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ENTIDADES E FATORES EXTERNOS

No documento O controlo de gestão nas multinacionais (páginas 79-84)

4. CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO

4.7. ENTIDADES E FATORES EXTERNOS

4.7.1.

DIREÇÃO GERAL DA ENERGIA E GEOLOGIA (DGEG)

Na Industria extrativa, a DGEG tem como objetivos: Promover e participar na elaboração do enquadramento legislativo e regulamentar, relativo ao desenvolvimento das políticas e medidas para a prospeção, aproveitamento, proteção e valorização dos recursos geológicos e o respetivo contexto empresarial e contratual; apoiar a participação do MEI no domínio comunitário e internacional, na área da energia e dos recursos geológicos, bem como promover a transposição de diretivas comunitárias e acompanhar a implementação das mesmas; proceder a ações de fiscalização nos domínios da energia e recursos geológicos, nos termos da legislação aplicável aos respetivos sectores (www.dgeg.pt/). De um modo geral, a Indústria Extrativa não é vista com grande simpatia por parte de muitos portugueses, pois a sua maioria entende que a sua atividade traz incómodos às populações existentes nas proximidades e provoca impactos negativos no ambiente onde se inserem (www.dgeg.pt/). Porém, a atividade mineira carateriza-se pela produção de matérias-primas não renováveis essenciais para garantir o desenvolvimento económico e a qualidade de vida das populações, e com grande importância estratégica para a economia de qualquer país (www.dgeg.pt/). Os Recursos Geológicos existem onde a natureza os colocou e não onde se gostaria que estivessem, pelo que o seu aproveitamento não pode estar condicionado de forma “cega” às restrições pretensamente imutáveis dos instrumentos de ordenamento do território (www.dgeg.pt/). A sua exploração induz um desenvolvimento regional com claras mais- valias nos pilares económico e social das regiões e do país onde se insere. As Minas da Panasqueira são um exemplo desta situação.

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Para um melhor entendimento do enquadramento legislativo deste sector, importa esclarecer que existem recursos geológicos do domínio do Estado, muitos dos quais têm um carácter estratégico à escala global, tais como o são o petróleo e os minérios metálicos (www.dgeg.pt/). A exploração de recursos geológicos do domínio público obriga à celebração de contrato de concessão com o Estado (DL nº 88/90 de 16 de Março) e visa o seu racional aproveitamento técnico/económico e a sua valorização de acordo com o conhecimento técnico/científico e os interesses da economia nacional (www.dgeg.pt/). A Sojitz Beralt Tin and Wolfram (Portugal), S.A. está abrangida por este decreto de lei, o qual foi complementado pelo DL nº 54 de 2015. De acordo com o artigo 27º do DL nº 88/90, os trabalhos de exploração de depósitos minerais devem ser conduzidos de acordo com um Plano de Mina previamente aprovado pela DGEG, o qual deverá integrar 4 componentes: Plano de Lavra; Plano de Segurança e Saúde; Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística; Plano de Gestão de Resíduos (www.dgeg.pt/). Devem ainda ser submetidos, a estes, nos prazos estipulados o relatório de exploração, o programa de trabalhos e o boletim estatístico (www.dgeg.pt/).

4.7.2. AGÊNCIA PORTUGUESA DO AMBIENTE (APA)

A APA tem como missão propor, desenvolver e acompanhar a gestão integrada e participada das políticas de ambiente e de desenvolvimento sustentável, de forma articulada com outras políticas sectoriais e em colaboração com entidades públicas e privadas que concorram para o mesmo fim, tendo em vista um elevado nível de proteção e de valorização do ambiente e a prestação de serviços de elevada qualidade aos cidadãos (www.apambiente.pt/). Genericamente, pretende contribuir para o desenvolvimento sustentável de Portugal, assente em elevados padrões de proteção e valorização dos sistemas ambientais e de abordagens integradas das políticas públicas (www.apambiente.pt/). Dentro das atribuições da APA (www.apambiente.pt/), destacam-se somente aquelas que se aplicam ao exercício das suas funções na Sojitz Beralt Tin and Wolfram (Portugal), S. A. e que são: Propor, desenvolver e acompanhar a execução das políticas de ambiente, nomeadamente no âmbito do combate às alterações climáticas, da gestão de recursos hídricos, dos resíduos, da proteção da camada do ozono e qualidade do ar, da recuperação e valorização dos solos e outros locais contaminados, da prevenção e controlo integrados da poluição, da prevenção e controlo do ruído, da prevenção de riscos industriais graves, da segurança ambiental e das populações, da rotulagem ecológica, das compras ecológicas, dos sistemas voluntários de gestão ambiental, bem como da avaliação de impacte ambiental e avaliação ambiental de planos e programas; Exercer as funções de Autoridade Nacional da Água, nos termos e para efeitos do disposto na Lei da Água, nomeadamente propondo, desenvolvendo e acompanhando a execução da política dos recursos hídricos, com vista à sua proteção e valorização, através do planeamento e ordenamento dos recursos hídricos e dos usos das

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águas, da gestão das regiões hidrográficas, da emissão dos títulos de utilização dos recursos hídricos não marinhos e fiscalização do cumprimento da sua aplicação, da análise das características de cada região hidrográfica e das incidências das atividades humanas sobre o estado das águas, da análise económica das utilizações das águas, da aplicação do regime económico e financeiro nas regiões hidrográficas, da gestão das redes de monitorização, do desenvolvimento de uma estratégia de proteção e gestão integrada do litoral, bem como da garantia da consecução dos objetivos da Lei da Água; Exercer as funções de Autoridade Nacional de Resíduos, nomeadamente assegurando e acompanhando a execução da estratégia nacional para os resíduos, mediante o exercício de competências próprias de licenciamento, da emissão de normas técnicas aplicáveis às operações de gestão de resíduos, do desempenho de tarefas de acompanhamento das atividades de gestão de resíduos, bem como de uniformização dos procedimentos de licenciamento; Exercer as funções de Autoridade Nacional para a Prevenção e Controlo Integrados da Poluição, de Autoridade Nacional de Avaliação de Impacte Ambiental e de Autoridade de Avaliação Ambiental Estratégica de Planos e Programas, bem como exercer as funções de autoridade competente para o registo europeu de emissões e transferências de poluentes (PRTR); Exercer as funções de autoridade competente para o regime de responsabilidade ambiental; Desenvolver e manter um sistema nacional de informação do ambiente, de forma a garantir a estruturação, a divulgação e a utilização de dados de referência para apoio ao desenvolvimento e avaliação de políticas ambientais e de desenvolvimento sustentável, bem como promover a análise integrada e a produção de relatórios demonstrativos do estado e das pressões a que o ambiente está sujeito; Exercer as competências próprias de licenciamento, qualificação, produção de normas técnicas e uniformização de procedimentos em matérias ambientais específicas.

4.7.3. SINDICATO DOS TRABALHADORES DA INDUSTRIA MINEIRA (STIM)

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira é uma associação sindical constituída pelos trabalhadores filiados que exercem a sua atividade nas indústrias extrativas de minérios metálicos e energéticos, em todo o território nacional. O STIM tem as seguintes competências: a) Celebrar convenções coletivas de trabalho; b) Dar parecer sobre assuntos da sua especialidade, quando solicitado para o efeito por outras organizações sindicais ou por organismos oficiais; c) Participar na elaboração da legislação do trabalho; d) Fiscalizar e reclamar a aplicação das leis, instrumentos de regulamentação coletiva e regulamentos de trabalho na defesa dos interesses dos trabalhadores; e) Intervir nos processos disciplinares instaurados aos filiados pelas entidades patronais e em todos os casos de despedimento; f) Prestar assistência sindical, jurídica ou outra aos filiados nos conflitos resultantes de relações ou acidentes de trabalho bem como de doenças profissionais; g) Gerir e participar na gestão, em colaboração com outras associações sindicais, das instituições de segurança social e outras organizações que visem satisfazer

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os interesses dos trabalhadores; h) Participar nas iniciativas e apoiar as ações desenvolvidas pelas estruturas sindicais superiores em que está filiado, bem como levar à prática as deliberações dos órgãos dessas estruturas tomadas democraticamente e de acordo com os respetivos estatutos; i) Cooperar com as comissões de trabalhadores e com os representantes eleitos para a segurança, higiene e saúde no trabalho no exercício das suas atribuições, com respeito pelo princípio da independência de cada organização; j) Promover atividades que visem a paz e a satisfação dos interesses sociais, culturais ou recreativos dos trabalhadores, podendo para esse efeito participar ou filiar-se em associações que promovam tais objetivos (www.fiequimetal.pt).

O STIM representa uma condicionante para a Sojitz Beralt Tin and Wolfram (Portugal), S.A. por diversas razões. A primeira está relacionada com a negociação do caderno reivindicativo anual, que é morosa e difícil (recorrendo-se diversas vezes à greve), culminando sempre, nos últimos dez anos, a acréscimos salariais sempre superiores á inflação. A segunda diz respeito às alterações, sejam elas quais forem, que se pretenda efetuar no horário de trabalho (por exemplo, horário concentrado, banco de horas) que têm sempre oposição acérrima do STIM. A terceira tem a ver com o fato do STIM ser bastante interventivo em questões de higiene e segurança no trabalho, recorrendo quase sempre ao ACT para tentar implementar as suas reivindicações. Em suma, cria imensas dificuldades a nível laboral.

4.7.4. PREÇO DO VOLFRÂMIO E RISCO

A Sojitz Corporation desenvolve vários negócios, com a inerente dispersão geográfica, que associada á natureza das suas atividades, a leva à exposição de riscos diversos. Neste âmbito, o Grupo Sojitz define e categoriza os riscos e faz a sua gestão de acordo com a natureza de cada risco (www.sojitz.com/en/).

Estes riscos são divididos em riscos quantificáveis (por exemplo, de mercado, de investimento) e riscos não quantificáveis (por exemplo, legais, ambientais), existindo diretores executivos para planear e gerir cada tipo de risco associado a cada subsidiária (www.sojitz.com/en/).

Como fator de risco e /ou incerteza estratégica, nesta subsidiária, temos o preço do volfrâmio e o risco cambial. O preço dos minérios oscila com as necessidades dos mercados, uma vez que estes têm de ser economicamente autossustentáveis, ou seja, quando a procura aumenta o preço sobe, de acordo com a economia global. O preço é formado em função das informações dadas pelos compradores e vendedores de APT (APT - Ammonium paratungstate – forma como é comercializado internacionalmente a maioria do tungstênio) à Metal Bulletin (www.metalbulletin.com/) não sendo esta uma cotação oficial, ou seja, não é considerada uma cotação bolsista, pelo que o APT não é

65 transacionável em bolsa de mercadorias. Deste modo, a Sojitz Beralt Tin and Wolfram (Portugal), S.A. está sujeita ao risco das mercadorias (risco quantificável), o qual está relacionado com a probabilidade de perdas financeiras resultantes da flutuação dos preços das mercadorias, neste caso o volfrâmio, mas também ao risco cambial (risco quantificável), que se relaciona com a probabilidade de perdas financeiras resultantes da flutuação das taxas de câmbio nas suas transações. Em suma, a subsidiária está envolta pelo risco de posição estratégica (incerteza estratégica), como resultado das flutuações do preço e das taxas de câmbio, com reflexo nos seus cash-flows e, por inerência, nos seus resultados e com efeito na definição da estratégia para a mesma pelo grupo.

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5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS

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