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 po r Je an -P ie rre RIOUX

Eu não acho que uma "história do presente" te ria podido afirmar-se nitidamente na França há alguns anos se antes não se tivesse produzido paralelamente / um encontro, provocador mas frutífero, entre histo- riadores sedentos de atualidade e jornalistas em busca de legitimidade histórica. Esta afirmação, sei por expe-

 I riência, desagradará aos guardiãos - de todas as ida-

í des - dos templos da ciência histórica, que subord i

nam toda extensão do território da disciplina à de sua ( própria rede de influência, que m antêm a reflexão epistemológica em fogo muito baixo comparando a amplitude das honoráveis teses que orientam ou ela- i boram, e que atiram sem remorsos naqueles que per-

l turbam a sesta. A seus olhos, o historiador do presen te é um ingênuo, um marginal, agitador por defeito e impotente por vocação. Esse acúmulo de erros intem  pes tiv os ba st ar á pa ra de squ ali fic á-l o se ele nã o to m ou

a precaução de simplificar as regras. Mas, se ainda por cima ele freqüenta as salas de redação ou passa por mu ito "midiático", sua conta será alta. fQue r dizer que \ o diálogo entre Tíistôria no presente e jornalismo re 

troativo faz não somente o historiador universitário I que o pratica correr alguns riscos, mas que pode tam-

 I bé m de sn ud ar cr ue lm en te al gu ma s fra qu eza s int ele c- í tuais ou hu ma nas da confraria de seus "caros colegas". Mas não se fala mais nisso. Pois, repito, esse diálogo é

| essencial, é preciso enco rajá-lo e é sobre ele que é in-j '^dispen sável refletir Hyremente.. J ...

Lembraremos antes de tudo que esse encontro, essa discussão, podem sempre passar por perturbado res ou ilegítimos, pois as profissões do jornalismo e da história cresceram separadamente, há um século e meio, e, pouco a pouco, delimitaram seus respectivos territórios numa indiferença recíproca. O jornalista, quer tenh a os papéis de repórter, de redato r ou de cronista, é um Sísifo do efêmero que “escreve para o esquecimento", dizia justamen te Henry Béraud em 1927 em  Le Flân eur salarié.  Sua missão quotidiana consiste em forçar a atenção do leitor ou do ouvinte ^ para cada "papel", em mergulhar sem enfado na tor

rente ininterrupta de acontecimetnos confusos que faz a atualidade, em vencer a angústia da pequena mo rte diária - a página de jornal é destina da ao lixo, a  pa la vr a e a im ag em vo am se m de ix ar tra ço ta ng ív el e são pouco arquivadas - redobrando de profissionalis- \ mo, só com o risco de acreditar que ele trabalha para I o futuro ou de sonhar em editar um dia em volume

seus trechos escolhidos.

 /  O historiador, este se mov e com odam ente des de o fim do século XIX em seu triplo papel de sábio mo derno exercido na crítica das fontes, de grão-sacer- dote da memória nacional e de intelectual em pleno exercício. Ele mantém uma discussão permanente com seus confrades e m ciências sociais, constrói e eri ge a distância seu objeto de estudo e lhe dá assim um estatuto científico, procura sempre inserir o aconteci mento singular na cadeia de um tempo significativo, tenta distinguir o perdurável do efêmero,relata os fa tos sem ser perseguido pela hora do "fechamento", lembra , quando se oferece a ocasião, sua fidelidade aos grandes princípios de gestão da Cidade. Ele esco-

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lhe o momento, torna objetivo seu propósito, preten de dar sentido, enquan to que o jornalista é o hom em apressado que relata fatos juntados, que acredita en tregar a vida em estado bruto, mas que a simplifica e desfigura mediatizando-a em jato contínuo, que reco lhe material de qualquer jeito e inventa fontes sem  po de r tra tá -la s.

Esse duplo posicionamento, que se explica  pe la hi st ór ia da s si tu aç õe s in co nt es tá ve is, das qu ais muitos historiadores sentem saudades e que eu aca  bo de de sc re ve r m al ca ri ca tu ra nd o, foi m od ifi ca da

desde os anos 1960. E foram jornalistas que toma ram a iniciativa e atravessaram as fronteiras como desbravadores. Tentei fazer em outro lugar1um a his tória dessa intervenção, que a corporação universitá ria, é óbvio, ignorou ou desdenhou e, em conse qüência, estudou muito pouco. O essencial não foi que o Nizan da Chronique de septembre  tenha ousado dizer, em 1939, que o redator diplomático era um "historiador do imediato" ou que o Camus de Cotnbat 

e de Actuelles tenh a ido longe demais depois da Liber tação em sua célebre fórmula, "O jornalista é o his

1 Ver Jean-Pierre Rioux, "Histoire et journalisme. Remarques sur une rencontre'em Marc Martin, dir.

 Histoire et médias. Journalisme et journalistes français (1950-1990), Paris, Albin Michel, 1991, pp. 192-205. Ver igualmente dois de meus artigos bem anteriores. "Les métamorphoses d'Ernest Lavisse", Politique aujourd'hui,  novembro-dezembro de 1975, pp. 3-12 e "L'histoire saisie par les médias". Esprit, setembro outubro de 1979, pp. 20-24. Ver, por fim, do lado da imprensa, Yves Lavoinne, "Le journaliste, l'histoire et l'historien (1935-1991)", Réseaux. Communication, technologie, société,  n. 51, janeiro-fevereiro de 1992,  pp. 41-5 3.

toriador do instante": foi em 1962, quando Jean La- couture lançou nas Editions du Seuil sua coleção "A História imediata" que o passo foi dado, muito ale gremente e sob o aplauso dos leitores. Desde então, duas gerações de homens de imprensa que tinham crescido nos anos 1930 e participado das provas dos "anos negros" e da descolonização, a de Bromberger e de Tournoux, depois a de Amouroux, Rouanet, Viansson-Ponté, Fontaine, Nobécourt, Planchais, Paillat ou o próprio Lacouture, começaram a dizer  be m al to em se us liv ros e a rti go s qu e o j or na li st a nã o se contentaria mais em registrar o eco da atualidade, que ele saberia produzir material elaborado e exercer seu olhar crítico, que ele se daria o direito de fundar uma história "imediata" que inseriria "o aconteci men to mal esquadreado" cuspido pelos telex - a ex  pr es sã o é de L ac ou tu re - n u m pe rc ur so re tro sp ec tiv o

e num a problemática de interações entre o passado e o presente. O real vivido e midiatizado seria passado no crivo do método e da duração.

Essa ambição jornalística vinha na hora certa e florescerá no curso dos "sixties". Foi, então , que se  pe rc eb eu ma is cl ar am en te - e qu e foi vi go ro sa m en te criticado na ocasião, sobretudo, em m aio de 68 - o pa  pe l d eci siv o d os m eio s d e co m un ic aç ão n a t ran sc riç ão ,

na representação e até na produção do acontecimen to e, portanto, n a respiração da História, depois na im   pl an ta çã o tã o rá pid a de um a "c ul tu ra de ma ss a" da

qual Edgar Morin deu a primeira descrição para uso francês em 1962 em UEsprit du temps.  Desde 1958, a coleção "Ce jour-Ià" publicada por Robert Lafont tinha vendido muito bem d ocumento oscilando entre histó ria e jornalismo, inspirado no m odelo americano. Des de 1959, os primeiros volumes da coleção "Kiosque",  pu bl ic ad a po r A rm an d Co lin m os tra va m to do o in te 

resse histórico do estudo da imprensa. O observador e o observado, concluiu-se, agiam doravante um sobre o outro, e o próprio acontecimento tinha se tornado  pol issê mic o: um nú m er o cél ebr e de Communications

em 1972, em boa parte devido a Edgar Morin e Pierre  No ra, ac ab ou de co nv en ce r al gu ns ra ros pe sq ui sa do 

res de que a história "imediata" podia ter introduzida sub-repticiam ente uma tensão dolorosa e promissora no trabalho do historiador, despojado de um lado de  bo a p ar te de su a ac ui da de vis ua l s ob re o p re se nt e e d e outro lado solicitado, ao mesmo tempo, pela antropo logia e pelo estruturalismo que iam mais longe do que as virtudes de uma longa duração bastante imóvel em toda análise do passado2.

Desde então, os jornalistas retomaram a luta, fortalecidos com as novidades de seu ofício. Uma das mais importantes para nosso propósito foi, sem dúvi da, o domínio da abundância documental no trabalho das redações: através da informação das bases, dos  ba nc os de dad os e d a p ró pr ia fab ric açã o d o "pa pel" qu e se pode alimentar quase à vontade no "doc", na pes quisa mais avançada e multiplicada junto aos corres  po nd en te s locai s, da fab rica ção do doss iê em estil o

news, da exibição da memória arquivada do jornal que dá consistência a seu propósito, pela fama também dos suplementos que ajudam a relativizar a atualidade e a refletir sobre ela, o exame da atualidade tornou-se uma crônica durável, tomou um a textura e um a espes sura que o aproximam mais de um produto histórico.

Aliás, a importância logística, depois o triunfo em audiência das formas radiofônicas e televisivas da  pro fis são , a pr eo cu pa çã o ta m bé m em ga ra nt ir a qu al 

quer preço a fidelidade de um público, levaram fre 2 "L'Evènement",Communications  n. 18, 1972.

qüentemente a considerar qualquer scoop* como "his tórico", qualquer intervenção excepcional sobre um lugar privilegiado - com os benefícios e riscos desse tipo de operação, dos quais Berlim e Timisoara deram exemplos opostos em novembro-dezembro de 1989 - como uma contribuição à marcha da História, como uma autenticação do acontecimento projetado na in timidade dos lares. De administrador do efêmero, o  jo rn al is ta pô de to rn ar -s e, às veze s, um m ed ia do r qu e se interessa bem m ais pelo vivo do que p elo inteligível e não está longe de pretender instalar-se num papel de mestre de cerimônias, senão de demiurgo. Sua his tória “imediata” encheu-se da vibração de um "vívi do" produzido, relatado e consumido sem ter que sair do dispositivo circular do meio termo.

Tantas iniciativas jornalísticas acabaram por abalar alguns poucos historiadores. Primeiro porque a  pe ne tr aç ão de alg un s del es no s m ei os de co m un ica çã o na década de 1970, com best-sellers e passagens em

 Apostrophes como prova, tinha favorecido o diálogo, e depois porque, ao mesm o tempo, duas gerações uni versitárias, a que tinha vinte anos na época da Liber tação e aquela da guerra da Argélia, tinham delegado e depois instalado solidamente algum as de suas crias,  jo ga nd o "n os doi s ca mp os "3, n a cr ôn ica da im pr en sa ,

na emissão de rádio, na produção de séries para a te levisão, a empresa editorial misturando profissionais

* furo de re portagem. Em inglês no original. [N. do T.] 3 Ver por exemplo Annie Kriegel, "Professeur et édi torialiste au Figaro: les conditions de légitimité d'un statut en partie double" em Marc Martin, dir .,op, cit.,

 pp. 174-191, e o prefá cio de Jacq ues Julia rd,

Chroniques du septième jour,  Paris, Le Seuil, 1991.

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de imprensa e intelectuais. Mas, sobretudo, porque uma história lançou-se , com suas magras forças, no começo dos anos 1980, à exploração do "presente".

Certamente essa história não cultivou encon tros muito freqüentes com a história "imediata" e, por isso, apre ndeu mu ito pouco com ela, enquan to privi legia o diálogo com o sociólogo ou o politólogo, o eco nomista ou o etnólogo, o expert prestigioso ou o hu milde narrador. Ela preferiu se ater à observação ati va das questões de memória ou à participação em co memorações ao invés de encarar a crueza ostensiva e as dimensões novas do acontecimento. Ela deixou a análise histórica sem a mediação, seja a da ascensão do individualismo ou a do retorn o do nacional. Ela su-  pe ri nv es tiu na ex pl or aç ão do s esc om br os de 39 -45 ou da colonização, lamentou pela impossibilidade de acesso a algumas fontes, apressou-se, aceitou ser apon tada pelos trocistas. Mas, de um jeito ou de ou tro, essa história tomou emprestado e interiorizou, mais do que se diz, algumas boas receitas da impren sa. Na escolha de seus temas, im pelida pela atualidade e submetida à pressão das testemunhas e dos atores que desejam que sua experiência seja rememo rada num a produção ou n um a co-produção históricas. Em suas práticas de pesquisa de campo e no uso do grava dor. No estilo mais conciso de sua escrita e na cor, por vezes, mais cam biante de seu relato. Em suma, em seu contacto permanente com a exigência dos vivos e a impetuosidade do atual.

Ainda uma palavra. Nesse encontro, mal po voado e pouco afirmado do lado da história, há pouca confusão de gêneros e essa retidão se deve à honra da corporação de historiadores. Certamente houve dife rença ou igualdade neste ou naquele aspecto, entre "história imediata" e "história do presente" (sobre a

guerra da Argélia, por exemplo). As escorregadas, no entanto, não foram freqüentes. Entre o jornalista tor  nado na ocasião, para retomar a palavra de Pierre Rouanet, um "memorialista da vida" e o historiador ao qual a prática do ofício, retruca René Rémond, en sinou "a dar ao fato todo seu lugar e nada mais que isso", o confronto foi pequeno, mas se desenrolou na clareza dos papéis e, no final das contas, parece ter sido estimulante para todos. Mesmo se a história, que seja "do presente", permanece uma disciplina do rela tivo que tenta colocar racionalmente em música a marcha do tempo, e nquanto que a história "imediata" se contenta em ressuscitar, incansavelmente e com altivez, a vida que vai e vem.

Jean -Pierre Rioux

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C

o n c l u s ã o

 po r Ser ge BERN STEIN e Pi err e MILZA

 No fin al des se qu es ti on am en to sob re a hi stó ria do presente, afirmemos primeiro muito claramente nossa convicção: a história do presente é primeira mente e antes de tudo história. Sem negar as especifi- cidades que a marcam e sobre as quais retornaremos, importa considerar que por seus objetivos, seus méto dos, suas fontes, a história do presente não difere em nada da história do século XIX. Em outros termos, a identidade do objeto entre o jornalista e o historiador do presente não deve ser ilusão. O jornalista (o bom  jo rn al is ta ) esf orç a-s e p ar a re co ns tit ui r e exp lic ar a s eu

leitor a trama dos eventos quotidianos que o assaltam e faz trabalho útil de informação. O historiador tenta restituir a evolução na duração que permite com  pr ee nd er p or qu e pro ces so ch eg ou -se à sit uaç ão p re  sente: ele se dedica a descrever as estruturas cujas transformações dão conta da emergência factual de fe nômenos cuja gênese se situa sempre a médio ou lo n go prazo.

Assim fazendo, o historiador do presente está mais próximo por suas preocupações de seu confrade do século XIX, da Revolução ou dos tempos m odernos do que daqueles que perseguem com talento os fatos do dia ou da véspera e que restituem a crônica inteli gível e seletiva dos fatos que constituem a trama de uma informação moderna. Como os outros historia-

dores, o historiador do presente está preocupado com o peso esmagador do passado, às vezes remoto, no qual se situa o princípio de toda explicação histórica. Como eles, ele é obrigado a cercar uma m ultiplicidade de fontes para aí encontrar o necessário confronto en tre múltiplas abordagens que, sozinhas, legitimam a veracidade do fato, tecido inexcedível de toda reflexão histórica. Ainda como eles, ele é obrigado ao rigor na análise, ao conhecimento do contexto indispensável  pa ra esc lar ec er e re lat ivi za r as inf or m aç õe s dos do cu 

mentos, à prudência da síntese que não pode ser esta-  ble cid a se nã o ao fin al de um a sól ida de m on st ra çã o. De resto, como distinguir a fronteira cronológica que separa uma história (do passado) de uma história do  pr es en te ? Dig am os cl ar am en te qu e ess a fr on te ir a é mutável, variável, e que nenhuma definição parece capaz de convencer: a data de 1939 é, sem dúvida, im   po rt an te , m as te m os ce rte za de qu e a Se gu nd a G ue r ra mundial representaria melhor a ruptura entre o  pa ssa do e o pr es en te do qu e o cr es cim en to ec on ôm i

co, por exemplo? A existência de testemunhas ainda vivas é, sem dúvida, um fator determinante, mas que não garante de modo algum o caráter presente dos acontecimentos que eles viveram; quanto à afirmação segundo a qual seria definido como presente o perío do vivido pelo próprio historiador, ela parece tão arb i trária quanto tributária da visão felizmente ultrapas sada de um a história positivista cuja objetividade seria garantida pela ausência de implicação pessoal do his toriador no objeto que ele estuda. A nosso ver, e o fato reforça nossa afirmação inicial, não existem clivagens  pe rm it in do se pa ra r um a hi st ór ia do pa ss ad o de um a hsitória do presente porque não há entre elas nen hu  ma solução de continuidade.

O que não significa de modo algum que a his tória do presente nã o tenh a especificidade. A nosso ver, a primeira e mais importante é que , situando-se na emergência de fenômenos de longa duração no seio do presente , ela tem por função principal modi ficar permanentemente o significado destes, mudando as perspectivas segundo as quais os consideramos,  pr oc ur an do no pa ssa do no vo s ob jet os de es tu do em função das preocupações do presente, abandonando objetos julgados obsoletos. Diremos que o longo aban dono que conheceu a história política não tinha re la ção com a influência mais ou menos direta do marxis mo no plano intelectual, que considerava negligenciá veis as superestruturas, para abandonar-se à fascina ção das infra-estruturas consideradas capazes de cons tituir a chave universal das explicações das socieda des? E a moda atual da história cultural, não ensina sobre nossa sociedade contemporânea, ávida por per ceber os sinais mais sofisticados de representação das normas sociais dando conta dos valores como motiva ções da ação?

Segunda especificidade da história do presente, a abundância de instrumentos documentais capazes de fornecer fontes ao trabalho do historiador e que contribui para modificar a própria natureza da noção de arquivos. Da abundância das publicações de toda ordem à profusão das fontes audiovisuais, passando  pel o de po im en to ora l, o hi st or ia do r do pr es en te é u m  pri vil egi ad o co m re laç ão a se us con fra des , poi s ele  pr at ic am en te jam ais co rre o riso de se en co nt ra r pr i

vado dos documentos necessários para seu trabalho. Mas a moeda tem seu reverso. A profusão exige esco lha e classificação e o rigor do ofício histórico é aqui ainda mais indispensável que alhures. Como não se afogar sob uma montanha de palavras ou imagens,

sem conhecimento aprofundado do contexto, sem um método seguro de abordagem dos documentos, sem o sentido do essencial? Para fontes novas, novos méto dos: a análise das imagens, fixas ou m utáveis, decorre de métodos próprios. O depoimento oral não poderia se restringir à pura e simples transcrição das declara ções de testemunhas. A imprensa também não é um