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TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS – INFORMADO

ENTREVISTA COM AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

Agente Comunitário de Saúde 1

É...tipo assim, a gente até que identifica os casos né?! Tipo, o que mais eu identifico na comunidade de maus tratos com os idosos são aqueles idosos que moram só né?! E que, na maioria das vezes a família não cuida, fica a pessoa só né?! E aí a gente tenta ajudar, de certa forma, aí tem o disk idoso, tem o telefone pra gente ligar pra ver o que pode ser feito, aí na maioria das vezes elas dá a resposta negativa, não tem resposta nenhuma. Vô dá um exemplo de uma senhora que nem é da minha área não é dá área de um outro colega da gente e é uma senhora que ela tem o benefício dela da aposentadoria e mora sozinha e vive lá... só Deus sabe...não tem com quem, parece que ela tem 70 anos. E aí é complicado, porque a gente tenta, a gente identifica, a função da ACS é identificar os casos e encaminhar pra resolução e na maioria das vezes a gente tenta encaminhar e não é não vê resolução, do sistema sabe?!, dos órgãos que são...dos órgãos competentes que dependem né?!, que a pessoa precisa né?! E aí acaba, muitas vezes, a gente nem entendendo como é que funciona esse negócio . E a gente vê muito isso. Isso pra mim é uma violência, aquele filho que não trabalha, às vezes é um usuário de drogas, as vezes é um que bebe, que não faz nada na vida, que aí fica lá. Aí fica, o idoso as vezes é uma pessoa que não tem consciência, que não tem condição nem de receber seu salário, aí deixa na mão do filho e o filho faz o que quer. Eu considero isso uma violência. E como é que a gente pode ajudar, tipo de que maneira a gente pode. Eu tenho até um exemplo pra contar de, que eu já trabalhei em outra área também, que eu já rodei muito, de um idoso que ele tava sofrendo maus tratos desse jeito, ele já estava pertinho de falecer né?!, aí a filha ia trabalhar, passava o dia trabalhando, quando ela chegava, duas horas da tarde, é que ela ia dar de comer ao pai. Aí o pai ficava da hora que amanhecia até duas horas da tarde

sem comer nada, sem tomar banho, todo sujo, a casa imunda né?! Aí quando eu fui falar, quando eu fui dizer, quando eu fui alertar pra ela que se ela não tomasse uma providência eu ia denunciar aí eu cheguei e fiz isso, aí ela foi como ela conseguiu bem rapidinho uma pessoa pra tomar de conta dele, pra ele ter uma morte mais digna e, realmente, ele até morreu logo. Ele poderia até ter vivido mais, mas por conta desses maus tratos e ela, a filha, era que era responsável pelo dinheiro dele. Aí são focos que a gente vê que o que a gente pode fazer. Ela até hoje nem fala mais comigo só porque eu fiz isso, porque eu fui alertar, eu nem cheguei a denunciar, nem cheguei a comunicar, eu fui dizer pra ela que ia denunciar se ela não tomasse uma providência, que o pai dela tava morrendo, aí ela se zangou comigo e providenciou uma pessoa pra cuidar do pai dela. E essas coisas acontecem muito.

Agente Comunitário de Saúde 2

Bom, aqui no bairro da Coelce a gente tem o grupo de idoso né?!, que dá uma assistência muito boa aos idosos três vezes na semana, a gente também tem o grupo de hipertensos e diabéticos, que a maioria deles são tudo hipertensos né?!, aí uma vez no mês a gente se reúne com a enfermeira na igreja da ressurreição pra gente tá verificando a pressão deles, a diabetes, recebendo as medicação, as orientação sobre alimentação, uma boa alimentação e a caminhada já que eles já fazem. E sobre, assim, a violência, eu vejo quando acontece algo no bairro, a gente tá sempre encaminhando pro posto, chamando a enfermeira pra fazer uma visita, a gente tem parceria com assistente social que é onde ela entra, que ela pode tá fazendo alguma coisa por aquele idoso. E assim, sobre a violência, no meu local de trabalho não tem muito, que é um bairro já mais, que as pessoas tem mais consciência e não tem muitos maus tratos no bairro onde eu trabalho, mas a gente dá muito apoio aos idosos. Também acontece muito a exclusão ao idoso, quando ele tá velhinho a família bota logo num quartinho lá no muro, eu vejo muito também, fica num quartinho lá no muro, pertinho do banheiro, só pro idoso né?! E o idoso também não tem vez de tá falando o que ele quer como é lá na casa, só quem tem é os filhos né?! e o idoso fica excluído, a gente vê muito isso também no local de trabalho.

Agente Comunitário de Saúde 3

É...tipo assim, a gente até que identifica os casos né?! Tipo, o que mais eu identifico na comunidade de maus tratos com os idosos são aqueles idosos que moram só né?! E que, na maioria das vezes a família não cuida, fica a pessoa só né?! E aí a gente tenta ajudar, de certa

forma, aí tem o disk idoso, tem o telefone pra gente ligar pra ver o que pode ser feito, aí na maioria das vezes elas dá a resposta negativa, não tem resposta nenhuma. Vô dá um exemplo de uma senhora que nem é da minha área não é dá área de um outro colega da gente e é uma senhora que ela tem o benefício dela da aposentadoria e mora sozinha e vive lá... só Deus sabe...não tem com quem, parece que ela tem 70 anos. E aí é complicado, porque a gente tenta, a gente identifica, a função da ACS é identificar os casos e encaminhar pra resolução e na maioria das vezes a gente tenta encaminhar e não é não vê resolução, do sistema sabe?!, dos órgãos que são...dos órgãos competentes que dependem né?!, que a pessoa precisa né?! E aí acaba, muitas vezes, a gente nem entendendo como é que funciona esse negócio . E a gente vê muito isso. Isso pra mim é uma violência, aquele filho que não trabalha, às vezes é um usuário de drogas, as vezes é um que bebe, que não faz nada na vida, que aí fica lá. Aí fica, o idoso as vezes é uma pessoa que não tem consciência, que não tem condição nem de receber seu salário, aí deixa na mão do filho e o filho faz o que quer. Eu considero isso uma violência. E como é que a gente pode ajudar, tipo de que maneira a gente pode. Eu tenho até um exemplo pra contar de, que eu já trabalhei em outra área também, que eu já rodei muito, de um idoso que ele tava sofrendo maus tratos desse jeito, ele já estava pertinho de falecer né?!, aí a filha ia trabalhar, passava o dia trabalhando, quando ela chegava, duas horas da tarde, é que ela ia dar de comer ao pai. Aí o pai ficava da hora que amanhecia até duas horas da tarde sem comer nada, sem tomar banho, todo sujo, a casa imunda né?! Aí quando eu fui falar, quando eu fui dizer, quando eu fui alertar pra ela que se ela não tomasse uma providência eu ia denunciar aí eu cheguei e fiz isso, aí ela foi como ela conseguiu bem rapidinho uma pessoa pra tomar de conta dele, pra ele ter uma morte mais digna e, realmente, ele até morreu logo. Ele poderia até ter vivido mais, mas por conta desses maus tratos e ela, a filha, era que era responsável pelo dinheiro dele. Aí são focos que a gente vê que o que a gente pode fazer. Ela até hoje nem fala mais comigo só porque eu fiz isso, porque eu fui alertar, eu nem cheguei a denunciar, nem cheguei a comunicar, eu fui dizer pra ela que ia denunciar se ela não tomasse uma providência, que o pai dela tava morrendo, aí ela se zangou comigo e providenciou uma pessoa pra cuidar do pai dela. E essas coisas acontecem muito.

Agente Comunitário de Saúde 4

Então aqui no posto eles são né, os idosos são bem atendidos, até porque aqui já tem as pessoas que fazem parte do grupo de idosos e tem assim esse olhar mais cuidadoso com o idoso, também a questão dos hospitais eles são recebidos...como deveriam ser, agora no final, que é a resolução em si do problema do idoso eu num considero bom não, acho precário, a

finalização num corresponde as expectativas da gente não, até por conta do próprio idoso que é vitima, mas na hora que se chega pra fazer uma pergunta eles acabam negando com medo de... por conta da própria família que ta cuidando, dos cuidadores, então eles acabam negando e acaba ficando por isso mesmo.

Agente Comunitário de Saúde 5

A atenção a saúde do idoso ainda deixa muito a desejar, porque... eu faço parte também do conselho municipal do idoso, sou a vice presidente e a gente tem visto muitas coisas horríveis a respeito do idoso, o desrespeito das pessoas com os idosos, principalmente em filas de banco, a gente sabe que tem, mas ainda é desrespeitado, em transporte coletivo, eu já até presenciei, as pessoas não querem... os idosos mostram a carteirinha e as pessoas não respeitam, mas em relação assim a saúde, eu num posso falar dos outros bairros, mas aqui na nossa comunidade, aqui eles não são bem assistidos né, como deveriam, mas são assistidos aqui. Não todos os idosos, mas a maioria dos idosos aqui participam do grupo, nós temos aqui o grupo da terceira idade, que eles são muito participativos em tudo, é assim um grupo muito bom, na hora que a gente chama eles pra fazer alguma atividade eles estão presente, inclusive eles tão agora no combate à dengue e assim é muito bom, eles deveriam ter coisas melhores. Os idosos eles tão sendo espancados principalmente pelos netos, eles tão sendo espancados mas não assim de bater, é em relação ao idoso deles não terem aquele... eles não tomam de conta do dinheiro deles, sempre tem um neto pra receber, tem uma filha pra receber, eles num tem assim essa oportunidade de chegar e até ir com eles no local que ele recebe dinheiro e quando chegar usufruir daquilo não, tem outras pessoas por detrás pra fazerem o que querem, não o que o idoso quer. E outra coisa, o idoso ele tem medo, se alguém espancar eles tem medo de dizer, se o filho espancar ele ai se a gente for lá ai eles dizem: ‘não foi não, foi eu que cai, num foi meu filho não’. Como já aconteceu aqui na comunidade, uma idosa que participava aqui do grupo e o filho dela chegou em casa embriagado e deu uma paulada na cabeça dela e botou ela pro hospital e ele é deficiente, deficiente físico e eu fiquei muito preocupada com ela, a gente foi na santa casa falar com ela, foi até com o honda do quarteirão e ela disse ‘não, num precisa bater nele não, aquilo num foi porque ele quis não’. Isso no hospital, hospitalizada e ai a gente fica sem saber nem o que fazer né, porque primeiro tem que ter a permissão do idoso, ai a gente fica sem saber o que fazer a esse respeito.

APÊNDICE 3