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Ensino Secundário

No documento Oficinas de Escrita VILAS -BOAS (páginas 63-70)

3.4. Outras oficinas

3.4.2. Ensino Secundário

Décimo primeiro ano

54

Escola Secundária de Ermesinde Docente: Dr. Joaquim Oliveira

Esta oficina padeceu do mesmo mal de todas as realizadas com alunos do Ensino Secundário: a falta de tempo. De facto, os formandos que leccionavam este nível não puderam disponibilizar mais do que três tempos lectivos em mé- dia.

Pretendeu-se proporcionar aos alunos a possibilidade de se debruçarem sobre respostas que tinham redigido nos testes, de modo a reescrevê-las, depois de um trabalho prévio de detecção de erros de estruturação.

Descreve-se seguidamente o desenrolar da oficina:

1. O professor seleccionou um conjunto de testes onde se encontra-

vam respostas com vários tipos de erros.

2.Foi explicado aos alunos o objectivo do trabalho a realizar. Consta-

tou-se que para todos esta prática era novidade: a correcção era por eles en- tendida principalmente ao nível dos conteúdos literários, e não das estruturas linguísticas.

3. Os alunos foram agrupados em pares.

4.As respostas seleccionadas para serem reparadas foram distribuídas

aleatoriamente.

5.Os alunos leram as respostas.

6. Copiaram-nas para uma folha em branco.

(54) A oficina de Décimo ano apresenta-se adiante com outras que se debruçaram sobre o mesmo tipo de tex- to: o resumo.

7. Seguidamente seleccionaram as partes das respostas que entendi- am estar mal estruturadas. De referir que a escolha foi feita, por regra, acertada- mente, sem a participação dos professores.

8.Os alunos discutiram depois entre si as alternativas de revisão. Raras ve- zes chamaram os professores.

9.Reescreveram em seguida as frases mal estruturadas ou articularam

frases e parágrafos.

10.Reescrita das respostas na totalidade.

11.Distribuição de uma folha com articuladores discursivos e explicação

da sua função.

12.Aplicação de alguns articuladores e nova reescrita.

São os alunos, aos pares, que dialogam sobre os erros de construção frásica ou

outros, e que propõem soluções55. Eles apresentam alguma competência nesta

área. Foram, por si sós, capazes de resolver problemas de textualização. De onde se conclui que muitos erros se devem não ao desconhecimento do funcionamento da língua, mas ao pouco tempo que o teste lhes deixa para rever e aperfeiçoar o tex- to. Foi pena que o docente não tivesse podido disponibilizar mais aulas para con- tinuar a oficina: teria sido interessante que os textos reparados tivessem sido apre- sentados a todos e comparadas as versões iniciais com as finais.

(55) Ver no apêndice 11, pp. 98 e 108, uma resposta do teste e o mesmo texto depois de reparado por um par de alunos.

Escola Secundária Filipa de Vilhena – Porto Décimo segundo ano

Docentes: Dr.a Maria Lúcia Faria, Dr.aMaria José Taborda,

Dr.aMargarida Maria Magalhães, Dr.aGlória Adelaide Castro

Escola Secundária de Ermesinde Décimo ano

Docente: Dr. João Barbosa

Escola Secundária de Gondomar

Ensino recorrente nocturno – Secundário

Docente: Dr.aMaria Luísa Meireles

Oficinas de escrita: o resumo

I

O resumo foi um tipo de texto trabalhado com alunos do Ensino Secundá- rio. Foram oficinas muito curtas, três tempos lectivos em média, pois não se pode disponibilizar mais tempo devido aos muitos conteúdos a leccionar.

Na sequência de uma sessão de formação que realizou na Escola Secundá- ria Filipa de Vilhena, em 14 de Novembro de 2001, o autor deste trabalho foi contac- tado por um grupo de professoras de Décimo segundo ano interessado em levar a cabo uma oficina de escrita na qual se trabalhasse o resumo, numa perspecti- va de trabalho idêntica à apresentada pelos novos programas.

A preparação implicou várias reuniões. Nelas estiveram presentes professo- res que, mais tarde, abandonaram o projecto porque acharam que não podiam disponibilizar tempo, três, quatro aulas, para a oficina. A planificação foi realizada

habitual de individualismo didáctico, consistiu no seguinte, no decorrer de várias reuniões:

1.Selecção de textos para resumir e de outros materiais relevantes, co-

mo fichas de articuladores do discurso.

2. Elaboração individual de dois resumos.

3. Leitura.

4. Debate sobre aspectos vários em que havia discordância.

5.Apresentação, em comum, dos momentos em que os professores ti-

veram mais dificuldades.

6. Propostas variadas de soluções relativas à textualização dos resu-

mos.

7. Reescrita individual dos resumos.

8.Leitura.

9. Debate sobre as capacidades dos alunos e principais dificuldades.

10.Debate sobre a metodologia a seguir durante as aulas: promover o

hábito de planificar o resumo; acompanhamento no acto de escrever: interac- ção entre professor e aluno oralmente e através de indicações escritas de re- escrita claras e objectivas; interacção aluno/aluno (no trabalho em pares).

11.Promover nos alunos o hábito de comparar os textos a reparar com

as versões reescritas.

12.Possibilitar o intercâmbio dos resumos não só quando se dá o traba-

lho por terminado, mas também durante o mesmo.

13.Possibilitar o acompanhamento de alunos com muitas dificuldades

14.Promover a leitura dos resumos.

15. Calendarização das oficinas de modo a possibilitar a presença do

formador.

16.Necessidade de se avaliar o trabalho realizado no decorrer das ofi-

cinas e no final.

17.Possibilidade de se fazer uma exposição com os textos intermédios e

II

Na oficina de Décimo ano, que decorreu durante quatro tempos lectivos, o professor acompanhou os alunos numa perspectiva de interacção contínua, pro- movendo práticas como: apresentar problemas de textualização gerais à turma; colocar em comum soluções de continuação de texto interessantes encontradas pelos alunos; reflectir em conjunto sobre as dificuldades de escrita ao nível da es- truturação discursiva e sobre a utilidade dos articuladores neste domínio; promover o trabalho por pares, de modo a possibilitar o intercâmbio de textos e a hetero- correcção; promover a leitura dos resumos quando terminados. A oficina foi tam- bém planificada dentro dos parâmetros vistos para a anterior. O formando deu especial ênfase à estruturação dos resumos de um modo coeso. Para atingir este objectivo, elaborou uma ficha com articuladores do discurso, idêntica à que se se-

gue56, que foi distribuída aos alunos e que os ajudou no processo de reescrita.

(56) Fornecida aos alunos pela Dr.ª Maria Luísa Meireles no âmbito da pequena oficina que realizou com alunos do Ensino Recorrente nocturno na Escola Secundária de Gondomar e na qual se trabalhou o resumo.

O Modelo Processual: Oficinas de Escrita  Articuladores do discurso Ideia a exprimir  Articuladores que não introduzem orações subordinadas Ideia a exprimir  Articuladores que introduzem orações subordinadas

Explicitar isto é, ou antes, nes-

te caso, por vezes, etc.

 Tempo quando, depois que,

antes que, em se- guida...

Provar com efeito, sem dú-

vida, na

verdade, deste mo- do, etc.

Causalidade porque, visto que,

dado que...

Exemplificar por exemplo,

assim, a salientar...

Fim para que, a fim de

que, para...

Reforçar ideias além disso, por esta

razão...

Condição se, a não ser que,

desde que, supondo que...

Restringir ideias mas, no entanto, to-

davia,

sobretudo…

Consequência portanto, de

modo que, de forma que...

Concluir finalmente, em con-

clusão,

consequentemente

Concessão embora, ainda que,

por mais que...

Comparação como, assim

como, segundo, tal como...

N.B.: Além da adequação, sequencialização, pertinência, coesão e correcção, um re- sumo deve apresentar as ideias logicamente articuladas, de modo a evitar contradições, re-

petições inúteis e saltos bruscos de conteúdo. Esta ligação é feita pelos articuladores do discur-

O formando elaborou ainda outra ficha de trabalho que auxilia os alunos a dis- tinguir as ideias principais das acessórias, a ser utilizada durante a planificação do re- sumo, e ainda uma terceira relativa à autocorrecção57.

No documento Oficinas de Escrita VILAS -BOAS (páginas 63-70)

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