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Segundo a OMS (2011, citado por Cartucho, 2013) atividade física define-se como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que requer gasto de energia. A prática de atividade física/exercício físico pode prevenir as mudanças provenientes do processo de envelhecimento (Freitas et al., 2002 citado por Cartucho, 2013) promove a melhoria geral da aptidão física dos idosos (Puggard et al., 1994, citado por Cartucho, 2013), nomeadamente no desenvolvimento da força muscular (Fiatarone et al., 1990; Charette et al., 1991; Carvalho, 2002, citados por Cartucho, 2013), na melhoria da flexibilidade (Farinatti et al., 1995, citado por Cartucho, 2013), da coordenação (Williams et al., 1998, citado por Cartucho, 2013), do equilíbrio (Li et al., 2001, citado por Cartucho, 2013) e da resistência aeróbia (Falconio et al., 1994, citado por Cartucho, 2013).

Todavia, importa distinguir os conceitos de atividade física e exercício físico. A atividade física, como já foi referido, é qualquer movimento realizado pelo corpo através do sistema musculosquelético que resulte em dispêndio de energia. A atividade física na vida diária pode ser classificada em ocupacional, de lazer ou outras atividades. Por outro lado, exercício físico pode ser definido pelo movimento corporal realizado de forma estruturada, planeada, de forma repetida como o objetivo de manter ou melhorar uma ou mais componentes da aptidão física (Ogden, 2004).

Segundo Ogden (1999) a prática de exercício físico pode ser realizada de forma moderada com o propósito de melhorar o estado de saúde, físico e psíquico, ou de forma mais intensa com o objetivo de manter a boa forma cardiovascular. A prática de exercício físico pode ser realizada como parte integrante do trabalho diário de um sujeito ou como atividade de lazer, podendo ser realizado em grupo ou individualmente.

Os efeitos da redução da atividade física têm sido indicados como tendo impacto em diferentes sistemas orgânicos, como o sistema muscular, neural, respiratório e cardiovascular (Fiatarone et al., 1990, citado por Lacerda, 2004).

Sabe-se que os níveis de atividade física diminuem com o decorrer da idade, praticando atividade física regular somente uma pequena minoria de idosos (Dishman, 1994; Shephard, 2004, citado por Lacerda, 2004). Assim, a inatividade é uma peculiaridade dos idosos, refletindo-se na perda, substancial de funcionalidade, incitando ao risco de diversas doenças (Sallis, 2003, citado por Lacerda, 2004).

Assim, o aumento do sedentarismo nos idosos conduz a uma maior taxa de redução da capacidade funcional. Este fenómeno inclui também a diminuição da funcionalidade e o

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aumento da morbilidade, podendo ser corrigido através do envolvimento e participação dos idosos em programas de exercício (Sardinha & Batista, 1999).

Desta forma, a prática de atividade física é fundamental no processo de envelhecimento, atenuando as suas diversas consequências e doenças, em particular nas dimensões sociais, psicológicas e biológicas (Carvalho & Mota, 2002).

A Organização Mundial de Saúde (1996) destaca importantes benefícios da prática de atividade física em indivíduos idosos, a três níveis:

o Fisiológicos: os benefícios imediatos são a regulação dos níveis de glicose sanguínea, a estimulação da atividade das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) e o aumento quer da qualidade, quer da quantidade do sono. A longo prazo, a melhoria substancial em quase todos aspetos do funcionamento cardiovascular, força, flexibilidade, equilíbrio e coordenação e velocidade de movimento;

o Psicológicos: os benefícios imediatos são o relaxamento, redução do stress da ansiedade e o aumento do humor, sendo a longo prazo, o bem-estar geral, melhoria da saúde mental, melhorias a nível cognitivo, controlo e performance motora e aquisição de habilidades;

o Sociais: os benefícios imediatos são o retorno de uma certa autoridade ao idoso, a integração social e cultural, sendo a longo prazo o aumento desta integração social, a formação de novas amizades, alargamento da reunião social e alargamento da rede cultural, a manutenção e aquisição de um novo papel e o aumento da atividade intergeracional.

Além disso, a prática de exercício físico moderado e sistemático revela-se benéfico para os idosos, reduzindo o risco de morte prematura, doenças cardiovasculares, desenvolvimento de diabetes tipo II, cancro do intestino, hipertensão, depressão, ansiedade, previne quedas, auxilia na manutenção dos ossos, músculos e articulações num estado saudável, promove o bem-estar psicológico, auxilia no controlo do peso corporal, aumenta a longevidade, previne o declínio cognitivo, promove o contacto social e a autonomia e independência (Mazo et al., 2001; Spirduso et al., 2005)

No entanto, importa realçar que a prescrição de exercício deve ser individual, pois as diversas alterações morfológicas e funcionais requerem especial atenção por parte dos profissionais. Assim, revela-se fundamental conhecer as limitações e as necessidades dos idosos, com o propósito de prescrever um programa de exercício correto e racional,

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adaptado ao estado de saúde e condição física do idoso, não sobrecarregando o sistema cardiovascular e locomotor (Carvalho, 1999).

A literatura afirma que os programas de exercício devem ser multidimensionais, incluindo assim uma combinação de resistência aeróbia, força muscular, flexibilidade, equilíbrio e atividade de coordenação (Chodzko-Zajko, 1999).

Assim, os programas de exercício para a população idosa, devem incluir uma fase de aquecimento apropriada, uma fase que engloba diferentes aspetos da aptidão física e um período de relaxamento e respiração (Carvalho & Mota, 2002). É imprescindível que os exercícios aplicados envolvam os grandes grupos musculares, particularmente os mais utilizados no dia-a-dia, como os ombros, braços, coluna, anca e pernas (Evans, 1999, citado por Lacerda, 2004). Além disso, as atividades físicas mais recomendadas são as atividades aeróbias de baixo impacto, como as caminhadas ou a natação, pois englobam grandes grupos musculares e existe um risco menor de lesão (American College of Sports Medicine, 1998, citado por Lacerda, 2004).

Torna-se evidente que a prática de exercício físico é essencial para os idosos, pois é um contributo válido para o aumento da vitalidade mental, social e física, aumentando também a independência funcional em relação às atividades do quotidiano e melhoria da qualidade de vida (Mota & Carvalho, 1999), incluindo também a melhoria significativa da função cognitiva (Antunes et al., 2006).

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