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2 R EVISTA DA L ITERATURA

4.1 Materiais e Métodos

4.1.5 Ensaio Topográfico

A avaliação topográfica efetuou-se por meio dos métodos direto e indireto. Nas consultas de revisão, aplicou-se o método direto através da utilização dos escores alfa, bravo ou charlie, conforme estabelecido pelo critério USPHS (Quadro 4, Figuras 2 e 3, página 50). Esse procedimento foi levado a cabo por um único observador (autora do presente trabalho), previamente calibrado por uma das orientadoras da pesquisa, nas dependências do Programa Extramuros da UNIGRANRIO. Obteve-se grau de concordância de 95,65% durante a avaliação cega de 23 restaurações.

Alfa Restauração apresentando continuidade com a forma anatômica

Bravo Restauração descontínua com a forma anatômica, porém a perda do

material não é suficiente para expor dentina ou base

Charlie Perda de material suficiente para expor dentina ou base

Figura 2 – Restaurações de Fuji IX® realizadas, durante o projeto piloto, nos elementos 84 e 85, sendo a do elemento 84 classificada como Alfa e a do elemento 85 como Charlie (perda total).

Figura 3 – Restaurações de IRM® realizadas, durante o projeto piloto, na superfície oclusal dos elementos 74 e 75, sendo a do elemento 74 classificada como Bravo e a do elemento 75

classificada como Charlie.

No método indireto, as réplicas dos elementos dentários em resina epoxídica foram metalizadas e, em seguida, captaram-se as imagens através de uma câmera de vídeo digital (Pixera®; High Resolution Digital Camera Systems- Professional. Pixera Corporation, Los Gatos, CA, EUA) acoplada ao microscópio

esteroscópio, posicionada perpendicularmente a uma superfície plana, sobre a qual se encontrava a amostra. Posteriormente, procedeu-se à estimação quantitativa das áreas restauradas, empregando o programa Image Pro Plus , versão 4.0. Nele, os pontos referentes ao limite entre dente-restauração foram marcados, com o auxílio do mouse, por um único operador, determinando-se assim a área de interesse (AOI) (Figura 4). Em seguida, o programa assumiu essa AOI como um objeto e, assim, calculou a área da restauração.

Figura 4 – Exemplo de réplica com a área restaurada demarcada (em branco) com o auxílio do mouse no Programa Image Pro Plus®.

4.2 Análise Estatística

Os dados obtidos com o método direto de avaliação topográfica foram trabalhados de maneira a obter o Índice de Piora (IP) (LUIZ, 2002 – informação

verbal)1, perfazendo 6 índices para cada material, de acordo com o tempo, os quais foram analisados descritivamente. Este índice permite quantificar o grau de piora proporcionalmente ao todo. O seu cálculo é efetuado a partir da construção de uma tabela (Tabela 1), contrapondo os valores observados em dois momentos distintos (t30 e t180, por exemplo).

Tabela 1 – Exemplo de tabela confeccionada para a realização do cálculo do Índice de Piora (IP), contrapondo os valores de dois momentos diferentes (t30 e t180). Rio de Janeiro, 2003.

A partir desta tabela, é aplicada a seguinte fórmula:

IP= 1(n

Alfat30 Bravot180

+ n

Bravot30 Charliet180

) + 2(n

Alfat30 Charliet180

)

1××××n

Bravot30

+ 2××××n

Alfat30

O denominador representa a soma das restaurações multiplicada pelo número de categorias que podem piorar e o numerador, a soma das restaurações que diminuíram de qualidade em T180, multiplicada pelo número de categorias que pioraram. Este cálculo será mais bem exemplificado durante a apresentação dos resultados.

1 Dado fornecido por Ronir Raggio Luiz na Disciplina de Bioestatística, no Rio de Janeiro, em 22/05/2002

Alfa Bravo Charlie

Alfa Bravo Charlie

T180 T30

Posteriormente, os escores Alfa e Bravo foram agrupados, criando a categoria de restaurações satisfatórias. As que receberam o escore Charlie foram classificadas como insatisfatórias (RIBAS & PLANTE, 1981), uma vez que apresentavam necessidade de troca. Os dados desta nova categorização foram tabulados no programa Epi Info 6.04 e tratados estatisticamente (Teste Qui- quadrado e Teste Exato de Fisher), com nível de significância de 5,0%.

Para o método indireto, foi necessário determinar o coeficiente de correlação intraclasse, o que foi executado a partir da repetição da mensuração da área restaurada de 66 amostras escolhidas por sorteio a partir de uma tabela de números aleatórios (MEDRONHO, 2002). Obteve-se valor relativamente alto (0,78 – Programa SPSS 11.0), devido à grande variação de tamanho das restaurações iniciais. No entanto, como esse índice é medida estatística, não apresentando um real significado clínico, optou-se por realizar 3 medições de cada réplica e utilizar a média aritmética das mesmas para os tratamentos estatísticos posteriores.

Assim, os valores obtidos pelo programa Image Pro Plus , versão 4.0, foram transferidos para o programa Excel 2000. Nele, calculou-se a média aritmética das 3 medições, obtendo-se o valor médio para cada réplica. A determinação da diferença de área efetuou-se de forma proporcional, com a área final subtraída da inicial e posteriormente dividida pela área inicial. É importante destacar que a Área 0 (Baseline), isto é, a área de 0 dias, foi sempre considerada como o valor inicial, para que os resultados fossem obtidos sempre em relação ao baseline. Assim, em 30 dias, por exemplo, a diferença proporcional foi calculada da seguinte maneira:

(Área inicial – Área em 30 dias) / Área inicial. O mesmo processo foi repetido para os intervalos de tempo seguintes (180 e 360 dias).

As áreas obtidas, bem como os valores proporcionais de perda da área restaurada, em cada intervalo de tempo, foram, então, transferidos para o Programa SPSS®, versão 11.0. Para avaliação entre os grupos, realizou-se o Teste de Mann-Whitney e o de Kruskal-Wallis, complementado pelo Teste de Mann-Whitney, com correção de Bonferroni. No interior dos grupos, os dados foram tratados estatisticamente através do Teste de Wilcoxon e do de Friedman, complementado pelo Wilcoxon com correção de Bonferroni. Os valores de perda proporcional apresentados por cada material (GFIX e GIRM) foram analisados estatisticamente, de maneira global, e subdivididos de acordo com os grupos (G1, G2, G3), através do Teste de Mann-Whitney. Considerou-se nível de significância de 5,0%.

Por fim, as informações obtidas pelos métodos direto e indireto foram organizadas em um gráfico do tipo Box-plot, em que se verificou a taxa de variação dos valores de área (método indireto) compreendidos em cada um dos escores do método direto, para cada material (GFIX e GIRM). Confeccionaram-se, também, Curvas ROC, a fim de estabelecer a correlação entre os métodos direto e indireto, com relação aos limites de cada escore do critério USPHS (Alfa/Bravo, Bravo/Charlie, Alfa/Charlie). Assim como anteriormente, os escores Alfa e Bravo foram agrupados (restaurações satisfatórias) e comparados com o escore Charlie (restaurações insatisfatórias), possibilitando a confecção de uma quarta Curva ROC.

4.3 Aspectos Éticos

Na comunidade do Trevo das Missões, o presente trabalho faz parte do Programa de Saúde Bucal desenvolvido pela Escola de Odontologia da UNIGRANRIO. Dessa forma, todas as crianças atendidas receberam Instrução de Higiene Oral (IHO) e aconselhamento dietético. Quando constatada a necessidade de tratamentos extensos, como endodontia ou exodontia, esses pacientes foram encaminhados para tratamento na Clínica Integrada (8º período) da Escola de Odontologia da UNIGRANRIO.

Os pacientes da Clínica de Odontopediatria V da UFRJ também receberam Instrução de Higiene Oral (IHO) e, quanto aos demais elementos dentários, que não se encaixavam na pesquisa e necessitavam de tratamento, foram restaurados de maneira tradicional, na Clínica de Odontopediatria I da mesma Faculdade, por dois alunos da Pós-Graduação (sendo a autora um deles). Os mesmos procedimentos se aplicaram aos alunos da E.M. República Argentina, que tiveram todas as suas necessidades odontológicas atendidas por alunos do 8º período da graduação da UERJ, na própria clínica sediada no interior da escola.

O projeto desta pesquisa foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) em Humanos do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (NESC) do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro e obteve parecer favorável (Processo No. 043/02) (Anexo 3, página 126).

É importante ressaltar que os elementos excluídos da amostra, por apresentarem ausência da restauração ou por terem recebido o escore Charlie

durante todo período do estudo foram encaminhados para tratamento convencional, nos centros especificados anteriormente.

4.4 Projeto Piloto

A metodologia deste trabalho foi pré-testada, durante 6 meses, em um estudo piloto desenvolvido no ano de 2001 como trabalhos de conclusão (monografia) do Curso de Especialização em Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da UFRJ (SANTIAGO, 2001; VENTIN, 2001).

5

R

E S U L TAD O S

A população estudada foi composta de 40 pacientes, com média de idade de 6,6 (± 2,95) anos, dos quais 18 (45,0%) eram do gênero masculino e 22 (55,0%) do feminino (Tabela 2), sendo esta distribuição repetida para os grupo do Fuji IX®

(GFIX) e do IRM® (GIRM). Após o acompanhamento de 12 meses, restaram 17 (42,5%) pacientes, com média de idade de 7,59 (± 3,14) anos, os quais se distribuíam, segundo o gênero e o grupo, conforme demonstrado na Tabela 2.

Tabela 2 – Distribuição da população estudada de acordo com o gênero e os grupos (GFIX e GIRM) no momento inicial (Baseline – 0 dias) e no momento final (360 dias). Rio de Janeiro, 2003.

n % n % n % n % n %

Masculino 18 45,0 18/18 45,0/45,0 8 47,1 6 42,9 5 38,5 Feminino 22 55,0 22/22 55,0/55,0 9 52,9 8 57,1 8 61,5 TOTAL 40 100,0 40 100,0/100,0 17 100,0 14 100,0 13 100,0

360 dias

Gênero Total GFIX/GIRM Total GFIX GIRM

Baseline

É possível observar que, ao final da pesquisa, a distribuição dos pacientes em relação ao gênero pouco se modificou. Quanto aos grupos, é necessário lembrar que alguns dos pacientes que permaneceram até o final poderiam

apresentar restaurações de apenas um dos grupos ou de ambos, justificando o número total de pacientes para o GFIX (n=14) ser diferente do GIRM (n=13).

Após 30 dias do tratamento, 3 pacientes (7,5%) foram excluídos por não responderem a mais de 5 chamadas para retorno, caracterizando o abandono do tratamento, o que corresponde à perda de 6 restaurações para o GFIX (12,2%) e 4 para o GIRM (8,2%) (Tabela 3, página 59).

Ao final de 180 dias, mais 2 pacientes (5,0%) abandonaram o tratamento e 3 (7,5%) mudaram de escola, causando a perda de 5 restaurações para o GFIX (10,2%) e 6 para o GIRM (12,2%). Além disso, mais restaurações [1(2,0%) - GFIX e 4 (8,2%) - GIRM] se perderam por motivos como: esfoliação do elemento e troca da restauração por outro profissional; ou por terem sido enquadradas, na avaliação de 30 dias, na categoria Charlie [5 (10,2%) - GFIX e 6 (12,2%) - GIRM], a qual corresponde a restaurações clinicamente insatisfatórias com necessidade de troca (Tabela 3, página 59).

A Tabela 3 (página 59) também apresenta a quantidade de elementos não avaliados na última consulta de revisão (360 dias), quando se constatou que 2 pacientes (5,0%) haviam mudado de escola [2 (4,1%) - GFIX e 2 (4,1%) - GIRM] e 3 (7,5%) não puderam ser encontradas devido à impossibilidade de acesso à Comunidade do Trevo das Missões [2 (4,1%) - GFIX e 3 (4,1%) - GIRM]. Ainda foram perdidas mais 2 restaurações do GFIX (4,1%) devido a esfoliação dentária e necessidade de terapia endodôntica, ao passo que 10 restaurações haviam recebido o escore Charlie na avaliação de 180 dias [6 (12,2%) - GFIX e 4 (8,2%) - GIRM].

Tabela 3 – Distribuição de elementos dentários da amostra, de acordo com as justificativas de exclusão e os grupos (GFIX e GIRM), para cada intervalo de tempo (30, 180 e 360 dias). Rio de

Janeiro, 2003. Perdas

Justificativas \ Materiais GFIX GIRM GFIX GIRM GFIX GIRM Total

Abandono do tratamento 6 4 1 2 – – 13 Mudança de escola – – 4 4 2 2 12 Acesso impossibilitado – – – – 2 3 5 Esfoliação dentária – – 1 3 1 – 5 Terapia Pulpar – – – – 1 – 1 Troca de restauração – – – 1 – – 1 Escore Charlie – – 5* 6* 6** 4** 21 Total 6 4 11 16 12 9 58

** Restaurações classificadas no escore Charlie na avaliação de 180 dias

30 dias 180 dias 360 dias

Nota: * Restaurações classificadas no escore Charlie na avaliação de 30 dias

Excluíram-se 58 elementos do total da amostra (n=98), o que corresponde a 59,2%. Em ambos os grupos, 29 elementos foram excluídos da análise final, o que também corresponde a 59,2% do total de cada grupo (n=49).

Ainda a título de caracterização da amostra, procurou-se verificar a distribuição das restaurações de acordo com o elemento dentário envolvido (Tabela 4, página 60). Com relação ao total da amostra, pode-se observar que a maioria (71,4%) dos elementos selecionados era constituída por segundos molares decíduos, havendo distribuição equivalente entre o arco superior (32,7%) e o inferior (38,7%). Ao término do estudo, apesar das perdas já relatadas, os segundos molares continuaram representando a maioria (77,5%) da amostra avaliada, havendo maior prevalência dos inferiores (45,0%).

A distribuição quanto aos elementos envolvidos ocorreu de forma semelhante para cada grupo, havendo predominância dos segundos molares decíduos tanto

no início (69,3% - GFIX e 73,4% - GIRM) quanto no final (75,0% - GFIX e 80,0% - GIRM) do estudo. Em ambas as ocasiões, o arco inferior foi o que mais contribuiu para a formação da amostra.

Tabela 4 – Distribuição das restaurações de acordo com os tipos de dentes envolvidos, para os diferentes grupos (GFIX e GIRM). Rio de Janeiro, 2003.

54 64 74 84 55 65 75 85 n 2 1 3 9 11 4 11 8 49 % 4,1 2,0 6,1 18,4 22,4 8,2 22,4 16,3 100,0 n 1 1 8 3 3 14 6 13 49 % 2,0 2,0 16,3 6,1 6,1 28,6 12,2 26,5 100,0 n 3 2 11 12 14 18 17 21 98 % 3,1 2,0 11,2 12,2 14,3 18,4 17,3 21,4 100,0 n 1 2 2 6 1 4 4 20 % 5,0 10,0 10,0 30,0 5,0 20,0 20,0 100,0 n 3 1 1 5 3 7 20 % 15,0 5,0 5,0 25,0 15,0 35,0 100,0 n 1 5 3 7 6 7 11 40 % 2,5 12,5 7,5 17,5 15,0 17,5 27,5 100,0 B as el in e Fi na l (3 60 d ia s) GFIX GIRM GFIX TOTAL GIRM TOTAL

1os Molares Decíduos 2os Molares Decíduos

TOTAL

Sup. Inf. Sup. Inf.

5.1 Método Direto

A distribuição das restaurações de acordo com os escores do método direto (USPHS) para a avaliação, ao longo do tempo (0, 30, 180 e 360 dias) e para os 2 materiais (GFIX e GIRM) está disposta na Tabela 5 (página 61).

Tabela 5 – Distribuição das restaurações de acordo com os escores do método direto (USPHS), nos diferentes tempos (0, 30, 180 e 360 dias) e materiais (GFIX e GIRM). Rio de Janeiro, 2003.

Escores (USPHS)

Alfa Bravo Charlie Total

n 49 49 % 100,0 100,0 n 49 49 % 100,0 100,0 n 31 7 5 43 % 72,1 16,3 11,6 100,0 n 29 10 6 45 % 64,4 22,2 13,3 100,0 n 22 4 6 32 % 68,8 12,5 18,8 100,0 n 11 14 4 29 % 37,9 48,3 13,8 100,0 n 14 6 0 20 % 70,0 30,0 0,0 100,0 n 4 11 5 20 % 20,0 55,0 25,0 100,0 GIRM GFIX GIRM GFIX GIRM 0 dias GFIX GIRM GFIX (Baseline) 30 dias 180 dias 360 dias

A partir desses dados, obteve-se Índice de Piora (IP) de acordo com cada tempo de avaliação (0, 30, 180 e 360 dias) para os 2 materiais restauradores. Esse índice resultou da comparação da distribuição das restaurações de acordo com o método direto (USPHS) em dois momentos diferentes, como se pode observar no exemplo da Tabela 6.

Tabela 6 – Comparação dos dados obtidos pelo GIRM, através do método direto (USPHS), no tempos de 30 (t30) e 180 dias (t180) para obtenção do Índice de Piora t30/t180. Rio de Janeiro, 2003.

Alfa

Bravo Charlie

Alfa

11

9

3

23

Bravo

5

1

6

Charlie

6

6

T

180

O cálculo do índice (IP) foi efetuado da seguinte forma:

Em que o denominador representa a soma do número das restaurações multiplicada pelos respectivos números de categorias que podem piorar (6 restaurações poderiam passar de Bravo para Charlie, piorando uma categoria e 23 poderiam passar de Alfa para Charlie, piorando duas categorias). Já o numerador representa o que realmente ocorreu com as restaurações no intervalo de tempo em questão, isto é, 9 restaurações passaram de Alfa para Bravo e 1 passou de Bravo para Charlie, piorando uma categoria [1(9+1)], ao passo que 3 restaurações passaram de Alfa para Charlie, piorando duas categorias [2(3)]. Para a realização desse exemplo foram utilizados os dados referentes ao GIRM nos tempos 30 e 180 dias, já que para essas avaliações existiam restaurações enquadradas em cada escore do método direto, o que não ocorreu no baseline, em que todas as restaurações foram classificadas como Alfa.

Dessa forma, calculou-se um índice de piora para cada tempo de avaliação (t30, t180 e t360), tendo como base os dados obtidos no tempo 0 dias (t0) (Tabela 7 e Gráfico 1, página 63). Posteriormente, também se comparou t30/t180, t30/t360 e t180/t360 (Tabela 7, página 63).

IP=

= 1(9+1) + 2(3) = 16 = 0,31

Tabela 7 – Índices de Piora para cada material (GFIX e GIRM), nos diferentes intervalos de tempo (t0/t30; t0/t180; t0/t360; t30/t180; t30/t360; t180/t360). Rio de Janeiro, 2003.

Índices de Piora GFIX GIRM

t0 / t30 0,20 0,24 t0 / t180 0,25 0,38 t0 / t360 0,15 0,53 t30 /t180 0,20 0,31 t30 /t360 0,15 0,46 t180 /t360 0,08 0,37

Índices de Piora em Relação a t0

0,15 0,53 0,20 0,25 0,24 0,38 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 t30 t180 t360 GFIX GIRM

Gráfico 1 – Índices de Piora obtidos em relação ao baseline (t0) para cada material (GFIX e GIRM), nos diferentes intervalos de tempo (30, 180 e 360 dias). Rio de Janeiro, 2003.

Os dados presentes na Tabela 7, assim como a representação gráfica (Gráfico 1) dos IP demonstram que, até o intervalo de 180 dias, os dois materiais mantiveram comportamento clínico semelhante, apesar dos maiores valores de IP registrados pelo GIRM. Todavia, no intervalo de tempo de 360 dias, observou-se

superioridade clínica do GFIX, já que o GIRM continuou aumentando o IP, enquanto o GFIX apresentou redução.

Após agrupar os escores Alfa e Bravo em uma única categoria (restaurações satisfatórias), atingiram-se os dados dispostos na Tabela 8.

Tabela 8 – Distribuição das restaurações (GFIX e GIRM) de acordo com a classificação de Satisfatórias (Alfa + Bravo) e Insatisfatórias (Charlie), nos diferentes intervalos de tempo (30, 180 e

360 dias). Rio de Janeiro, 2003.

n % n % n % n % n % n % Satisfatórias (Alfa + Bravo) Insatisfatórias (Charlie) Total 43 100,0 45 100,0 32 100,0 29 100,0 20 100,0 20 100,0 Restaurações 30 dias 6 18,8 4 13,8 5 11,7 6 13,4 p=0,94 (x2) p=0,43 (Fisher) 38 88,3 39 86,6 26 81,2 25 86,2 180 dias

GFIX GIRM GFIX GIRM

360 dias

GFIX GIRM 20 100,0 15 75,0

p=0,02 (Fisher)

0 0,0 5 25,0

A partir desses dados, não se constatou diferença estatisticamente significante quanto ao comportamento clínico dos diferentes materiais, tanto em 30 (p=0,94 – Teste x2) quanto em 180 dias (p=0,43 – Teste Exato de Fisher). Entretanto, no intervalo de tempo de 360 dias, observou-se diferença estatisticamente significante (p=0,02 – Teste Exato de Fisher).

É importante destacar que, ao longo do período de acompanhamento, 26 restaurações foram classificadas como Charlie (11-GFIX e 15-GIRM), significando o insucesso do tratamento realizado. Para o GFIX, a taxa de insucesso variou de

0,0% a 18,8%, enquanto que para o GIRM essa taxa foi relativamente maior, variando de 13,4% a 25,0%.

Embora não fosse objetivo do presente trabalho, a presença de cárie foi observada em 3 casos, durante todo o período de acompanhamento. Consistiam em cavidades restauradas qualificadas como Charlie, das quais 2 foram detectadas na avaliação de 180 dias, sendo 1 do GFIX (2,6%) e 1 do GIRM (3,0%). A terceira restauração com recidiva de cárie foi observada na avaliação de 360 dias, sendo integrante do GIRM (4,2%).

5.2 Método Indireto

Os valores referentes às áreas das restaurações realizadas através do Tratamento Restaurador Atraumático com o emprego do Fuji IX® (GFIX) e determinados, em cada uma das três repetições da medição com o Programa Image Pro Plus®, estão listados no Anexo 4 (página 127) e as que utilizaram o IRM®, no Anexo 5 (página 130).

Os valores médios de todas as áreas foram obtidos pela média aritmética das três repetições de cada restauração do GFIX e estão listados na Tabela 9 (página 67), a qual também apresenta as perdas proporcionais entre as áreas iniciais e finais das restaurações, nos diferentes intervalos de tempo. Como mencionado anteriormente, a diferença proporcional foi calculada subtraindo a área final da inicial, seguindo-se a divisão pela área inicial, o que foi realizado com o auxílio do programa Excel 2000. A Tabela 10 (página 68) apresenta os mesmos valores para o GIRM. Alguns casos [n=14 (5-GFIX; 9-GIRM)], em que a restauração não estava

presente, durante a consulta de revisão, devido à perda total do material, foram representados pelos valores nulos de área. Conseqüentemente, o valor de perda proporcional foi igual a 1 (100,0%). Em outros casos [n=30 (16-GFIX; 14-GIRM)], os valores de área das restaurações, nas consultas de revisão, eram maiores do que a área inicial (baseline), caracterizando valor negativo de perda proporcional, o que representaria ganho, em área, por parte da restauração. Devido a essa observação, optou-se por excluir, das análises estatísticas subseqüentes, as restaurações que apresentaram pelo menos um valor negativo de perda proporcional, em qualquer intervalo de tempo (14-GFIX; 13-GIRM).

Tabela 9 – Áreas médias das restaurações (mm2) do GFIX e perdas proporcionais, nos diferentes intervalos de tempo (30, 180 e 360 dias). Rio de Janeiro, 2003.

Grupos Dente Área 0 Área 30 Perda 30 Área 180 Perda180 Área 360 Perda360

20 32,5480 36 23,8550 37 20,8133 38 15,5098 39 23,7739 44 5,0933 5 17,0673 11,2225 0,3425 6 14,2458 5,4029 0,6207 19 16,1954 0,0000 1,0000 26 43,8178 42,8228 0,0227 30 58,6069 51,3294 0,1242 31 20,6732 25,4827 -0,2326 32 29,6558 12,3056 0,5851 33 27,0071 12,9211 0,5216 34 39,6572 11,8017 0,7024 35 44,6131 5,4634 0,8775 48 10,5336 10,0525 0,0457 1 15,7176 11,9664 0,2387 20,7064 -0,3174 7 24,5846 13,6569 0,4445 0,0000 1,0000 16 46,9111 24,6028 0,4755 14,1206 0,6990 23 21,4372 9,4717 0,5582 6,9762 0,6746 21 5,9657 7,4587 -0,2503 0,0000 1,0000 27 21,5368 14,9325 0,3067 7,5681 0,6486 28 48,8417 49,6082 -0,0157 12,2527 0,7491 29 31,8922 35,4800 -0,1125 23,3996 0,2663 43 6,6584 5,6858 0,1461 0,0000 1,0000 45 8,9608 25,1123 -1,8025 0,0000 1,0000 46 47,6033 43,1203 0,0942 43,1024 0,0946 49 33,4691 28,1429 0,1591 21,2205 0,3660 2 19,1645 14,2678 0,2555 15,3175 0,2007 13,3865 0,3015 3 25,4360 23,0758 0,0928 15,0625 0,4078 11,3495 0,5538 4 16,3896 10,8263 0,3394 12,6010 0,2312 16,4929 -0,0063 8 16,0088 16,0396 -0,0019 11,3204 0,2929 9,6414 0,3977 9 2,7033 1,5499 0,4267 2,0723 0,2334 1,8467 0,3169 10 29,2141 18,5629 0,3646 15,3711 0,4738 8,5244 0,7082 11 21,9397 17,3403 0,2096 10,7519 0,5099 2,2296 0,8984 12 34,7565 28,5870 0,1775 15,8584 0,5437 20,8361 0,4005 13 11,4760 10,3617 0,0971 19,3399 -0,6852 12,2426 -0,0668 14 31,6679 18,1628 0,4265 33,0791 -0,0446 29,5802 0,0659 15 8,4329 8,8673 -0,0515 6,5216 0,2266 5,5421 0,3428 17 13,0438 7,6744 0,4116 4,1801 0,6795 2,5640 0,8034 18 16,1802 15,0877 0,0675 22,9075 -0,4158 11,6206 0,2818 22 22,6099 12,9207 0,4285 10,7165 0,5260 5,9607 0,7364 24 22,2276 15,9675 0,2816 14,1729 0,3624 14,0606 0,3674 25 21,8057 9,5686 0,5612 10,9939 0,4958 14,4492 0,3374 40 30,8149 14,0709 0,5434 10,5539 0,6575 8,1341 0,7360 41 9,0953 11,2574 -0,2377 6,3752 0,2991 11,3925 -0,2526 42 19,8832 21,1105 -0,0617 12,4963 0,3715 11,3467 0,4293 47 29,6881 15,1655 0,4892 13,0426 0,5607 13,1014 0,5587 Excluídos (30 dias) (360 dias) G1A G2A (180 dias) G3A

Tabela 10 – Áreas médias das restaurações (mm2) do GIRM e perdas proporcionais, nos diferentes intervalos de tempo (30, 180 e 360 dias). Rio de Janeiro, 2003.

Grupos Dente Área 0 Área 30 Perda 30 Área 180 Perda 180 Área 360 Perda360

19 29,3531 34 17,2716 35 21,2388 42 3,4005 5 9,3966 12,5585 -0,3365 15 16,6274 16,1505 0,0287 17 24,4446 0,0000 1,0000 18 11,9354 13,9506 -0,1688 20 6,7190 0,0000 1,0000 22 9,0479 0,0000 1,0000 24 8,6404 0,0000 1,0000 25 7,9407 0,0000 1,0000 29 39,1572 23,0155 0,4122 30 16,3471 24,6857 -0,5101 31 27,8149 9,9068 0,6438 32 35,6889 16,2032 0,5460 33 43,5251 16,6726 0,6169 44 60,0287 56,1269 0,0650 46 10,8923 5,7364 0,4734 48 12,7860 6,4058 0,4990 1 21,7570 14,1029 0,3518 12,9215 0,4061 10 7,6464 5,5705 0,2715 7,1451 0,0656 21 8,2414 8,8022 -0,0680 4,8762 0,4083 27 40,5235 24,8690 0,3863 13,9439 0,6559 28 38,5015 31,9609 0,1699 0,0000 1,0000 36 27,5189 8,1140 0,7051 3,9026 0,8582 40 7,5124 5,0584 0,3267 0,0000 1,0000 43 27,6230 14,9596 0,4584 6,5083 0,7644 49 38,0833 33,1612 0,1292 4,8949 0,8715 2 13,4722 12,9904 0,0358 13,3744 0,0073 11,7460 0,1281 3 11,2056 23,0963 -1,0611 8,3357 0,2561 9,7230 0,1323 4 19,4421 20,8598 -0,0729 21,4171 -0,1016 13,0900 0,3267 6 18,4435 20,5909 -0,1164 4,3885 0,7621 4,0474 0,7806 7 13,0296 11,2305 0,1381 19,6317 -0,5067 8,0418 0,3828 8 30,1162 17,3501 0,4239 10,8676 0,6391 6,2363 0,7929 9 28,6415 13,7144 0,5212 11,2623 0,6068 4,9934 0,8257 11 16,3347 10,2995 0,3695 9,5449 0,4157 10,87422 0,3343 12 14,1103 11,1999 0,2063 16,9785 -0,2033 12,7787 0,0944 13 42,1740 33,2088 0,2126 38,9886 0,0755 32,8382 0,2214 14 10,7438 7,1056 0,3386 8,6003 0,1995 2,6886 0,7498 16 17,5023 9,7145 0,4450 7,6310 0,5640 4,4916 0,7434 23 17,9383 21,0354 -0,1726 15,4438 0,1391 0,0000 1,0000 26 25,0771 23,9006 0,0469 22,4597 0,1044 12,6508 0,4955 37 14,6070 15,0300 -0,0290 3,9039 0,7327 8,1016 0,4454 38 20,5484 22,9565 -0,1172 14,3999 0,2992 18,8185 0,0842 39 27,9376 24,0898 0,1377 19,8827 0,2883 19,5278 0,3010 41 19,8966 14,3418 0,2792 16,8876 0,1512 0,0000 1,0000 45 9,5276 5,6971 0,4020 7,6517 0,1969 4,6517 0,5118 47 18,6553 21,0973 -0,1309 12,7209 0,3181 10,8828 0,4166 (360 dias) G3B Excluídos G1B (30 dias) (180 dias) G2B

Tanto os valores médios das áreas em cada intervalo de tempo, como os de desvio-padrão encontram-se dispostos na Tabela 11 (página 70). Ao comparar a alteração de área sofrida em 30 dias (Perda 30) pelas restaurações do GFIX, não se constatou diferença estatisticamente significante (p=0,438 – Kruskal-Wallis) entre os grupos (G1A, G2A, G3A), o que se repetiu quando essa análise foi complementada pelo Teste de Mann-Whitney com correção de Bonferroni (p>0,016). Aos 180 dias (Perda 180), também não se observou significância estatística (p=0,128 – Mann-Whitney) ao contrastar a alteração sofrida por G2A (180 dias) e G3A (360 dias). Para o GIRM, encontrou-se diferença estatisticamente significante (p=0,014 – Kruskal-Wallis) ao comparar a Perda 30 entre os grupos (G1B, G2B, G3B), localizando-se esta significância entre G1B (30 dias) e G3B (360 dias) (p=0,007 – Mann-Whitney com correção de Bonferroni). Também se comprovou diferença estatisticamente significante ao confrontar a Perda 180 entre G2B (180 dias) e G3B (360 dias) (p=0,013 – Mann-Whitney).

Tabela 11– Valores de Média e Desvio-Padrão das áreas mensuradas em cada intervalo de tempo e das perdas proporcionais apresentadas pelas restaurações de acordo com o material (GFIX e

GIRM). Rio de Janeiro, 2003.

GFIX GIRM GFIX GIRM GFIX GIRM

n 10 13 7 8 12 11 Área 0 Média 31,14 23,33 28,89 26,15 22,78 21,95 (mm2) DP 16,02 16,89 14,82 13,17 8,62 9,87 Área 30 Média 16,33 11,56 19,94 17,22 14,90 15,67 (mm2) DP 16,82 15,59 12,93 11,41 7,00 8,36 Perda 30 Média 48,42a 63,73b 31,20a 34,99b 35,35a 29,20b (%) DP 34,21 34,89 18,41 18,01 14,97 16,42 Área 180 Média 13,28 6,16 11,51 15,20 (mm2) DP 15,16 5,21 4,43 9,33 Perda 180 Média 64,04c 70,27d 47,10c 29,53d (%) DP 32,57 32,28 14,83 22,57 Área 360 Média 9,70 10,06 (mm2) DP 5,88 9,35 Perda 360 Média 55,99 55,49 (%) DP 21,23 28,52 Notas: d Idem ao b (p=0,013 - Mann-Whitney)

a Sem diferença estatisticamente significante (p=0,438 -Kruskal-Wallis) b Diferença estatisticamente significante (p=0,014 - Kruskal-Wallis) c Idem ao a (p=0,128 - Mann-Whitney)

G3 (360 dias) G1 (30 dias) G2 (180 dias)

As áreas obtidas nas diferentes avaliações (0, 30, 180 e 360 dias) foram comparadas entre si no interior de cada um dos grupos (G1, G2, G3) para cada material [GFIX(A) e GIRM(B)], com o emprego do Teste de Wilcoxon para G1A (p=0,005) e G1B (p=0,001) e do Teste de Friedman para G2A (p=0,001), G3A (p<0,001), G2B (p=0,001) e G3B (p<0,001). As análises efetuadas pelo Teste de Friedman ainda foram complementadas pelo Teste de Wilcoxon com correção de Bonferroni, cujos valores de p estão dispostos na Tabela 12 (página 71) para o GFIX e na Tabela 13 (página 71) para o GRIM.

Tabela 12 – Valores de p encontrados a partir da comparação das áreas obtidas nos diferentes intervalos de tempo (0, 30, 180 e 360 dias) no interior de cada grupo (G1A, G2A e G3A) para o

GFIX. Rio de Janeiro, 2003. G1A

Área 30 Área30 Área 180 Área 30 Área 180 Área 360 Área 0 0,005a* 0,017* 0,017* 0,002* 0,002* 0,002*

Área 30 0,018 0,010 0,010

Área 180 0,099

G2A G3A

G1A igual a 0,05, G2A igual a 0,017 e G3A igual a 0,008).

Notas: a Teste de Wilcoxon, demais valores correspondentes ao mesmo teste com correção de Bonferroni;

* Diferença estatisticamente significante (significância assumida para

Tabela 13 – Valores de p encontrados a partir da comparação das áreas obtidas nos diferentes intervalos de tempo (0, 30, 180 e 360 dias) no interior de cada grupo (G1A, G2A e G3A) para o

GIRM. Rio de Janeiro, 2003. G1B

Área 30 Área30 Área 180 Área 30 Área 180 Área 360 Área 0 0,001a* 0,012* 0,012* 0,003* 0,003* 0,003*

Área 30 0,025 0,657 0,006*

Área 180 0,006*

Notas: a Teste de Wilcoxon, demais valores correspondentes ao mesmo teste G1A igual a 0,05, G2A igual a 0,017 e G3A igual a 0,008).

com correção de Bonferroni;

* Diferença estatisticamente significante (significância assumida para

G2B G3B

Considerando que os valores de p encontrados no GFIX para as restaurações acompanhadas por 180 dias (G2A), se encontram no limite da significância assumida (0,017) para esse grupo, verifica-se que, tanto no GFIX quanto no GIRM, os valores de área do baseline (Área 0) foram sempre estatisticamente diferentes dos demais valores de área (Área 30, Área 180 e Área 360). Demonstra-se, assim, que, para ambos os materiais e independentemente do tempo de acompanhamento das restaurações (30, 180 ou 360 dias), ocorreu

perda de área em relação ao baseline, sendo esta estatisticamente significante. O mesmo não foi observado ao contrastar as Áreas 30 e 180, no interior dos grupos. Quanto à comparação entre as Áreas 30 e 360, comprovou-se diferença estatisticamente significante somente no GIRM (p=0,006), o que se repetiu no mesmo grupo quando confrontadas as Áreas 180 e 360 (p=0,006). Também foi possível constatar, a partir dos dados da Tabela 13 (página 71), que a Área 360 do GIRM apresentou diferença estatisticamente significante em todas as

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