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Entretenimento tecnológico como melhor amigo da criança?

2 O QUE DIZEM OS TEÓRICOS A RESPEITO DO CONSUMO

2.4 Entretenimento tecnológico como melhor amigo da criança?

Marx (1992, p.8) há muitos anos tratava da relação entre consumo e produção apontando que “cada qual é imediatamente o seu contrário”, ou seja, a produção é imediatamente o consumo e o consumo por sua vez, é imediatamente a produção. “Sem produção não há consumo, mas sem consumo, tampouco há produção”. O autor afirma que “ao dissolver o produto, o consumo lhe dá seu retoque final, pois o produto não é apenas a produção enquanto atividade coisificada, mas enquanto objeto para o sujeito em atividade” (MARX, 1992, p. 8). Baccega (2012) complementa declarando que cada um, ao realizar-se, cria o outro. Para a autora, o produto não se torna efetivo senão no consumo.

Oliveira (2012) afirma que hoje, na era contemporânea, as relações de produção e de consumo permeiam as interações sociais. Acompanham-se mudanças nas relações entre adultos e crianças, como a descoberta do novo mundo do consumidor infantil, mediado e incentivado pelas famílias de renda média e alta. Ainda nas palavras da autora, vive-se em um momento crucial da história em que é visível o alargamento do capital, que une a indústria de brinquedos e de super-heróis a interesses incessantemente criados como produtos de grande atração para a infância, sem esquecer a geração de alimentos e guloseimas.

Gunter e Furnham (1998) apontam que tanto os adolescentes quanto as crianças estão mais ricos e muito mais informados do que já estiveram em qualquer outro momento. Com a expansão e globalização dos meios de comunicação, os estilos de consumo dos países ricos expandiram-se e, em pouco tempo, o consumismo difundiu. Tampouco poderia ser diferente, até mesmo as necessidades mais básicas das pessoas transformaram-se em necessidades de consumo. Marx (2012) explica que a necessidade pode estar presente no consumo, mas é também por ele reconfigurada, ressignificada. Exemplifica que a fome é a fome, mas para satisfazê-la, utilizar garfo e faca é bem diferente do que satisfazê-la comendo com as mãos. Bakhtin (1979, p. 115-116) complementa acrescentando outro aspecto:

“a própria sensação de fome, a consciência da fome – portanto a necessidade de satisfazê-la – será diferente para o mendigo (indivíduo isolado), para os camponeses (pertencem a uma coletividade, porém sem vínculo material entre eles; resignam-se à fome), para os soldados, operários, etc. (membros de uma coletividade com vínculos materiais sólidos, estáveis).

Da mesma forma que acontece a com a fome, as “necessidades de consumo” de cada pessoa muda de acordo com sua posição social, ou pelo menos aquela que ela gostaria de ter e/ou demonstrar. Baccega (2012, p. 260) declara que o consumo “é um dos indicadores mais efetivos das práticas socioculturais e do imaginário de uma sociedade. Manifesta, concretiza

tais práticas. Revela a identidade do sujeito, seu “lugar” na hierarquia social, o poder de que se reveste”. Assim como os meios de comunicação, o consumo também traduz e influência na vida cultural das sociedades.

Canevacci (2009) explica que mesmo sem haver datas precisas para findar o período marcado pelas atenções voltadas exclusivamente para as grandes fábricas, foi neste período que ocorreu a transição da cidade industrial para o que o autor chama de metrópole comunicacional. Nas fábricas dava-se o sentido das transformações não somente econômicas, mas também cultural e sociológica da cidade. Discutia-se assuntos financeiros, de valor e também – especialmente – políticos. Conforme aponta o autor, na época compreendia-se a cidade a partir do entendimento do que era a produção industrial.

Hoje a dimensão industrial ainda é significativa, mas não é mais considerada o centro da sociedade. A metrópole comunicacional é, segundo Canevacci (2009, p. 11), “muito mais baseada sobre o consumo e sobre a comunicação. O consumo, a comunicação e a cultura têm uma produção de valores, não só no sentido econômico, mas valores no sentido antropológico”. Entretanto, antes a comunicação era essencialmente analógica, hoje, vive-se uma comunicação digital. Enquanto a primeira fundamentava-se na dimensão do coletivo, a segunda baseia-se nas fundamentações do conectivo. Para Canevacci (2009, p. 9)

“a cultura e a comunicação digital, que colocam em crise esta perspectiva coletiva, conseguem afirmar o processo conectivo que significa que a individualidade, que prefiro chamar de multivíduo se multiplica, se amplia, explode. Uma multiplicidade de “eus” no corpo subjetivo. Essa condição múltipla favorece a proliferação dos eus o que acaba por desenvolver outro tipo de identidade, fluida e pluralizada, que coloca, potencialmente em crise, as formas perversas e tradicionais do dualismo”

Desta forma, em suas mais fluídas dimensões de seus eus, qualquer pessoa consegue conectar-se com diferentes espaços-tempos no mesmo momento, junto – mesmo sem ser ao lado – com desconhecidos ou conhecidos digitalmente. Nesse sentido, Solomon (2016) declara que a internet é hoje a espinha dorsal da sociedade, onde através dos amplos acessos que qualquer pessoa, de qualquer idade, de qualquer lugar pode criar e compartilhar conteúdos, além de possibilitar o contato com um grande número de pessoas, muitas vezes, nem mesmo conhecidas.

Assim, entende-se que comunicação e consumo caminham juntos e com a sua presente velocidade, interferem diretamente no consumidor. Para Baccega (2012, p. 259)

“a fluidez, o desenraizamento, a vida liquida, a velocidade no lugar da duração, a predominância da imagem/imaginário, que caracterizam a hipermodernidade ou sobremodernidade (AUGÉ, 2006), a aparente aceitação do fragmentado, do descontinuo, do fluido arquitetam o consumidor, manifestam-se no consumidor”.

Rocha e Rocha (2007, p. 75) procuram descrever os significados do consumo na vida das pessoas e o descrevem como:

“o consumo é um sistema de significação e a principal necessidade que supre é a necessidade simbólica. Segundo, o consumo é um código e por meio dele, é traduzida boa parte das relações sociais e são elaboradas muitas das experiências de subjetividade. Terceiro, esse código, ao traduzir sentimentos e relações sociais, forma um sistema de classificação de coisas e pessoas, produtos e serviços, indivíduos e grupos. O consumo permite um exercício de classificação do mundo a partir de si mesmo, e, como é próprio dos códigos, pode ser inclusivo: de um lado, inclusivo de novos produtos e serviços que a ele se agregam e são articulados aos demais; e de outro, inclusivo de identidades e relações sociais que são definidas, em larga medida, a partir dele”.

Lipovestsky (2007) considera já não existir mais nenhuma categoria que não participe do processo de consumo, nem sequer a da primeira infância. Para ele, vive-se a época da criança hiperconsumidora, que além de ser escutada e ter o direito de fazer suas próprias escolhas, ainda dispõe de uma parcela de poder econômico e controla, seja direta ou indiretamente as compras e despesas da família. Joseph Freud (2016) comparando seus estudos com os de seu tio-avô Sigmund Freud, aponta que este as definiu em um estudo publicado em 1914, como “sua majestade, o bebê” e hoje o autor as denomina como “o ditador, o bebê”.

Palangana (2002, p. 147) destaca que a “identidade particular se perde na universal. Sob o domínio dos monopólios todas as culturas são massificadas, identificando-se”. A criança passa a fazer parte de processo de conformação com o produto que, como salienta Oliveira (2012), ajusta-se aos determinados padrões sociais e econômicos (aparelhos eletrônicos, roupas, programas de TV, músicas, alimentos, brinquedos). Ainda, com a redução das brincadeiras de rua – seja pelo perigo, seja pelo fato de não ter nenhum adulto se responsabilizando pelas brincadeiras – os pais acabam por ser encorajados a recriar dentro de suas próprias casas os espaços de brincadeiras e lazer de seus filhos. De acordo com Buckinghan (2007, p. 105), “o principal lugar de lazer das crianças foi deslocado dos espaços públicos (como as ruas), para os espaços familiares (a sala de estar) e daí para os espaços privados (o quarto de dormir)”. Cortella (2014, p. 83) reforça a ideia afirmando que “a casa ficou longe de casa...”.

Essa mudança ocorrida no comportamento infantil trouxe à tona uma maior capacidade dos pais de manterem seus filhos sob seus cuidados e aumentou a possibilidade de acompanha- los mais de perto, porém, Guedes (2016) destaca que quando não estão na escola, grande parte das crianças possuem suas agendas com as mais diversas atividades, que perpassam desde o dever de casa até cursos de línguas estrangeiras a aulas de técnicas de pinturas. “A curricularização das atividades infantis passa a colaborar para a construção de sentindo da

infância nos dias atuais, e evidencia a lógica da terceirização da educação pueril na contemporaneidade” (GUEDES, 2016, p. 133).

“Há crianças, sobretudo das camadas sociais médias, que têm uma agenda semanal superior a de um executivo, no que se refere ao número de obrigações que precisam cumprir. Coloca-se para a criança com 8, 9, 10 anos de idade, que ela precisa fazer uma série de atividades para se preparar para o futuro” (CORTELLA, 2014, p. 79) Nesta mesma linha, Freud (2016) em entrevista para o jornal Zero Hora declara que

“Estamos formando crianças não só ansiosas, mas também muito exigentes. A criança não tem que saber tudo. Não tem que saber nadar, falar outros idiomas, aprender caratê. Estamos criando uma sociedade da hiperexigência, em que queremos filhos perfeitos porque não sabemos lidar com a nossa imperfeição. A consequência é a ansiedade das crianças, a angústia por almejar um ideal que nunca vão alcançar”. Em um recente estudo realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), denominado TIC Kids On-line Brasil 2015, é possível conhecer mais a fundo a realidade encontrada no país e consequentemente, comparar dados e o que autores e pesquisadores apontam a respeito da criança e as tecnologias. Em uma das questões respondidas pelos participantes, um número representativo de crianças apontou para que os pais não sabem nada sobre a utilização da internet e das atividades que seus filhos fazem na internet.

Guedes (2016) aponta que com a maior carga de tarefas dos responsáveis, as crianças muitas vezes ficam em suas casas assistindo e tendo contato direto com a mídia e os meios digitais, intensificando “as experimentações que as crianças, sozinhas, fazem das mídias. Estas, por sua vez, passam a desempenhar papeis importantes enquanto instancias de referência e socialização das crianças” (GUEDES, 2016, p. 133).

Para Freud (2016) as tecnologias, utilizadas de maneira livre e irrestrita, prendendo a criança – e seus responsáveis – acabam bloqueando, prejudicando a capacidade de comunicação dos indivíduos. Assim aponta que “a criança que está presa no mundo das telas não é uma criança que consiga se comunicar. E o pai preso a isso também não consegue”.

Dentre as tantas patologias que se encontram na sociedade atual, repleta de velocidade e de vidas cada vez mais líquidas e desapegadas, há cada vez mais pessoas mais ansiosas e cada vez mais cedo, sofrendo por problemas e transtornos psicológicos. O psicanalista declara que como consequência, as crianças querem tudo rápido, são mais caprichosas, muito exigentes e até mesmo egoístas, ainda de acordo com Freud (2016):

“Hoje as crianças interagem com esses meios eletrônicos sem a mediação de um adulto, sem um adulto para ensinar. Hoje se pensa que, com a tecnologia, a criança pode aprender sozinha, e isso não é verdade. A criança precisa da ajuda de um adulto para aprender, para dizer "isso é útil", "isso não é bom" etc.”

Para muitos autores como Schor (2009), Cortella (2014), Freud (2016) entre outros, as crianças que veem seus pais tomando certas decisões e fazendo certas ações diariamente,

acabam por imita-las. Como Freud (2016) aponta em sua entrevista, os pais muitas vezes estão tão presos as tecnologias que mal conseguem identificar e ajudar a seus filhos saírem desse mundo tão feliz mas tão dependente dessa felicidade.

Ainda de acordo com a pesquisa TIC Kids On-line Brasil (2015), a socialização das crianças na internet é uma realidade apontada por elas mesmas. Do total, 87% apontam possuir perfis em redes sociais. Mesmo as mais novas, na faixa etária de nove a 10 anos possuem perfil em ao menos uma rede social. Entre as redes, as mais utilizadas são Facebook (79%) e Whatsapp (71%), sendo que as crianças urbanas possuem 243 contas versus 176 das crianças rurais.

Diante da realidade, Girardello (2008) assinala que a cultura das mídias assume um papel cada vez mais importante na formação da identidade das crianças, pois por ela permeiam diversas situações, como familiares, escolares e sociais. Para a autora, a subjetividade da criança vai sendo constituída no cruzamento de inúmeros sistemas de modelização. Guattari (1993, p. 80), muito tempo antes já apontava para a “família, o de seus fantasmas próprios, o das narrativas televisivas, o dos desenhos animados, da escola, com os grupos sociais no seio dos quais ela é inserida”.

Engel (2000) sintetiza o processo de experiência de compra do consumidor infantil em ações autoexplicativas como observando, fazendo pedidos, fazendo seleções, fazendo compras assistidas e fazendo compras independentes. Assim “a cultura do consumo molda o campo social, construindo, desde muito cedo, a experiência da criança e do adolescente, que vai se consolidando em atitudes centradas no consumo” (CAMPOS; JOBIM E SOUZA, 2003, p. 14). O hábito de ver televisão se encontra incorporado ao cotidiano de crianças, adolescentes e adultos e, para muitos, é considerada uma ação que vicia. As imagens parecem ocupar o lugar do concreto. Por meio delas, os objetos considerados por Baccega (2008) como mágicos e atraentes, se auto-oferecem para serem adquiridos.

Para Schor (2009, p.18), “os publicitários anunciam para as crianças, porque elas compram”, seja para elas, seja para a família ou mesmo, sendo influenciadores em decisões familiares. É importante que se tenha a compreensão que a criança, mesmo sendo decisora em muitas compras e por vezes sendo influenciada pelo o que assiste, não deve ser compreendida apenas como um ser passivo. Considerar as crianças como atores competentes e não como vítimas incompetentes e passivas é fundamental, conforme declara Buckingham (2007), pois elas também fazem parte dos agentes responsáveis pela construção de significados na sociedade, seja na família ou no processo de consumo.

O processo de construção da identidade na cultura do consumo apresenta-se como cambiante, fluido, fragmentado e parcial. Assim, na concepção de Baudrillard (1995), Bauman (2008), Canclini (2008), Lipovetsky (2009), Schor (2009) entre outros autores, os objetos, roupas, acessórios, brinquedos e toda e qualquer mercadorias são selecionadas cuidadosamente a fim de criarem um posicionamento perante as relações sociais e, assim, incluir-se em grupos que contenham estilos de vida diferenciados, ocupando posições sociais privilegiadas, além da vasta possibilidade de não ter apenas uma identidade, mas várias.

No entender de Oliveira (2012, p.10), é por meio dos signos do que é consumido que um indivíduo se situa em determinado “grupo, tribo, classe social, ou qualquer outra categoria que é usada para etiquetar pessoas. Crianças e adultos, mulheres e homens são classificados pelo que consomem, sabendo-se que nem sempre consomem o essencial”. Lipovetsky (2007, p. 43) explica que por meio de uma marca, os jovens saem da impersonalidade, não ansiando a superioridade social, mas sim a participação “inteira e igual nos jogos da moda, da juventude e do consumo”. Cortella (2014, p. 89) declara que se vivencia uma materialização excessiva da vida, uma perda de sentido da noção de coletividade, além da exaltação de um “egonarcisismo complacente”.

O consumo preenche não mais as necessidades básicas, ou corporais como nomeiam Gunter e Furnham (1998), mas sim as necessidades simbólicas. As autoras destacam que inclusive as crianças querem comprar coisas que satisfaçam suas necessidades, porém a satisfação pode ser mais do momento em que se efetua a compra do que com o próprio objeto. Essa é uma das explicações para o grande aumento da vendas de smartphones e demais aparelhos eletrônicos.

Outra explicação, é que a tela hoje não é mais apenas algo que pode ser manipulado, mas algo que como cita Johnson (2012), projeta sua identidade. Ela leva os internautas a lugares para desenvolver suas histórias de vida e isso vai acontecendo a medida em que se desdobra. Ainda segundo o autor supracitado, a televisão e o automóvel prendiam as pessoas dentro de suas salas, longe de todos os conflitos dos espaços públicos, porém, com a internet, as pessoas estão aprendendo novas formas de se relacionarem. O que chama atenção para o consumo digital, é que crianças estão cada vez mais cedo tendo contato com a internet. Autores como Freud (2016) apontam que crianças deveriam ter acesso à internet por volta dos 13 anos, porém de acordo com dados da pesquisa TIC Kids On-line Brasil 2015, a realidade é outra.

Fonte: TIC Kids On-line Brasil (2015)

Nota-se que as regiões onde o primeiro acesso acontece mais tarde é no norte e nordeste, regiões em que a opção mais selecionada foi acima dos 12 anos, em contrapartida, os números para o sul e sudeste são preocupantes e demonstram que há uma grande necessidade de discussão a respeito. Ainda um dado que chama a atenção é para a diferença de acesso entre as áreas urbanas e rurais, em que as crianças residentes na segunda demonstram iniciar o processo digital um pouco mais tarde, tendo como número mais significativo a partir dos 10 anos. Entretanto, McNeal (1992) acredita que antes mesmo de existir uma cultura local que determine o comportamento das crianças, ou as influencie, existe uma cultura infantil.

“As crianças são muito semelhantes por todo o mundo industrializado. O resultado é que muitas querem coisas que geralmente traduzem as suas necessidades em desejos similares que tendem a transcender a cultura. Assim, parece que as estratégias de marketing multinacional bastante estandardizadas para as crianças em todo o globo são viáveis” (MCNEAL, 1992, p. 250)

Hoje o “penso, logo existo” foi alterado para “sofro, logo compro” (LIPOVETSKY, 2007, p. 51), pois quanto mais isolado ou frustrado for, mais chances de procurar no consumo, na compra, a consolação imediata.

A IDC Brasil7 por meio de um levantamento8 realizado no início de 2016 apresentou dados a respeito da venda de celulares realizadas no primeiro trimestre de 2016. De acordo com a pesquisa, do total vendido, 9.3 milhões (89,8%) foram smartphones contra apenas 1 milhão de aparelhos convencionais (10,2%). Segundo a ABRINQ – Associação Brasileira de Brinquedos – (2016), somente no segmento de brinquedos fabricados no Brasil, as cifras chegam a R$ 3.150,5 milhões em 2015, totalizando um montante de R$ 5.728,2 milhões se incorporados valores de brinquedos importados. O estado do Rio Grande do Sul, em relação à porcentagem de vendas efetuadas de brinquedos no ano de 2015, classificou-se em 6º lugar

7 International Data Corporation Pesquisa de Mercado e Consultoria Ltda

8 Os dados fazem parte do estudo IDC Mobile Phone Tracker Q1, realizado pela IDC Brasil

Até 6

anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos Mais de 12 anos Não sabe Não responde 11 6 10 9 16 10 10 15 12 0 Urbana 13 6 11 9 15 9 10 14 12 0 Rural 3 3 6 8 17 19 13 23 7 0 Sudeste 17 7 13 9 16 9 10 9 11 0 Nordeste 8 4 8 10 14 13 10 21 12 1 Sul 11 9 11 11 16 9 9 12 12 0 Norte 2 1 5 6 19 11 15 32 8 0 Centro Oeste 5 5 13 7 17 12 5 19 16 0 Masculino 12 5 11 11 17 9 9 16 10 0 Feminino 11 7 10 8 14 12 11 14 13 1 Até fundamental I 4 3 7 9 16 12 12 25 10 1 Fundamental II 7 9 9 9 15 12 11 15 13 1 Médio ou mais 17 6 13 9 16 9 9 10 11 0 De 9 a 10 anos 26 17 24 14 6 0 0 0 12 0 De 11 a 12 anos 13 5 12 13 24 16 6 0 11 0 De 13 a 14 anos 11 3 6 9 15 16 14 13 11 1 De 15 a 17 anos 5 3 6 5 16 8 14 30 12 0 Até 1 SM 5 3 6 4 15 15 12 26 14 0 Mais de 1 SM até 2 SM 9 5 10 13 15 10 8 16 12 1 Mais de 2 SM até 3 SM 12 6 9 9 14 11 15 16 9 0 Mais de 3 SM 18 9 14 9 19 7 6 6 11 0 AB 22 7 15 8 17 7 6 7 12 0 C 10 7 10 10 15 12 11 15 10 0 DE 3 2 6 9 15 12 13 25 13 1 FAIXA ETÁRIA DA CRIANÇA OU DO ADOLESCENTE RENDA FAMILIAR CLASSE SOCIAL 2015 Percentual % TOTAL ÁREA REGIÃO SEXO DA CRIANÇA OU DO ADOLESCENTE ESCOLARIDADE DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS

(4,9%), atrás apenas de estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, respectivamente.

Para Lipovetsky (2007, p. 102) a criança já é vista como soberana e, quando passa a assumir essa posição sendo uma criança informada, com capacidade de influenciar e tomar decisões, o consumo acaba surgindo como uma forma de “comprar a paz”, não apenas na forma de perdão pelo tempo demasiadamente longo fora de casa – dos pais – mas também pelo fato de vê-las como merecedoras de felicidade, prazeres e individualidade.

As possibilidades e motivações existentes na era em que a comunicação digital toma conta de todos os aspectos da vida, o difícil é evitar a participação, seja em uma rede social ou mesmo em uma exposição de arte. Canevacci (2009) afirma que as pessoas não conseguem mais apenas sentar e observar, elas precisam participar, precisam estar em conexão e fazer parte do que estão vendo e vivendo, isto significa que o público que antes era apenas espectador, agora vem sendo “espect-ator, isto é, uma mistura daquele que participa, mas que é também ator” (CANEVACCI, 2009, p. 12). Significa que o público passou a ser um espectador performático. Para Canevacci (2009), a cidadania hoje já não é mais determinada pelo estado- nação, mas sim pelos diversos e-spaces (espaços eletrônicos – material e imaterial) que conecta e interconecta com “fragmentos das metrópoles comunicacionais”. Prossegue afirmando que

“tudo isso se refere também e, quiçá especialmente, aos jovens: as culturas - não apenas as culturas eXtremas (Canevacci 2005), mas também as culturas pluralizadas e, felizmente, fragmentadas das juventudes atuais que buscam se desenvolver, criar e aplicar a cultura digital como parte fundamental de sua subjetividade” (CANEVACCI, 2009, p. 9)

Entretanto, ainda hoje, em pleno século XXI, De Masi (2014, p. 549) afirma que existem pessoas, chamadas por ele de “velhos sujeitos analógicos”, que atribuem de forma geral, as doenças, o estresse, a inflação, a instabilidade política, a corrupção, a dívida pública e todos os demais males da sociedade, para a sociedade atual, para o progresso que normalmente é visto por estes, como um “incontrolável cataclismo, culpado pelo desemprego

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