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Emergência de um novo paradigma

No documento TERESA.SILVEIRA.Tecnologias.Informacao (páginas 64-69)

5 Antecedentes do presente Estudo

5. Emergência de um novo paradigma

Muitos autores vêm argumentando que as mudanças que estamos a viver nos nossos dias, devids ao aparecimento e ao desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, são tão importantes como as que aconteceram quando o texto impresso surgiu pela 1ª vez. Estas mudanças como já referimos anteriormente, oferecem uma oportunidade única para mudar a natureza do nosso ensino e reconsiderar o processo de aprendizagem a vários níveis, como refere Evans (2000). Com efeito, num mundo globalizado e face à emergência de grandes mudanças cada vez mais as instituições que formam e preparam futuros profissionais de educação têm uma forte responsabilidade. Nos seus alunos deverão incutir um espírito de abertura à mudança permanente, gosto pela aprendizagem contínua e receptividade à inovação pedagógica.

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Para, Rosa (1998b), já não é possível saber se a globalização resulta do processo tecnológico ou vice-versa, pois para este autor ambas as afirmações são verdadeiras. As novas tecnologias estão na base de uma mudança paradigmática, do paradigma técnico para o paradigma tecnológico, uma mudança civilizacional.

O “paradigma emergente” dos multimédia tem vindo a mudar comportamentos e hábitos sociais, tem alterado a aprendizagem e o trabalho, e continua a interferir na vida quotidiana e nas concepções sobre o futuro.

A Internet e sobretudo a realidade virtual vieram propor um novo paradigma de compreensão que requer pensamentos complexos e, sobretudo, reflexivos, mas também novas formas de actuação capazes de gerar novos conhecimentos.

Terceiro (1996), faz uma análise, muito interessante entre o Velho Modelo de ensino e o Novo Modelo e as suas implicações no mundo da tecnologia. Os elementos do processo de Ensino-Aprendizagem (E-A), espaço, forma, tempo, conteúdo e o papel do professor terão que se adaptar à nova realidade tecnológica. O Quadro 2. Diferentes Estratégias e Implicações Tecnológicas reflecte o seu pensamento sobre este assunto.

Quadro 2 - Diferentes Estratégias e Implicações Tecnológicas

Velho Modelo Novo Modelo Implicações Tecnológicas

Aulas em salas Exploração individual Computadores em rede com acesso à informação Absorção passiva Aprendizagem Modelo de simulação

Trabalho individual Aprendizagem em grupo Colaboração através de correio electrónico Professor omnisciente Professor conselheiro Acesso a especialistas através da rede

Conteúdo estável Conteúdo mutável Necessidade de redes e ferramentas de edição

Cabe ao sistema educativo (em todos os seus níveis) e também na formação inicial de professores, o papel incontornável na preparação do futuro corpo docente para o uso das TIC no processo de ensino-aprendizagem, para que rapidamente se transite de um modelo para outro.

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Como nos diz Ponte (1998), o futuro Professor precisa conhecer os aspectos principais do funcionamento dos equipamentos, mas não precisa de muitos conhecimentos de ordem técnica para poder tirar deles um bom partido na sua vida. É importante , continuando com o pensamento do mesmo autor que o professor conheça o significado cultural destas tecnologias e as principais implicações sociais e éticas.

Ainda este autor introduz a noção de “confiança na relação com as TIC” , cabendo aos professores da formação inicial, uma grande responsabilidade em promover nos alunos o estabelecimento da mesma, tornando-os aptos a utilizá-las com facilidade e versatilidade. Tem também de fornecer uma perspectiva acerca das suas possibilidades em termos de utilização educativa:

“A maturidade e a capacidade de utilização criativa só vem, regra geral, quando já existe um bom domínio dos novos instrumentos. Isso pressupõe um fácil acesso aos equipamentos e muito tempo de trabalho e exploração. Torna-se, por isso, pertinente analisar as condições de acesso e de utilização livre que são proporcionadas pelas instituições de formação, bem como o modo como estas tecnologias são integradas no projecto e na cultura de cada instituição”. Ponte (1998,11).

Assim os novos meios de processar a informação e suportes de saber, alteram formas de pensar, implicam novos modelos, regras de ver e de estar num mundo em contínua transformação.

O futuro do trabalho em qualquer tipo de organizações incluindo as educativas, passa essencialmente pelo desenvolvimento de actividades em equipa em que as competências para o desempenho do trabalho colaborativo serão essenciais.

Num futuro já não muito longínquo as organizações serão totalmente virtuais ou terão uma grande componente desmaterializada. Assim sendo, será cada vez mais necessário chamar a atenção para o desenvolvimento de competências que visem o trabalho em equipas virtuais, que no caso do ensino assumirão as características de comunidades de aprendizagem, através da utilização de

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ferramentas disponíveis em ambientes colaborativos com algumas funcionalidades já existentes na Internet.

A chamada “Sociedade de Informação” evoluiu para a “Sociedade do Conhecimento” , implicando (e implicará cada vez mais) uma nova postura por parte das pessoas, sobretudo dos profissionais da educação.

Segundo Madrid (2003, 11), vivemos numa sociedade a que alguns peritos definem como “Sociedade da Informação”(1) e com a entrada no séc. XXI, estes mesmos peritos passaram a defini-la como “Sociedade do Conhecimento“(2).

Na formação inicial de futuros professores, estes deverão ser olhados como indivíduos, cada um apresentando características pessoais e de criatividade, liderança, capacidade de trabalho em equipa, maior ou menor envolvimento emocional, terão que ser identificadas e “trabalhadas” de modo a desenvolver em todos eles as capacidades mínimas necessárias a futuros agentes passivos e activos de inovação e mudança.

(2) Informação (Subs.Feminino) – Acto ou efeito de informar; comunicação; esclarecimento dado sobre o

procedimento de outrém; indagação; notícia dada ou recebida; informe; conjunto de dados, em princípio imprevisíveis, recebidos do exterior, ou por um ser vivo (especialmente o homem) por intermédio dos seus sentidos, ou por uma máquina electrónica; elemento ou sistema que pode ser transmitido por um sinal ou uma combinação de sinais; o que é transmitido.

(3) Conhecimento (Subs.masculino) - Faculdade de conhecer; relação directa que se toma de alguma coisa;

noção; informação ;experiência; domínio teórico e/ou prático de determinada área; (Filosofia) forma de entendimento que representa o acto de conhecer implicitamente contido na coisa conhecida; pessoa com quem se têm relações sociais; popular pequena gratificação; plural saber; instrução; plural perícia; dar conhecimento de comunicar; participar.

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No documento TERESA.SILVEIRA.Tecnologias.Informacao (páginas 64-69)