• Nenhum resultado encontrado

7. APÊNDICES

7.2 APÊNDICE B: ROTEIROS DE ENTREVISTA

7.4.1. ENTREVISTA COM O PARTICIPANTE 1

DATA: 17 de dezembro de 2018.

LOCAL: Sala de estudos de o Colégio Estadual Pilar Maturana

Posso fazer algumas perguntas sobre o tema? Pode sim.

Permite que esta entrevista seja gravada? Permito.

Poderia se apresentar? Há quanto tempo atua como professor/a?

Olha, eu me formei em Química em maio de 1988, na verdade turma de 1987. Mas, eu já era professor assistente em Química nos cursinhos porque eu fazia Engenharia Química, então já estou aí há trinta anos.

Ministra aulas para quais anos/níveis de escolaridade? Em qual(is) disciplina(s)?

Ensino Médio. Houve uma época em que eu ministrei para Pós-Graduação. Eu tenho mestrado em Engenharia de Materiais, mas a essência do meu trabalho é o Ensino Médio.

Em qual (is) período(s) que leciona?

Manhã e noite. Não tem muita aula de Química a tarde.

Por que, com que frequência e como costuma abordar temas de Educação Ambiental em suas aulas?

Ah! Ele está no planejamento ali no primeiro ano e no início lá do terceiro ano, mas com tantos conteúdos e outras coisas que a escola nos obriga a fazer ele fica restrita ali aquela semaninha de aula.

Com qual conteúdo relaciona a Educação Ambiental em suas aulas?

Muito com a Química Orgânica, porque essencialmente o lixo ele é reciclável e ele é orgânico e a parte das moléculas artificiais, a parte inorgânica essa tem que ser tratada na parte de polímeros, porque essencialmente um computador é plástico e baquelite a parte das estrias de cobre que vai às placas essa se decompõem naturalmente no ambiente, mas o material inorgânico, aliás, o material orgânico

artificial que gerou os plásticos esses não tem nenhum inimigo natural, a única forma de você reaproveitar ele é aquecendo.

Usa algum vídeo em suas aulas para abordar a Educação Ambiental, qual? Tenho, tenho sim, justamente esse vídeo mostra esse lixo de computador, essencialmente computadores, peças de computadores, muitos teclados, menos os monitores antigos que tinham bulbo de vidro, ele essencialmente entra numa esteira rolante recebe ele assim um jato de área, não recebe nem água, vai para uma moedora e ai ele é aquecido, só que ele não era reaproveitado, simplesmente era queimado em altos fornos. Eram fornos até da companhia de cimento e o metal que derretia ali era reaproveitado, você retirava dali um pouquinho de cobre, quase nada de ouro e o resto era tudo queimado.

Por que, de que forma e com que frequência comenta do consumismo e das consequências que isso pode trazer ao meio ambiente?

O nosso ritmo de vida, ele já não te permite usar um equipamento até ele acabar. Eu mesmo tenho um celular que já tem quatro anos e ele está em perfeito estado, não está quebrado, não está com defeito, não está riscado só que o sistema operacional dele o Windows já está obsoleto, eu não consigo mais atualizar os programas então ele deixou de ser útil e ai fica aquela coisa, ele fica numa gaveta até você cansar dele, até a bateria explodir pela idade, ou você joga ele fora, só que não existe um local específico para este lixo eletrônico de alta tecnologia que são os celulares, os tablets, ele tem que ser moído e se ele vai parar no lixão ele vai ficar lá contando a minha história para quem desenterrar isso daqui a cem anos, igual à Ilha das Flores que é um filme que passo também, mas ali a Ilha das Flores tem um aspecto de dar um alô, uma acordada nas pessoas no ponto de vista de ajudar outro ser humano. O consumismo é muito tranquilo, mas você tem que esperar vir do aluno alguma coisa tipo troquei o celular, troquei isso, troquei aquilo, porque o ritmo de vida que a gente tem te obriga a trocar as coisas antes do fim da vida útil, eu não tenho uma palavra certa para colocar aqui, muita coisa deixa de ser legal antes da hora.

Você aborda em suas aulas a importância de separar o lixo para ir à reciclagem? Somente naquela semaninha.

Você aborda em suas aulas o lixo eletrônico? Por que, de que forma e com que frequência?

Ah! Esse sim, durante o meu Ensino Médio fiz um curso de eletrônica meu Mestrado foi em Eletroquímica então eu me sinto muito a vontade de falar nesse assunto, porque o lixo eletrônico de antes dos anos 80 eram rádios e TVs de tubo, coisas assim fáceis de você resolver, o lixo eletrônico de hoje é todo de plástico e esse ai você não tem uma, você não pode derreter um teclado e fazer uma régua, o teclado já é um ponto final, você não tem uma reciclagem específica pra ele.

Em sala de aula no planejamento é uma vez por ano no primeiro ano e no terceiro ano, e quando o assunto surge que às vezes os alunos nos surpreendem eles trazem o assunto. Você passa pela cidade, a cidade tem depósitos de lixos irregulares, as pessoas acham que se você colocar o lixo na frente da sua casa ele já não é mais seu, o problema principalmente das pilhas que hoje você tem nos ônibus na cidade de Curitiba um lixo especial só para recolher as pilhas, mas não é dito, eu não sei o que eles fazem com ela, se eu não sei as outras pessoas talvez nem perguntem o que acontece com elas. Ela simplesmente some da sua frente. Uns anos atrás em 2005 eu estava dando aula no Colégio Paulo Leminski os alunos vieram com uma campanha de recolher pilhas e baterias ai eu lembro que eu tinha pilha recarregável que já tinha sido usada mais de duzentas vezes, eu tinha bateria de celular daqueles antigos que parece um tijolo que hoje seria equivalente a uma bateria de notebook, eles recolheram aquilo tudo e receberam algum dinheiro pra isso, e esse dinheiro foi aplicado na escola para compra de algum equipamento de laboratório, mas eu nunca mais vi nenhuma campanha depois disso.

Você conhece algum componente químico prejudicial à saúde e ao meio ambiente presente no lixo eletrônico? Qual ou quais?

Ah! Você tem lá parte de bateria de lítio, você tem também uma série de metais pesados, que estão ali, que vão contaminar que você não tem pra onde mandar, porque o silício dos microchips ele volta para o ambiente e vira areia em algum momento, o cobre e o níquel ele acaba sendo decomposto no ambiente, agora o lítio das baterias, os outros metais pesados eles vão ficar ali reagindo durante muito e muito tempo esses teriam que ter tratamentos especiais.

Você gostaria de ter um material de apoio sobre o lixo eletrônico para abordar em suas aulas?

Tem alguma sugestão ou alguma reclamação sobre esta pesquisa?

Não, só acho que ela poderia até ter sido mais divulgada assim na surpresa a gente não se prepara para responder.

Tem alguma sugestão de atividades sobre o lixo eletrônico?

Olha, poderíamos pensar em uma prática onde eles trouxessem de casa esse material para a gente analisar, você tem uma coisa muito rica ali, você tem vários tipos de plásticos, você pode identificar alguns plásticos com cloro, sem cloro, etc. e fazer uma aula divertida de laboratório.

Gostaria de fazer algum comentário adicional sobre o tema?

É até quando a gente fica sem meio ter o que dizer você já poderia vir com a resposta técnica pra gente aproveitar em sala, algumas coisas ficam assim, meio nebulosas, tipo como no caso das pilhas, eu realmente não sei para onde elas vão, o que acontece com elas, eu espero que algum químico lá esteja dando um destino apropriado ou até que alguém esteja desmontando uma por uma, mas não vai acontecer isso. Eu gostaria de saber o que acontece com elas.

Obrigada!