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2.2 Aspectos gerais das Escolas, campo da pesquisa

2.2.3 Escola José Geraldo da Cruz

A Escola José Geraldo da Cruz, localiza-se, na rua Do Rosário nº 622, no bairro Salesianos. A escola fica próxima de fábricas de sandálias, de um curtume e de um córrego onde são despejados esgoto, dejetos humanos e lixo. A criação da escola é de 1986, com funcionamento ocorrendo a partir de 1987.

Figura 3 Escola José Geraldo da Cruz

Fonte: SILVA, 2018.

A escola funciona nos turnos matutino e vespertino, com a oferta o Ensino Fundamental I pela manhã e o Ensino Fundamental II a tarde. No ano de 2018 a escola conta com um público de 306 (trezentos e seis) alunos, que segundo a Coordenação Pedagógica são oriundos dos bairros Centro, Socorro, Salesianos, Santa Tereza e Tiradentes.

O corpo docente em 2018é de 25 (vinte e cinco) professores, entre efetivos e temporários. Deste quantitativo, 03 (três) professores lecionam a disciplina de Geografia, no Ensino Fundamental II. Esses docentes atuam também em disciplinas como Estudos Regionais, História e Ensino Religioso para cumprir a carga horária mínima definida na legislação municipal.

As observações das 08 (oito) aulas de Geografia, no 7º ano, aconteceram no período da tarde, durante o mês de outubro de 2017. A partir das observações foi possível perceber as metodologias usadas pela professora, os desafios enfrentados durante as aulas, e o envolvimento dos alunos.

No contexto das observações das aulas, identificamos que o livro didático é o aliado na prática do professor. Ao passo que os professores nas suas opções metodológicas utilizam esse material, os alunos argumentam: “Se tá no livro?! Então vou copiar pra quê?!” ou ainda “A gente só usa o livro professora? não!”. Notamos que essas afirmações acabam sendo as mais comuns quando houve a indicação pela professora aos alunos: “Vamos ler o percurso 21!, um ler o primeiro parágrafo e

o outro o segundo.” Como estávamos observando a prática nas aulas, após a indicação da professora percebemos que alguns alunos permaneceram de cabeça baixa, outros causaram muito barulho e vez por outra com tons de voz mais elevados.

Durante as observações das aulas realizadas nas 03 (três) escolas identificamos que o livro didático assume um protagonismo na prática docente. Por ele o professor planeja, define conteúdos, desenvolve metodologias. Na maior parte das vezes o livro não só auxilia a ação docente, mas se torna o único meio para ensinar. Desta feita, fizemos uma exploração pelo livro didático utilizado nas escolas e focamos a análise no conteúdo de região.

2.3 “Expedições geográficas”, o livro didático de Geografia e a abordagem regional no 7º ano Vogal O Livro É Livre ... É! É? (SILVA, 2018)

Na prática do professor são inseridos materiais didáticos com o propósito de estabelecer a conexão com a realidade, dentre eles destaca-se o livro didático. Mas o que é um livro didático? De modo geral, Albuquerque define-o como “[...] todos aqueles que são utilizados na escola com fins didáticos, sejam eles manuais, compêndios, apostilas, obras literárias, atlas paradidáticos, além daqueles elaborados em formato digital” (2011, p.159). Essa definição apresentada por Albuquerque (2011) é a que representa a dimensão escolar, pois considera, também, os materiais elaborados e selecionados pelos próprios professores.

Os livros didáticos são também instrumentos culturais produzidos para os ambientes escolares, porque “O livro didático é um representante legítimo das disciplinas escolares e busca dar conta das necessidades surgidas na relação ensino-aprendizagem da educação básica. Sua produção tem como referência a cultura escolar” (SENE, 2014, p.29). Prioritariamente as escolas públicas adotam os livros divulgados pelo PNLD5 e, muitas vezes, deixa de ser um suporte para consulta

e planejamento do professor e passa a ser o aporte, quase exclusivo, da sua ação em sala de aula.

Para Tonini (2011), o livro assume, em certa medida, uma orientação curricular, tanto em termos de conteúdo quanto em perspectiva de comunicação e linguagem. Nessa direção, afirma a autora:

Ao entender o livro didático como local de suporte curricular, por materializar um currículo editado, é buscar não só os contextos teóricos da Geografia para sua análise, mas também os novos modos de comunicações da contemporaneidade que estão estabelecendo novas linguagens para aprender, os quais também vêm nos constituindo como sujeitos. (TONINI, 2011, p.146)

Ainda, na visão de Tonini (2011, p.146), “O livro didático é um dos recursos de aprendizagem mais universal de todos na cultura escolar permanece na centralidade da prática pedagógica e com seu irresistível desejo: o de comunicar- se.” É preciso saber quem produz o saber escolar? Quem produz o livro didático? E principalmente, como os livros contribuem ideologicamente na formação dos alunos na escola? Como material didático quais são os riscos de assumir o livro como único meio para ensinar?

Conceitualmente e esteticamente o livro didático é um dos recursos que os professores encontram para efetivar o seu planejamento. Nesse sentido, a seleção de um livro didático deve se pautar por uma avaliação criteriosa do docente, visando ter a disposição um meio que favoreça a sua ação, mas principalmente, atenda as necessidades de aprendizagem dos alunos.

5As editoras inscrevem as coleções de livros didáticos no PNLD para serem avaliados e aqueles aprovados, considerando os critérios pedagógicos definidos pelo Programa, são escolhidos pelas escolas públicas de educação básica do país. As avaliações pedagógicas são coordenadas pelo Ministério da Educação (MEC) e contam com a participação de Comissões Técnica específica, formada por especialistas das áreas do conhecimento correlatas. As obras aprovadas e selecionadas pelas escolas são distribuídas pelo MEC.

Ponthuschka, Paganelli e Cacete (2007), contribuem com alguns itens a serem observados e analisados pelos professores em relação aos critérios da seleção do livro didático de Geografia, dos quais destacamos serem considerados:

 Referência ao autor e autores: indicações básicas de quem o escrevem, sobretudo a formação e experiência com o ensino;

 Apresentação do livro: finalidade do material a partir do olhar dos autores quanto ao público (aluno ou professor);

 Índice e estrutura do livro: expressão das noções gerais das seções e capítulos, e dos conteúdos a serem aprendidos pelos alunos;

 Diagramação: adequação entre texto e imagens considerando o público a que se destina. O ideal é casar o conteúdo com imagens adequadas, além do cuidado de não induzir ao preconceito tampouco trazer imagens preconceituosas;

 Imagens e representações gráficas e cartográficas: é o momento de associar e agregar valor de informação ao texto escrito. A Geografia, por ser uma ciência que analisa o espaço nas mais variadas escalas, portanto com abstrações deve levar a espacialização de fenômenos com o uso da cartografia, inclusive, e também de outras linguagens;

 Proposta teórico-metodológica: são identificadas a partir da leitura dos textos que tratam do conceito do espaço geográfico, à tradicional, à crítica, ou seja, a depender da concepção pedagógica os conteúdos abordados e a escolha dos textos seguem a forma de entendimento dos autores;

 Linguagem: precisa ser adequada à série em que os conteúdos devem ser ensinados, dentro de uma coerência e lógica específica;

 As atividades devem contribuir para o entendimento e assimilação dos conteúdos, se bem que alguns professores confundem as atividades do livro didático como se fosse à avaliação, sendo que as concepções de avaliação estão dentro de outra estrutura quanto ao processo de aprendizagem e não apenas por mensuração;

 Indicação bibliográfica que fundamenta a escrita do livro didático conforme os critérios do PNLD.

Nas 03 (três) escolas é adotado o mesmo livro didático de Geografia para o 7º ano: livro “Expedições geográficas” 2ª edição, escrito por Sérgio Adas e Melhem Adas, da editora Moderna (Figura 4), publicado em 2015.

Figura 4 Livro de Geografia

Fonte: SILVA, 2018.

O livro didático apresenta inicialmente os conceitos de território, população, sociedade agrária e urbana e industrial. Posteriormente aborda-se a regionalização brasileira a partir das 05 (cinco) macrorregiões: Norte, Nordeste, Sudeste, Centro- Oeste e Sudeste. No período da realização das observações das aulas das escolas Professora Zila Belém e Mário Bem da Silva, os professores ensinavam sobre a região Norte, já na Escola José Geraldo da Cruz o ensino proposto foi em relação à região Nordeste, presentes como proposta teórica no livro didático de Geografia.

O livro didático do componente curricular de Geografia “Expedições geográficas” para o 7º ano é estruturado em 08 (oito) unidades, cada unidade possui 04 (quatro) ‘percursos’ que são os capítulos.

No livro didático os conteúdos relativos à região se apresentam como unidade conceitual e teórica para situar o Brasil em diferentes contextos regionais. A localização do Brasil é inserida no contexto da localização do Hemisfério Sul. Esta localização define os limites espaciais para o que será descrito como uma região geográfica e, nesse caso, as particularidades naturais, sociais, econômicas e culturais aparecem como critérios que dizem o que é a região.

Figura 5 Conteúdos escolares

Fonte: SILVA, 2018.

Nesta direção à disposição dos conteúdos, tal qual no sumário (Figura 6), em unidades, e nos percursos formam o currículo para o ensino do conteúdo de região. Isso fica evidente a partir da unidade 04 (quatro) que traz a região Norte do Brasil para a compreensão dos alunos.

Figura 6 O livro é currículo

A partir da identificação e da análise do livro didático de Geografia do 7º ano, montamos um quadro com as unidades e percursos que o compõem para um melhor entendimento sobre a sequência teórica. Nas realidades das escolas campo da pesquisa essa estrutura dos capítulos do livro didático passa a ser a sistematização do currículo aula após aula, na prática dos professores.

Quadro 1 Livro didático de Geografia: unidades e conteúdos. Livro didático: Expedições geográficas

Autores: Melhem Adas e Sérgio Adas Série: 7º ano

Edição: 2ª

Ano de publicação: 2015 Cidade: São Paulo

Componente curricular: Geografia Editora: Moderna

Unidades de estudo Conteúdos

Unidade 1

O território brasileiro

Percurso 1. Localização e extensão do território brasileiro.

Percurso 2. A formação do território brasileiro. Percurso 3. A regionalização do território brasileiro. Percurso 4. Domínios naturais: ameaças e conservação.

Unidade 2

A população brasileira

Percurso 5. Brasil: distribuição e crescimento da população

Percurso 6. Brasil: migrações internas e emigração. Percurso 7. População e trabalho: mulheres, crianças e idosos.

Percurso 8. Brasil: a diversidade cultural e os afro- brasileiros,

Unidade 3

Brasil: da sociedade agrária para a urbano-industrial

Percurso 9. A urbanização brasileira.

Percurso 10. Rede, hierarquia e problemas urbanos. Percurso 11. A industrialização brasileira.

Percurso 12. O espaço agrário e a questão da terra. Unidade 4

Região Norte

Percurso 13. Região Norte: localização e meio natural. Percurso 14. Região Norte: a construção de espaços geográficos.

Percurso 15. Amazônia: conflitos, desmatamento e biodiversidade.

Percurso 16. Amazônia: o desenvolvimento sustentável.

Unidade 5 Região Nordeste

Percurso 17. Região Nordeste: o meio natural e a Zona da Mata. Percurso 18. O Agreste. Percurso 19. O sertão. Percurso 20. O Meio-Norte. Unidade 6 Região Sudeste

Percurso 21. Região Sudeste: o meio natural.

Percurso 22. Região Sudeste: ocupação e povoamento.

Percurso 23. Região Sudeste: a cafeicultura e a organização do espaço.

Percurso 24. Região Sudeste: população e economia.

Região Sul Percurso 26. Região Sul: a construção de espaços geográficos.

Percurso 27. RegiãoSul: problemas ambientais. Percurso 28. Região Sul: população e economia. Unidade 8

Região Centro-Oeste

Percurso 29. Região Centro-Oeste: localização e meio natural.

Percurso 30. Região Centro-Oeste: fatores iniciais da construção de espaços geográficos.

Percurso 31. Região Centro-Oeste: a dinamização da economia.

Percurso 32. Região Centro-Oeste: população, economia e meio ambiente.

Fonte: ADAS, Melhem e ADAS, Sérgio. Expedições geográficas, 7º ano, componente curricular de Geografia. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2015.

Na América do Sul as regionalizações se estruturam vinculadas aos processos físicos e de colonização, que esteve sob o domínio espanhol e português. Assim, do Hemisfério Sul tem-se a emergência da região América Latina.

A América Latina, segundo os autores do livro didático anteriormente identificado, refere-se ao conjunto de países em que o idioma se originou do Latim, tais como: “[...] português, espanhol, francês, italiano, romeno entre outros” (ADAS e ADAS, 2015, p.16). No entanto, há uma lacuna quanto a refletir sobre essa região, considerando o critério cultural decorrente dos povos negros vindos da África nos navios negreiros, e habitantes que aqui já viviam antes dos colonizadores.

É importante observar que, metodologicamente, a colonização é o ponto de partida para os autores tratarem da formação do território brasileiro. Para isso trazem os fatos históricos privilegiando a exploração colonial feita por Portugal. Nesse sentido, a noção de Colônia de Exploração torna o território colonizado subordinado aos interesses da metrópole, sendo um espaço para a retirada das riquezas, ao tempo que, acumula as mazelas da pobreza.

Os autores, pautados numa abordagem cronológica, apresentam como o território brasileiro vai se constituindo como unidade e nisso, ilustram, a partir de mapas, as diversas espacializações que foram ocorrendo, impulsionadas pelas diferentes atividades econômicas (pau-brasil, cana de açúcar, pecuária, mineração, drogas do sertão). Tomando esse recorte do livro, o professor pode explorar com os alunos a compreensão do processo de ‘conquista’ e ocupação do território do Brasil, sobretudo as mudanças impulsionadas pela economia, em conexão com os demais territórios da América Latina. Com essa abordagem ele tem à disposição um

conteúdo que contextualiza em parte o processo de formação territorial, mas não o tem em sua diversidade.

Na abordagem que trata da formação territorial temos configurado como vai se delineando as primeiras regionalizações do Brasil. Aqui se inicia a trama da regionalização por dentro do território. Aqui também caberia a pergunta: “o que é região”? Configura-se mais evidente, bem como, quais os critérios considerados para entendimento regional que a Geografia usa?

Essa discussão que está no livro didático pode ser ampliada para entendermos a região como “[...] uma realidade concreta, física, ela existe como um quadro de referência para a população que aí vive. Enquanto realidade está região independe do pesquisador em seu estudo ontológico”, (GOMES, 1995, p.57).

Considerando essa perspectiva, é possível problematizar a região tornando-a mais próxima do aluno, buscando identificar alguns indícios históricos e de pertencimento que levam, por exemplo, as pessoas afirmarem “sou do sertão”, “sou do litoral”, “sou do Seridó”, “sou do Cariri Cearense”, “sou dos Pampas Gaúcho”, “sou do ABC Paulista”.

Em cada afirmação o resquício de uma região aparece, um conteúdo de autorreconhecimento espacial enredando uma combinação de elementos cujas características matizam a dimensão física na cultural, na histórica, na econômica e na política. Isso porque, é a vivência no espaço que possibilita ultrapassar os limites territoriais recortados pelos mapas oficiais6.

No livro didático os autores desenvolvem a linha de escrita sobre a região amparada na definição do IBGE, ou seja, segue a abordagem do ponto de vista da organização administrativa da República Federativa do Brasil, apresentando a divisão do território em Região Norte, Região Nordeste, Região Sudeste, Região Sul e Região Centro-Oeste. Para essa abordagem as regiões são descritas quanto as suas características naturais, econômicas, ambientais e culturais.

Na região Norte é abordado temas que se fundem ao espaço a dimensão da Floresta Amazônica. São tratadas as questões ambientais, desde a derrubada da vegetação para expansão da pecuária, poluição dos rios, biopirataria,

6COSTA, Rogério Haesbaert da. O mito da desterritorialização: do “fim dos territórios” à multiterritorialidade. 9ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2016. (p.40). A região de fronteira do Estado do Amapá e a Guiana Francesa é um exemplo, das populações que por relações afetivas culturais e econômicas, embora exista a divisão territorial política a ligação dos povos do lado brasileiro e francês são um ingrediente para se entender a complexidade do conceito de região. (N.A.)

desenvolvimento sustentável, ativismo e proteção da fauna e flora. Destaca-se que ao longo das ‘Unidades’ e ‘Percursos’ há indicações para uso das linguagens, tais como: filmes, livros, sites e textos escritos. O que chama à atenção é a discussão pautada na homogeneização da região Norte; é como se esse espaço tivesse as mesmas referências climáticas, nenhuma variação cultural e econômica entre os estados do Tocantins e Acre, Amazonas ao sudoeste do Estado do Pará, por exemplo.

Para a região Nordeste são considerados os “traços históricos” que ajudam a entender a produção de espaços geográficos nesse pedaço do Brasil. Os autores Sérgio Adas e Melhem Adas (2015), subdividem o Nordeste em: Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio-Norte, considerando os critérios naturais.

A partir dessa referência segue-se a mesma sequência na Zona da Mata: clima; metrópoles; aspectos gerais da economia ligados à agricultura como a produção de açúcar e cacau, e o polo industrial do “Recôncavo baiano”. Já no tratamento sobre o Agreste, introduzem as referências de: localização, vegetação, relevo e clima, ou seja, nos aspectos físicos naturais, depois abordam as cidades e a economia. Na “sub-região” Sertão é indicado a localização, vegetação, o clima e relevo, há uma seção sobre o Rio São Francisco e à Transposição. Também tem ênfase a economia, do ponto de vista histórico do período colonial ao perímetro irrigado de Juazeiro-BA e Petrolina-PE. Quanto ao Meio Norte, os conteúdos são iniciados com: a localização, vegetação, relevo, hidrografia e clima.

No fator histórico são quatro motivos que justificam “a construção” desse espaço: o surgimento da cidade de São Luís, no século XVII; o povoamento do Piauí, do interior para o litoral; apresamento dos indígenas e o aldeamento desses pelos jesuítas (ADAS e ADAS, 2015).

A região Sudeste é subdividida em “Região Sudeste: o meio natural”; “Região Sudeste: ocupação e povoamento”; “Região Sudeste: a cafeicultora e a organização do espaço” e “Região Sudeste: população e economia”.

Os autores abordam a constituição do relevo, o tipo de clima associando-os tipos de vegetação e devastação, e, informam aos alunos a devastação proporcionada com o cultivo do café e a retirada da mata nativa para uso na construção de ferroviais e uso nos trens. Depois, reflete na questão histórica de ocupação da região a partir da Capitania de São Vicente, atual estado de São Paulo;

relatam como a atividade da mineração, no atual estado de Minas Gerais, produziu o espaço geográfico. Trabalham com o histórico da produção e expansão do café.

É com base na produção do café que os autores consideram a maior mudança no espaço sudestino, pois, a partir da produção e venda em larga escala surge à necessidade de implantação de ferrovias, bem como, a necessidade de empregabilidade da mão de obra no modelo de produção da época. Os problemas urbanos da região Sudeste são discutidos no último ‘Percurso’ dessa ‘Unidade’, são discussões sobre: população, economia, agricultura, pecuária, recursos minerais e as formas de extrativismo.

Para a região Sul os conteúdos selecionados se subdividem em: “Região Sul: o meio natural”; “Região Sul: a construção de espaços geográficos”; “Região Sul: problemas ambientais” e “Região Sul: população e economia”. No primeiro ‘Percurso’ dessa ‘Unidade’, é apresentada a região do ponto de vista histórico, caracterização natural com destaque ao relevo e vegetação, o clima, bacia hidrográfica com seus rios “caudalosos”, na seção socioambiental traz a informação sobre a importância do lençol de água do Aquífero Guarani.

No ponto de vista da constituição histórica do espaço geográfico da região Sul do Brasil, se deu no início do século XVII, entram nas questões econômicas da criação de gado. E trazem informações a respeito dos imigrantes europeus e asiáticos, a partir do século XIX. As discussões a respeito dos problemas ambientais versam sobre o desmatamento, erosão de solos e a contaminação das águas pelos agrotóxicos. Os conteúdos de população e economia são discutidos no último percurso dessa unidade.

A região Centro-Oeste é apresentada em: “Região Centro-Oeste: localização e meio natural”; “Região Centro-Oeste fatores iniciais de espaços geográficos”; “Região Centro-Oeste: a dinamização da economia”, e, “Região Centro-Oeste: população, economia e meio ambiente”. Os autores seguem a mesma linha metodológica de escrita das unidades 04, 05, 06 e 07, partem do meio natural às atividades econômicas e dinâmicas populacionais que formam essa região.

As expedições regionais tecidas no livro didático colocam aspectos relevantes, mas com brechas para serem ocupadas pelo professor. Se esse livro didático é o principal recurso a ser utilizado na sala de aula, cabe transformá-lo, ampliá-lo, adequá-lo a outras linguagens? Nesse sentido, é possível rasurar a sua ordem e propor percursos que levem aquela escrita a ser reescrita, com as tintas

dos alunos, utilizando recortes de jornais, canções, fotografia, poesia, literatura, histórias de vida. As informações estão lá, mas o fazer didático não! Esse depende