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Empreendedor Individual

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CAPÍTULO I: Os Pequenos Negócios

1.2. Critérios para a Classificação dos Pequenos Negócios

1.2.1. Empreendedor Individual

Além de todas as características positivas, integradoras, inovadoras e tecnológicas que são creditadas à globalização e que impulsionaram sobremaneira o desenvolvimento dos países, as transformações na ordem mundial e a nova forma de integração econômica, que emprestou força ao comércio internacional por meio do encurtamento das relações, a globalização também responde por significativos problemas e crises que se desencadearam nos mercados mundiais, pelo crescimento de certa desconfiança internacional nas relações financeiras e, especialmente nos países emergentes, pelo aumento alarmante das taxas de desemprego, gerado, entre outros motivos, pela demanda por aumento de produtividade, pela redução de custos e pela especialização, que forçaram as empresas a buscarem a substituição da força de trabalho humano e a adesão ao regime de produção enxuta.

Os efeitos imediatos do desemprego, que não se restringem apenas às questões diretamente ligadas à perda de rendimentos, têm íntima relação com a geração de problemas sociais, psicológicos e físicos que contribuem para a exclusão do trabalhador e a instalação de um cenário de vulnerabilidade e instabilidade. A significativa carência de empregos que oferecem estabilidade e garantias acaba por legitimar o desajuste social causado pela falta de oportunidades, pela aceitação de condições mínimas de trabalho, pela ocupação precária e pela exploração da força de trabalho e do trabalhador.

Segundo Kliksberg (2003), um nível decente de vida, nutrição adequada, assistência médica, educação e trabalho digno não são apenas objetivos de desenvolvimento para as nações, mas direitos humanos, visto que as desigualdades geram efeitos regressivos tanto na economia, quanto na vida pessoal e familiar dos indivíduos, assim como no desenvolvimento democrático.

O aumento da desigualdade pode ser considerado como uma das causas centrais do aumento da pobreza, e a carência de oportunidades de trabalho, acesso à saúde e educação, por sua vez, impulsionam a massa da população desempregada a buscar novas formas de ocupação e atividades remuneradas alternativas. Desse modo, surgem as cooperativas, as empresas familiares, os trabalhadores autônomos, o trabalho domiciliar e o emprego informal, que passam a explorar força de trabalho dos indivíduos em detrimento de seus direitos trabalhistas, garantias e benefícios, situação que Singer (2003, p.23) resume tal situação ao afirmar que “a precarização do trabalho inclui tanto a exclusão de uma crescente massa de trabalhadores do gozo de seus direitos legais como a consolidação de um ponderável exército de reserva e o agravamento de suas condições”.

De acordo com Gomes, Freitas e Campelo Júnior (2005, p.1),

considera-se o trabalho informal a unidade econômica caracterizada pela produção em pequena escala, pelo reduzido emprego de técnicas e pela quase inexistente separação entre o capital e o trabalho. Tais unidades também se caracterizariam pela baixa capacidade de acumulação de capital e por oferecerem empregos instáveis e reduzidas rendas. Os trabalhadores informais exercem atividades econômicas à margem da lei e desprovidas de proteção ou regulamentação pública. Ademais, o trabalho informal também se caracteriza pela ausência das relações contratuais. O crescimento da informalidade nas relações de trabalho caracteriza um período marcado pelo desemprego contínuo no mercado formal. Assim, o trabalho informal parece despontar como um recurso e abrigo dos trabalhadores face à escalada do desemprego.

A informalidade, então, surge como uma alternativa de renda, em razão do comprometimento do trabalho regulamentado, e, caracteriza-se por atividades econômicas de baixa produtividade que se desenvolvem à margem da legislação, como uma saída para a crise social, , assumindo, ao longo dos anos, grande representatividade na economia dos países, que atualmente se veem obrigados a admitir, até mesmo em suas estatísticas formais, que não podem prescindir da informalidade, tamanha é sua representatividade econômica e social. Segundo levantamento do SEBRAE (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2011a, p.10), “estima-se que, para cada empresa legalmente registrada no Brasil, há outras duas não registradas”.

Nesse contexto, para redimir os impactos negativos da informalidade e para aproveitar-se do potencial de desenvolvimento gerado pelas atividades informais, políticas governamentais de incentivo à regulamentação dos negócios informais e à geração de empregos com registro de trabalho se desenvolvem. A instituição legal da figura do Empreendedor Individual - EI surge como alternativa para a desburocratização, a agilidade e a simplicidade no processo de legalização e formalização de novos e de pequenos negócios informais já existentes, bem como para garantir aos empreendedores o acesso às políticas públicas e sociais, como forma de tentar persuadir toda a população de trabalhadores informais a fazê-lo de maneira institucionalizada, pois mesmo estando à margem dos direitos trabalhistas e das garantias sociais, contribuem significativamente para a produção de capital.

Classifica-se como Microempreendedor Individual ou Empreendedor Individual - EI, como é mais comumente denominado, o indivíduo pessoa física que, intentando regularizar a existência de um negócio, qualquer que seja seu ramo de atuação, deixa de trabalhar por conta própria na informalidade e legaliza sua situação de trabalhador informal, tornando-se um empresário sob o ponto de vista jurídico e tributário, assumindo determinadas obrigações para

com o governo e com a sociedade, beneficiando-se de uma série de contrapartidas que a legislação lhe garante.

Ao enquadrar-se nessa categoria de empresa, o empresário, a quem não é permitido exercer profissão regulamentada (médico, advogado, arquiteto, etc.), possuir mais de um estabelecimento, ser proprietário de outra empresa ou possuir participação societária em qualquer outra empresa, pode auferir renda anual de até R$60.000,00 (sessenta mil reais), tendo permissão para registrar um funcionário como empregado contratado em regime CLT, podendo oferecer a ele um salário mínimo ou o salário piso da categoria a qual pertence. Além disso, será enquadrado no regime SIMPLES de tributação e ficará isento dos impostos federais a que estão sujeitas outras categorias de empresa, a saber, Imposto sobre a Renda (IR), Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) , Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Do ponto de vista das políticas públicas, a instituição da figura do empreendedor individual tem como objetivo máximo permitir:

a desburocratização, a agilidade, a simplicidade no processo de legalização e formalização de novos e de pequenos negócios já existentes, bem como garantir a esses empreendedores o acesso às políticas públicas e sociais pátrias. A fim desses empreendedores terem reconhecido suas atividades empresárias de forma legalizada e propulsora da economia brasileira e como efetivação axiológica dos princípios constitucionais da igualdade, da legalidade, da função social da empresa, da concorrência, livre iniciativa e fomento dos pequenos empreendimentos (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS/SÃO PAULO, 2009, p. 2).

Trata-se, em princípio, de um instrumento de incentivo para que várias categorias empresariais de lucratividade reduzida saiam da informalidade e da ilegalidade, visto os benefícios oferecidos e o índice mínimo de burocracia exigido, para que os empreendedores individuais consigam iniciar suas atividades de maneira econômica e juridicamente organizada. Também se trata de um mecanismo de inclusão social e apoio ao empresário, na medida em que pretende proporcionar ao empreendedor o reconhecimento de sua cidadania, dando-lhe cobertura previdenciária. Paralelamente, busca ainda a melhoria do ambiente de negócio do país, a partir da redução da informalidade, o que, em última instância, contribui para o incremento da economia, o surgimento de novos empreendimentos, a ocupação lícita e a geração de emprego e renda para o país.

Conforme a legislação podem tornar-se empreendedores individuais os trabalhadores que prestam serviços diversos como manicures, taxistas, vendedores ambulantes e camelôs,

costureiras, carpinteiros, pipoqueiros, artesãos e qualquer outra atividade empresarial que se enquadre em uma das categorias listadas no Anexo B, os que atuam no comércio e na indústria, os que prestam serviços de natureza não intelectual e/ou sem regulamentação legal e os que trabalham em escritórios contábeis, sendo que é requisito imprescindível que seja uma pessoa física que exerça atividade empresarial sem sócios na sua pessoa jurídica, para que um trabalhador informal possa se inscrever como empreendedor individual.

A formalização do empreendedor individual é gratuita, e pode ser realizada pela internet, onde o interessado em registrar-se como EI deverá preencher um cadastro on-line, definir e informar o nome que pretende dar à empresa, e submetê-lo com um simples comando, recebendo, imediata e automaticamente, o Certificado da Condição de Microempreendedor Individual – CCMEI, documento único que inclui o número de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ de sua nova empresa, o número de inscrição da mesma na Junta Comercial e no INSS, e o Alvará Provisório de Funcionamento, sem que tenha sido necessário anexar eletronicamente ou encaminhar à Junta nenhum tipo de documento e/ou comprovação. Também é possível proceder à formalização por meio de empresas de contabilidade cadastradas, em todo o país, e listadas no mesmo sítio, para dar suporte voluntário e gratuito ao cadastramento.

Visto que a estratégia de aumentar consideravelmente o volume de negócios formalizados, além de abranger aspectos sociais, também tem um caráter contábil, uma vez que as instâncias governamentais pretendem gerar receita para os cofres públicos por meio da arrecadação tributária, que é a fonte de financiamento dos serviços destinados à coletividade como saúde, educação, segurança, justiça, seguridade social e benefícios previdenciários, o EI não está livre de sua parcela de contribuição para as contas da administração pública, e deverá, após a formalização, recolher impostos que, apesar de representarem custos totais reduzidos e praticamente simbólicos, abrangem o cumprimento de responsabilidades para com a Previdência Social, o estado e o município de endereço do registro, eximindo-se da responsabilidade de recolhimento de qualquer tipo de imposto para o governo federal.

Para quitar sua pendência com a Previdência Social, o EI deverá recolher, mensalmente, 11% do total do salário mínimo brasileiro, valor reajustado no início de cada ano e que, em 2012, ano em que se desenvolve este trabalho, é de R$51,15 (cinquenta e um reais e quinze centavos). Caso exerça atividade de comércio ou indústria, deverá recolher, para os cofres do Estado, o valor de R$1,00 (um real) por mês relativo ao ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação). Por fim, caso exerça atividade

de prestação de serviços, será obrigado a pagar R$5,00 (cinco reais) mensais ao Município, referente ao recolhimento do ISS (Imposto sobre Serviços), sendo que o pagamento de todo e qualquer um desses tributos deverá ser feito até o dia 20 de cada mês, em qualquer agência bancária ou casa lotérica, por meio do DAS – Documento de Arrecadação do Simples Nacional, documento gerado automaticamente na internet.

Somente no caso de o empreendedor individual possuir um empregado contratado, como forma de “proteger-se contra reclamações trabalhistas e o seu empregado terá direito a todos os benefícios previdenciários como, por exemplo, aposentadoria, seguro-desemprego, auxílio por acidente de trabalho ou doença ou licença maternidade” (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, 2012), afora o salário do funcionário, os tributos acima mencionados são acrescidos dos custos trabalhistas relativos ao trabalhador registrado. O EI deve entregar, por meio do sistema Conectividade Social da Caixa Econômica Federal, e até o dia 7 de cada mês, a Guia do FGTS e Informação à Previdência Social (GFIP). Ao preencher e entregar a GFIP deverá depositar o FGTS, calculado à base de 8% sobre o salário do empregado, assim como deverá recolher 3% desse salário para a Previdência Social, sendo que, visando facilitar e agilizar o processo, todas essas contas são feitas automaticamente pelo sistema GFIP, programa que está acessível para download na página da Receita Federal na internet.

Ainda como forma de facilitar a gestão do negócio, o empreendedor individual está dispensado de proceder à contabilidade formal da empresa, ou seja, a ele não é cobrado que se escriture nenhum livro e razão, apenas deverá apresentar:

a) o Relatório Mensal das Receitas Brutas, até o dia 20 de cada mês, informando as receitas que obteve no mês anterior e anexando as notas fiscais de compras de produtos e de serviços, bem como as notas fiscais que emitiu no período, lembrando que o EI somente tem obrigatoriedade na emissão de nota fiscal nas vendas e nas prestações de serviços realizadas para pessoas jurídicas (de qualquer porte), ficando dispensado desta emissão quando realizar venda ou prestar serviços para o consumidor final, pessoa física;

b) a Declaração Anual Simplificada, que apresenta o valor do faturamento do ano anterior, sendo que a primeira declaração poderá ser preenchida, gratuitamente, por um contador ou empresa de contabilidade optante pelo Simples e cadastrada para o auxílio a novos empreendedores individuais.

Ambulantes e donos de outros tipos de negócios que necessitem atender seus clientes em ponto comercial fixo, devem ainda, ao tornarem-se empreendedores individuais, solicitar um alvará de funcionamento, que será concedido com prazo inicial de 180 dias, sob o nome

Termo de Ciência e Responsabilidade com Efeito de Alvará de Licença e Funcionamento Provisório, conforme as normas dos Códigos de Zoneamento Urbano e de Posturas Municipais de cada município, razão pela qual:

a maioria dos municípios mantém o serviço de consulta prévia para o empreendedor investigar se o local escolhido para estabelecer a sua empresa está de acordo com essas normas. Além disso, outras normas deverão ser seguidas, como as sanitárias, por exemplo, para quem manuseia alimentos. Assim, antes de qualquer procedimento, o empreendedor deve consultar as normas municipais para saber se existe ou não restrição para exercer a sua atividade no local escolhido, além de outras obrigações básicas a serem cumpridas (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, 2012).

No momento da inscrição on-line para a formalização, exige-se que o candidato a empreendedor individual declare conhecer, compreender e ter a intenção de cumprir a legislação municipal, sob pena de, no caso de não ser fiel ao cumprimento das normas como declarou, estar sujeito a multas, apreensões e até mesmo ao fechamento do empreendimento e cancelamento de seus registros, tendo o seu alvará cancelado. Caso não haja nenhum tipo de descumprimento e não havendo manifestação da prefeitura do município de localização do EI quanto à correção do endereço onde ele está estabelecido ou ainda quanto à impossibilidade de exercer a atividade empresarial no local desejado, vencido o prazo de validade do alvará provisório, o documento provisório se converterá, automaticamente, em Alvará de Funcionamento.

Em resumo, os benefícios que justificam a formalização do empreendedor individual são, em grande medida, relativos à facilidade e a nenhum custo de registro, à desburocratização dos controles, visto a dispensa de contabilidade formal e a declaração única que necessita ser apresentada anualmente, e ao baixo custo de manutenção da empresa, mas dizem respeito, também, ao direito que o EI e sua família passam a ter aos benefícios sociais como auxílio-doença, aposentadoria por idade, salário-maternidade, pensão e auxílio reclusão, à possibilidade de abertura de conta bancária, acesso à linhas de crédito e financiamento, em particular aos projetos de fomento do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

Além disso, a reunião de empreendedores individuais é bem vista por empresas e pelo governo, para a formação de grupos e consórcios com o objetivo de efetuar compras em conjunto, para a melhor negociação de preços e condições de pagamento, em razão do volume de compras. A formalização permite, ainda, a emissão de notas fiscais e a participação em qualquer tipo de processo e/ou negociação que, necessariamente, seja realizado entre empresas portadoras de CNPJ. Por fim, ressaltamos que o fato de estar

amparado por uma lei confere ao empreendedor individual “grande segurança jurídica de que as regras atuais não serão alteradas facilmente” (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, 2012), e o encaminham para o resgate de sua cidadania, conforme declara o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, 2012):

a cidadania não tem preço e ela começa com o direito à dignidade que se traduz na condição humana de autorrealização pessoal, profissional e social. Ser um empreendedor formalizado significa andar de cabeça erguida e poder dizer eu sou cidadão, eu exerço minha profissão de acordo com as leis do meu País. Ser formal é também ser cidadão.

Em vista desse incentivo e esforço dos poderes executivo, legislativo e judiciário para a criação de uma verdadeira política de Estado para fazer frente ao problema da informalidade e da exclusão dos trabalhadores que atuam por conta própria no Brasil, ao término do ano de 2011, o cadastro da Receita Federal somava mais de 1,8 milhão de empreendedores individuais formalizados (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, 2012) e, para se ter uma ideia do quão expressiva é a evolução no número de empreendedores individuais no país, o levantamento realizado pelo SEBRAE (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. 2011a) sobre o segmento, que ocorreu entre os dias 09 de maio e 17 de junho de 2011, apontava que havia, em 31 de maio do mesmo ano, um total de 1,1 milhão de empreendedores individuais formalizados, o que representava, à ocasião, um crescimento de 283% em relação aos doze meses anteriores.

Segundo especialistas do SEBRAE (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2011a, p.11), de maneira geral, “a instituição do Empreendedor Individual tem servido como ferramenta importante para: regularização de negócios que estavam há anos à margem da economia formal; inclusão produtiva; e facilitação do empreendedorismo por oportunidade”, afirmação que é confirmada pelo fato de que 57% do total de 974.905 empreendedores individuais entrevistados em todo o território nacional, em pesquisa realizada com o intuito de traçar o perfil do empreendedor individual Brasil, já possuía um negócio na informalidade; pela informação de que 60% dos respondentes apontou que os benefícios do registro formal e a séria intenção de expandir os negócios foram as principais razões para que tenham se tornado empreendedores individuais; e pela conclusão de que 21% tinham um emprego formal, com carteira assinada, antes de se

tornarem empreendedores individuais, o que leva a crer que se formalizaram porque viram uma oportunidade de negócio que parecia mais rentável do que o trabalho delas.

Além de informações como o número significativo de empreendedores individuais mulheres, o que demonstra que a figura do EI colabora para a inclusão feminina no mercado de trabalho; chama a atenção: a) que a faixa etária com maior número de EI estar compreendida entre os 30 e os 39 anos de idade, o que permite inferir que o EI é uma espécie de “porta de entrada” dos jovens no empreendedorismo; b) o fato de o negócio formalizado ser a única fonte de renda da maioria dos EI e a significativa concentração deste tipo de empresa na região nordeste do Brasil, o que leva a crer que a formalização dos EI é inversamente proporcional à presença de empresas formais, como forma de se criar uma alternativa de renda; c) a conclusão de que o Empreendedor Individual é, em geral, mais escolarizado do que a média da população brasileira, constatação que leva a crer que "pessoas mais escolarizadas que antes não exerciam atividades empreendedoras passaram a fazê-lo após a instituição da figura do Empreendedor Individual, já que isso facilitou e tornou menos custosas a abertura e a manutenção de um pequeno negócio” (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2011a, p.22).

Ao saírem da informalidade, esses novos empresários ganham acesso a um ambiente seguro e propício para o exercício do empreendedorismo, mediante inclusão previdenciária, econômica e social [...]. Com o fortalecimento de suas atividades, a Lei tem contribuído em temas cruciais da agenda nacional, como o combate à pobreza, a geração de trabalho, emprego e promoção de melhor distribuição da renda, redução da informalidade, promoção do empreendedorismo e adensamento do tecido social e econômico do País (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2011a, p.9).

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