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1 INTRODUÇÃO

2.6 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) do Brasil é o grupo de instituições e instrumentos financeiros que se dedicam ao trabalho de proporcionar a movimentação de recursos entre os indivíduos ofertantes e os tomadores, gerando condições satisfatórias para que os títulos e valores mobiliários possuam liquidez no mercado. O mercado financeiro do Brasil exerce a sua função através das instituições financeiras do SFN, que é constituído por intermediários financeiros e autoridades monetárias normativas (CAVALCANTE; MISUMI; RUDGE, 2009).

O sistema financeiro é composto por instituições financeiras públicas e privadas. Por meio dele, é permitido a relação entre agentes carentes de recursos para investimentos e agentes capazes de criar poupança e, como resultado, fornecer condições de financiar o crescimento da economia, transferindo recursos em circunstâncias aceitáveis para o mercado. A estrutura pode ser compreendida como o conjunto de instituições e instrumentos financeiros que buscam transferir capital excedente de pessoas, empresas e governo para os deficitários de recursos (ASSAF NETO, 2018).

Da mesma forma, afirma Fortuna (2010) que o mercado financeiro pode ser visto como um elemento dinâmico no desenvolvimento econômico do país, devido à possibilidade de aumentar as taxas de poupança e investimentos. As instituições realizam uma função essencial na economia e na sociedade, influenciando a qualidade de escolha de investimentos e financiamentos. O Sistema Financeiro Nacional é compreendido em dois grandes grupos, assim, serão representadas as principais instituições com as suas atribuições essenciais.

2.6.1 Principais intermediários financeiros

As instituições financeiras são a fonte de recursos externos mais importante dos indivíduos. Atuando entre os investidores e tomadores de empréstimo, gerando a captação de dinheiro por meio de depósitos, como a poupança. O recurso captado é disponibilizado para empréstimos, e também para o investimento da poupança de seus clientes em ativos que gerem rendimentos, como imóveis, ações e obrigações. Possibilitando a negociação de fundos de poupança de clientes dispostos a dispor

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desse dinheiro para solicitantes em potencial, tornando o processo eficiente, atuando como negociador entre poupadores e requerentes financeiros (PINHEIRO, 2012).

Conforme Bodie e Merton (2002), as instituições financeiras são intermediárias, sendo que a atividade principal é permitir aos clientes produtos e serviços financeiros de modo acessível e eficaz. Entre os principais tipos de intermediários estão os bancos, cujos produtos incluem contas correntes, empréstimos, hipotecas, aplicações e muitas opções de contrato de seguros. Os bancos são os maiores e mais antigos intermediários financeiros de ativos. Então, as suas principais funções são o recebimento de depósitos e realização de empréstimos, além de oferecer aplicações para captação de recursos e contratação de seguros.

Os bancos, como principal instituição financeira, ganham dinheiro precisamente na diferença entre as taxas de juros que ele paga aos clientes e as taxas cobradas dos clientes que lhe pedem empréstimo. Logo, conhecer esse processo é importante, porque fica claro que os banqueiros utilizam o seu conhecimento e credibilidade para transferir o dinheiro de outras pessoas e gerar mais dinheiro para ampliar o seu próprio capital. Os bancos não são os responsáveis por problemas financeiros, mas a falta de conhecimento. As pessoas com percepção financeira pensam como eles, não concordam com juros altos e exigem remuneração maior de suas aplicações (CERBASI 2003).

Também compõe os intermediários financeiros, as Caixas Econômicas, em que atuam com objetivos sociais, oferecendo empréstimos e financiamentos a projetos na área de habitação, assistência social, saúde, educação, trabalho, transporte urbano e esporte. Assim como os bancos comerciais, podem captar depósitos a vista e a prazo, e realizar operações ativas. A Caixa Econômica Federal realiza a venda de bilhetes de loteria e a administração dos recursos do FGTS. Além das possibilidades citadas, ainda pode-se citar as cooperativas de crédito que são sociedades de pessoas nas quais o usuário é um associado, ou seja, todos participam da decisão da política operacional, sendo os rendimentos distribuídos entre todos os associados, conforme o grau de participação (HOJI 2003).

2.6.2 Autoridades Monetárias ou Instituições Normativas

O SFN é composto também por órgãos reguladores. Esses órgãos são considerados autoridades monetárias que regulam e fiscalizam o mercado, criando

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normas e fiscalizando instituições a fim de que funcionem em ordem. As autoridades monetárias consideradas como auxiliares, destinam-se a aproximar os poupadores com investidores, proporcionando acesso fácil a essas transações (HOJI 2003).

Conforme Assaf Neto (2018), as instituições normativas são responsáveis pelo funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições, fiscalizando e regulamentando suas práticas. São entidades que determinam, de algum modo, orientações para atuação das instituições financeiras operativas e domínio do mercado. Integram este grupo o Banco Central do Brasil, o Conselho Monetário Nacional, a Comissão de Valores Mobiliários, o Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

2.6.2.1 Banco Central do Brasil

O Banco Central do Brasil (BACEN), é o órgão regulador e supervisor do Sistema Financeiro Nacional e tem como objetivo garantir a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente, fundamental para o desenvolvimento econômico. Nas últimas décadas, devido as políticas adotadas e à atuação do BACEN, o Brasil conseguiu reduzir a inflação e alcançar maior estabilidade econômica (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013).

Segundo Assaf Neto (2018), pode ser descrito como banco fiscalizador do mercado financeiro, ao estabelecer normas de atuação para instituições, banco de penalidade, ao serem facultadas pela legislação a intervenção e a liquidação extrajudicial em instituições financeiras, e administrador do SFN, ao expedir normas e autorizações, e promover o controle das instituições financeiras e de suas operações. Além disso, executa a política monetária, ao efetuar o controle dos meios de pagamento e o orçamento monetário, e também um banco do governo, na gestão da dívida pública interna e externa.

Atuando na emissão de títulos públicos federais, com intuito de compra e venda, para controlar o volume de dinheiro em circulação e evitar que a inflação prejudique o poder aquisitivo da moeda. Assim, na venda de títulos, o Banco Central diminui a quantidade de moeda, pois as pessoas compram os títulos, poupando dinheiro que iria para o consumo. Por outro lado, no momento de compra de títulos, ele está aumentando a oferta de moeda e estimulando o consumo. Outro aspecto que

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envolve o BACEN é a administração da dívida pública interna e externa, além da condução das reservas internacionais (HOJI 2003).

2.6.2.2 Conselho Monetário Nacional

Segundo Fortuna (2010), o Conselho Monetário Nacional (CMN), é a entidade superior do sistema financeiro. Como órgão normativo, não desempenhando nenhuma atividade executiva, é o responsável pela fixação das diretrizes e as normas das políticas monetárias, creditícia, e também regulamentar as operações cambiais do país, visando o controle da paridade da moeda, o equilíbrio do balanço de pagamento e principalmente atender aos interesses econômicos e sociais do país.

De acordo com Assaf Neto (2018), o CMN realiza todo o controle do sistema financeiro, instruindo as atividades de órgãos normativos como o BNDES, por exemplo, além de exercer tarefas de legislativo das instituições financeiras públicas e privadas. Essa instituição é constituída pelos seguintes membros: Ministro da Fazenda, seu presidente, Ministro do Planejamento e o Presidente do Banco Central do Brasil.

2.6.2.3 Conselho de Valores Mobiliários

O Conselho de Valores Mobiliários (CVM), é descrito por Cavalcante, Misumi e Rudge (2009, p. 40) como:

Entidade autárquica, vinculada ao Ministério da Fazenda, administrada por um presidente e quatro diretores nomeados pelo presidente da República e que funciona como órgão de deliberação colegiada de acordo com regimento interno aprovado pelo Ministério da Fazenda.

O propósito do CVM é a normatização e o controle do mercado de valores mobiliários, representado principalmente por títulos emitidos pelas sociedades anônimas e aprovado pelo Conselho Monetário Nacional. São atribuições deste órgão, desenvolver ações motivadoras à canalização das poupanças ao mercado acionário; incentivar a atividade das bolsas de valores e das instituições operadoras do mercado acionário; garantir a integridade nas operações de compra e venda de valores

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mobiliários e favorecer a ampliação de seus negócios; fornecer segurança aos investidores de mercado (ASSAF NETO, 2018).

2.6.2.4 Banco do Brasil

O Banco do Brasil (BB), é uma sociedade anônima de capital misto em que o controle acionário é praticado pela União. Essa instituição era considerada uma autoridade monetária até 1986, responsável pela emissão de moeda no país, por intermédio do acesso direto à conta movimento do tesouro nacional. E por intermédio do CMN, essa função foi revogada, tornando-o corresponsável pela emissão de moeda (ASSAF NETO, 2018).

Para Fortuna (2010), o BB é considerado o principal executor da política oficial de crédito rural, atuando como agente financeiro do governo federal. E apesar de estar aos poucos se ajustando à estrutura de um banco múltiplo tradicional, mantém algumas funções como parceiro principal do governo federal na prestação de serviços bancários como, a gestão da Câmara de Compensação de cheques e outros papéis, e também efetuar os pagamentos necessários do Orçamento da União.

Atualmente o Banco do Brasil exerce função de banco comercial ao exercer atividades como guardar contas correntes de pessoas físicas e jurídicas, operar com caderneta de poupança e conceder crédito. E também como banco de investimento e desenvolvimento, ao operar com crédito a médio e longo prazo, financiando as atividades rurais, comerciais, industriais, e de serviços, além de fomentar a economia de diferentes regiões, ao suprir as suas necessidades de crédito (ASSAF NETO, 2018).

2.6.2.5 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é uma empresa pública federal, considerado um fomentador de desenvolvimento e a principal instituição financeira dessa área no país, através de um conjunto de fundos e programas especiais de fomento direcionados à compra de máquinas e equipamentos, exportação, entre outros. Também é responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo Federal e investimento em todos os segmentos da economia brasileira (HOJI, 2003).

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O BNDES é capaz de atuar de maneira direta ou por meio de agentes financeiros, como bancos comerciais, de investimentos e sociedades financeiras. Neste caso, os agentes recebem uma comissão para efetuar essa intermediação entre a instituição e o financiamento. Para a execução de suas funções, o BNDES utiliza recursos do PIS – Programa de Integração Social, PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, dotações orçamentárias da União, recursos obtidos no exterior, e recursos próprios das aplicações efetuadas (ASSAF NETO, 2018).

Segundo Fortuna (2010), os fundos e programas especiais de fomento são empregados para o cumprimento dos objetivos da instituição. Entre eles estão, estimular o desenvolvimento econômico e social do país, fortificar o setor empresarial, gerar novos polos de produção para amenizar o desequilíbrio regional, proporcionar o avanço integrado das atividades agrícolas, industriais e de serviços, além de possibilitar a evolução e diversificação das exportações.

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