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Finanças pessoais : estudo sobre o planejamento financeiro ára aposentadoria dos jovens da cidade de Caxias do Sul - RS

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

ÁREA DE CONHECIMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

RÓGER VIGIOLI

FINANÇAS PESSOAIS:

ESTUDO SOBRE O PLANEJAMENTO FINANCEIRO PARA A APOSENTADORIA DOS JOVENS DA CIDADE DE CAXIAS DO SUL-RS

CAXIAS DO SUL 2019

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RÓGER VIGIOLI

FINANÇAS PESSOAIS:

ESTUDO SOBRE O PLANEJAMENTO FINANCEIRO PARA A APOSENTADORIA DOS JOVENS DA CIDADE DE CAXIAS DO SUL-RS

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação apresentado à Área do Conhecimento de Ciências Sociais da Universidade de Caxias do Sul como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração.

Área de Concentração: Tópicos Especiais

Orientador do TCC I: Prof. Dr. Marco Aurelio Bertolazzi

Orientador do TCC II: Prof. Me. Ronald Lopes de Oliveira

CAXIAS DO SUL 2019

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Dedico este trabalho à memória de meu pai, Carlos Antônio Vigioli, falecido, que me ensinou que o maior ativo é o conhecimento, juntamente com minha mãe que sempre estiveram ao meu lado me apoiando em todos os momentos.

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RESUMO

O planejamento financeiro pessoal é uma importante ferramenta capaz de proporcionar um futuro adequado ao padrão de vida do indivíduo, através da organização das finanças pessoais é possível uma melhora da qualidade de vida, e por intermédio da educação financeira optar por escolhas e comportamentos que favoreçam o bem estar e permitam o acúmulo de recursos para complementar a aposentadoria, a fim de suprir o déficit e as lacunas deixadas pelo sistema público brasileiro de previdência. Para um melhor entendimento sobre o assunto foi realizado um levantamento bibliográfico abordando os conceitos financeiros presentes no cotidiano, como finanças pessoais, educação financeira, planejamento para aposentadoria e os principais investimentos existentes no mercado financeiro. Diante disso, o estudo tem como objetivo analisar o nível de planejamento financeiro dos jovens da cidade de Caxias do Sul-RS em relação à aposentadoria. A metodologia apresentada compreende uma pesquisa aplicada de caráter descritivo a partir de um estudo com abordagem quantitativo, através da aplicação de um questionário. O instrumento utilizado foi adaptado de NOTTOCS (2010), composto por 31 questões. Concluiu-se por meio dos dados, que a maioria da amostra apresenta um maior conhecimento da importância de poupar parte de sua renda para a aposentadoria e compreensão da necessidade de possuir um planejamento financeiro pessoal ainda jovem. Além disso, observou-se que a maioria dos jovens já realiza investimentos no mercado financeiro, apresentando um resultado positivo para o estudo, assim como o endividamento pessoal está equilibrado e há domínio sobre as finanças pessoais.

Palavras-chave: Planejamento financeiro. Finanças pessoais. Educação financeira. Jovens. Aposentadoria.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Principais destinações da renda pessoal ... 62

Figura 2 – Situações que resultam em endividamento ... 66

Figura 3 – Motivos para comprar ... 67

Figura 4 – Finalidade de bonificações ... 68

Figura 5 – Avaliação de uma aquisição de grande valor ... 69

Figura 6 – Onde adquiriu conhecimento para gerir o dinheiro... 71

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Amostra de respondentes da pesquisa ... 57

Tabela 2 – Faixa etária ... 57

Tabela 3 – Gênero ... 58

Tabela 4 – Estado civil ... 58

Tabela 5 – Nível de escolaridade ... 58

Tabela 6 – Principal fonte de renda ... 59

Tabela 7 – Renda pessoal mensal ... 59

Tabela 8 – Quantidade de cartões de crédito ... 60

Tabela 9 – Compras a prazo ... 60

Tabela 10 – Uso da renda pessoal ... 61

Tabela 11 – Principais destinações da renda pessoal ... 61

Tabela 12 – Planejamento financeiro ... 62

Tabela 13 – Monitoramento dos gastos ... 63

Tabela 14 – Dívida de longo prazo ... 63

Tabela 15 – Obrigações sobre a renda mensal ... 64

Tabela 16 – Gasto mensal excede a renda pessoal ... 64

Tabela 17 – Utilização do cartão de crédito ... 65

Tabela 18 – Situações que resultam em endividamento ... 65

Tabela 19 – Motivos para comprar ... 66

Tabela 20 – Calcular a taxa de juros ... 67

Tabela 21 – Finalidade de bonificações ... 68

Tabela 22 – Avaliação de uma aquisição de grande valor ... 69

Tabela 23 – Conhecimento para gerir o dinheiro ... 70

Tabela 24 – Onde adquiriu conhecimento para gerir o dinheiro ... 70

Tabela 25 – Importância da educação financeira ... 71

Tabela 26 – Tempo de permanência com padrão de vida ... 72

Tabela 27 – Preocupação com a aposentadoria ... 72

Tabela 28 – Economia sobre o salário mensal... 73

Tabela 29 – Realizar investimentos ... 73

Tabela 30 – Investimentos representam quantos meses de salário ... 74

Tabela 31 – Investimentos ... 74

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Tabela 33 – Uso da renda pessoal e renda pessoal mensal ... 76

Tabela 34 – Planejamento financeiro e faixa etária ... 77

Tabela 35 – Utilização do cartão de crédito e quantidade de cartões de crédito ... 77

Tabela 36 – Preocupação com a aposentadoria e gênero ... 78

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LISTA DE SIGLAS

BACEN Banco Central do Brasil BB Banco do Brasil

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CDB Certificado de Depósito Bancário

CDC Crédito Direto ao Consumidor

CDI Certificados de Depósitos Interfinanceiros CMN Conselho Monetário Nacional

CRA Certificados de Recebíveis do Agronegócio CRI Certificado de Recebíveis Imobiliários CVM Conselho de Valores Mobiliários

FAPI Fundo de Aposentadoria Programada Individual FGC Fundo Garantidor de Crédito

FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FGV Fundação Getúlio Vargas

FII Fundo de Investimento Imobiliário

IBGE Índice Brasileiro de Geografia e Estatística

IBRE Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas IGP-DI Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna

IGP-M Índice Geral de Preços de Mercado

INPC Índice Nacional de Preços ao Consumidor INSS Instituto Nacional do Seguro Social

IOF Imposto sobre Operações Financeiras IPCA Índice de Preços ao Consumidor Amplo

IPC-FIPE Índice de Preços ao Consumidor – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas

IPC-S Índice de Preços ao Consumidor Semanal IR Imposto de Renda

LC Letra de Câmbio

LCA Letra de Crédito do Agronegócio LCI Letra de Crédito Imobiliário LFT Letras Financeiras do Tesouro LTN Letras do Tesouro Nacional

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NTN-B Notas do Tesouro Nacional – Série B

PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PGBL Plano Gerador de Benefícios Livres

PIS Programa de Integração Social RS Rio Grande do Sul

SELIC Sistema Especial de Liquidação e Custódia SFN Sistema Financeiro Nacional

TCC Trabalho de Conclusão de Curso TJLP Taxa de Juros de Longo Prazo TR Taxa Referencial

UCS Universidade de Caxias do Sul VGBL Vida Gerador de Benefícios Livres

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... .13

1.1 TEMA E PROBLEMA DO ESTUDO ... 14

1.2 OBJETIVOS ... 14 1.2.1 Objetivo geral ... 14 1.2.2 Objetivos específicos ... 15 1.3 JUSTIFICATIVA ... 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 17 2.1 FINANÇAS ... 17 2.2 FINANÇAS PESSOAIS ... 18

2.2.1 Relação emocional e as finanças pessoais ... 20

2.3 EDUCAÇÃO FINANCEIRA ... 21

2.4 PLANEJAMENTO FINANCEIRO E A APOSENTADORIA ... 23

2.5 ELEMENTOS DE FINANÇAS ... 26

2.5.1 Inflação ... 26

2.5.2 Juros ... 27

2.5.3 Crédito ... 29

2.6 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ... 31

2.6.1 Principais Intermediários Financeiros ... 31

2.6.2 Autoridades Monetárias ou Instituições Normativas ... 32

2.6.2.1 Banco Central do Brasil ... 33

2.6.2.2 Conselho Monetário Nacional ... 34

2.6.2.3 Conselho de Valores Mobiliários ... 34

2.6.2.4 Banco do Brasil ... 35

2.6.2.5 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ... 35

2.7 INVESTIMENTOS ... 36

2.7.1 Renda Fixa ... 37

2.7.1.1 Poupança ... 38

2.7.1.2 Certificado de Depósito Bancário ... 39

2.7.1.3 Tesouro Direto ... 40

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2.7.1.5 Letra de Câmbio ... 42 2.7.1.6 Certificado de Recebíveis Imobiliários e Certificado de Recebíveis do Agronegócio ... 43 2.7.2 Renda Variável ... 43 2.7.2.1 Ações ... 44 2.7.2.2 Criptomoedas ... 45 2.7.3 Fundos de Investimentos ... 46 2.7.4 Previdência Social ... 48 2.7.5 Previdência Privada ... 48 2.7.5.1 Plano Gerador de Benefícios Livres ... 50 2.7.5.2 Fundo de Aposentadoria Programada Individual ... 51 2.7.5.3 Plano de Vida Gerador de Benefícios Livres ... 52

3 METODOLOGIA ... 53 3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ... 53 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ... 54 3.3 PROCESSO DE COLETA DE DADOS ... 55 3.4 PROCESSO DE ANÁLISE DE DADOS ... 56

4 DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS ... 57 4.1 PERFIL SOCIOECONÔMICO ... 57 4.2 ESTRUTURA DAS FINANÇAS PESSOAIS ... 60 4.3 NÍVEL DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA ... 69 4.4 CRUZAMENTO ENTRE USO DA RENDA PESSOAL E RENDA PESSOAL MENSAL ... 76 4.5 CRUZAMENTO ENTRE PLANEJAMENTO FINANCEIRO E FAIXA ETÁRIA

... 76 4.6 CRUZAMENTO ENTRE UTILIZAÇÃO DO CARTÃO DE CRÉDITO E QUANTIDADE DE CARTÕES DE CRÉDITO ... 77 4.7 CRUZAMENTO ENTRE PREOCUPAÇÃO COM A APOSENTADORIA E GÊNERO ... 78 4.8 CRUZAMENTO ENTRE REALIZAR INVESTIMENTOS E FAIXA ETÁRIA ....

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 79

REFERÊNCIAS ... 83

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho descreve a importância e os efeitos de uma boa gestão das finanças pessoais para os jovens, bem como a relação com a eficiência do planejamento financeiro pessoal e a aposentadoria. Para Bugarim (2012), a influência da educação financeira no desenvolvimento pessoal e econômico do país é considerada como essencial na formação e preparo da população. Está associada à competência de tomar as decisões financeiras da melhor forma possível, contribuindo na administração da renda e medidas sobre poupar e investir, através do consumo consciente.

O conhecimento sobre finanças pessoais é obrigação para as pessoas que estão em um sistema capitalista. Introduzidas em um ambiente onde o acúmulo de capital ocorre de maneira individual, é fundamental a compreensão de conhecimentos sobre finanças, a fim de que possam medir as receitas e despesas, reduzindo assim a possibilidade de enfrentar problemas financeiros em qualquer momento da vida, principalmente na aposentadoria, no momento em que o indivíduo não possui mais disposição para trabalhar e juntar recursos.

Na sociedade atual, as ofertas de consumo estão presentes em toda parte, e torna-se mais difícil resistir a cada dia. A partir da influência das mídias, frequentemente as pessoas buscam elevar o hábito de consumo. Nesse momento, a inteligência financeira pode auxiliar o indivíduo a selecionar as melhores opções de consumo e investimento, tendo em vista o controle de gastos e receitas sobre o planejamento financeiro pessoal, visto que saber consumir hoje pode ser determinante para um futuro equilibrado ou duvidoso (CERBASI, 2004).

Pode-se afirmar que, em razão da população brasileira não possuir o hábito de acumular recursos em previdência privada, ou outros tipos de investimentos a longo prazo, a maior parte das pessoas acredita no sistema da previdência social. No entanto, o cenário atual aponta para reformas na previdência, em consequência do aumento da expectativa de vida e da elevada aposentadoria de alguns setores. Dessa forma, Silva Neto (2003) afirma que o planejamento financeiro ao longo da vida do indivíduo torna-se indispensável para o acúmulo de capital, com o propósito de complementar a aposentadoria do governo e conservar o padrão de vida no futuro.

Segundo Frankenberg (2003), o planejamento financeiro pessoal pode ser uma estratégia voltada para curto ou longo prazo, no qual o indivíduo estabelece e

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segue um plano preciso, deliberado e dirigido para acúmulo de bens e valores que constituem o seu patrimônio. A ideia principal do planejamento é formar poupança sem gastar tudo o que se ganha, pensando no futuro. Em conformidade com Macedo Junior (2007), o planejamento financeiro é o método utilizado para gerenciar o dinheiro com o objetivo de atingir a satisfação pessoal. Possibilita monitorar a situação financeira para satisfazer as necessidades e atingir os objetivos ao longo da vida.

Levando-se em consideração os diversos produtos financeiros, entre as opções de pagamento e investimentos, os indivíduos precisam estar instruídos ao adquirir um bem ou serviço. O estudo ressalta a importância em conscientizar os indivíduos a respeito da necessidade de criação de poupança para aposentadoria. O assunto é pertinente, considerado comum em países desenvolvidos, já que a vida dos indivíduos é afetada pelas decisões financeiras tomadas. A seguir são expostos o tema, o problema, os objetivos e a justificativa deste estudo.

1.1 TEMA E PROBLEMA DO ESTUDO

Para Mattar (2005), a definição do problema de pesquisa consiste na identificação da questão certa a ser estudada, visando sua resolução, ou ao menos a contribuição para a tomada de decisão, e que as respostas encontradas possibilitem informações valiosas. O tema do estudo diz respeito às finanças pessoais. Assim, o problema a ser estudado pode ser resumido na seguinte questão: qual é o nível de planejamento financeiro dos jovens da cidade de Caxias do Sul-RS em relação à aposentadoria?

1.2 OBJETIVOS

Conforme Mattar (2005), com o objetivo de determinar os objetivos da pesquisa, é necessário tomar cuidado, uma vez que escolhidos erroneamente, podem chegar a conclusões vazias, mesmo após bastante empenho.

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo principal, segundo Mattar (2005), é o momento que o pesquisador determina qual o foco central da pesquisa, do qual este deve conduzir a um único

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recolhimento dos elementos vinculados ao problema da pesquisa, de forma a possibilitar ao pesquisador compreender melhor como desenvolve o fenômeno que se deseja conhecer.

Desse modo, o presente estudo tem como objetivo geral analisar o nível de planejamento financeiro dos jovens da cidade de Caxias do Sul-RS em relação à aposentadoria.

1.2.2 Objetivos específicos

De acordo com Mattar (2005), são considerados objetivos secundários ou específicos, as questões que possuem maior grau de relevância, mas que são essenciais para a correta percepção de como se desenvolve o fenômeno que é o foco do estudo. Os objetivos específicos deste estudo são:

a) analisar a gestão das finanças pessoais e o endividamento; b) verificar os hábitos de consumo e a utilização do crédito;

c) identificar a utilização de planejamento financeiro e a preocupação com a aposentadoria;

d) analisar o conhecimento sobre a aplicação de investimentos no mercado financeiro.

1.3 JUSTIFICATIVA

A educação financeira vem progressivamente se tornando um dos temas mais abordados atualmente. Em razão das pessoas começarem a compreender a sua importância, as possibilidades de consumo aumentaram, tornando cada vez mais relevante que o tema esteja presente na formação do indivíduo, a fim de aumentar a conscientização sobre a destinação dos recursos, diminuindo os casos de endividamento e dificuldades financeiras futuras.

No Brasil, as oscilações na economia provocam desafios para o planejamento financeiro, em particular para as faixas de renda menores, em que, frequentemente os jovens estão inseridos. Ao se examinar a relevância das finanças na vida pessoal, verifica-se que para os indivíduos que não têm a cultura de planejamento financeiro de longo prazo, por vezes, pode haver dificuldade na percepção do conteúdo, e desenvolver o hábito de poupar. Do mesmo modo, conhecer um pouco de finanças

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pode ajudá-los a descobrir um caminho adequado para efetivar seus objetivos e expectativas para o final de suas vidas (FRANKENBERG, 2003).

Historicamente é da competência das famílias instruir os jovens sobre as finanças pessoais. Assim, às escolas fica destinada a missão de desenvolver e reforçar os conhecimentos que o aluno obteve em casa. Porém, frequentemente nem mesmo os pais sabem como controlar os seus recursos, sendo assim, não é simples para eles educarem seus filhos no sentido de administrar o dinheiro. Em certas ocasiões, o tema não é abordado por nenhuma das partes e o problema são os impactos de uma vida sem controle das finanças pessoais, com oscilações econômicas e graves consequências para o futuro do indivíduo (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013).

A aposentadoria tomada por perdas materiais pode atingir pessoas de todos os níveis sociais, desde os profissionais com remuneração menor até os maiores executivos, repletos de bens materiais. A carência de planejamento e instrução sobre as finanças é capaz de antecipar essas perdas em relação ao padrão de vida. O indivíduo que não tratar de forma correta esse tema, pode se afundar em dívidas e problemas com a sua vida, ainda jovem. Por esse motivo, as pessoas têm dificuldade em conduzir as finanças ao longo da vida, motivadas a levantar um patrimônio que não é compatível com a renda pessoal (CERBASI, 2003).

O capítulo a seguir apresenta o referencial teórico que dá sustentação ao estudo proposto. O terceiro capítulo aponta o caminho metodológico que foi usado para a pesquisa, e no quarto capítulo é apresentado o desenvolvimento da pesquisa e os resultados obtidos. E por fim, são expostas as considerações finais, as referências e o instrumento de pesquisa utilizado para o estudo.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo são abordados os temas relacionados ao planejamento financeiro pessoal para a aposentadoria. Assim, para um melhor entendimento do tema é abordado neste capítulo o referencial teórico. Desse modo, são expostos conceitos de finanças, finanças pessoais e a sua relação com as emoções dos indivíduos. Também são tratados a relevância da educação financeira, o planejamento financeiro pessoal e a aposentadoria, bem como os principais elementos que impactam as finanças pessoais, o sistema financeiro nacional e seus integrantes, além dos tipos de investimentos mais utilizados e a previdência social e privada.

2.1 FINANÇAS

No cotidiano, quando se trabalha com produtos, serviços ou dinheiro, sempre são utilizados os princípios de finanças. Na vida ativa das pessoas, trabalhadores ou estudantes, não é possível deixar de tratar com dinheiro. Assim, conhecer um pouco sobre finanças certamente irá auxiliar na compreensão e manuseio dos recursos atuais e que se almejam atingir. Conforme Bodie e Merton (2002), a teoria de finanças consiste em um grupo de conceitos que auxiliam na organização do pensamento das pessoas sobre como devem ser alocados recursos ao longo do tempo, bem como um conjunto de modelos quantitativos que ajude as pessoas a avaliarem alternativas, a tomarem decisões e pôr em prática.

Noções básicas desse tema são essenciais no mundo dos negócios, como conhecimento suficiente dos conceitos, técnicas e os termos específicos da área. Segundo Groppelli e Nikbakht (2010), finanças é a execução de uma série de conceitos econômicos e financeiros, para expandir a riqueza ou o valor total de um negócio. Esse crescimento financeiro das empresas é realizado através de investimentos em projetos e aquisição de ativos que produzem os retornos mais altos, associado aos menores riscos.

Os conceitos de finanças não são específicos da área empresarial, eles estão presentes no cotidiano do homem ao longo da história. Dedicar-se as finanças e a construção de patrimônio são práticas fundamentais para todas as pessoas. O aprendizado e a aplicação de conhecimentos práticos podem contribuir para melhorar a gestão das finanças pessoais, tornando a vida mais tranquila e equilibrada. Dessa

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forma, os conceitos estão presentes em todos os níveis de decisão, desde o planejamento financeiro pessoal, ou a abertura de um pequeno empreendimento, até as decisões do governo, a fim de utilizar da melhor maneira possível o dinheiro público (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013).

As finanças públicas estão relacionadas com a política fiscal de um estado. O governo arrecada recursos por meio da cobrança de impostos. Tal dinheiro deverá ser reinvestido na área da saúde, segurança e educação, entre outras áreas, visando a manutenção dos serviços para toda a sociedade e melhorando a qualidade de vida da população, dentro do processo que constitui as despesas públicas do governo. Toda atividade humana com impacto econômico necessita de organização financeira. De acordo com Martins (2004), o êxito na gerência das finanças é determinado pelos resultados que cada um é capaz de alcançar nas principais habilidades relacionadas ao controle do dinheiro, o que envolve a forma de ganhar, gastar e investir o dinheiro. Os elementos básicos de finanças são globalmente praticados em empresas e também às finanças pessoais. Como afirma Gitman (2010), o tema pode ser descrito como a arte e a ciência de administrar o dinheiro. Quase toda população, pessoa física ou jurídica, executa ações como ganhar, gastar ou investir dinheiro. Finanças têm relação com os processos, as organizações, os mercados e as ferramentas incluídas na transferência de recursos entre pessoas, empresas e órgãos governamentais. A maior parte das pessoas se favorece ao entender esse assunto, visto que, ele proporciona condições para melhores decisões financeiras pessoais.

2.2 FINANÇAS PESSOAIS

As finanças estão presentes na vida pessoal e familiar, isto é, partindo pelo local que se habita, ao usufruir desta habitação, se estará gerando consumo e como resultado, despesas pessoais e familiares. Como afirma Martins (2004, p. 68), “gerenciar o orçamento familiar é mais ou menos como comandar um navio: conhecido o rumo, é necessário acompanhar os gastos e tomar as decisões financeiras que permitem cumprir as metas estabelecidas”. Tendo em vista que os indivíduos são consumidores e que pagam por bens e serviços, isso afeta diretamente os recursos financeiros familiares e aquilo que se recebe por intermédio do trabalho de todos os componentes do núcleo familiar.

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O primeiro passo para organizar as finanças pessoais é encontrar o destino da receita mensal. Analisar as despesas e receitas é primordial para o indivíduo elaborar o planejamento financeiro. Dispor de um orçamento adequado à sua receita é uma habilidade tomada por poucas pessoas. A maior parte das pessoas não tem noção do seu patrimônio atual, da quantidade de despesas mensais e da quantia necessária para viver com uma condição confortável por um mês. Ordenar as finanças pessoais, de acordo com o padrão de vida e de forma sensata, pode tornar compreensível a soma de recursos mensais possíveis para investimentos, e assim, pôr em prática o planejamento financeiro (CERBASI, 2003).

As finanças pessoais também estão relacionadas com dinheiro, empresas, negócios, instituições financeiras e economia, mas referindo-se ao comportamento e as decisões financeiras tomadas pelo indivíduo. Segundo o Banco Central do Brasil (2013) as finanças pessoais podem colaborar para o bem estar do cidadão. A compreensão do modo de conduzir as finanças pessoais pode ser acessível e com aplicação prática no cotidiano das pessoas, visto que pode auxiliar na administração dos recursos financeiros, abrindo caminho para melhorar a qualidade de vida.

A educação financeira das pessoas envolve decisões e consequências para uma vida toda. A ausência dessa educação é um problema cultural, pois a maioria das pessoas passa por emoções e dificuldades parecidas, em relação às finanças pessoais. O materialismo relacionado à cultura brasileira acaba por criar problemas no final de uma carreira bem-sucedida. O indivíduo ao se aposentar, na maioria das vezes, passa por uma redução da sua renda e percebe que a sua realidade financeira está distante da imaginada, pois as suas obrigações com dívidas continuam iguais. Então é necessário se desfazer de parte do patrimônio construído ao longo da sua carreira. Logo, é constatado um rebaixamento do padrão de vida da família, por consequência de não haver um planejamento adequado (CERBASI, 2003).

No âmbito das finanças pessoais, todas as decisões de consumo ou de investimento, acompanham fatores emocionais, crenças e vieses. Diante disso, encontra-se uma grande preocupação em conscientizar os indivíduos da importância de viverem de acordo com suas possibilidades financeiras e de forma a manter o nível de endividamento baixo ou, de preferência, inexistente (MASSARO, 2015).

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2.2.1 Relação emocional e as finanças pessoais

Entender como consumir de maneira inteligente é uma das opções mais acessíveis para alcançar o equilíbrio financeiro. Na maior parte das ocasiões, é possível o indivíduo gastar menos sem que prejudique o seu bem-estar, visto que a maioria dos produtos e serviços consumidos podem ser trocados por semelhantes que possuem menor custo. Martins (2004, p.49) afirma que “a maneira como cada um ganha, gasta e conserva dinheiro é resultado de uma combinação de emoções e habilidades”. Por isso, a situação financeira pode ser determinada pelas emoções, uma vez que as nossas atitudes são determinadas na maior parte pelas emoções. Essencialmente as emoções devem estar apropriadas ao seu objetivo, para que as habilidades aprendidas sejam aproveitadas.

No que se refere às emoções prejudiciais ao controle financeiro pessoal, desejar algo distante do padrão de vida atual pode resultar em problemas, perder a razão e a racionalidade do controle dos seus recursos. O impulso pelo consumo não é apenas desejo, é adquirir o que não é necessário e na maior parte com o dinheiro que não possui. Conforme o Banco Central do Brasil (2013, p.14), “no processo de escolha, a emoção e a razão funcionam como dois lados de uma balança que devem manter-se equilibradas”. Controlar o instinto consumista pode fazer a diferença no resultado do planejamento financeiro, sendo que a prática de um comportamento inteligente no momento de consumir pode melhorar o orçamento de forma relevante, possibilitando que os objetivos tornem-se próximos.

Outro fator existente e destrutivo é a necessidade de ostentar e o excesso de vaidade, em que levam à despesas excessivas e totalmente desnecessárias. Atuar desta forma é o início dos problemas financeiros, mesmo que a situação das finanças seja confortável. Emoções inadequadas atrapalham a capacidade para utilizar os seus recursos, assim sendo, a personalidade pode atrapalhar o sucesso de um indivíduo, embora disponha de amplo conhecimento técnico (MARTINS, 2004).

A percepção sobre riqueza da cultura brasileira está relacionada a bens materiais. Isso é simples de identificar no planejamento patrimonial dos indivíduos. A aquisição de um automóvel quando jovem, mesmo que, sacrificando maior parte da sua renda com o financiamento e despesas, é o primeiro objeto a aparecer na relação patrimonial e também a primeira dívida assumida. Com o passar do tempo, surgem novas preocupações da vida em relação ao patrimônio, como a aquisição da casa

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própria e com a evolução da renda, um carro superior torna-se exigência para adequação de um padrão de vida elevado. Dessa forma, muitas pessoas seguem construindo o seu patrimônio, tendo como grande preocupação a conformidade com os padrões estabelecidos pela sociedade (CERBASI, 2003).

O patrimônio conquistado por grande parte da população brasileira é motivo de orgulho e resultado de muito trabalho, devido à cultura financeira desse povo, que estabelece um padrão de comportamento quanto aos objetivos de investimento e planos pessoais. A sociedade estimula determinados planos de consumo, a conquista de títulos, diplomas e posições hierárquicas e também a obter posses materiais comparáveis a outras pessoas. Contudo, essa preocupação em atingir um grande patrimônio e padrão de vida superior, ocasionará, além da satisfação, a nova preocupação sobre as dívidas eternas. Seguindo atrás do ordenado para conservar o padrão de vida, o indivíduo trabalha para garantir no final do período os recursos totalmente consumidos no pagamento das dívidas que foram criadas por ele.

Dentro dessa visão, Tommasi e Lima (2007) explicam que, além de maior dificuldade em obter recursos, também há necessidades de consumo elevadas. Isso indica os avanços do mundo atual, e acabando por refletir-se no cotidiano. As gerações anteriores tiveram um mercado de trabalho pouco concorrido e poucas opções de consumo, devido ao modo de vida e ausência de tecnologia. Dessa forma, a possibilidade de manter um melhor padrão de vida era maior. Com a evolução da tecnologia e a mudança dos hábitos no contexto atual tornaram alguns produtos indispensáveis na vida das pessoas. Em função disso, economizar fica gradativamente mais árduo, pois é necessário adiar o consumo emocional de produtos dispensáveis, gastando menos do que se ganha.

2.3 EDUCAÇÃO FINANCEIRA

A educação financeira conforme o Banco Central do Brasil (2013), é o meio de prover o conhecimento sobre comportamentos financeiros que colaboram para melhorar a qualidade de vida das pessoas. É, dessa forma, um instrumento para viabilizar o desenvolvimento econômico. Afinal, a qualidade das decisões financeiras dos indivíduos interfere em toda a economia, pois está relacionada à problemas sobre o nível de endividamento e de inadimplência das pessoas e também a capacidade de investimento do país.

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Para Cerbasi (2004), educação financeira é o processo pelo qual os indivíduos aprimoram a sua percepção em relação aos princípios e produtos financeiros. Esse processo ocorre de modo que, com informação, formação e orientação, as pessoas sejam capazes de desenvolver as competências necessárias para se tornarem conscientes das possibilidades e riscos neles envolvidos. A partir disso, é possível tomar decisões bem informadas, saber onde buscar ajuda e optar por comportamentos que melhorem a qualidade de vida. Assim, podem colaborar de maneira mais coerente para o desenvolvimento próprio e de sociedades responsáveis. A educação financeira é o fator de mudança para melhor utilização dos recursos financeiros na vida de um indivíduo. No entanto, devido à falta de instrução familiar e do ensino público, na maior parte, são as pessoas de classes baixas que sofrem por dispor de pouco ou nenhum conhecimento sobre o tema em estudo. Nesse sentido, confirma Martins (2004) que o descuido das escolas em relação a noções de comércio, economia, impostos e de finanças tem uma consequência brutal, pois a maior parte das pessoas, quando adulta, continua ignorando esses temas, não tendo conhecimento financeiro e habilidade para administrar o dinheiro.

A instrução em finanças pessoais nos países desenvolvidos é habitualmente acompanhada pelas famílias, com as escolas complementando a formação que o aluno recebe em casa. No Brasil, o histórico de um período inflacionário deixou um legado negativo, com uma inflação mensal que passou de 50%, e mesmo com a estabilização econômica em 1994 com o Plano Real, ocasionando o aumento do consumo, o planejamento financeiro para o longo prazo se tornava impossível na época. Em países subdesenvolvidos, a educação financeira não integra o espaço educacional familiar e escolar. Dessa maneira, a família e a escola não auxiliam no desenvolvimento do conhecimento da criança em manusear o seu dinheiro, contribuindo para prováveis danos a qualidade de vida no futuro (TOMMASI; LIMA, 2007).

A educação financeira contribui com a administração dos recursos financeiros, por intermédio do processo de mudança de hábitos e costumes. Este é um assunto considerado distante de uma parcela da população, devido à falta de instrução. Mesmo que tenha aumentado a sua percepção para as necessidades atuais, é notório que muitas pessoas não perceberam a importância dela no curto e longo prazo, da sua vida. A compreensão de como gerir as finanças pessoais com prudência pode

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preparar as pessoas para usar de modo consciente os seus recursos (CERBASI, 2003).

Compreender os produtos financeiros disponíveis no mercado é uma forma de investir na educação financeira, a fim de ampliar as possibilidades de sucesso e crescimento pessoal e profissional. Selecionar a melhor opção de investimento para o dinheiro pode ser determinante para o capital aumentar ou diminuir no futuro. Segundo Tommasi e Lima (2007), o objetivo da educação financeira é propiciar a melhora da qualidade de vida, cumprindo de forma inteligente os objetivos pessoais. Então, além da quantia de recursos disponíveis, o que tem relevância é o modo como eles são utilizados. Assim, determinar a finalidade correta dos recursos é essencial para a construção de um patrimônio, com o propósito de assegurar o futuro pretendido.

2.4 PLANEJAMENTO FINANCEIRO E A APOSENTADORIA

De acordo com Massaro (2015, p. 31):

O planejamento financeiro diz respeito à “organização geral” das finanças, controle e conhecimento do fluxo financeiro (entradas e saídas de dinheiro), e alinhamento dos recursos financeiros com os objetivos e as aspirações de vida do indivíduo ou família.

Segundo Cerbasi (2004), a tarefa de manter o padrão de vida é muito mais importante do que conquistá-lo, e para isso é necessário planejar, considerando que os maiores proveitos de tal ação será notável no futuro. As dificuldades financeiras, na maior parte das ocasiões, é por causa de escolhas pessoais, no qual foi ignorado a relevância deste estudo em foco. Por isso, o planejamento financeiro representa um guia para o indivíduo que deseja utilizar as técnicas de gestão dos recursos financeiros e investimentos.

Os indivíduos devem compreender o planejamento financeiro como um comprometimento com os objetivos pessoais. Os objetivos representam os sonhos de cada pessoa e precisam estar ajustados a realidade e ao potencial de desenvolvimento futuro. É preciso que o plano seja ajustado ao passo que o padrão de vida se desenvolve, adaptando à novas circunstâncias e equilibrando as necessidade e prioridades de curto, médio e longo prazo. Dessa forma, o método para

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atingir a condição financeira esperada é a implantação de um plano completo, visando os objetivos financeiros totais para uma vida inteira (SILVA NETO, 2003).

Para Macedo Junior (2007), iniciar o planejamento das finanças pessoais compreende algumas etapas, como definir a atual situação financeira do indivíduo, determinar os objetivos pessoais, elaborar metas de curto e longo prazo para cada objetivo, analisar a melhor maneira de alcançar as metas, iniciar um plano de ação e revisar frequentemente as estratégias do plano.

A elaboração do orçamento pessoal é a base do planejamento financeiro, pois as despesas diárias são o destino dos recursos obtidos. Por esse motivo, o orçamento pode ser estabelecido sobre uma análise dos valores recebidos em cada período. Identificando as prioridades e o que causará maiores impactos positivos para direcionar os esforços. Embora, a maioria das pessoas não se antecipe aos problemas, ocasionando dificuldades quando eles surgem. O plano ideal é aquele que as pessoas possam se manter fazendo uso apenas de recursos próprios, buscando criar uma poupança para aposentadoria (SCHENINI; BONAVITTA, 2004).

Conforme Martins (2004), algumas ferramentas aplicadas a empresas também podem ser utilizadas no planejamento pessoal. O balanço patrimonial, realizado ao final de pequenos períodos, é uma forma de saber se a riqueza está aumentando ou diminuindo. A execução demonstra os ativos líquidos, no qual podem ser resgatados em dinheiro a qualquer momento, e os ativos permanentes, onde a liquidez não é imediata. E também a coluna de passivos, onde estão descritas as dívidas do indivíduo. A diferença entre as duas colunas, ativos e passivos, será o patrimônio líquido. Assim como, a demonstração de resultado mensal para verificar os ganhos, despesas e o saldo do mês, que poderá ser investido para aumentá-lo.

Segundo Cerbasi (2003), para a construção de riqueza é imprescindível a utilização dos juros compostos no planejamento financeiro, porque ao investir a poupança em aplicações de juros compostos, após algum tempo, possuirá uma poupança formada tanto por aplicações quanto por rendas, ou seja, quanto maior o período dedicado ao investimento, maior será o retorno acumulado. O indivíduo somente obtém juros compostos quando investe seus recursos em aplicações que possibilitam que a renda formada possa ser reinvestida, proporcionando rendimentos sobre o investimento inicial e as suas rendas subsequentes.

Por meio de um planejamento financeiro, a classificação das despesas para o gerenciamento ficará acessível. Assim, as despesas ficaram visíveis para o

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indivíduo no demonstrativo de resultados mensal, entre elas, as obrigatórias que não podem ser eliminadas, e as despesas variáveis, que possibilitaram alterações, a fim de diminuir as despesas. Além da elaboração de um fluxo de caixa para o período de um ano, estimando a renda, definindo metas e as despesas. Sendo assim, o fluxo de caixa possibilitará uma visão do ano inteiro, evitando surpresas em alguns meses com despesas obrigatórias maiores, e também a compreensão de como o dinheiro é gasto (MARTINS, 2004).

De acordo com Gitman (2010), as pessoas não utilizam o regime por competência, utilizado por contabilistas em demonstrações financeiras. Em vez disso, baseiam-se em fluxos de caixa para verificar seus resultados financeiros, planejam, monitoram e avaliam suas atividades a partir do fluxo de caixa de um dado período, normalmente de um mês ou um ano. Dessa forma, é realizado um regime de caixa, onde reconhece a receita e as despesas quando ocorrem os eventos de entradas e saídas. As pessoas precisam se concentrar no fluxo de caixa ao organizar e acompanhar suas finanças, estabelecendo metas financeiras e elaborando planos financeiros que demonstrem a direção para atingir os objetivos pessoais.

Conquistar objetivos financeiros exige a formação de um patrimônio que assegura o futuro do indivíduo. Dessa forma, é essencial o planejamento procurando realizar metas que direcionem para o objetivo final de viver confortavelmente e garantir uma aposentadoria tranquila. Estabelecer metas mensuráveis que possam ser alcançadas, refletir sobre o real motivo e necessidade, e definir prioridades sobre elas. Assim, planejar o futuro financeiro é executar um plano de ação e controlar os seus resultados, avaliando as metas constantemente para alcançar o objetivo de longo prazo (TOMMASI; LIMA, 2007).

Os brasileiros possuem um grande problema pela frente, segundo Silva Neto (2003), trata-se de um assunto ignorado por muitas pessoas, em que consiste em manter o padrão de vida construído ao longo da vida após a aposentadoria. Dado que, o sistema público não concede benefícios condizentes com as necessidades das pessoas na aposentadoria. Portanto, iniciar um planejamento financeiro para a aposentadoria com antecedência, é muito importante para garantir uma renda adequada, a fim de obter estabilidade financeira no futuro.

Segundo Cerbasi (2003, p. 35), “aposentar-se significa obter renda suficiente para pagar suas contas mensais sem que se veja na obrigação de trabalhar para pagá-las”. A aposentadoria em finanças pessoais, não significa parar de trabalhar

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completamente, mas sim optar por trabalhar apenas no que gosta. O plano para uma aposentadoria tranquila contém informações simples e objetivas, que possa ser seguido por qualquer pessoa, sobre o momento para o indivíduo se aposentar, a renda desejada e o período que pretende receber.

A formação de uma reserva para aposentadoria é tão importante que em todo mundo encontra-se fundos criados para estimular e possibilitar a geração de poupança e investimento de longo prazo. São conhecidos como fundos de pensão e a sua finalidade é acumular recursos para garantir um benefício de aposentadoria ao trabalhador. Esses fundos são incentivados pelos governos em quase todo o mundo, por permitir uma fonte de financiamento de longo prazo, e também alguns incentivos fiscais (SILVA NETO, 2003). As principais opções de plano de aposentadoria no Brasil, serão abordados ao longo do estudo.

2.5 ELEMENTOS DE FINANÇAS

Os principais fatores que impactam a gestão financeira dos indivíduos são a inflação, a taxa de juros e a administração do crédito disponível para aquisição. Os elementos serão abordados em relação a sua influência com as finanças pessoais.

2.5.1 Inflação

A taxa de inflação do país refere-se ao aumento geral de preços na economia. Quando os preços crescem, o valor da moeda diminui. Na hipótese de os preços aumentarem nos próximos anos, o valor da moeda será menor no futuro em relação ao valor atual, por isso, quanto maior a taxa de inflação e o período envolvido, menor será o valor de um montante de dinheiro nos próximos anos. Diante disso, o poder atual de compra do real é superior ao do futuro, assim, é viável a aquisição de maior quantidade de bens com um real daqui a um ano do que daqui a dois anos, e assim por diante (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2010).

A inflação demonstra a expectativa do poder aquisitivo do dinheiro ao longo do tempo. O dinheiro perde valor com o tempo, então, a importância de estar atento ao planejamento financeiro para que o patrimônio acompanhe a inflação. O Brasil já passou por momentos de inflação elevada, por isso o cuidado em compensar os impactos da inflação é crescente. Assim, as pessoas que possuem capital buscam

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protege-lo da desvalorização provocada pela inflação, emprestando esse dinheiro em troca de valores que cubram essas perdas (MASSARO, 2015).

A alta da taxa de inflação é um dos sinais de maior fragilidade para o indivíduo, em razão de funcionar como um investimento que produz juros negativos. Durante um período, com a taxa de inflação elevada, verifica-se problemas de distribuição de renda e a modificação do vínculo entre o salário, o consumo e a poupança do indivíduo. Caso o indivíduo mantenha o seu dinheiro parado, sem gerar lucros, eventualmente o seu capital pode reduzir. Embora o valor do capital permaneça o mesmo, os preços dos produtos e serviços cresceram seguindo a inflação. Dessa forma, não será possível adquirir a mesma quantidade de produtos com o patrimônio mantido. (CERBASI, 2003).

Entre os principais indicadores utilizados está o IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Amplo, calculado pelo IBGE, utilizado pelo Governo Federal para a medição das metas de inflação. Já o IPC-FIPE avalia as despesas de habitação, alimentação, transporte, etc. O INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor é uma referência para reajustes salariais, ou seja, para avaliar o custo de vida de famílias com renda de um a seis salários mínimos. O IPC-S – Índice de Preços ao Consumidor Semanal, verifica a inflação para o consumo das famílias. E também o IGP-M - Índice Geral de Preços de Mercado e IGP-DI - Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna, calculados pelo IBRE- Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas - FGV, entre outros indicadores de inflação (ASSAF NETO; LIMA, 2014).

2.5.2 Juros

Utilizada pelo governo como ferramenta de política econômica e monetária para conter o nível de capacidade ao consumo e incentivar a poupança. A taxa de juros é essencial para o desempenho da economia. No período com taxa elevada, por exemplo, o indivíduo pode ser impedido de adquirir um carro ou uma casa financiada. Mas também podem estimular a poupança, por causa da recompensa maior que o indivíduo receberá por prorrogar o consumo. Da mesma maneira que as taxas de juros podem comprometer o poder de consumo, também envolvem as decisões de investimento dos empresários. Taxas altas podem causar o atraso na ampliação de uma fábrica, prejudicando, consequentemente a formação de novos empregos.

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A taxa de juros é o rendimento pago pelo tomador ao emprestador de recursos, no qual o juro representa o custo do tomador para captação dos recursos. Muitos fatores são considerados na determinação do valor dos juros, assim a taxa é determinada pelo mercado financeiro, devido à relação entre oferta e procura de recursos financeiros. Contudo, o peso de cada um desses fatores varia segundo sua importância no contexto econômico atual do país, e a taxa deverá ser maior em casos de imprecisão do retorno do capital investido, em decorrência do prazo de alocação do dinheiro e principalmente o ambiente econômico (GITMAN, 2010).

Os principais fatores que influenciam a taxa de juros é a expectativa de inflação, o risco do tomador de recursos, a liquidez de mercado e o risco conjuntural. No momento em que a taxa está em alta, os investidores priorizam aplicações de renda fixa com maior remuneração. Em período de baixa dos juros, o cenário torna-se oposto, transferindo os investimentos para renda variável. Dessa forma, a taxa de juros descreve a confiabilidade dos agentes econômicos sobre o desempenho previsto da economia. A taxa de juros ideal seria aquela que favorece a redução da dívida pública pelo menor custo da dívida, estimula o crescimento econômico e remunera os investidores com uma taxa real (ASSAF NETO, 2018).

Para a maioria da população, uma taxa de juros alta pode ser vista como grande perda do seu capital. No entanto, as pessoas que possuem dinheiro disponível e conhecem o método correto para investi-lo, podem se beneficiar dessa situação. Saber explorar o mercado financeiro pode ser enriquecedor em um cenário de juros elevados, pois possibilita a geração de maiores rendimentos. Somente a decisão de adiar o consumo é capaz de fazer a mudança dentro desse contexto, ou melhor, ao contrário de adquirir um produto no momento atual, pode ser favorável aguardar o acúmulo de recursos e comprar um produto superior (TOMMASI; LIMA, 2007).

Conforme Hoji (2003), as taxas de juros são expressas em período anual ou mensal, podendo ser fixas ou flutuantes. As taxas fixas não se modificam durante o prazo da aplicação ou empréstimo, apesar de existir mais do que um período de capitalização. Quando a taxa for determinada no ato da contratação será definida como prefixada. Já no caso de uma taxa pós-fixada, o valor efetivo do juro é calculado após o reajuste da base de cálculo, ou seja, a taxa de juros é conhecida no ato da contratação, mas será reajustada conforme a alteração do indexador. A taxa de juros flutuante pode ser conhecida como taxa variável, pois existe uma oscilação a cada

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período de capitalização, ou seja, é determinada uma nova taxa a cada período, baseada na taxa referencial de juro anteriormente combinada.

Os juros simples são empregados em países com alto nível de inflação, como no Brasil, somente em operações de curto prazo, uma vez que, cada desvio na taxa de juros prevista resulta em grandes diferenças sobre o resultado final da operação. A utilização em operações com prazos maiores de seis meses a um ano está presente em países com economia estável, onde a inflação é menor e previsível. No caso de juros compostos, o cálculo é sobre uma quantia cada vez maior, pois esta incidindo sobre um capital que já foi pago a uma taxa de juro previamente, ou seja, os juros compostos são pagos sobre um juro já vencido. Por esse motivo, o seu resultado será sempre maior do que o juro simples. Por isso, quanto maior a duração do investimento, menor a necessidade de aportes mensais (HOJI, 2003).

Um dos principais aspectos que o investidor deve observar na evolução da economia é a taxa de juros. A taxa de juros Selic deve ser acompanhada, pois ela representa a taxa básica de juros da economia brasileira. O nível de juros pode expor muito a respeito da vida econômica de um país, seus riscos e perspectivas de crescimento. Isso representa uma influência direta sobre o planejamento financeiro pessoal, pois as variações das taxas ocorrem com frequência e atingem os retornos e o valor dos investimentos. O percentual de juro pago sobre cartões de crédito e empréstimos tem impactos sobre as finanças pessoais. Desse modo, conhecer os fundamentos das taxas de juros é fundamental para o plano financeiro pessoal.

2.5.3 Crédito

A expansão de opções de crédito gerou o endividamento de muitas pessoas, que acabaram se afundando em dívidas e tornando-se parte das estatísticas de inadimplência. Atualmente, o conceito de crédito ainda causa muita controvérsia no Brasil. Segundo o Banco Central do Brasil (2013), a carência de educação financeira, aliada à facilidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pessoas ao endividamento excessivo. Nesse cenário, para a maioria das pessoas o crédito se tornou sinônimo de algo prejudicial. Porém, para avaliar os benefícios na tomada de crédito, é necessário entender melhor o assunto.

A maioria das pessoas ainda possui dificuldade para distinguir um crédito favorável e prejudicial. O crédito pode auxiliar na evolução do patrimônio de um

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indivíduo, contanto que seja utilizado com consciência. Solicitar crédito é benéfico às finanças, quando esta decisão pode proporcionar oportunidades e elevar a capacidade de formação de renda. Por isso, o crédito será favorável quando auxilia na produção atual e futura de caixa, sempre que for usado para uma ação que dá resultados financeiros. Por outro lado, solicitar crédito para a aquisição de bens de consumo, pode ser prejudicial para as pessoas, pois a alta taxa de juros não gera resultados financeiros positivos (TOMMASI; LIMA, 2007).

A administração de crédito é uma parte importante da estratégia financeira das pessoas. É preciso ter disciplina para não considerar, da mesma forma, as compras pagas no ato da compra e os parcelamentos. Solicitar empréstimos será interessante apenas em casos que há um objetivo especifico, não por acaso. Desse modo, as compras com pagamento a prazo devem ser pagas pontualmente, pois o uso de crédito, principalmente com cartões de crédito, pode originar em dificuldade de liquidez pessoal e, até levar a falência (GITMAN, 2010).

As linhas de crédito englobam todas as formas de financiamento. Além do cheque e do cartão de crédito, também é considerado o empréstimo pessoal com instituições financeiras, em que funciona na maior parte como um crédito pré-aprovado com taxa pré-fixada. O Crédito Direto ao Consumidor (CDC), associado à compra de um bem, enquanto a taxa de juros varia de acordo com a liquidez do bem. A alternativa de penhor, utilizado pela Caixa Econômica Federal para pequenos financiamentos, bem como a opção de crédito por linhas de antecipação, com pagamento na data de restituição do IR ou de décimo terceiro. E a modalidade mais recente de crédito consignado, com desconto do valor sobre o salário ou benefício de aposentadoria do INSS, onde o banco possui menor risco e juro mais baixo para quem solicita (TOMMASI; LIMA, 2007).

O conhecimento sobre as linhas de crédito é importante para o indivíduo escolher a opção mais adequada à sua necessidade. Em vista disso, na maior parte das ocasiões, é a aplicação do crédito que determina se é favorável ou não. A decisão de solicitar o crédito necessita ser analisada, dentro do limite do orçamento, com prudência no comprometimento da renda e poupança para aposentadoria, visando a aquisição de bens ou serviços que aumentem a capacidade de obter mais dinheiro no futuro, ao invés de bens de consumo (SILVA NETO, 2003).

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2.6 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) do Brasil é o grupo de instituições e instrumentos financeiros que se dedicam ao trabalho de proporcionar a movimentação de recursos entre os indivíduos ofertantes e os tomadores, gerando condições satisfatórias para que os títulos e valores mobiliários possuam liquidez no mercado. O mercado financeiro do Brasil exerce a sua função através das instituições financeiras do SFN, que é constituído por intermediários financeiros e autoridades monetárias normativas (CAVALCANTE; MISUMI; RUDGE, 2009).

O sistema financeiro é composto por instituições financeiras públicas e privadas. Por meio dele, é permitido a relação entre agentes carentes de recursos para investimentos e agentes capazes de criar poupança e, como resultado, fornecer condições de financiar o crescimento da economia, transferindo recursos em circunstâncias aceitáveis para o mercado. A estrutura pode ser compreendida como o conjunto de instituições e instrumentos financeiros que buscam transferir capital excedente de pessoas, empresas e governo para os deficitários de recursos (ASSAF NETO, 2018).

Da mesma forma, afirma Fortuna (2010) que o mercado financeiro pode ser visto como um elemento dinâmico no desenvolvimento econômico do país, devido à possibilidade de aumentar as taxas de poupança e investimentos. As instituições realizam uma função essencial na economia e na sociedade, influenciando a qualidade de escolha de investimentos e financiamentos. O Sistema Financeiro Nacional é compreendido em dois grandes grupos, assim, serão representadas as principais instituições com as suas atribuições essenciais.

2.6.1 Principais intermediários financeiros

As instituições financeiras são a fonte de recursos externos mais importante dos indivíduos. Atuando entre os investidores e tomadores de empréstimo, gerando a captação de dinheiro por meio de depósitos, como a poupança. O recurso captado é disponibilizado para empréstimos, e também para o investimento da poupança de seus clientes em ativos que gerem rendimentos, como imóveis, ações e obrigações. Possibilitando a negociação de fundos de poupança de clientes dispostos a dispor

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desse dinheiro para solicitantes em potencial, tornando o processo eficiente, atuando como negociador entre poupadores e requerentes financeiros (PINHEIRO, 2012).

Conforme Bodie e Merton (2002), as instituições financeiras são intermediárias, sendo que a atividade principal é permitir aos clientes produtos e serviços financeiros de modo acessível e eficaz. Entre os principais tipos de intermediários estão os bancos, cujos produtos incluem contas correntes, empréstimos, hipotecas, aplicações e muitas opções de contrato de seguros. Os bancos são os maiores e mais antigos intermediários financeiros de ativos. Então, as suas principais funções são o recebimento de depósitos e realização de empréstimos, além de oferecer aplicações para captação de recursos e contratação de seguros.

Os bancos, como principal instituição financeira, ganham dinheiro precisamente na diferença entre as taxas de juros que ele paga aos clientes e as taxas cobradas dos clientes que lhe pedem empréstimo. Logo, conhecer esse processo é importante, porque fica claro que os banqueiros utilizam o seu conhecimento e credibilidade para transferir o dinheiro de outras pessoas e gerar mais dinheiro para ampliar o seu próprio capital. Os bancos não são os responsáveis por problemas financeiros, mas a falta de conhecimento. As pessoas com percepção financeira pensam como eles, não concordam com juros altos e exigem remuneração maior de suas aplicações (CERBASI 2003).

Também compõe os intermediários financeiros, as Caixas Econômicas, em que atuam com objetivos sociais, oferecendo empréstimos e financiamentos a projetos na área de habitação, assistência social, saúde, educação, trabalho, transporte urbano e esporte. Assim como os bancos comerciais, podem captar depósitos a vista e a prazo, e realizar operações ativas. A Caixa Econômica Federal realiza a venda de bilhetes de loteria e a administração dos recursos do FGTS. Além das possibilidades citadas, ainda pode-se citar as cooperativas de crédito que são sociedades de pessoas nas quais o usuário é um associado, ou seja, todos participam da decisão da política operacional, sendo os rendimentos distribuídos entre todos os associados, conforme o grau de participação (HOJI 2003).

2.6.2 Autoridades Monetárias ou Instituições Normativas

O SFN é composto também por órgãos reguladores. Esses órgãos são considerados autoridades monetárias que regulam e fiscalizam o mercado, criando

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normas e fiscalizando instituições a fim de que funcionem em ordem. As autoridades monetárias consideradas como auxiliares, destinam-se a aproximar os poupadores com investidores, proporcionando acesso fácil a essas transações (HOJI 2003).

Conforme Assaf Neto (2018), as instituições normativas são responsáveis pelo funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições, fiscalizando e regulamentando suas práticas. São entidades que determinam, de algum modo, orientações para atuação das instituições financeiras operativas e domínio do mercado. Integram este grupo o Banco Central do Brasil, o Conselho Monetário Nacional, a Comissão de Valores Mobiliários, o Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

2.6.2.1 Banco Central do Brasil

O Banco Central do Brasil (BACEN), é o órgão regulador e supervisor do Sistema Financeiro Nacional e tem como objetivo garantir a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente, fundamental para o desenvolvimento econômico. Nas últimas décadas, devido as políticas adotadas e à atuação do BACEN, o Brasil conseguiu reduzir a inflação e alcançar maior estabilidade econômica (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013).

Segundo Assaf Neto (2018), pode ser descrito como banco fiscalizador do mercado financeiro, ao estabelecer normas de atuação para instituições, banco de penalidade, ao serem facultadas pela legislação a intervenção e a liquidação extrajudicial em instituições financeiras, e administrador do SFN, ao expedir normas e autorizações, e promover o controle das instituições financeiras e de suas operações. Além disso, executa a política monetária, ao efetuar o controle dos meios de pagamento e o orçamento monetário, e também um banco do governo, na gestão da dívida pública interna e externa.

Atuando na emissão de títulos públicos federais, com intuito de compra e venda, para controlar o volume de dinheiro em circulação e evitar que a inflação prejudique o poder aquisitivo da moeda. Assim, na venda de títulos, o Banco Central diminui a quantidade de moeda, pois as pessoas compram os títulos, poupando dinheiro que iria para o consumo. Por outro lado, no momento de compra de títulos, ele está aumentando a oferta de moeda e estimulando o consumo. Outro aspecto que

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envolve o BACEN é a administração da dívida pública interna e externa, além da condução das reservas internacionais (HOJI 2003).

2.6.2.2 Conselho Monetário Nacional

Segundo Fortuna (2010), o Conselho Monetário Nacional (CMN), é a entidade superior do sistema financeiro. Como órgão normativo, não desempenhando nenhuma atividade executiva, é o responsável pela fixação das diretrizes e as normas das políticas monetárias, creditícia, e também regulamentar as operações cambiais do país, visando o controle da paridade da moeda, o equilíbrio do balanço de pagamento e principalmente atender aos interesses econômicos e sociais do país.

De acordo com Assaf Neto (2018), o CMN realiza todo o controle do sistema financeiro, instruindo as atividades de órgãos normativos como o BNDES, por exemplo, além de exercer tarefas de legislativo das instituições financeiras públicas e privadas. Essa instituição é constituída pelos seguintes membros: Ministro da Fazenda, seu presidente, Ministro do Planejamento e o Presidente do Banco Central do Brasil.

2.6.2.3 Conselho de Valores Mobiliários

O Conselho de Valores Mobiliários (CVM), é descrito por Cavalcante, Misumi e Rudge (2009, p. 40) como:

Entidade autárquica, vinculada ao Ministério da Fazenda, administrada por um presidente e quatro diretores nomeados pelo presidente da República e que funciona como órgão de deliberação colegiada de acordo com regimento interno aprovado pelo Ministério da Fazenda.

O propósito do CVM é a normatização e o controle do mercado de valores mobiliários, representado principalmente por títulos emitidos pelas sociedades anônimas e aprovado pelo Conselho Monetário Nacional. São atribuições deste órgão, desenvolver ações motivadoras à canalização das poupanças ao mercado acionário; incentivar a atividade das bolsas de valores e das instituições operadoras do mercado acionário; garantir a integridade nas operações de compra e venda de valores

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mobiliários e favorecer a ampliação de seus negócios; fornecer segurança aos investidores de mercado (ASSAF NETO, 2018).

2.6.2.4 Banco do Brasil

O Banco do Brasil (BB), é uma sociedade anônima de capital misto em que o controle acionário é praticado pela União. Essa instituição era considerada uma autoridade monetária até 1986, responsável pela emissão de moeda no país, por intermédio do acesso direto à conta movimento do tesouro nacional. E por intermédio do CMN, essa função foi revogada, tornando-o corresponsável pela emissão de moeda (ASSAF NETO, 2018).

Para Fortuna (2010), o BB é considerado o principal executor da política oficial de crédito rural, atuando como agente financeiro do governo federal. E apesar de estar aos poucos se ajustando à estrutura de um banco múltiplo tradicional, mantém algumas funções como parceiro principal do governo federal na prestação de serviços bancários como, a gestão da Câmara de Compensação de cheques e outros papéis, e também efetuar os pagamentos necessários do Orçamento da União.

Atualmente o Banco do Brasil exerce função de banco comercial ao exercer atividades como guardar contas correntes de pessoas físicas e jurídicas, operar com caderneta de poupança e conceder crédito. E também como banco de investimento e desenvolvimento, ao operar com crédito a médio e longo prazo, financiando as atividades rurais, comerciais, industriais, e de serviços, além de fomentar a economia de diferentes regiões, ao suprir as suas necessidades de crédito (ASSAF NETO, 2018).

2.6.2.5 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é uma empresa pública federal, considerado um fomentador de desenvolvimento e a principal instituição financeira dessa área no país, através de um conjunto de fundos e programas especiais de fomento direcionados à compra de máquinas e equipamentos, exportação, entre outros. Também é responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo Federal e investimento em todos os segmentos da economia brasileira (HOJI, 2003).

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O BNDES é capaz de atuar de maneira direta ou por meio de agentes financeiros, como bancos comerciais, de investimentos e sociedades financeiras. Neste caso, os agentes recebem uma comissão para efetuar essa intermediação entre a instituição e o financiamento. Para a execução de suas funções, o BNDES utiliza recursos do PIS – Programa de Integração Social, PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, dotações orçamentárias da União, recursos obtidos no exterior, e recursos próprios das aplicações efetuadas (ASSAF NETO, 2018).

Segundo Fortuna (2010), os fundos e programas especiais de fomento são empregados para o cumprimento dos objetivos da instituição. Entre eles estão, estimular o desenvolvimento econômico e social do país, fortificar o setor empresarial, gerar novos polos de produção para amenizar o desequilíbrio regional, proporcionar o avanço integrado das atividades agrícolas, industriais e de serviços, além de possibilitar a evolução e diversificação das exportações.

2.7 INVESTIMENTOS

Os investimentos são aplicações de recursos em ativos que produzem retorno financeiro para o indivíduo. A aplicação de capital em opções de investimentos é fundamental no planejamento financeiro pessoal, porque as pessoas desejam comprar uma casa, oferecer uma boa educação para os seus filhos, realizar a viagem dos sonhos, substituir o carro e preservar o padrão de vida após se aposentar. Além de se tornar economicamente independente, investir é prorrogar um consumo atual para, no futuro, dispor de maior capital para viver (TOMMASI; LIMA, 2007).

Conforme Silva Neto (2003), a ação de investir é a maneira pelo qual o dinheiro do poupador, em que está disponibilizando o capital, alcança o tomador de recursos, aquele que precisa de recursos, para investir ou consumir. No caso do Brasil, o governo, na maior parte dos casos, está agindo como tomador de empréstimos e dificilmente, como poupador. O indivíduo poupador deixa de consumir hoje, visto que deseja utilizar o dinheiro futuramente, assim sendo, a pessoa busca montar uma poupança. Logo, este dinheiro poupado será gasto por outra pessoa, empresa ou pelo governo, e consequentemente, o poupador irá receber algum rendimento pelo empréstimo.

Referências

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