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ENSINO DE GEOGRAFIA: A MAQUETE COMO RECURSO DIDÁTICO INCLUSIVO

No documento ANAIS IV SIMPÓSIO DE ENSINO DE GEOGRAFIA (páginas 51-56)

Katiúscya Albuquerque de Moura Marques

Professora Mestra de Geografia da SEDUC E-mail: katiuscyamarques@gmail.com

Andrea Lourdes Monteiro Scabello

Professora Doutora de Geografia da UFPI E-mail: ascabello@hotmail.com

RESUMO

Este estudo tem como temática o ensino de Geografia e a utilização de maquete como recurso didático inclusivo. Sendo a inclusão, o novo paradigma educacional, é necessário compreender e diferenciar Educação Inclusiva (EI) e Educação Especial (EE). O objetivo geral é conhecer o que é EI e como as maquetes colaboram nesse processo. Por objetivos específicos, diferenciar EI e EE e identificar as variáveis visuais necessárias à confecção de maquetes para as pessoas com deficiência visual (PcDV), enquanto recurso didático concreto, lúdico, inclusivo e significativo. Nesse sentido, a metodologia empregada pautou-se na pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico. Conclui-se que a EI deve estar incorporada ao trabalho pedagógico dos professores de Geografia, possibilitando ações desenvolvendo valores, assim como, modificando posturas preconceituosas que possam surgir em sala de aula ou qualquer outro espaço educativo.

Palavras-chave: Ensino de Geografia. Recurso Didático. Maquete Inclusiva.

INTRODUÇÃO

A inclusão é o paradigma vigente na atual sociedade, porém ainda não vivenciado nos diversos ambientes, inclusive em contextos educacionais. Por isso, a importância de se entender como a Geografia pode contribuir para a construção do conhecimento geográfico inclusivo.

Partindo desse questionamento, ressaltamos a relevância das ações inclusivas numa sociedade excludente. É necessário, nesse sentido, pensamos também na profissionalização docente frente aos desafios desse novo paradigma, que perpassa a formação inicial e continuada e a incorporação de valores, estímulo a sensibilidade e mesmo, a alteridade.

As experiências em cursos de formação de professores de Geografia nos permitiram evidenciar que há ainda desconhecimento a respeito da perspectiva da inclusão. O termo Educação Inclusiva (EI) é, muitas vezes, utilizado como sinônimo de Educação Especial

(EE). Sendo assim, um dos propósitos desse trabalho é diferenciá-las. E, para tanto, nos propusemos a trabalhar com a utilização da maquete como recurso didático inclusivo.

Desta forma, como problemática de pesquisa intencionávamos saber: Como os professores de Geografia podem contribuir para a efetivação de uma EI a partir da confecção de maquetes? E, por objetivo geral: conhecer o que é EI e como as maquetes colaboram nesse processo. Entre objetivos específicos ressaltamos: diferenciar EE e EI e identificar as variáveis visuais necessárias à confecção de maquetes para as pessoas com deficiência visual (PcDV). Nesse sentido, a metodologia empregada pautou-se na pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ao falar em EI lembramos logo em EE, ou seja, das pessoas com deficiências, transtornos e/ou superdotação e altas habilidades, contudo, a EI é muito mais ampla, envolvendo todos que os indivíduos que fazem parte da sala de aula ou de qualquer outro ambiente educacional que englobe o acolhimento da diversidade e valorize a diferença em meio à construção e aquisição do conhecimento e as relações sociais sem discriminação e/ou preconceito. Diante disso,

A ideia de educação inclusiva inquieta e desequilibra as velhas concepções da escola, de tradição excludente histórica, que vê-se diante de uma proposta que implica substituir antigos paradigmas e olhar introspectivamente para si, introjetar novas crenças, assumir posturas condizentes, adotar metodologias diversificadas, fazer usos de ferramentas tecnológicas, investir na formação continuada dos professores e traduzir os novos conhecimentos em praticas pedagógicas que promovam a aprendizagem e a inclusão de todos (SILVA; PEDRO; JESUS, [s.d.], p.8 ). Partindo dessa compreensão, entendemos que se torna necessário no processo educacional, o exercício da empatia pelos ainda excluídos e a prática da acessibilidade atitudinal frente à diversidade que é natural entre as pessoas, seja qual for a sua natureza. Somente, assim, poder-se-á alcançar esse novo paradigma. Nesse sentido,

A educação inclusiva no modelo atual é um desafio aos professores, pois obriga-os a repensar sua maneira de ensinar, sua cultura, sua política e suas estratégias pedagógicas, adotando uma postura receptiva diante da singularidade que irá encontrar, a fim de detectar potencialidades e expor

Entendemos, por esse viés, que o desafio da EI deve instigar os professores de Geografia a uma formação continuada que esclareça questões referentes a essa temática e que vislumbre a confecção de recursos pedagógicos, como é o caso das maquetes, que atendam a essa educação.

Sabemos que a maquete facilita, dentre outras questões, a análise do fenômeno na perspectiva 3D, tanto por pessoas sem deficiência, especialmente, as normovisuais quanto pelas pessoas com transtorno ou deficiências, inclusive visual, já que auxilia no processo de abstração de muitos elementos do espaço geográfico.

Como afirma Pitano e Roque (2015) as maquetes podem despertar nos estudantes a possibilidade de representar o espaço vivido e interpretá-lo. O maior conhecimento do espaço de vivência propicia, também, a resolução de problemas relacionados com aos aspectos socioambientais. Assim, o ensino da Geografia partindo do cotidiano dos estudantes ajuda na reflexão a respeito da organização e ocupação do espaço.

É importante lembrar que para confeccionar maquetes inclusivas para PcDV, deve- se escolher materiais perceptíveis ao tato, como as que estão mostradas nas Fotografias 1 e 2.

Fotografia 1 - Maquete do Museu Casa Portinari

Fotografia 2 – Parque Olímpico do Rio de Janeiro

Disponível em:

https://twitter.com/casadeportinari/status/92291150 9822558209?lang=ca. Acesso em: 22 nov. 2019.

Disponível em:

https://fotospublicas.com/maquete-tatil-do- parque-olimpico-do-rio-de-janeiro-e-

apresentada-ao-publico/. Acesso em: 22 nov. 2019.

Além desse cuidado na escolha do tipo de material a ser utilizado na confecção de materiais táteis ainda é fundamental observar:

a) Textura: refere-se à característica tátil das superfícies dos materiais utilizados e substitui a cor;

b) Altura: faz alusão ao relevo que se percebe pelo tato; c) Forma: sugere distinção, podem ser geométricas ou não;

d) Tamanho: refere-se à largura das linhas limites ou tamanhos diferentes de pontos;

e) Símbolos especiais: são formas distintas que devem proporcionar reconhecimento imediato sobre pontos específicos (RÉGIS, 2013, p.141). Logo, ao pensar em inclusão, o professor deve pensar no(s) recurso(s) que possibilita(m) a sua efetivação na práxis.

CONCLUSÃO

Ressalta-se que a EI faz parte do paradigma da inclusão e é nela que o trabalho pedagógico dos professores de Geografia deve pautar-se na atualidade, por isso é necessário compreender que todos têm direito à educação e são capazes de aprender, independente de suas limitações.

Destaca-se também que a formação dos professores é essencial na aquisição não somente de conhecimento, mas de valores, posturas, ações que desenvolvam e efetivem a EI no ensino de Geografia.

Conclui-se, por fim, que conhecer e aprender a utilizar recursos pedagógicos inclusivos, como a maquete, é necessário nesse processo, pois possibilita a aquisição dos conhecimentos geográficos de uma forma mais concreta, lúdica e significativa.

REFERÊNCIAS

PITANO, Sandro de Castro; ROQUÉ, Bianca Beatriz. O uso de maquetes no processo de ensino aprendizagem segundo licenciandos em Geografia. Unisinos, p. 273-282, maio/ago. 2015, Disponível em: revistas.unisinos.br › educacao › article › download › edu.2015.192.11. Acesso em: 21 nov. 2019.

RÉGIS, Tamara de Castro. Elaboração do atlas tátil do município de Florianópolis. Florianópolis, 2013. Disponível em:

https://www.researchgate.net/.../324091078_elaboracao_do_atlas_geografi...Acesso em: 17 jun. 2017.

ROCHA, Artur Batista de Oliveira Rocha. O papel do professor na educação inclusiva. Ensaios Pedagógicos, v.7, n. 2, jul./dez. 2017, p. 1-11. Disponível em:

http://www.opet.com.br/faculdade/revista-pedagogia/pdf/n14/n14-artigo-1-o-papel-do- professor-na-educacao-inclusiva.pdf. Acesso em: 21 nov. 2019.

SILVA, Berenice Maria Dalla Costa da; PEDRO, Vanize Dalla Costa; JESUS, Eliane Maria de. Educação inclusiva. s/d. Disponível em:

https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/educacao_inclusiva.pdf. Acesso em: 21 nov. 2019.

USO DO GOOGLE EARTH PRO PARA A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO DE

No documento ANAIS IV SIMPÓSIO DE ENSINO DE GEOGRAFIA (páginas 51-56)