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Tal como os directores da RTP e da SIC referiram, durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais, o Telejornal da RTP e o Jornal da Noite da SIC realizaram entrevistas a cinco candidatos.

Foi excluído destas entrevistas no principal noticiário das televisões Garcia Pereira. No caso da RTP, Garcia Pereira tinha sido convidado da Grande Entrevista já durante o período oficial de campanha.

As entrevistas foram realizadas, em directo, e decorreram em espaços reservados fora dos palcos das acções de campanha. As duas estações fizeram as entrevistas em simultâneo, ou seja, ambas incluíram no noticiário televisivo as entrevistas aos candidatos entre os dias 15 e 19 de Janeiro, o penúltimo dia de campanha eleitoral. Na RTP, Cavaco Silva foi o primeiro entrevistado, na SIC, o último.

Na RTP, o candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS-PP foi o que mais tempo esteve em antena mas com uma diferença de menos de um minuto em relação ao segundo candidato com mais exposição, Manuel Alegre. Há claramente um equilíbrio em relação ao tempo dado aos cinco candidatos durante as entrevistas no Telejornal.

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0 100 200 300 400 500 600 S e gun dos Garcia Pereira

Cavaco Silva Francisco

Louçã Manuel Alegre Jerónimo de Sousa Mário Soares Duração das entrevistas especiais a cada candidato no Telejornal da RTP

Ilustração 26

As entrevistas no Jornal da Noite, na SIC, ocupam mais espaço do que no Telejornal. A diferença de tempo não é significativa, pouco mais de um minuto, e na estação privada Cavaco Silva é também o candidato com mais tempo durante a entrevista. 0 100 200 300 400 500 600 700 S e gu nd os Garcia Pereira

Cavaco Silva Francisco

Louçã Manuel Alegre Jerónimo de Sousa Mário Soares Duração das entrevistas especiais a cada candidato no Jornal da Noite da SIC

Também na SIC é visível um equilíbrio dos tempos entre os candidatos. A diferença do tempo da entrevista do candidato do centro-direita é pouco mais de 30 segundos em relação ao segundo candidato com mais tempo, Mário Soares.

A TVI não incluiu durante a campanha eleitoral, no Jornal Nacional, entrevistas mais com os candidatos a Presidente da República.

CONCLUSÕES

A campanha eleitoral para as presidenciais em 2006 foi alvo de uma grande atenção da sociedade portuguesa e dos media não só por ser um momento de escolha de um Presidente da República mas também pelas personalidades envolvidas na eleição. Depois da conquista da maioria absoluta na Assembleia da República e da formação de governo por parte do Partido Socialista, as presidenciais constituíam, como defende o director de informação da RTP, Luís Marinho, uma espécie de nova esperança tendo em conta o que diziam as sondagens de opinião, ou seja, que pela primeira vez na história democrática portuguesa os eleitores podiam eleger um Presidente da República do centro-direita. Para além de Cavaco Silva, Primeiro-Ministro entre 1985 e 1995, concorriam à eleição figuras determinantes da vida política portuguesa. Ricardo Costa, director adjunto da SIC, classifica Mário Soares como a personalidade política mais importante da segunda metade do sec. XX. A candidatura surpreendente do ex. Presidente da República, apoiado pelo PS, foi motivo acrescido para o interesse na eleição assim como a entrada para a corrida eleitoral como candidato independente de Manuel Alegre, figura destacada do PS, poeta e amigo de Mário Soares. É nestes três homens que as televisões se concentram. O que está em causa para as estações é quem ganha mas não só. A luta, quase fratricida, entre Mário Soares e Manuel Alegre é determinante. Durante a campanha evitaram falar um sobre o outro, eles que foram companheiros de luta em muitas batalhas políticas estão agora em confronto. A divisão no Partido Socialista é um dos temas dominantes na campanha e importa saber quem vai também ganhar esta corrida pelo segundo lugar, se o fundador histórico do PS ou o “challenger” independente que virou as costas ao partido e avançou sozinho, sem máquina partidária. Quem chega em segundo lugar é fundamental se houver uma segunda volta. As sondagens de opinião vão confirmando Manuel Alegre em segundo e uma ligeira descida de Cavaco Silva. Não previsível mas possível, todos se interrogam como ficará o Partido Socialista se tiver de apoiar o candidato independente.

O “jogo”, a “arena”, “quem vai à frente”, afinal os ingredientes de que Larry J. Sabato (2000) nos fala estão bem presentes na campanha eleitoral para as presidenciais de 2006. Os responsáveis pelas três televisões assumem que a corrida entre estes três homens é fundamental. Uma espécie de “primeira liga” no campeonato presidencial como lhe chama o editor de política nacional da RTP. Alegam este dado para evocar o

critério jornalístico que justifica dar mais interesse às acções de campanha dos três candidatos, o que leva ao acréscimo no tempo de cobertura informativa tanto nas reportagens como nos directos. A “segunda liga” é ocupada por dois líderes de partidos da oposição com assento parlamentar que desde o dia em que anunciaram a candidatura não esconderam que o seu principal objectivo não era ganhar a eleição mas ajudar à derrota do candidato do centro-direita. Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã beneficiaram do capital político que representam para a determinação do interesse jornalístico na cobertura das acções de campanha. Ricardo Costa, director adjunto da SIC, admite que se PCP e Bloco de Esquerda tivessem avançado com outros candidatos provavelmente não teriam tido cobertura permanente por parte da estação. Nas três televisões os candidatos foram objecto diário de cobertura mas se o foram em número nem sempre isso aconteceu na forma. Para a campanha de Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã as estações enviaram duas equipas e os dois candidatos estiveram nas entrevistas que RTP e SIC realizaram nos telejornais durante a campanha eleitoral. A diferença de tratamento informativo entre Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã e Cavaco Silva, Manuel Alegre e Mário Soares está essencialmente em dois pontos. No número de directos que as televisões fizeram das acções de campanha e na posição no alinhamento do bloco da campanha eleitoral. Em relação aos directos, afinal aquilo que a televisão tem de mais imediato, as acções de Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã aparecem nos treze dias de campanha eleitoral duas vezes em directo nos noticiários televisivos da RTP e SIC. Na TVI, Jerónimo de Sousa é por cinco vezes objecto de cobertura em directo e Francisco Louçã quatro. Assumindo que os dois líderes de partidos da oposição e candidatos a Presidente da República não fazem parte do mesmo campeonato dos outros três candidatos, as televisões têm, no entanto, uma clara preocupação de equilíbrio no tratamento jornalístico entre as duas candidaturas. Importa acrescentar que havia outro ponto de interesse relativamente a Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã. Também entre os dois era importante verificar qual se posicionava em primeiro para avaliar o capital político de cada um, menos de um ano depois das eleições legislativas.

No boletim de voto constavam seis nomes mas isso nem sempre foi perceptível para quem acompanhou a campanha eleitoral pelas televisões, pelo menos na SIC. Garcia Pereira foi excluído dos debates organizados pelas três estações de televisão na pré-campanha eleitoral. A partir do momento em que a candidatura do coordenador do PCTP/MRPP foi aprovada pelo Tribunal Constitucional, a RTP, serviço público de

televisão, incluiu o candidato no espaço da Grande Entrevista. Se a lei determina que os órgãos de comunicação social, públicos ou privados, devem dar igualdade de oportunidades às várias forças políticas no decorrer de uma campanha eleitoral, a candidatura de Garcia Pereira foi por vezes esquecida. Só a RTP esteve ao longo dos treze dias de campanha nas acções do candidato. Obrigação suplementar do serviço público, reconhece Luís Marinho, director de informação da estação que chega a admitir que a RTP prejudicou o candidato por não o ter incluído nos debates da pré-campanha. Opiniões bem diferentes têm os responsáveis pela informação da SIC e da TVI que continuam a não ver interesse em incluir Garcia Pereira nos frente a frente realizados nas três televisões. Ao longo da campanha a TVI fez cobertura informativa de oito acções de Garcia Pereira, tantas quanto a agenda do candidato justificava, esclarece o director de informação Mário Moura. Alegando critérios jornalísticos, a SIC optou por incluir no Jornal da Noite apenas uma acção de campanha do candidato apoiado pelo PCTP/MRPP. Raquel Alexandra, editora de política nacional da SIC sustenta que a estação não se rege por critérios de igualdade formal e assim entende que os candidatos não devem ter tratamento igual. Se como observamos no capítulo II o preceito constitucional da “igualdade de oportunidade e de tratamento das diversas candidaturas” não foi ainda objecto de regulamentação própria para o sector privado de televisão e rádio, então, como conclui a Comissão Nacional de Eleições, em 1996, não há qualquer tipo de sanção prevista para quem não respeite este princípio de pluralismo. Basta, de facto, às televisões privadas invocar critérios jornalísticos.

É na obrigatoriedade do serviço público de televisão em dar igualdade de oportunidades a todos os candidatos que está a única grande diferença entre as três televisões generalistas portuguesas na cobertura da campanha eleitoral. De resto é visível no estudo empírico que RTP, SIC e TVI se assemelham na cobertura jornalística da campanha. São idênticas no destaque que dão às candidaturas de Cavaco Silva, Mário Soares e Manuel Alegre, no tempo que a campanha eleitoral ocupa nos noticiários televisivos, na duração média do Soundbite do candidato, na preocupação de equilíbrio nos directos e por último nos temas escolhidos. Apenas algumas particularidades podem demonstrar a marca da estação, por exemplo, as reportagens são da SIC são na generalidade maiores e a TVI faz mais directos que as outras estações.

Por último destacamos os temas da campanha que nas três estações de televisão são, na generalidade, relativos ao “jogo/estratégia”. Os responsáveis pela informação da SIC e da RTP admitem que podia haver um maior equilíbrio entre o “jogo/estratégia” e

os “temas de governação”. Perante a questão maior que é saber se as televisões estão a informar conscientemente o cidadão, os directores de informação das três estações alegam as entrevistas e os debates como momentos mais esclarecedores. Quem acompanha uma campanha eleitoral sabe que os candidatos não se limitam a atacar-se ou a apelar ao voto. Em todos os comícios repetem o programa eleitoral referindo-se exaustivamente sobre o que defendem para o país. Muitas vezes não é isso que vêm reflectido nas peças da televisão e queixam-se constantemente dos jornalistas por preferirem a polémica à substância. Philippe J. Maarek (1997, p. 151) refere que a possibilidade que os políticos têm para influenciar os conteúdos dos telejornais são em geral relativamente pequenas especialmente no que se refere à forma com a televisão trata as suas palavras e os seus actos na sua ausência. “Por esta razão, os políticos descobrem com consternação que os telejornais raras vezes transmitem, e se o fazem fazem-no mal, os temas que constituem a base das suas campanhas de comunicação. Um grande número de analistas políticos norte-americanos assinala o facto de os spots políticos publicitários tratam muito mais os temas políticos reais da campanha que os noticiários televisivos que tendem a tratar mais os aspectos periféricos como a personalidade do político ou a sua vida privada.”. Em Portugal não há spots políticos publicitários nem é habitual os jornalistas falarem da vida privada dos candidatos mas de resto a realidade assemelha-se. A tendência estudada nos Estados Unidos para o predomínio do enfoque do “jogo/estratégia” aplica-se a esta campanha eleitoral. Na verdade, não se pode negar que os “temas de governação” estejam ausentes da campanha mas os candidatos quando ao fim de trinta minutos de discurso sobre o programa eleitoral lançam um ataque ao adversário ou fazem um dramático apelo ao voto têm a intenção de ver esse soundbite reproduzido na televisão. Aos olhos do telespectador as campanhas eleitorais são a “arena” dos candidatos. Realidade ou mera construção do real, o eleitor decide na hora do voto.

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Entrevista a Luís Marinho, Director de Informação da RTP

- Qual deve ser a diferença na cobertura de uma campanha eleitoral entre o serviço público de televisão e as televisões privadas?

L.M – Eu sei que no futuro vamos ter um debate longo com o organismo regulador sobre a matéria. Na essência, nada nos deve diferenciar mas há alguma obrigatoriedade a que o serviço público está sujeito e os privados não, isto é, o de acompanhar os “ditos” pequenos partidos por mais pequenos que eles sejam. Enquanto isso é para nós uma obrigação para os operadores privados não é, eles podem adoptar o critério jornalístico puro. Nós adoptamos critérios jornalísticos mas temos uma obrigação suplementar. - O serviço público deve dar condições de igualdade a todos os partidos?

L.M – Tentamos, apesar de tudo e sei que a entidade reguladora não está muito de acordo com isto, nós queremos que isto seja sempre um trabalho jornalístico. Nós não queremos que a coberto do serviço público transformar tempo de antena em notícias. Eu penso que a entidade reguladora está aqui a fazer alguma confusão. Como temos essa obrigação, como fazemos sem estar a dar notícias ao cronómetro tentamos que haja alguns cuidados tendo em conta várias realidades. Há partidos que estão mortos durante o ano inteiro, não fazem rigorosamente nada e aproveitam as campanhas para dizer que estão vivos. Eu penso que o que faz sentido é que o Estado ou quem regula os partidos exerça uma fiscalização sobre estes partidos. 90% deles não existem, não têm nenhum papel na sociedade, não valem nada do ponto de vista social. Depois aparecem nas campanhas e reservam as suas acções para a televisão e perguntam-nos- vêm cá? Isso é