inflação é menor e previsível. No caso de juros compostos, o cálculo é sobre uma quantia cada vez maior, pois esta incidindo sobre um capital que já foi pago a uma taxa de juro previamente, ou seja, os juros compostos são pagos sobre um juro já vencido. Por esse motivo, o seu resultado será sempre maior do que o juro simples. Por isso, quanto maior a duração do investimento, menor a necessidade de aportes mensais (HOJI, 2003).

Um dos principais aspectos que o investidor deve observar na evolução da economia é a taxa de juros. A taxa de juros Selic deve ser acompanhada, pois ela representa a taxa básica de juros da economia brasileira. O nível de juros pode expor muito a respeito da vida econômica de um país, seus riscos e perspectivas de crescimento. Isso representa uma influência direta sobre o planejamento financeiro pessoal, pois as variações das taxas ocorrem com frequência e atingem os retornos e o valor dos investimentos. O percentual de juro pago sobre cartões de crédito e empréstimos tem impactos sobre as finanças pessoais. Desse modo, conhecer os fundamentos das taxas de juros é fundamental para o plano financeiro pessoal.

2.5.3 Crédito

A expansão de opções de crédito gerou o endividamento de muitas pessoas, que acabaram se afundando em dívidas e tornando-se parte das estatísticas de inadimplência. Atualmente, o conceito de crédito ainda causa muita controvérsia no Brasil. Segundo o Banco Central do Brasil (2013), a carência de educação financeira, aliada à facilidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pessoas ao endividamento excessivo. Nesse cenário, para a maioria das pessoas o crédito se tornou sinônimo de algo prejudicial. Porém, para avaliar os benefícios na tomada de crédito, é necessário entender melhor o assunto.

A maioria das pessoas ainda possui dificuldade para distinguir um crédito favorável e prejudicial. O crédito pode auxiliar na evolução do patrimônio de um

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indivíduo, contanto que seja utilizado com consciência. Solicitar crédito é benéfico às finanças, quando esta decisão pode proporcionar oportunidades e elevar a capacidade de formação de renda. Por isso, o crédito será favorável quando auxilia na produção atual e futura de caixa, sempre que for usado para uma ação que dá resultados financeiros. Por outro lado, solicitar crédito para a aquisição de bens de consumo, pode ser prejudicial para as pessoas, pois a alta taxa de juros não gera resultados financeiros positivos (TOMMASI; LIMA, 2007).

A administração de crédito é uma parte importante da estratégia financeira das pessoas. É preciso ter disciplina para não considerar, da mesma forma, as compras pagas no ato da compra e os parcelamentos. Solicitar empréstimos será interessante apenas em casos que há um objetivo especifico, não por acaso. Desse modo, as compras com pagamento a prazo devem ser pagas pontualmente, pois o uso de crédito, principalmente com cartões de crédito, pode originar em dificuldade de liquidez pessoal e, até levar a falência (GITMAN, 2010).

As linhas de crédito englobam todas as formas de financiamento. Além do cheque e do cartão de crédito, também é considerado o empréstimo pessoal com instituições financeiras, em que funciona na maior parte como um crédito pré- aprovado com taxa pré-fixada. O Crédito Direto ao Consumidor (CDC), associado à compra de um bem, enquanto a taxa de juros varia de acordo com a liquidez do bem. A alternativa de penhor, utilizado pela Caixa Econômica Federal para pequenos financiamentos, bem como a opção de crédito por linhas de antecipação, com pagamento na data de restituição do IR ou de décimo terceiro. E a modalidade mais recente de crédito consignado, com desconto do valor sobre o salário ou benefício de aposentadoria do INSS, onde o banco possui menor risco e juro mais baixo para quem solicita (TOMMASI; LIMA, 2007).

O conhecimento sobre as linhas de crédito é importante para o indivíduo escolher a opção mais adequada à sua necessidade. Em vista disso, na maior parte das ocasiões, é a aplicação do crédito que determina se é favorável ou não. A decisão de solicitar o crédito necessita ser analisada, dentro do limite do orçamento, com prudência no comprometimento da renda e poupança para aposentadoria, visando a aquisição de bens ou serviços que aumentem a capacidade de obter mais dinheiro no futuro, ao invés de bens de consumo (SILVA NETO, 2003).

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