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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO

2.3 ATORES ENVOLVIDOS NO SISTEMA DE EAD

2.3.4 Equipe de suporte técnico-administrativo

A equipe de suporte técnico-administrativo envolve todos os atores responsáveis pela disponibilização, apoio e infraestrutura acadêmico-administrativa necessária ao aluno para que ele tenha condições de focar sua aprendizagem. O MEC define uma estrutura mínima de recursos humanos necessária para os pólos de apoio presenciais, podendo variar para mais em função da quantidade de alunos inscritos nos cursos:

Quadro 2 – Recursos Humanos nos pólos.

Recursos Humanos

Coordenador de Pólo: responsável pela parte administrativa e pela gestão acadêmica

Tutor Presencial

Técnico de laboratório pedagógico, quando for o caso Técnico em Informática

Bibliotecária

Auxiliar para Secretaria Fonte: MEC (2009)

No âmbito da UAB, a Resolução CD/FNDE, de 08 de Abril de 2010 (que altera os incisos I a V do art. 9º, o § 1º do art. 10 e o item 2.4 do Anexo I da Resolução CD/FNDE no 26/2009) apesar de discorrer sobre questões de bolsas, apresenta, também, os seguintes atores já citados anteriormente: coordenador e coordenador adjunto da UAB, coordenador de curso nas instituições públicas de ensino superior (IPES), coordenador de tutoria nas IPES, professor-pesquisador conteudista, professor-pesquisador, tutor e coordenador de pólo (BRASIL, 2010).

De acordo com os “Referenciais de Qualidade para a EaD” (BRASIL, 2007), o corpo técnico-administrativo tem por função oferecer o apoio necessário para a plena realização dos cursos ofertados, atuando na sede da instituição junto à equipe docente responsável pela gestão do curso e nos pólos descentralizados de apoio presencial. As atividades desempenhadas por esses profissionais envolvem duas dimensões principais: a administrativa e a tecnológica.

Na área tecnológica, os profissionais devem atuar nos pólos de apoio presencial em atividades de suporte técnico para laboratórios e bibliotecas, como também nos serviços de manutenção e zeladoria de materiais e equipamentos tecnológicos. A atuação desses profissionais, nas salas de coordenação dos cursos ou nos centros de educação a distância das instituições, tem como principais atribuições o auxílio no planejamento do curso, o apoio aos professores conteudistas na produção de materiais didáticos em diversas mídias, bem como a responsabilidade pelo suporte e desenvolvimento dos sistemas de informática e suporte técnico aos estudantes.

No que tange à dimensão administrativa, a equipe deve atuar em funções de secretaria acadêmica, no registro e acompanhamento de procedimentos de matrícula, avaliação e certificação dos estudantes, envolvendo o cumprimento de prazos e exigências legais em todas as instâncias acadêmicas; bem como no apoio ao corpo docente e de tutores nas atividades presenciais e a distância, distribuição e recebimento de material didático, atendimento a estudantes usuários de laboratórios e bibliotecas, entre outros.

De acordo com o mesmo documento, a gestão acadêmica de curso de educação a distância deve estar integrada aos demais processos da instituição, isto é: o estudante de EaD precisa ter as mesmas condições e suporte que o estudante do ensino presencial, cabendo ao sistema acadêmico oferecer ao estudante geograficamente distante, o acesso aos mesmos serviços disponíveis ao ensino tradicional, como: matrícula, inscrições, requisições, acesso às informações institucionais,

secretaria e tesouraria, dentre outros. Quanto ao aspecto logístico na EaD, os processos de tutoria, produção e distribuição de material didático, acompanhamento e avaliação do estudante precisam ser rigorosamente gerenciados e supervisionados, sob pena de desestimular o estudante ou não permitir devidamente os registros necessários para a convalidação do processo de aprendizagem.

De acordo com Mill et al (2009, p.15-17), os Referenciais de qualidade para educação a distância, do MEC reforçam a importância do processo de gestão para o desenvolvimento de um bom sistema de educação a distância. Segundo estes autores, as equipes gestoras da EaD no Brasil são geralmente compostas por subgerências ou subsistemas, isto é:

gestão pedagógica e de formação, gestão de avaliação e acompanhamento, gestão tecnológica e de informação, gestão de pólos e instituições e gestão acadêmico-administrativa. Essas subgerências, em parceria com uma coordenação geral, com coordenações de cursos e/ou de projetos e com o apoio da reitoria da instituição, compõem o grupo gestor tradicional da educação a distância nas universidades.

Este grupo gestor é responsável pela estruturação das instalações, das equipes de trabalho, das redes comunicativas, do financiamento e da infraestrutura física e tecnológica, além de cuidar das várias questões didático-pedagógicas envolvidas no processo da EaD.

Além disso, de acordo com Duarte (2007, p.80), “quando se faz EaD são necessários profissionais de várias áreas, tais como gráfica, comunicação, planejamento, estruturação, gerência de projetos, produção de material pedagógico e logística, dentre outros”. Esta autora enfatiza que as instituições contemporâneas devem dar lugar à democratização no ambiente de trabalho, com iniciativas como o empowerment6, que abre espaço para a realização de potencial pessoal e profissional, possibilitando melhorar a gestão do conhecimento e facilitando seu compartilhamento entre os indivíduos. De acordo com a

6 Empowerment consiste em uma abordagem de projeto de trabalho que objetiva a delegação de poder de decisão, autonomia e participação dos funcionários na administração das empresas. De acordo com Mills (1996), o empowerment se assenta em quatro bases principais: poder, motivação, desenvolvimento (capacitação e formação continuada) e liderança.

autora, o gestor de EaD necessita de visão estratégica e foco em gestão de pessoas para “saber transformar grupos de trabalhos tradicionais em times de alta performance, tornando o fator humano um diferencial competitivo para a EaD e sobrepondo-se às limitações tecnológicas, quando existirem.

Para Mill et al (2009), se a instituição concebe a educação a distância de forma profissional e não amadora, é importante que a equipe multidisciplinar contemple especialistas nos conteúdos das disciplinas ou cursos, além de profissionais das áreas pedagógica e tecnológica, ambos com foco na EaD.

O Decreto 6303/07 (BRASIL, 2007), que alterou alguns dispositivos do Decreto 5622/05 (BRASIL,2005), dentre eles o artigo 10º. e seus parágrafos 1º. a 7º.ou, ressalta a necessidade, importância e obrigatoriedade de suficiente e adequada infraestrutura física, tecnológica e de recursos humanos nos pólos de apoio presenciais.

De acordo com Silva et al (2010), para que seja possível atingir bons resultados com a EaD, é imprescindível a criação e o desenvolvimento de uma boa equipe de trabalho, pois os resultados dificilmente nascem de ações individuais. Para eles, as dificuldades são muitas em termos de gestão de equipes na EaD, cabendo ao coordenador do pólo a tarefa de encontrar os mecanismos adequados para formar sua equipe e conduzi-la com excelência aos resultados esperados.