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As epidemias estiveram presentes em diversas épocas da história, fazendo com que o homem tivesse que lutar contra os diferentes conflitos e, ao mesmo tempo, tentasse encontrar uma solução no combate aos

No documento LasVegas: SSN (páginas 48-50)

agentes infecciosos.

S

egundo o dicionário Houaiss, epidemia é definida como um “surto periódico de uma doen- ça infecciosa em dada população e/ou região”. Tal definição pode ser comprovada tendo em vista que, em diversos períodos, regiões do mundo foram mar- cadas tanto por essas moléstias quanto pelos fatos históricos, o que será discutido abaixo.

Desde os primórdios da humanidade os seres humanos convivem com os microrganismos, muitos deles infecciosos e responsáveis por várias doenças ao longo dos tempos. Entretanto, apesar de sua existência pré-histórica, estudos mostram que estes microrganismos passaram a provocar as epidemias somente após o início da agricultura e da domesticação dos animais.

Em 430 a.C., uma epidemia assolou a cidade de Atenas, matando cerca de 25 a 35% da popula- ção, afetando diretamente o exército ateniense que lutava contra Esparta na Guerra do Peloponeso, uma disputa de poder entre as duas cidades. Segundo o historiador Tucidides, que sofreu da doença, os sin- tomas eram descritos como: “calores na cabeça, in- flamação nos olhos, dores de garganta e na língua”. Recentemente, foram encontrados alguns fósseis da época e descobriu-se que o material genético era de uma bactéria causadora da salmonela.

Outro mal do qual se tem registros é a lepra, que devastou a Europa no período de 1000 a 1350, quando os europeus enfrentavam as cruzadas e a população vivia nos feudos. Na época, os doentes eram isolados nos centros conhecidos como lazare- tos – que eram cerca de 19000, localizados sempre fora dos portões das cidades europeias – sendo a Igreja Católica responsável pelos enfermos, sus- tentando a tese de que suas lesões na pele eram sinais de impureza religiosa.

Antes de ser considerada uma epidemia

europeia, a lepra já tinha feito suas primeiras vítimas no século XVIII a.C. e era descrita nas tábuas de Hamurabi como a doença que desfigurava os súdi- tos do rei da Babilônia. Devido ao histórico estigma- tizante da moléstia (o preconceito era tanto que o nome lepra assustava as pessoas),quando Hansen descobriu o bacilo que causava a doença, ela pas- sou a ser conhecida como hanseníase.

Com o renascimento do comércio, o reapa- recimento das cidades foi favorecido e passaram a aglomerar pessoas vivendo sob escassas condições sanitárias. Tal fato proporcionou o aparecimento da peste negra, que levava os europeus a morte em pouco tempo – estima-se que cerca de um quarto da população do continente foi dizimada, o que corresponderia a 102 milhões de habitantes. Esta doença, também denominada de peste bubônica, fez vítimas tanto no Oriente quanto no Ocidente, sendo causada pela bactéria Yersiniapestis e pas- sada para os seres humanos através da pulga de roedores (como o rato). Seus sintomas geralmente eram vertigens, tremedeiras, dores musculares e fe- bre.

O mundo estava passando por um grande turbilhão e, na Primeira Guerra Mundial, não foi so- mente o frio, a chuva e os inimigos que eram temidos pelos soldados. Eles preocupavam-se também com um adversário microscópico: o vírus da influenza,

Desenho do Vírus HIV em 3D que demonstra o vírus (em laran- ja) atacando e “invadindo” uma célula do sistema imunológico

(em cinza).

De Olho na

História

cuja contaminação ocorria por meio de gotículas de saliva e pelo ar. A enfermidade foi batizada na época de gripe espanhola, porém não atingiu somente a Espanha, mas o mundo todo, matando 20 milhões de pessoas em um único ano. Seus principais indí- cios eram fortes dores de cabeça e no corpo, calafri- os e inchaço nos pulmões.

A tuberculose, doença que atingiu vários escritores e artistas, como os poetas brasileiros Manuel Bandeira e José de Alencar e o imperador do Brasil Dom Pedro I, teve seu ápice nos anos de 1850 a 1950 (um bilhão de mortos) e nas últimas déca- das, ressurgiu com força nos países pobres e como doença oportunista nos pacientes de AIDS. Causa- da pelo bacilo de Koch, uma bactéria que ataca os pulmões, é altamente contagiosa e transmite-se de de pessoas para pessoa por meio das vias respira- tórias.

A varíola também deixou seu rastro de destru- ição durante muito tempo. O mal, conhecido popu- larmente como bexiga, atormentou o faraó egípcio Ramsés II e o Rei Luís XV da França. Ademais, foi assunto abordado por vários escritores – um exem- plo é a obra Capitães de Areia, de Jorge Amado. Transmitida geralmente pelas vias respiratórias (por se tratar de uma doença viral), seus principais sinto- mas eram febre, seguida de erupções na garganta, na boca e no rosto, que posteriormente deixavam cicatrizes no corpo. Foi erradicada do planeta a partir de 1980, após campanha de vacinação em massa.

Uma das doenças que mais matou e ainda mata é a malária, que atinge principalmente áreas tropicais na África, Ásia, Américas Central e do Sul, Oriente Médio e Oceania. Estima-se que a cada ano aproximadamente 500 milhões de pes- soas no mundo sejam contaminadas pelos diver- sos mosquitos que carregam o protozoário, das quais cerca de 1 a 3 milhões acabam morrendo. O aumento na resistência aos medicamentos usa-

para preveni-la também contribuem com a crescen- te prevalência da doença e seu reaparecimento em áreas onde já havia sido eliminada. Essa enfermi- dade é considerada a pior doença tropical e parasi- tária, perdendo em gravidade apenas para a AIDS.

Identificada em 1981 nos Estados Unidos, a AIDS foi considerada uma epidemia pela Organiza- ção Mundial de Saúde, visto que já matou aproxi- madamente 22 milhões de pessoas. A contamina- ção ocorre por meio do sangue, do esperma, da secreção vaginal e do leite materno. Como o vírus HIV destrói o sistema imunológico, sua multiplicação é inibida através de coquetéis de drogas administra- dos em soropositivos; contudo, esses coquetéis não conseguem eliminar o vírus do organismo.

O tratamento para cada uma dessas doen- ças causadas por bactérias, vírus e protozoários foi encontrado após avanços científicos, como a inven- ção do microscópio. Por serem transmissíveis, es- sas moléstias continuam aterrorizando as pessoas. Todavia, os recursos da medicina moderna permitem que em um tempo relativamente curto, os laboratóri- os consigam identificar detalhes de um agente infec- cioso, indicando as melhores armas (nas prateleiras das farmácias) para combatê-lo.

Referências Bibliográficas: http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1101132- 16107,00-NA+HISTORIA+DAS+EPIDEMIAS+ATE+SALMONE LA+JA+FOI+GRANDE+VILA.html http://super.abril.com.br/saude/grandes-epidemias-ao-longo- historia-445155.shtml http://super.abril.com.br/ciencia/epidemia-antibioticos-aids- mundo-tempo-pestes-440151.shtml http://noticias.uol.com.br/ciencia/album/090505epidemias_al- bum.htm#fotoNav=9 http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/hanseniase-2/ http://saude.hsw.uol.com.br/malaria.htm http://dstaidsuenf.blogspot.com.br/ http://hivempauta.wordpress.com/2011/02/22/imagem-do-hiv- em-3d-vence-concurso-de-desenhos-cientificos/

De Olho na História

Vítimas da gripe espanhola lotam setor de emergência de hospital no Kansas, EUA, em 1918.

O mosquito Anophelesaquasalis, vetor da malária.

A

concepção de “Olimpíadas” surgiu na Era Antiga, aproximadamente 2500 a.C., quando os gregos realizavam festivais em honra a Zeus. Porém, a data mais aceita para o início dos Jogos Olímpicos Antigos é 776 a.C., baseando-se em inscrições dos vencedores de uma corrida a pé, encontradas em Olímpia (dando origem ao nome Olimpíadas. Após a primeira Olimpíada, ficou acertado que os Jogos seriam realizados a cada quatro anos, durante os meses de julho ou agosto.

Começou com apenas uma corrida, porém aos poucos, o número de competições foi aumentan- do, até chegar a dez eventos no quinto século antes de Cristo. Podiam competir gregos que fossem ci- dadãos livres e nunca tivessem cometido assassina- tos ou outros crimes. Como os jogos eram realiza- dos no templo de Zeus, não era permitida a entrada de mulheres no local, somente homens participavam e assistiam o evento, com exceção das sacerdotisas de Deméter (irmã de Zeus). Pouco antes dos Jogos Olímpicos, as mulheres participavam de outra com- petição, no mesmo estádio de Olímpia, a Heraea, em homenagem à Hera, mulher de Zeus.

Apesar dos Jogos terem caráter religioso, também eram utilizados para difundir a paz e a harmonia entre os gregos. Para os vencedores das competições, era entregue uma coroa, alimentação gratuita por toda a sua vida, garantia de seu lugar em teatros e o título de herói de sua cidade.

Os Jogos Olímpicos tiveram seu apogeu entre os séculos VI e V a.C., mas entraram em

decadência em 456 a.C., quando os romanos dominaram a Grécia. A última Olimpíada foi realizada em 393 d.C., quando o imperador Teodósio I declarou que todas as práticas e cultos pagãos fossem eliminados.

Pierre de Frédy, conhecido como Barão Pierre de Coubertin, ficou para a história como o fundador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. O Barão tinha o sonho de reviver as Olimpíadas. Em 23 de Junho de 1894, organizou um congresso internacional em Paris, para criar o Comitê Olímpico Internacional (COI). Dois anos depois foram realizados os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, na cidade de Atenas, Grécia, a pátria dos Jogos Olímpicos.

Os Jogos Olímpicos também eram usados, desde o início, como uma plataforma para promover ideologias sócio-políticas. A Alemanha nazista, por exemplo, desejava retratar o Partido Nacional Socialista como bondoso e amante da paz, quando organizou os Jogos de 1936. Além disso, os jogos também foram destinados a demonstrar a superioridade da raça ariana, uma meta que não foi realizada devido às conquistas de atletas como Jesse Owens, atleta e líder civil afro-americano que ganhou quatro medalhas de ouro.

Nas Olimpíadas de Munique em 1972, um atentado do grupo terrorista palestino Setembro Negro matou 11 atletas da delegação de Israel. A partir deste fato, todos os Jogos Olímpicos ganharam uma preocupação com a segurança dos atletas e dos envolvidos nos jogos.

Durante a Guerra Fria, cada bloco adversário boicotou os Jogos Olímpicos do outro. Em 1980, nos Jogos de Moscou, sessenta e cinco nações recusaram-se a participar das competições, causando a redução no número de participantes para 81 nações, o número mais baixo desde 1958. A União Soviética e 14 dos seus parceiros do Bloco do Leste (com exceção da Romênia) boicotaram os Jogos Olímpicos de Los Angeles de 1984, alegando

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