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Entre dados e pequenos entrevistados: discussões relevantes

4 CONVERSANDO E DESENHANDO O CONSUMO

4.1 Entre dados e pequenos entrevistados: discussões relevantes

De acordo com o método apresentado e devidamente explicado anteriormente, com suas adaptações, as crianças passaram por diversos momentos ao longo do focus group, tendo a oportunidade de debater a respeito de assuntos pontuais, como consumo, tecnologia e o ato de brincar, passando por momentos de audições, imaginação e desenho.

Assim, logo ao chegarem a sala foram recepcionados pela pesquisadora e iniciaram uma conversa informal, sendo destacada a importância do momento, das respostas e do assunto, sempre procurando deixa-lós à vontade. Ao se fazerem todos presentes, deu-se inicio a aplicação do método, que conforme ressaltado anteriormente, solicitou-se que os participantes escolhessem aproximadamente oito a dez fotos que estavam à disposição em quatro mesas agrupadas em um canto da sala. Conforme observa-se nas figuras 4 e 5, algumas das imagens a disposição das crianças.

Figuras 4 e 5: Exemplos de imagens a disposição das crianças

Fonte: Arquivos da autora (2017)

Quando questionados a respeito da ligação entre imagens selecionadas com os assuntos previamente introduzidos, apenas um participante apontou que na maioria, havia associação direta, mas percebeu que algumas imagens estavam presentes de forma aleatória, possibilitando a geração de outros debates. Mesmo entre os mais novos, obteve-se respostas positivas, apontando para a presença da tecnologia e do consumo.

Ao ser abordado o fator idade, em relação ao primeiro contato com a internet e o primeiro acesso sem supervisão, alguns participantes ficaram em dúvida e relataram que o primeiro contato ocorreu muito cedo, especialmente através dos smartphones de pais ou de pessoas adultas próximas. Um participante afirmou ter tido o contato com dois anos. Em relação à utilização dos aparelhos sozinhos, apenas para dois participantes ocorreu após os 11 anos, para os demais, entre seis e nove anos.

Em pesquisa realizada recentemente pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), denominado TIC Kids On-line Brasil 2015, com dados coletados com 23.380.494 usuários de internet com idades entre 9 e 17 anos, mostra que 11% dos participantes tiverem o primeiro acesso até os seis anos de idade, sendo que, se comparado aos participantes do focus group, em que a maioria das respostas foi entre seis e nove anos, tem-se 36% dos respondentes nesta faixa. Um dado semelhante entre os participantes foi sobre o que faziam e fazem na internet. É unanime, todos assistem vídeos, especialmente através do Youtube, onde encontram vídeos contendo informações a respeito de tudo o que for preciso. Entre os vídeos mais assistidos, apontam para tutoriais de instalação ou para avançar nas fases dos games. Também assistem a vídeos aleatórios, que ao se identificarem, assinam o canal para receberem atualizações e não perderem nenhum vídeo novo. Em entrevista a BBC Online (2015), Bec Oakley, fundora do MineMun (blog feito para pais entenderem do que se trata um dos jogos mais acessados pelas crianças, o Minecraft) afirma que o Youtube é visto como a televisão da nova geração, onde as crianças se entretêm, aprendem e compartilham. Ainda aponta que é uma plataforma com muito conteúdo disponível, sendo grande parte dele atraente, educacional e útil para as crianças. Como nota-se no quadro de apresentação dos participantes, a seguir, Youtube é realmente apontado por todas as crianças.

Quadro 10: Apresentação do perfil dos participantes

Participante Idade Série

Primeiro contato com

a internet

Idade que começou a navegar sozinho

na internet

O que faziam quando começaram a mexer sozinhos?

A 9 4º 5 7 Games de futebole Youtube

B 9 4º 4 6 Youtube

C 10 5º Não lembra Não lembra Tutoriais para jogos no Youtube

D 11 6º 2 9 Youtube, GTA

E 11 6º 3 ou 4 9 Youtube

F 11 6º 7 8 Tutoriais de jogos no Youtube

G 11 6º 6 8 Youtube

H 12 7º 8 11 Youtube

I 12 7º 8 10 Tutoriais e vídeos aleatórios no

Youtube

J 12 7º 9 11 Youtube

Fonte: Elaborado pela autora a partir dos resultados da pesquisa (2017)

Ao escrever sobre o Youtube, Solomon (2016, p. 25) afirma que com a ferramenta, as pessoas passaram a contribuir na rede, apontando um dado importante: “Os usuários carregam 72 horas de vídeos por minuto no Youtube. No Youtube, somente em 30 dias são transmitidos mais vídeos do que foi transmitido pelas emissoras CBS, NBC e ABC juntas nos últimos 60 anos”.

Com a facilidade que encontram em transportar para qualquer lugar seus smartphones, apontam que para qualquer assunto, em qualquer momento, sabem onde sanar suas dúvidas. Um dado que chama a atenção, é que nem todos participantes possuem perfil na maior rede social, ou seja, no Facebook. Outro dado importante, é que os dois participantes mais novos, além de não possuírem perfil em nenhuma rede social, também não possuem smartphone, apesar de possuírem tablets, computador e/ou notebook.

Ainda em relação às redes sociais, nota-se que com exceção dos dois participantes mais novos, os demais possuem conta em pelo menos duas redes sociais, sendo unanime o

Whatsapp, aplicativo que possibilita a troca de mensagens instantâneas a partir do número de

telefone dos usuários. Dois participantes possuem apenas uma rede além do Whatsapp, um deles é o Facebook e o outro, o Twitter.

Em comparação a pesquisa supracitada e utilizada ao longo de toda análise dos dados, o Facebook é a rede mais citada, sendo utilizada por 79% dos participantes, seguida pelo

Whatsapp com 71% e Instagram, com 37%. O Snapchat e Twitter também estão presentes

(27% e 20% respectivamente), mas talvez pela limitação de possibilidades, sejam ainda menos utilizados.

Solomon (2016) aponta que a revolução digital é umas das maiores influências sobre o comportamento dos consumidores, de acordo com o autor, o impacto da internet continuará expandindo-se à medida que mais e mais pessoas se conectarem à ela. “Muitos de nós tem avidez por navegar na internet, e é difícil imaginar um tempo em que enviar mensagens de texto, tuitar, usar o Facebook ou alfinetar interesses no Pinterest não fazia parte de nossa vida diária” (SALOMON, 2016, p.23).

Em relação ao Snapchat, é importante destacar que o mesmo vem ganhando força e maior presença entre crianças e adolescentes, especialmente por possuir filtros comumente encontrados em fotos em outras redes sociais (como do cachorro mostrando a língua, ou de orelhas peludas e ainda, com brilhos e muito photoshop). Selmy Yassuda em entrevista a Veja

online (2017)14, destaca que a rede teve um aumento de 57% entre os usuários de todo o mundo entre 2014 e 2015, sendo ainda mais expressivo no Brasil, com um aumento, no mesmo período, de 120%.

A pesquisadora ainda apontou que, junto ao crescimento do aplicativo, multiplicaram- se novas expressões, tais como “mandar nudes”, expressão que era utilizada pelos usuários a fim de solicitar fotos nuas de seus contatos na rede. Como consequência, muitas pessoas passaram por momentos constrangedores, pelo fato do aplicativo ter limitação de tempo, mas não bloquear totalmente a possibilidade de fazer-se um print da tela, ou seja, uma cópia das fotos. Desta forma, as fotos não ficavam mais apenas entre os dois usuários, mas sim soltas pela rede, circulando por todos os grupos de Whatsapp e demais locais.

Em um dos momentos do focus group, questionou-se aos participantes, quais imagens poderiam estar presentes e a resposta foi relacionada ao cyber bullying, ou seja, a prática de intimidar ou ainda humilhar pessoas a partir do mundo cibernético. Ainda citaram o fato de que nos dias atuais, é muito fácil se passar por outra pessoa, sendo assim, uma facilidade para pessoas adultas cometerem pedofilia. Em especial as participantes do sexo feminino, demonstraram-se muito preocupadas com essa questão.

Quando questionados a respeito dos seus acessos, os smartphones se destacam nas respostas, sendo que, quando solicitado que um por vez se manifestasse, para melhor entendimento de uma questão tão importante, com exceção dos dois mais novos, todos os demais apontaram o aparelho e mais um, especialmente tablet (aparelho usado pelos mais novos também), notebooks e computador de mesa, sendo este último apontado como a melhor forma de jogar games online. Como anteriormente apresentado, os participantes apontam a praticidade dos smartphones, também citada por Solomon (2016, p. 24), pela sua facilidade de comunicação através de “aparelhos sem fios”, obtendo-se informações a respeito de tudo em qualquer lugar e horário, mesmo longe do computador.

Cabe destacar que ao serem questionados sobre o que fazem ao estarem off-line, os dois mais novos apontaram nem pegar o aparelho em mãos e os demais, afirmam jogar games que permitam o acesso off-line, como GTA15, jogo do próprio Google (do “dinossauro”) e

14 Disponível em: https://vejario.abril.com.br/cidades/com-registros-que-duram-um-dia-snapchat-cativa-

celebridades-e-jovens/

15 De acordo com o site TechTudo, Grand Theft Auto se refere a um tipo de infração da lei norte-americana, que identifica furtos de veículos automotivos cujo valor de mercado seja superior a US$ 400. Nesse caso, todo tipo de roubo de veículos de pequeno, médio e grande porte, são classificados como Grand Theft Auto pelo código penal dos Estados Unidos. No jogo a premissa é a mesma, pois você precisa roubar muitos veículos para atingir seus objetivos, embora você tenha a liberdade de lidar com tráfico de drogas, assassinatos e outros tipos de crimes não necessariamente ligados a isso.

Minecraft. O quadro 11 apresenta um resumo das respostas de cada participante relacionado a smartphone, acessos a internet e redes sociais.

Quadro 11: Relação dos participantes com smartphones e redes sociais

Participante Possui

smartphone? Origem seus acessos? Possui perfil em redes sociais? Quais?

A Não Computador Não

B Não Notebook Não

C Sim Celular Sim. Instagram, Facebook, Snapchat e

Whatsapp

D Sim Celular e computador Sim. Facebook e Whatsapp E Sim Celular e notebook Sim. Twitter e Whatsapp F Sim Celular e muito pouco

pelo notebook Sim. Facebook, Instagram e Whatsapp G Sim Celular e computador Sim. Instagram, Snapchat, Sararah e Whatsapp H Sim Celular e computador Sim. Instagram, Whatsapp e Facebook

I Sim Celular e tablet Sim. Snapchat, Facebook, Whatsapp e

Instagram

J Sim Celular e notebook Sim. Instagram, Snapchat, Twitter e Whatsapp K Sim Celular e computador Sim. Instagram, Facebook, Snapchat, Twitter,

Whatsapp e em uma rede de música

Fonte: Elaborado pela autora a partir dos resultados da pesquisa (2017).

Em relação a compras feitas pela internet, apenas cinco participantes responderam positivamente, e entre estes, dois apontaram para a compra do próprio smartphone. Um dos casos chamou a atenção, por relatar ter escolhido o seu após um primo, que trabalha em uma loja física na cidade de aparelhos telefônicos ter apontado os três melhores para a idade da criança. Destacou que a sua escolha se deu a partir de itens como espaço de memória, visual e câmera. Outros participantes que já efetuaram compras apontaram para roupas, livros e compras feitas pelos pais para a casa.

Em relação a compras para a casa, abordou-se a participação na hora da decisão e apenas três não opinam ou nunca saem para fazer compras e automaticamente não expõem suas opiniões. Os demais costumam participar da escolha e sempre se posicionam a respeito dos produtos, porém apontaram que as escolhas costumam ser de acordo com a preferencia de todos e não apenas a sua. Mesmo residindo em cidade interiorana, menos da metade dos participantes costumam ir até o mercado sozinhos e nenhum costuma compras roupas, por exemplo, sem um adulto. Um único caso em que a criança foi acompanhada do irmão de 14 anos para comprar uma bicicleta, que posteriormente seria paga por uma tia.

Os dados coletados relacionados às compras, encontram-se no quadro 12, de acordo com a resposta de cada participante.

Quadro 12: Relação dos participantes com o ato de comprar

Participante Já efetuou compras pela internet? O que comprou?

Opina nas compras feitas para produtos da casa?

A Não Não

B Não Sim, todos opinam

C Não Não

D Não Opina e as vezes é ouvido

E Sim, família compra produtos para

casa Nunca sai para ir as compras F Sim, meu smartphone Opina com sua preferência, que as vezes é

ouvida

G Sim, meu smartphone e outras coisas Opina dizendo quais são suas preferências H Sim, roupas Opina, mas é a opinão geral que prevalece

I Sim, livros. Ajuda a escolher, mas é a vontade de todos que conta e não somente a sua.

J Não Opina mas nunca compram o que prefere

K Não Opina, mas não é a sua opinião que prevalece Fonte: Elaborado pela autora a partir dos resultados da pesquisa (2017).

Em relação às compras decididas com todos os momentos da família, Solomon (2016) classifica como decisão de compra consensual. Em casos de diferentes opiniões entre os indivíduos, tem-se uma decisão de compra ou acomodação, na qual, normalmente uma pessoa utiliza-se de coerção e negociação para chegar a um acordo.

Relacionado a assistir televisão, quatro participantes apontaram não gostar, sendo que um dos mais novos foi cético ao responder “não, prefiro o note” (PARTICIPANTE B). Os demais assistem, porém nenhum demonstrou grande adoração pela mesma. Assistem filmes, desenhos e séries, entretanto, apontam como maior entretenimento televisivo, a plataforma

Netflix, que segundo encontra-se em seu website, trata-se de:

“um serviço de transmissão online que permite aos clientes assistir a uma ampla variedade de séries de TV, filmes e documentários premiados em milhares de aparelhos conectados à internet. Com a Netflix você tem acesso ilimitado ao nosso conteúdo, sempre sem comerciais. Aqui você sempre encontra novidades. A cada mês, adicionamos novas séries de TV e filmes”. (NETFLIX, 2017, s/p.)

Apesar de alguns assistirem televisão, a maioria dos participantes possui instalado em seus smartphones os aplicativos da própria Netflix e do Youtube, ocasionando mais acessos através do aparelho do que pela televisão, entre os motivos, relatam a possibilidade de assistirem isolados, na privacidade do seu quarto.

Todos os participantes consideram-se crianças e até demonstram gostar de brincar, porém a maioria afirmou já ter deixado de fazer alguma coisa com os amigos para ficar em casa navegando na internet ou mesmo jogando. Os estudantes comentaram que na contramão de todos os benefícios reconhecidos da tecnologia, ela está fazendo com que as pessoas se

afastem na vida real, tornando-se cada vez mais isoladas, assim como aponta Levin (2007), informando que cada vez mais as pessoas estão tornando-se consumistas solitários e individuais. Cortella (2014) também aborda esta questão apontando que as crianças estão cada vez mais sozinhas em seus quartos, do que preferindo ficar na presença dos pais, que por sua vez, também estão ocupados trabalhando ou concentrados aos celulares.

O Participante J declarou que após um mês sem seu smartphone, percebeu o quão prejudicial era em seu contato com as demais pessoas, além de atrapalhar em tarefas escolares e de casa. A seguir, apresenta-se o quadro 13, mostrando resumidamente, o que fazem as crianças quando estão sozinhas em casa e se já deixaram de fazer alguma atividade para ficar em casa navegando na internet.

Quadro 13: Preferências dos participantes

Participante O que prefere fazer quando está sozinho? Já deixou de sair para ficar jogando ou navegando?

A Assistindo televisão Sim

B Mexendo no notebook Sim

C Mexer no celular Não

D Brincar Sim, sempre faço isso

E Jogar Não lembro de ter feito

F Intercala com celular e televisão, mas brinca também

Inicialmente a resposta foi não, porém recordou-se de uma vez e após disse que sim G Mexer no celular e assistir, brincar não

muito Sim

H Assistir vídeos, séries ou jogar Sim

I Sair com amigos Sim

J Sair pra passear Sim

K Mexer no celular Sim

Fonte: Elaborado pela autora a partir dos resultados da pesquisa (2017).

Os estudantes relatam que ao sair com os amigos, gostam de fotografar o momento e compartilhar nas redes sociais, mas preferem ficar conversando entre si a ficar mexendo em seus smartphones. Quando estão sozinhos em casa, as respostas variam para ficar mexendo no

smartphone, jogando e até sair com os amigos, entretanto, apontaram que o fato de muitas

vezes ficarem em suas casas conversando apenas através das redes, acaba afastando-os e diminuindo o contato pessoal. Entre os mais velhos, houve comentários a respeito do fato ser, na maioria das vezes, involuntário. Os mais novos concordaram e afirmaram que acontece de estarem “com roupa de ficar em casa” e sentem preguiça de se arrumarem para sair.

Após o primeiro momento de seleção das imagens e de uma conversa a respeito da utilização e da presença da tecnologia, em especial de smartphones, na vida das crianças, buscou-se afunilar suas escolhas a fim de encontrar maiores ligações do que havia sido

selecionado. Para isso, as crianças foram convidadas a selecionar apenas duas ou três fotos, ressaltando que suas escolhas deveriam ser de acordo com o que entendiam possuir maior ligação com o assunto e/ou com seu dia-a-dia.

De forma geral, os participantes optaram por imagens que retratavam ou a ligação com a tecnologia ou com o ato de brincar. De forma resumida, apresenta-se, no quadro 14, a seguir, o que foi escolhido e descrito pelos participantes.

Quadro 14: Explicação pelas fotos escolhidas pelos participantes

Participante Explicação das fotos escolhidas

A Todo mundo está conectado à tecnologia, so que em uma está uma criança e o pai e na outra, o pai, a criança e a mãe.

B Estão todos utilizando tecnologias, em uma foto uma criança está usando o computador com o quarto cheio de brinquedos jogados e em outra, está jogando vídeo game.

C

Em uma foto tem uma criança mexendo no computador enquanto os brinquedos estão espalhados e esquecidos e na outra, tem uma menina e a mãe, juntas, so que cada uma

mexendo no seu celular.

D

Todas as fotos as crianças estão se divertindo, so que de maneiras diferentes. Em uma foto as crianças estão jogando futebol, em outra, jogando taco na rua e na terceira, uma menina

jogando vídeo game.

E

Nas duas fotos estão usando tecnologia. Em uma delas, é uma criança jogado vídeo game, porque aparece o controle e a outra, é uma adolescente dormindo na cama, que está rodeada

F

Na primeira foto tem três pessoas deitadas em um sofá assistindo Netflix na televisão, em outra a criança está mexendo no computador na escola e na terceira, são três crianças sentadas em um sofá, mexendo em diferentes aparelhos (um smartphone, um tablet e um

notebook). “Todos estão utilizando a tecnologia, só que para outros fins”

G

Nas fotos, as crianças estão dentro de uma biblioteca lendo, só que uma está com livro físico e a outra, está lendo em um tablet. Na outra foto, é uma criança tirando fotos do smartphone

e mostrando pro fotografo que está lhe fotografando.

H

São três fotos diferentes, uma delas é de um seriado do Netflix, as crianças do seriado, que não utilizam tecnologias. Em outra é uma criança brincando em um tablet que está sobre

livros físicos e a terceira foto, é uma criança filmando alguma cena.

I

A primeira foto é de uma menina, uma criança, que está se maquiando “eu acho um pouco estranha, porque ela é pequena e já está se maquiando”, a outra é de uma criança com os dedos pintados de tinta e a terceira, são crianças brincando em um campo, correndo e se

divertindo embaixo de chuva, “isso que é brincar, no caso!” J

Em uma das fotos tem uma crianças mexendo em seus smartphones, “juntas mas separadas”, em outras são crianças comendo sentadas no sofá da sala e a outra é uma menina cheia de

joias passando batom.

K Nas fotos, uma tem crianças olhando juntas para um livro, em outra é uma criança desenhando no tablet, usando o dedo como lápis e na terceira, é uma criança estudando. Fonte: Elaborado pela autora a partir dos resultados da pesquisa (2017).

Após explicarem suas fotos, os participantes apontaram se percebiam semelhanças entre as imagens escolhidas e seu dia-a-dia e todos responderam que sim, ou pelo menos, com uma delas. Alguns preferiram escolher apenas duas fotos, mas notou-se na etapa final, que voltaram atrás e recuperaram uma terceira.

A fim de utilizar todos os sentidos humanos, em especial a visão, tato e audição, como apresentada na adaptação do método, passou-se para uma nova etapa, em que os participantes escutaram sons diversos, assistiram a pequenos vídeos e puderam conhecer alguns objetos antigos, que para alguns, não era associável a nada que conheciam.

Utilizou-se sons comuns, como toques de celular até o início de um vídeo em que os atores representavam a recepção de uma loja de roupas. Em relação aos dois sons apresentados de toque de chamada dos smartphones (de duas marcas diferentes), apenas um participante (D) respondeu, em ambos os sons, que se tratava de despertador de celular, os demais, houve apenas quatro apontamentos relacionado a alarme, som de jogo ou notificação. Para o restante, todos responderam como toque de chamada, sendo que alguns foram bem específicos, informando

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