• Nenhum resultado encontrado

Para o Banco Central do Brasil (2013) o crédito é uma fonte adicional de recursos que não são seus, mas que podem ser obtidos de terceiros como bancos, financeiras, cooperativas de crédito entre outros. [...] “Na visão de quem paga, os juros correspondem ao pagamento do “aluguel” pela utilização de recursos de terceiros, no caso, o dinheiro” (BANCO DO BRASIL, 2013, p. 25).

Silvestre (2010, p. 61) afirma que “o dinheiro que se gasta com juros pagos é um dinheiro que não se poderá gastar com nada mais concreto para sua qualidade de vida”. O autor defende a ideia do planejamento de longo prazo para compras de bens com maior valor monetário, evitando o pagamento de juros.

Segundo o Banco Central do Brasil (2013) as vantagens de se recorrer aos empréstimos são: antecipar o consumo; atender a emergências e aproveitar

oportunidades. Já as desvantagens ao optar pelo empréstimo são: custo da antecipação do consumo com o uso do crédito implica em pagamento de juros; risco de endividamento excessivo e limitação do consumo futuro.

Existem variadas modalidades de empréstimos pessoais obtidos em diferentes situações e ambientes. Abaixo é apresentado as modalidades mais populares como as financeiras, o cartão de crédito, o cheque especial, o crédito direto ao consumidor, o empréstimo pessoal, o empréstimo cooperativo, o empréstimo trabalhador, a hipoteca de imóvel, o financiamento de automóveis e o financiamento imobiliário.

As financeiras praticam as taxas mais altas de empréstimo dentre as alternativas legais. “Não há má-fé nesse nível de taxa de juros, pois as financeiras servem para socorrer pessoas que não têm crédito ou já esgotaram seus limites de créditos” (CERBASI, 2013, p. 118).

Silvestre (2010, p. 256) corrobora sobre as financeiras: “dinheiro rápido e fácil, muitas vezes sem comprovação de renda, é a promessa desse pessoal. Tudo muito prático, ágil e...caro!”. As financeiras costumam fazer campanhas de marketing iludindo as pessoas com dinheiro fácil e rápido, não costumam comentar sobre o juro que será pago, o enfoque se detém ao valor da parcela. “Num país como o Brasil, cujo nível de instrução é muito baixo, trata-se de verdadeira exploração da ignorância”. (CERBASI, 2013. p. 118).

Os cartões de crédito também é um modelo de empréstimo disponibilizado por organizações financeiras. “A grande vantagem de seu uso está na concentração do pagamento das contas logo após o dia do recebimento do salário” (CERBASI, 2013. p. 118).

Assim funciona o cartão de crédito: pagou o mínimo, ou pagou qualquer valor menor que o total da sua fatura, o saldo restante será considerado automaticamente rolado por 30 dias, ou seja, terá seu pagamento postergado até o vencimento da próxima fatura. Essa rolagem será feita com a incidência de uma taxa de juros que raramente fica abaixo de 10% ao mês (SILVESTRE, 2010. p. 260).

O cartão de crédito pode ser uma ótima alternativa para compras a prazo de produtos com maior valor monetário. Porém, o controle dos pagamentos é indispensável para uma vida financeira saudável, o pagamento deve ser realizado no valor total da fatura para fugir dos juros altos previstos para pagamentos parciais.

O ideal é realizar o planejamento antes de realizar a compra e não no momento do pagamento.

O único custo do cartão de crédito é a anuidade, taxa cobrada pela administradora do cartão e que muitas vezes se consegue negociar dependendo da relação pessoal com o banco ou instituição financeira. Segundo Gitman (2010, p. 157) “anuidade é uma série de fluxos de caixa periódicos iguais, ao longo de um determinado período de tempo. Esses fluxos de caixa costumam ser anuais, mas podem ocorrer intervalos diferentes como mensais [...]”.

Já o cheque especial é um recurso oferecido a clientes que possuem um bom relacionamento com o banco. É utilizado quando o cliente não possui dinheiro na sua conta corrente, mas mesmo assim largou cheques como compromisso de pagamento. Os juros deste empréstimo não se tornam atrativos quando comparados ao crédito pessoal. Segundo Silvestre (2010) a taxa de juro dessa modalidade de empréstimo pode ficar em torno de 8% ao mês.

Segundo Cerbasi (2013) o CDC (Crédito direto ao consumidor) é o tipo de financiamento oferecido por instituições financeiras por meio de grandes redes varejistas.

É o famoso crediário encontrado na maioria das lojas de eletrodomésticos, algumas lojas de roupas e calçados e até mesmo farmácias e mercados de pequeno porte. Quando não é pago em dia há incidência de juro sobre a parcela, esse juro é estipulado pela própria empresa de varejo onde foi realizada a compra.

O CDC torna-se atrativo para compras a prazo, geralmente com promessas de parcelas “sem juros”, mas que na verdade oferecem um preço mais baixo no pagamento à vista. É uma tentação ao consumismo onde deve ser analisado se a compra é realmente necessária naquele momento antes de utilizar o crédito simplesmente pelo fato de poder abrir um crediário.

O empréstimo pessoal segundo Cerbasi (2013) está:

Disponível a todos aqueles que têm conta-corrente em banco. Normalmente é necessário preencher uma ficha de avaliação para verificar a linha de crédito, que é o limite de recursos que o correntista pode tomar emprestado. Os juros praticados não são baixos, mas são bem menores que os do cheque especial (CERBASI, 2013, p. 119-120).

Cerbasi (2013) ainda complementa afirmando que as pessoas optam pelo cheque especial ao invés do empréstimo pessoal, mesmo o segundo tendo taxas de

juros menores, por dois motivos: 1) é preciso contatar seu gerente e solicitar o crédito; 2) isto pode gerar certa intimidação ou vergonha, ao confessar para seu gerente que irá precisar de mais dinheiro.

O empréstimo cooperativo segundo Cerbasi (2013) é destinado a alguns segmentos profissionais e trabalhadores de algumas empresas que se reúnem em cooperativas de crédito ou bancos cooperativos a fim de obter melhores condições de juros.

No crédito cooperativo, que não é uma operação financeira comercial, pois não visa ao lucro, não se costuma falar de juros, mas de encargos. A vantagem é que tais encargos estão entre os mais baixos que se pode encontrar no mercado de crédito, e parte deles ainda servirá para remunerar o capital investido pelos próprios cooperados em sua cooperativa (SILVESTRE, 2010, p. 263-264).

Cerbasi (2013) corrobora afirmando que o perfil dos correntistas, os hábitos de captação de recursos e de investimento de uma instituição cooperativa é mais homogêneo isso faz com que o risco diminua e as taxas praticadas sejam menores. “Quem investe em fundos cooperativos não obtém boa rentabilidade, mas na hora de pedir empréstimo os juros são menores que os praticados nos empréstimos pessoais, pois o objetivo dessas instituições é garantir crédito a preço mais baixo para seus cooperados” (CERBASI, 2013, p. 120).

O empréstimo trabalhador é uma modalidade realizada pelo banco no qual o pagamento das parcelas está vinculado à folha de pagamento do tomador de crédito. Os juros geralmente são menores nesta modalidade de crédito, pois o banco não possui risco de inadimplência, no caso do trabalhador ser demitido a empresa arca com a dívida. Cerbasi (2013, p. 121) afirma que “os juros praticados dependem muito do porte e do relacionamento bancário da empresa, mas são bastante inferiores aos juros do empréstimo pessoal”.

Um modelo de empréstimo para quem já possui um imóvel quitado ou com a maior parte do financiamento pago é a hipoteca de imóvel. Segundo Cerbasi (2013) é uma modalidade em expansão:

Cresce no Brasil o empréstimo com garantia de imóvel, conhecido também como hipoteca, que, por contar com a garantia da propriedade, permite oferecer ao devedor juros que estão entre os mais baixos entre as modalidades de crédito. O funcionamento é simples: quem precisa do dinheiro aliena o imóvel em nome da instituição que empresta recursos, e

voltará a ter a propriedade assim que quitar a dívida (CERBASI, 2013, p. 121-122).

A hipoteca apresenta-se como uma ótima alternativa para quem precisa de crédito e já possui um imóvel pelos juros serem menores do que outras modalidades. O crédito é valido em momentos de necessidade ou para investimentos que irão valorizar mais do que o juro pago, lembrando que solicitar crédito sem um destino correto para o mesmo geralmente vai gerar perda de dinheiro.

Em relação ao financiamento de automóvel Cerbasi (2013) explica que ele apresenta uma das menores taxas de mercado, pois o automóvel fica alienado até a quitação total do financiamento, sendo assim, não há risco de perder o valor emprestado. Silvestre (2010) complementa afirmando que é mais caro financiar um carro usado do que um carro zero km. “As financeiras alegam que esse tipo de automóvel – o usado – é uma garantia mais frágil para o financiamento em questão e que, portanto, têm de cobrar mais nesse tipo de operação (SILVESTRE, 2010, p. 265). Ambos os autores concordam que mesmo a taxa de juros sendo baixa quando comparada a outros financiamentos, é mais vantajoso acumular o valor do carro por certo período e comprá-lo à vista.

O financiamento imobiliário segundo Silvestre (2010) apresenta uma das menores taxas de juros do mercado, porém como o prazo de pagamento é longo o montante pago no final se torna grande. A explicação para esta realidade conforme o autor “está no mecanismo dos juros sobre juros: mesmo que a taxa mensal seja aparentemente pequena, quando o prazo é longo, você dará oportunidade para o princípio dos juros compostos atuar paulatinamente” (SILVESTRE, 2010, p. 266).

Cerbasi (2013) lembra que o sonho da casa própria faz parte da cultura brasileira de classe média, porém, às vezes é necessário adiar este sonho em busca de guardar um montante maior para a entrada do financiamento, ou ainda se desfazer do imóvel em um momento de crise familiar, no intuito de não acumular mais dívidas.

Documentos relacionados