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Ensino Médio Técnico Integrado

No documento Geografia, Educação e Cidadania (páginas 58-72)

EDSEI SY SILVA BARBALHO TAVARES1 CAMILA NASCI MENTO DE OLIVEIRA TAUMATURGO2 AMANDA CAROL YNE MELO DI AS3

Resumo

A educação geográfica se constitui numa formação fundamental para o exercício da cidadania. Assim, integramos ao ensino de Geografia desenvolvido no IFRN campus São Paulo do Potengi, a pesquisa e a extensão, e os conhecimentos de Artes e Informática, além das áreas técnicas de Meio Ambiente e Edificações. O projeto Nós Propomos novos usos do território potiguar, realizado com as turmas do 1º/2º ano do Ensino Médio Técnico Integrado dos cursos de Meio Ambiente e Edificações, consiste num projeto interdisciplinar em que utilizamos o Estudo do meio como metodologia de ensino, sendo identificados problemas territoriais locais, realizadas pesquisas teóricas e de campo e propostas intervenções, as quais são socializadas com a comunidade interna e externa da instituição e a gestão pública dos municípios. Assim, o projeto torna o ensino de geografia significativo na vida dos alunos e os mesmos passam a analisar criticamente as realidades espaciais e a apresentar uma postura cidadã.

Palavras-chave: Geografia; cidadania; ensino; pesquisa; extensão.

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Professora de Geografia do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), campus de São Paulo do Potengi, edseisy.tavares@ifrn.edu.br.

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Professora de Informática do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), campus de São Paulo do Potengi, camila.taumaturgo@ifrn.edu.br.

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Bolsista do projeto financiado pelo IFRN, campus de São Paulo do Potengi, amandacarolyne7@hotmail.com.

Dainara Cristina de Moura Melo. Aluna do curso de Edificações IFRN, campus de São Paulo do Potengi, dainarammelo@gmail.com.

Iasmin Ayla Medeiros Costa. Aluna do curso de Meio Ambiente IFRN, campus de São Paulo do Potengi, iasmin.ayla@yahoo.com.

59 Abstract

The geographical education has been done in an important formation to the citizenship exercise. Thus, we integrate the geography teaching developed at the IFRN campus São Paulo do Potengi, the research and the extension, and the computing and art’s knowledge, as well as the technical areas of environment and buildings. In the project we propose new uses of the Potiguar territory, carried out with the classes of the 1st / 2nd year of Integrated Technical High School of Environment and Building courses, is an interdisciplinary project in which we use the study of the geographic environment as teaching methodology, being identified local territorial problems, carried out theoretical and field research and proposed interventions, which are socialized with the internal and external community of the institution and the public management of the municipalities. Thus, the project makes the teaching of geography meaningful in students' lives, and they begin to critically analyze the spatial realities and present a citizen's posture.

Keywords: Geography; Citizenship; Teaching: Research: Extension.

Introdução

O Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) desde o ano de 2003 vem expandindo seus campus no estado do Rio Grande do Norte, tal como ocorreu com outras instituições da rede federal de educação profissional a nível nacional. A implantação dessas novas instituições de ensino fruto da adoção uma política de expansão, ampliação e de interiorização da Educação Profissional, Tecnológica e Superior no território brasileiro, totalizam em 2018, 21 campus no estado. Na terceira fase da expansão ocorrida em 2013, tivemos a instalação de três novos campus dentre os quais, o campus São Paulo do Potengi.

O IFRN São Paulo do Potengi inicia as suas atividades letivas no ano de 2014 com os cursos Técnicos Integrados de Nível Médio em Meio Ambiente e Edificações e o curso Subsequente em Edificações, possibilitando a população da região do Potengi mais uma oferta de serviços educacionais e consequentemente também uma atividade que pode mudar a dinâmica territorial do município de São Paulo do Potengi e de sua área de influência. Os municípios de residência declarados pelos alunos do IFRN campus

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São Paulo do Potengi no ano de 2018 no ato da matrícula são Barcelona, Lagoa de Velhos, Santa Maria, Riachuelo, Ruy Barbosa, São Pedro, São Tomé, Senador Elói de Souza, Caiçara do Rio do Vento, Ielmo Marinho, Sítio Novo, Serra Caiada, Bom Jesus, Macaíba, Boa Saúde, Monte Alegre, Lagoa Salgada e até de Natal, Parnamirim, Currais Novos e São Fernando (que são casos isolados) (Figura 1). Portanto, são dados que revelam a importância dessa instituição de ensino na área de abrangência territorial que contempla.

Figura 1 – Residência dos alunos do IFRN - São Paulo do Potengi

Fonte: IFRN - 2018.

A instituição defende enquanto sua função social o comprometimento “com a formação humana integral, com o exercício da cidadania e com a produção e a socialização do conhecimento, visando, sobretudo, a transformação da realidade na perspectiva da igualdade e da justiça sociais” (Brasil, IFRN, p. 21). Nesse sentido, entendemos que a parceria com o projeto Nós Propomos nos ajuda a convergir para o cumprimento dos nossos objetivos educacionais e institucionais, principalmente no que se refere à contribuição as questões locais e regionais.

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Cavalcanti (2012, p. 188) entende que o desenvolvimento de projetos na escola, anuncia os seguintes objetivos: A construção de conhecimentos pelo aluno (formação de atitude indagadora, capacidade de identificar problemas, de construir conceitos e de processar informações); a prática da busca de conhecimento; a prática do trabalho coletivo (importante do ponto de vista afetivo e disciplinar, pois favorece a cooperação nos trabalhos, a divisão de tarefas e o respeito ao trabalho do outro; e, do ponto de vista intelectual, favorece a construção potencializadora do desenvolvimento); a tomada de decisões sobre aspectos da realidade pesquisada e a habilidade para apresentação de resultados de investigação.

Nessa perspectiva, a cooperação entre o IFRN São Paulo do Potengi e o projeto Nós Propomos surgido no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (IGOT/UL), em Portugal entre os anos de 2011 e 2012, ocorreu a partir do segundo semestre de 2017. O projeto que já realiza a sua 7ª edição nas escolas de Portugal, conta com diversas parcerias nacionais e internacionais com Universidades e escolas de diversos países como Brasil, Espanha, Colômbia e Peru. No IFRN campus São Paulo do Potengi, o projeto inicia suas atividades com o título “Nós propomos novos usos do território potiguar” e busca promover uma educação geográfica baseada na cidadania territorial, relacionando ensino de Geografia, pesquisa e extensão, além dos conhecimentos técnicos das áreas de Meio Ambiente e Edificações, a partir da identificação e proposição de intervenções aos problemas locais. Em 2017 integraram o projeto as turmas dos 1º anos do Ensino Médio Integrado dos Cursos de Meio Ambiente e Edificações (totalizando 4 turmas), sendo a continuidade do projeto realizada em 2018, por um grupo desses alunos que em 2018, cursam o 2º ano.

Sensibilização e pesquisa: os primeiros passos do Nós Propomos no IFRN Iniciamos as atividades reunindo um grupo de docentes do campus IFRN São Paulo do Potengi que se integraram a equipe. O projeto foi cadastrado no Edital de fluxo contínuo da extensão em 2017 e a equipe reuniu professores de Geografia, Artes, Informática e das áreas técnicas de Edificações e Meio Ambiente que construíram conjuntamente metas e atividades a serem desenvolvidas para a primeira fase do Nós Propomos novos usos do território potiguar. Entendemos que um projeto dessa natureza precisa ser realizado de forma interdisciplinar, considerando que “a necessidade de diálogo, de aprendizado mútuo e de superação das fronteiras

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artificiais fica ainda mais evidente quando se trata de pensar além da problemática, buscando refletir também sobre as soluções – ou, como já brincou alguém, sobre a “solucionática” (Souza, 2006, p. 100).

A primeira atividade foi a sensibilização dos alunos para participarem do projeto que foi integrado enquanto metodologia da disciplina de Geografia, embora contando com a contribuição dos conhecimentos das demais áreas. O ensino de geografia deve consistir num processo de ensino-aprendizagem que permita a formação cidadã dessa sociedade que usa os territórios, para que o mesmo possa ser usado de forma mais justa e igualitária. De acordo com Cavalcanti (2012, p. 110) “o ensino de geografia tem razão de ser na escolarização formal de jovens como contribuição para suas práticas socioespaciais, cotidianas e não cotidianas”. De tal modo, entendemos que no ensino de geografia, os conhecimentos geográficos precisam ser significativos para a vida dos discentes, contribuindo com a análise crítica da realidade espacial e dos usos do território da escala global a local. Para Cavalcanti (2012, p. 116), “os conteúdos geográficos trabalhados em sala de aula devem ter significado para os alunos, devem servir para sua compreensão do mundo e de seu lugar no mundo”.

Após os alunos se integrarem ao projeto, foi lançado o concurso do logotipo e a partir de uma votação da comunidade interna e externa ao IFRN foi escolhido um logotipo que representa os sujeitos sociais enquanto agentes dos usos e das questões territoriais envolvidas num recorte espacial que parte do estado à região do Potengi (Figura 2).

Figura 2 – Logotipo do projeto Nós Propomos do IFRN - São Paulo do Potengi

Autoria: Ianderson Gomes, 2017.

Ainda tivemos como produtos dos trabalhos de campo e da elaboração das propostas, outros concursos internos, como de fotografia, vídeo e texto, cujo material foi exposto

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no Seminário para apresentação dos projetos e também no dia do Meio Ambiente, 5 de junho de 2018, em que realizamos uma ação no bairro Juremal em São Paulo do Potengi e na oportunidade foram exibidas as fotografias e vídeos produzidos pelos alunos. Uma parte do material produzido também foi enviada para os concursos do I Congresso Iberoamericano Nós Propomos! Geografia, Educação e Cidadania, alguns estando entre os primeiros lugares (Figura 3).

Figura 3 – Fotografias das pesquisas de campo realizadas projeto

Fonte: Nós Propomos, 2017-2018.

O projeto Nós Propomos desenvolvido no IFRN São Paulo do Potengi, conta com uma plataforma digital, no seguinte endereço: http://www2.ifrn.edu.br/nospropomosifrnssp/, que é um espaço destinado a apresentar o projeto e suas ações, como também representa um canal de comunicação com os alunos e interessados para envio, armazenamento de arquivos e disponibilização dos materiais textuais, imagens e vídeos que vão sendo produzidos no percurso do seu desenvolvimento.

Reunidos em grupos, os alunos levantaram problemas territoriais locais das comunidades nas quais residem. Foram realizadas pesquisa de campo e aplicado um inquérito que tinha o objetivo de conhecer melhor o território local em que vivem os participantes do projeto, as suas opiniões sobre os seus problemas e o papel de cada um, na respectiva resolução. Identificados os problemas territoriais, os alunos realizaram pesquisa teórica e em campo (Figura 3) sobre a problemática em questão,

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participaram de minicurso sobre a “Elaboração de projetos de pesquisa geográfica e Estudo do Meio”, e passaram a elaborar com a orientação dos professores, suas propostas de intervenção. As propostas de intervenção no território local, contemplaram a princípio 11 municípios (São Paulo do Potengi, São Pedro, Barcelona, Riachuelo, São Tomé, Lagoa de Velhos, Boa Saúde, Macaíba, Ruy Barbosa, Senador Elói de Souza e Bom Jesus), no entanto após essa primeira fase em que todo os grupos realizaram a atividade da disciplina, apenas 4 municípios permaneceram entre as propostas a serem elaboradas e discutidas com a comunidade na perspectiva de implementação (Figura 4).

Figura 4 – Mapa dos municípios contemplados nas fases 1 e 2 do projeto Nós Propomos no IFRN São Paulo do Potengi

Fonte: Paulino; Tavares; Silva, 2018.

Recorremos ao estudo meio, porque como destaca Cavalcanti (2012, p. 190), pode estar relacionado a um tipo de atividade escolar de pesquisa mais ampla ou a “um procedimento específico para tratamento de conteúdos de geografia”, que visa inicialmente sensibilizar as percepções dos alunos no processo de conhecimento para que se proceda à elaboração conceitual. A adoção de métodos de ensino interdisciplinar como o estudo do meio proporciona aos alunos e professores “contato direto com uma determinada realidade, um meio qualquer, rural ou urbano, que se

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dedica estudar” (Lopes & Pontuschka, 2009, p. 174), de modo “a melhorar a formação do aluno, construindo um currículo mais próximo dos seus interesses e da realidade vivida” (Lopes & Pontuschka, 2009, p. 179), sendo a escolha dos temas e lugares de pesquisa definidos pelos sujeitos do processo de ensino-aprendizagem considerando o contexto territorial no qual a instituição está inserida.

Para os projetos que se julgou necessário, foi realizada uma cartografia, de modo a representar a situação pesquisada e/ou proposta. A cartografia contou com a colaboração do professor e dos alunos que no semestre 2017.2 cursavam a disciplina Cartografia Ambiental. Os projetos foram elaborados seguindo as normas para trabalhos científicos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), de modo que além de ser um projeto que prima pela formação cidadã e por uma educação geográfica significativa, ainda contribui com a formação acadêmica dos alunos. Os temas envolveram diversas temáticas territoriais, muitas delas abordando e mantendo relação direta com a formação técnica das áreas que estão cursando. Foram elaborados projetos cujos problemas estão arrolados por questões ambientais como usos e poluição de recursos hídricos, saneamento básico, principalmente quanto a despejos de resíduos sólidos e esgotamento sanitário; e também quanto a edificações que precisam de recuperação/construção – foram identificados muitos espaços públicos apresentando problemas de infraestrutura que associados a questões sociais, tem seu uso comprometido, como recuperação de bibliotecas, quadras de esportes, academia de idosos, praças, acessibilidade, segurança e sinalização de vias e escolas e até iluminação pública.

Tanto durante a pesquisa quanto após a elaboração dos projetos, os alunos conversaram com a comunidade e gestão pública municipal para levantar os problemas, buscar informações e dados. E no Seminário realizado no IFRN São Paulo do Potengi em abril de 2018, convidamos os gestores públicos dos 11 municípios para apresentar as propostas de intervenções e sensibilizá-los para implementá-las (Figura 5). Assim, o projeto vem sendo discutido e apresentado em eventos e atividades internas e externas ao IFRN, como congressos e também eventos regionais tais como, I Encontro Estadual de Formação de Lideranças da Agricultura Familiar Potiguar (LIDERAF) e Capriferia, realizado em 2017 em São Paulo do Potengi e Jornada Pedagógica do município de São Pedro em 2018.

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Figura 5 – Seminário Nós Propomos IFRN São Paulo do Potengi abril de 2018

Fonte: Nós Propomos, 2018.

Nós Propomos no território do Potengi: do planejamento à ação

Após a culminância da primeira fase do projeto que ocorreu com o Seminário, tivemos a renovação do projeto para que as propostas de intervenção sejam não apenas apresentadas, mas discutidas com a comunidade e gestores públicos, de modo a poderem ser implementadas nos municípios.

A metodologia da segunda fase consistiu na continuidade de pesquisa sobre as intervenções, mas também na realização de reuniões e oficinas com a comunidade e com os gestores responsáveis pelos referentes setores dos problemas para expormos as propostas e como foram realizados os estudos e a pesquisa sobre o problema. As equipes que permaneceram enquanto alunos vinculados ao projeto de extensão e também de projetos de pesquisa vinculados ao Nós Propomos, ainda estão realizando reuniões, para discutir as ações que precisam ser implementadas para concretização das propostas apresentadas e outros já estão realizando e acompanhando as

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propostas, entendendo que a mudança social deve “contemplar não apenas as relações sociais mas, igualmente, a espacialidade” (Souza, 2006, p 61).

O projeto que tratou da questão da iluminação pública entre o IFRN e o centro do município de São Paulo do Potengi, realizou entrevistas e reuniões com os secretários municipais e já foi efetuada a iluminação da rua no final do ano de 2017 (Figura 6). Os alunos do turno da tarde e os que iriam ingressar no turno noturno em 2018 demonstraram na aplicação dos questionários uma grande preocupação com a segurança devido a ausência de iluminação nessa área da cidade.

Figura 6 – Reunião com os secretários do município de São Paulo do Potengi/RN e rua que teve a implantação do sistema de iluminação pública.

Fonte: Nós Propomos IFRN SPP, 2017.

Como destacado anteriormente, a maioria das propostas de intervenção estão sendo desenvolvidas a partir das contribuições da formação profissional das duas áreas técnicas dos discentes. De tal modo, em São Paulo do Potengi, ainda são desenvolvidos dois projetos: o Aquaeri, que consiste num projeto de pesquisa que vem desenvolvendo um aplicativo móvel para ser utilizado enquanto ferramenta didático- pedagógica de educação ambiental. O público será alunos das escolas que cursam o Ensino Fundamental II, com o objetivo de estimulá-los a fazerem um consumo consciente e sustentável de recursos hídricos, tão escassos nas diversas escalas geográficas, inclusive no município de São Paulo do Potengi/RN. A plataforma digital

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desse projeto já se encontra disponível em:

https://esquadraoaquaeri.wixsite.com/aquaeri e tem procurado aprofundar essas

questões, elaborando e disponibilizando um material audiovisual (vídeos, quiz) centrado na temática do uso racional dos recursos hídricos da região e nas residências. E também um projeto de reuso de águas cinzas, que conta com a instalação de uma estação experimental implantada numa residência da comunidade Monsenhor Expedito. De acordo com Dantas (2018, s.p.), orientador da proposta, essa ação “traz benefícios para os moradores à medida que evita o despejo, como estava ocorrendo em seus quintais, de material inadequado diretamente no solo, possibilitando que a água utilizada passe por um tratamento antes de ser descartada". O projeto “Implantação das lixeiras e projeto de educação ambiental para descarte do lixo no município de São Pedro/RN” foi discutido durante o encontro da Jornada Pedagógica que reuniu os professores e gestores da educação do município e estamos tentando articular a realização de um projeto de educação ambiental trabalhando com artes nas escolas municipais e a realização de oficinas para produção de lixeiras a serem instaladas no centro da cidade. Ainda em São Pedro temos outra proposta de intervenção que busca aproveitar um espaço público do território municipal para a construção de uma praça com equipamentos de academia e parque visando atender idosos e crianças. O estudo previu a acessibilidade, vagas de estacionamento, a inclusão de bancos, jardineiras e o emprego de areia em parte da praça para reduzir os custos de manutenção.

No município de Riachuelo estão sendo desenvolvidos dois projetos: o projeto do transporte escolar entre o município de Riachuelo e o campus do IFRN São Paulo do Potengi, o qual tem contado com o apoio de alguns vereados do município, da gestão do IFRN e de sua assistência social para juntos tentarmos com a gestão do município de Riachuelo buscar uma alternativa que viabilize esse transporte para os alunos de baixa renda, que vem encontrado dificuldades de permanência na instituição. Mas apesar de já ter ocorrido uma reunião sobre a proposta diretamente com a prefeitura, ainda não foi possível solucionar a questão; A outra proposta para o município de Riachuelo se refere ao problema identificado quanto as condições de acessibilidade presentes na calçada da Escola Estadual Manoel Severiano, situado à Rua Luiz Gonzaga Cavalcanti, município de Riachuelo-RN, sendo proposto o nivelamento da calçada, a readequação da rampa existente no portão de acesso para pedestres, a inclusão de uma rampa entre a sarjeta e calçada, a utilização de piso tátil de alerta e

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direcional e também o uso de lixeiras que estão sendo confeccionadas a partir de pneus usados.

Em Lagoa de Velhos, o projeto “Despoluição e revitalização da lagoa de Lagoa de Velhos”, já discutiu a proposta com a gestão municipal, sendo exposto o projeto e apontado os problemas identificados na lagoa e as ações previstas já iniciaram. O material para as oficinas de produção das lixeiras vem sendo recolhido e palestras integrando a proposta de educação ambiental foram realizadas para crianças com o objetivo de sensibilizar a comunidade em relação à resíduos sólidos e permanência de animais na lagoa (Figura 7).

Figura 7 – Palestras e oficinas realizadas em São Pedro

Fonte: Nós Propomos IFRN SPP, 2018

Conclusão

Para Santos (1998, p. 116) “é impossível imaginar uma cidadania concreta que prescinda do componente territorial”, portanto, a Geografia pode contribuir nesse processo formativo dos nossos jovens. Entretanto, o projeto educativo assumido precisa permitir aos alunos o desenvolvimento de capacidades e habilidades que os possibilitem participar ativamente no planejamento e gestão do lugar onde vivem.

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Reportando-se especificamente às cidades, Cavalcanti (2012) assevera o papel da escola nessa formação cidadã e como a Geografia enquanto a ciência do espaço geográfico tem possibilidades de ter seu ensino orientado para um trabalho de educação geográfica para a cidadania. Mas, para tanto, esclarece que se faz necessário que se organize projetos que identifiquem e discutam expectativas e representações que os alunos tenham em relação à cidade, exercitando práticas cidadãs de organização coletiva com pautas definidas e propiciando canais de

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