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CAPÍTULO 2 – PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO

3.2 Escola Técnica Estadual 25 de Julho – Uma Realidade em Construção

A Escola Técnica Estadual 25 de Julho marca sua história na comunidade local conferindo a possibilidade de acesso à educação a milhares de jovens de Ijuí e região nos turnos da manhã, tarde e noite. Sua proposta pedagógica considera a realidade em que a escola está inserida, favorecendo a inserção de jovens no Ensino Médio e na educação profissional. A escola sempre buscou promover a construção de aprendizagens significativas, para que o educando adquira espírito crítico e participativo, o que o torna um cidadão consciente, capaz de interagir e intervir na sociedade e no mundo do trabalho (REGIMENTO ESCOLAR, p. 6).

A escola desenvolve atividades de níveis Médio na Modalidade Politécnica (diurno e noturno), EJA, Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio Politécnico, Técnico Pós- Médio e Técnico concomitante ao Ensino Médio. Atualmente estão sendo oferecidos cursos de informática, mecânica, eletrotécnica e na área moveleira.

A História da Instituição teve início no dia 17 de novembro de 1960 por meio do Decreto de Criação nº 11.781, com a denominação de Escola de Ensino Técnico Industrial. Desde então contribui para a transformação da realidade social dos ijuienses e da região com a preparação e inserção de estudantes no mundo do trabalho. Percebe-se que na realidade destes estudantes que buscam a escola técnica, o ensino superior passa a ser uma consequência, e o objetivo maior é o ingresso no mundo do trabalho.

Em 4 de novembro de 2010, conforme Diário Oficial, portaria nº 175/2010, esta “Instituição escolar passa a ser identificada como Escola Técnica Estadual 25 de Julho – Centro Estadual de Referência em Educação Profissional, conforme Pareceres do Conselho Estadual de Educação/RS, n° 60/2010 e 562/2010. Assim, a cinqüentenária escola estadual amplia sua capacidade para atingir um maior número de pessoas que buscam a qualificação profissional no âmbito local, regional ou inter regional.”

O 25 (como é carinhosamente chamada pela comunidade) vem sofrendo transformações em sua estrutura curricular por intermédio da Proposta de Reforma do Ensino Médio desenvolvida pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul.

O Projeto Político Pedagógico da escola contempla valores que regem a educação para o tempo atual e, de certa forma, relacionam-se à realidade vivida na comunidade. Dessa forma, torna-se visível a relação com o mundo do trabalho, e a formação intelectual e humana estão intrínsecas a todas as ações desenvolvidas na escola.

Segundo o Projeto Político Pedagógico da Escola (PPP):

Para esta construção são necessários EDUCADORES (professores e funcionários) qualificados e valorizados, com oportunidades permanentes de atualização e aperfeiçoamento. Profissionais competentes, atuantes e preparados para conduzir o processo de desenvolvimento global do educando, capazes de superar os obstáculos, buscar e construir oportunidades, com o propósito de crescer (2010, p. 20).

Essa preocupação, exposta no Projeto Político Pedagógico da escola, manifesta a visão que certamente parte da equipe pedagógica e gestora, quando se faz necessário na realidade contemporânea um professor que busque aperfeiçoar suas práticas e que esteja sempre estudando e pesquisando.

Com essa consciência certamente a pesquisa já seja considerada um princípio educativo na vida dos profissionais da escola para a formação continuada pessoal, bem como para a formação dos alunos que, na sua grande maioria, dividem-se em: dar continuidade aos estudos (cursando Ensino Superior), ingressar no mundo do trabalho ou, ainda, continuar estudando e trabalhando.

Nesse sentido, os fundamentos teóricos que orientam as práticas desenvolvidas pelos professores na escola são embasados, segundo o seu Projeto Político Pedagógico, em fundamentos éticos, epistemológicos e didático-pedagógicos.

Os fundamentos teóricos, segundo o documento, contribuem com a visão da escola, que busca: “Construir, socializar e difundir conhecimentos e competências diversas de forma a contribuir para a formação e vivência da cidadania, habilitando o sujeito a entender o mundo que o cerca e a propor mudanças para qualificá-lo” (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2010, p. 12).

Nessa direção, os fundamentos éticos contribuem para a formação integral que a escola propõe, assumindo alguns valores como elementos imprescindíveis da constituição dos sujeitos. Neste contexto, toda a comunidade escolar (educadores, funcionários, alunos, famílias) consideram os seguintes valores: “responsabilidade, solidariedade, respeito, ética, justiça, afetividade, esperança, diálogo, espírito crítico, vida” (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2010, p. 14).

A efetivação/vivência destes valores dar-se-á como prática cotidiana por meio do envolvimento e engajamento de todos na construção coletiva da escola como espaço de convivência digna e justa, rica em possibilidades de experiências e relações que promovam o desenvolvimento integral do sujeito e do grupo, e a construção de um projeto de cidadania que pressupõe, segundo Moacir Gadotti (2000, p. 133), a consciência de direitos e exercício da democracia. “Não há cidadania sem democracia”. Assim, é preciso um espaço para a reflexão acerca das nossas práticas pedagógicas (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2010).

Para além de todo o fundamento ético que é necessário trabalhar na escola, é fundamental que a mesma busque desenvolver fundamentos epistemológicos que assegurem o acesso e domínio de conhecimentos, informações, habilidades e competências fundamentais a uma qualificada, comprometida e efetiva inserção social. Segundo o PPP, isso pressupõe:

[...] ultrapassar seus muros, romper paradigmas, estabelecer relações entre o conhecimento e a realidade cotidiana. O mundo da vida e o mundo da Escola não devem ser realidades distintas, pois ambos fazem parte de um único mundo. A realidade concreta deve ser o ponto de partida das problematizações que levarão à construção de conhecimentos que possibilitarão uma leitura mais aprofundada e menos “ingênua” desta realidade. – construir, discutir e esclarecer sobre regras para a convivência democrática na escola e fora dela, através da consciência dos direitos e deveres de cada sujeito e dos coletivos organizados. – vivenciar na escola, na família e sociedade os valores humanos fundamentais a uma vida justa e digna. – possibilitar a participação dos diferentes segmentos que compõem a comunidade escolar: educadores, educandos, funcionários, famílias, através do Conselho Escolar, Círculo de Pais e Mestres, Clube de Mães, Grêmio Estudantil, Lideranças de Turma, entre outros, na concepção, construção e efetivação do projeto educativo da escola (2010, p. 17).

Do mesmo modo, os fundamentos didático-pedagógicos norteiam, juntamente com os fundamentos éticos e epistemológicos, a prática docente, lembrando que a educação deve ser a base para o desenvolvimento social, entendida como um processo participativo de construção, apropriação e ampliação do conhecimento e de tecnologias para a transformação da sociedade; um processo permanente de formação de sujeitos autônomos, com posição crítica ante as desigualdades e injustiças sociais (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2010, p. 18). Para a efetivação desta educação, faz-se necessário que a instituição educativa se constitua em:

Escola como espaço coletivo de construção de direitos e deveres (ética, valores,

cidadania, responsabilidade), de exercício da democracia participativa, diálogo, justiça e igualdade; como espaço de compreensão crítica dos meios de comunicação, como um dos instrumentos da construção de uma sociedade mais justa e democrática; como espaço de socialização e construção coletiva do CONHECIMENTO, entendido como direito de todos, construído coletivamente como processo de desvelamento, apreensão e transformação da realidade, e mediado pelo contexto histórico-social; compreendida como patrimônio da comunidade (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2010).

A Escola Técnica Estadual 25 de Julho, consciente da necessidade de participar criticamente das transformações do mundo, preocupa-se com a formação de cidadãos e promove uma ação educativa consciente, crítica e construtiva, tendo como prioridade a construção de conhecimentos, o desenvolvimento de competências e o estabelecimento de relações que orientem a formação/vivência, princípios e valores que capacitem o sujeito a ser um agente promotor de seu crescimento e do bem comum da sociedade, aliando em sua prática os fundamentos que colocam a produção do conhecimento como instrumento para a mudança.

3.3 A Formação Humana Integral por Meio da Pesquisa Como Princípio Pedagógico e