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Conhecer a realidade do município é determinante na definição das grandes diretrizes de intervenções necessárias ao desenvolvimento da educação local. A pesquisa permitiu observar que a esfera pública municipal é caracterizada por um governo municipal que estabelece relações de subordinação entre os governados, a que devem obediência. A sociedade política que visa aos interesses públicos é aquela que representa os interesses das políticas educacionais, que traduzem as propostas das escolas (reformas curriculares ou estruturais) e lutam por modificações/transformações na dinâmica interna do processo educativo e na decisão das políticas educacionais emergentes. Efetivamente, as políticas educacionais são decididas e construídas no espaço da Secretaria Municipal de Educação, que busca mudanças progressistas na rede municipal, que possam contribuir com as instituições de ensino e compartilhar de maior autonomia tanto administrativa como pedagógica no seio de sua práxis. As políticas de educação refletem, para o cenário municipal, a possibilidade de reformar a educação, de constatar as lacunas deixadas no processo educacional e avaliar os velhos problemas para propor uma nova posição para os novos.

No quadro 3.1 a seguir destaca-se a média de alunos por turma, na Educação Infantil (Creche e Pré-Escola) e no Ensino Fundamental (1ª a 4ª serie) do município de Cosmorama, assim como o tempo médio de permanência do aluno na escola e a relação de matrícula com a função docente. Segundo os dados do quadro, nos segmentos cuja responsabilidade pelo atendimento é do município, o município atende 24,5%. É o município que está atendendo à demanda pela Educação Infantil e Ensino Fundamental.

Quadro 3.1. Condições de oferta municipal – rede municipal - 2006

Creche Pré-escola 1ª etapa do EF

Indicador U R U R U R Média de alunos por turma 14,0 - 15,5 15,0 24,5 - Média de hora-aula diária 9,0 - 4,0 4,0 5,0 5,0 Relação Matrícula/ Função Docente - - 15,5 15,0 20,6 12,3 Fonte: MEC/SEB - 2008

No Quadro 3.2 os pontos destacados referem-se às taxas de rendimento na rede municipal entre os anos de 2001 e 2005, apresentando uma elevação significativa. Essa variação pode ser verificada por meio das taxas de reprovação, que diminuíram na 4ª série (ciclo II) em relação à 2ª série (ciclo I).

Quadro 3.2 - Taxas de rendimento– rede municipal

Taxa Aprovação Taxa reprovação Taxa Abandono

Fase/Nível U R T U R T U R T 2001 - 100,0 100,0 - 0,0 0,0 - 0,0 0,0 1ª série/2º ano 2005 100,0 95,0 99,2 0,0 5,0 0,8 0,0 0,0 0,0 2001 - 100,0 100,0 - 0,0 0,0 - 0,0 0,0 2ª série/3º ano 2005 83,5 81,8 83,2 16,5 18,2 16,8 0,0 0,0 0,0 2001 - 95,7 95,7 - 0,0 0,0 - 4,3 4,3 3ª série/4º ano 2005 99,0 100,0 99,1 1,0 0,0 0,9 0,0 0,0 0,0 2001 - 88,9 88,9 - 11,1 11,1 - 0,0 0,0 4ª série/5º ano 2005 93,6 86,7 92,7 6,4 13,3 7,3 0,0 0,0 0,0 Fonte: MEC/SEB - 2008

Quanto à taxa de distorção idade/série, ilustrada no quadro 3.3 é um indicador a ser levado em conta na rede municipal, pois deve ser trabalhado juntamente com as demais taxas de eficiência do sistema educacional de Cosmorama.

Quadro 3.3 - Distorção idade-série – rede municipal

Fase /Nível Ano Urbana Rural total

2001 - 0,0 0,0 1ª série/2º ano 2005 0,0 0,0 0,0 2001 - 0,0 0,0 2ª série/3º ano 2005 4,9 13,6 6,4 2001 - 8,3 8,3 3ª série/4º ano 2005 5,3 6,3 5,4 2001 - 22,2 22,2 4ª série/5º ano 2005 15,3 0,0 13,2 Fonte: MEC/SEB - 2008

Esses indicadores são importantes para o município contabilizar em termos da qualidade oferecido e do nível de atendimento da clientela, afinar esses dados e definir quais as estratégias a serem adotadas pelo município.

À Secretaria da Educação cabe concentrar e fortalecer as unidades escolares e investir na autonomia das escolas, definida como competência para elaborar o projeto pedagógico adequado às reais necessidades dos alunos, a partir de diretrizes gerais que garantam a coerência das Secretarias, para que as escolas tenham maior autonomias financeiras, pedagógicas e administrativas, que lhe possibilite tomar decisões quanto ao seu projeto pedagógico.

As estatísticas exibidas nas tabelas que seguem, traz no seu bojo um censo educacional da situação escolar da rede municipal de Cosmorama referente ao ano de 2001, que marcou o início do processo de municipalização. Os dados apresentados estão direcionados para identificar a situação de matrículas, evasão, repetência, transferência e promoção dos alunos da rede municipal, nas três unidades escolares. É significativo o número de alunos retidos e transferidos. Esses dados expressam a necessidade de ajustes de ordem pedagógica independentemente da unidade escolar que apresenta índices de retenção e transferências significativos. Esclarecemos esses conceitos:

* É aquele aluno que registrou seu ingresso na unidade escolar por meio da efetivação da matrícula;

** Aluno evadido é aquele que por razões desconhecidas ou por migração (situação comum na região pela dificuldade dos pais de manterem-se por muito tempo em um determinado trabalho, ou pelo grande fluxo rotativo de trabalho), deixou de freqüentar a escola durante o ano letivo tendo sua matrícula cancelada;

*** Aluno retido é o aluno que, ao final do ano letivo, não preencheu os requisitos mínimos de aproveitamento e/ou freqüência, previstos em legislação pertinente. É o aluno que está matriculado na mesma série que freqüentou no ano anterior. A repetência pode ocorrer em duas situações: a) se o aluno abandonar a escola no ano anterior e a freqüência mínima não atingir os 75%; b) se o aluno foi reprovado no ano anterior em mais de três componentes curriculares;

**** Aluno transferido é aquele que transfere para outra unidade escolar;

*****Aluno promovido é aquele que, ao final do ano letivo, preenche os requisitos mínimos de aproveitamento e freqüência previstos na legislação pertinente.

A Tabela 3.2.1 a seguir mostra as estatísticas do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, ano base 2001.

TABELA 3.2.1- Número de Matrículas, Evasão, Repetência, Transferência e Promoção no Ensino Fundamental de 1ª a 4ª Série, nas três Unidades Escolares-2001

EMEF “PROFª ANA MARIA SEGURA”; EMEIEF “BAIRRO DA ESTAÇÃO”; EMEIEF “ABDÃO DA SILVA MOTA” – VILA NOVA – COSMORAMA

SÉRIES *MATRÍCULAS **EVADIDOS ***RETIDOS ****TRANSFERIDOS *****PROMOVIDOS

1ª Série 141 02 - 16 123 2ª Série 141 - 03 11 127 3ª Série 125 01 - 09 115 4ª Série 150 01 23 16 110 Ed. Especial 13 - - 02 -

Fonte: Secretaria da EMEF “Profª Ana Maria Segura.”

Na seqüência os dados abaixo representam a situação do município, tomando como base as estatísticas do Ensino Fundamental – de 1ª a 4ª série, referente aos anos de 2002 a 2006, em relação aos índices de matrícula, evasão, retenção, transferência e promoção. Esses dados quantitativos representam o conhecimento que a Secretaria Municipal de Educação têm disponível para investigar o perfil da rede municipal. Todavia, é importante ressaltar que as realidades locais expressam aspectos da rede escolar que devem ser entendidos como múltiplos e diversos, e referem-se ao conjunto das unidades escolares em estudo. As Tabelas 3.2.2 e 3.2.3 que seguem demonstram essa afirmativa:

TABELA 3.2.2- Número de Matrículas, Evasão, Repetência, Transferências e Promoção no Ensino Fundamental de 1ª à 4ª Série, nas três Unidades Escolares-2002

EMEF ”PROFª ANA MARIA SEGURA”; EMEIEF “BAIRRO DA ESTAÇÃO”; EMEIEF “ABDÃO DA SILVA MOTA” – VILA NOVA – COSMORAMA

SÉRIES MATRÍCULAS EVADIDOS RETIDOS TRANSFERIDOS PROMOVIDOS

1ª Série 107 - - 12 95 2ª Série 145 - 36 13 96 3ª Série 128 01 - 07 120 4ª Série 149 - 16 20 113 Ed. Especial 15 02 - 03 -

Fonte: Secretaria da EMEF “Profª Ana Maria Segura.”

A situação de retenção em 2002 foi de 52 alunos para 26 em 2001, o que representa uma situação agravante. Constata-se um quadro preocupante quando comparado ao índice do ano anterior, pois fica explícito o grau de dificuldade de leitura e escrita dos alunos no momento da municipalização. As tabelas que seguem apresentam ainda uma situação grave: em 2003, 33 alunos reprovaram, quadro que declina em 2004, um total de 19 alunos foram reprovados. Em 2005, o número sobe e 28 alunos são reprovados, situação que melhora em 2006, com 23 alunos reprovados. Esta discrepância é conseqüência da prevalência da

reprovação, índices que evidenciam a relação direta com “rendimento escolar” e “leitura e escrita”, vinculados a “ranços” da prática pedagógica, assim como nas ações propostas para seu enfrentamento, mas desconsiderada na totalidade pela grande maioria dos profissionais de educação da rede.

TABELA 3.2.3- Número de Matrículas, Evasão, Repetência, Transferências e Promoção no Ensino Fundamental de 1ª à 4ª Série, nas três Unidades Escolares-2003

EE “PROFª PROFª ANA MARIA SEGURA”; EMEIEF “BAIRRO DA ESTAÇÃO”; EMEIEF “ABDÃO DA SILVA MOTA” – VILA NOVA – COSMORAMA

SÉRIES MATRÍCULAS EVADIDOS RETIDOS TRANSFERIDOS PROMOVIDOS

1ª Série 118 - - 11 107 2ª Série 153 - 20 25 108 3ª Série 116 - - 02 114 4ª Série 150 - 13 09 128 Ed. Especial 15 - - 04 -

Fonte: Secretaria da EMEF “Profª Ana Maria Segura.”

A rede municipal de educação, entendida como um espaço de retomada da consciência local, de politização e de produção de mudanças e definição de metas, é acompanhada pela Secretaria Municipal de Educação, que analisa a situação e procura a forma mais adequada para acompanhar e estimular as tendências mais pertinentes da prática docente.

Dentre as razões para a não-aprovação dos alunos destacam-se as defasagens em leitura, escrita e cálculo. Para atenuar a situação desfavorável apresentada a Secretaria Municipal de Educação buscou implantar uma política de capacitação docente, com o cuidado de atender as dificuldades de cada docente. A falta de interesse docente revela a persistência de posturas que não valorizam a gestão democrática da educação e posições cristalizadas do corpo docente sobre a prática cotidiana de sala de aula.

As tabelas mostram a evolução das matrículas iniciais, evadidos, retidos, transferidos e promovidos de 2002 a 2006, respectivamente, para o município de Cosmorama. As matrículas iniciais apresentam a tendência de queda ao final da 4ª série, portanto a matrícula inicial não corresponde ao total final de aprovação. Isso se justifica pelo número de evasão, retenção e transferência.

As taxas de reprovação diminuíram de 2002 para 2003/2004, aumenta em 2005, apresentando queda em 2006. Esse fluxo escolar e as estatísticas derivadas, referem-se

às taxas de conclusão e representa um indicador de eficiência escolar. É o que aparece nas Tabelas 3.2.4, 3.2.5 e 3.2.6 a seguir:

TABELA 3.2.4- Número de Matrículas, Evasão, Repetência, Transferências e Promoção no Ensino Fundamental de 1ª à 4ª Série, nas três Unidades Escolares-2004.

EE “PROFª PROFª ANA MARIA SEGURA”; EMEIEF “BAIRRO DA ESTAÇÃO”; EMEIEF “ABDÃO DA SILVA MOTA” – VILA NOVA – COSMORAMA

SÉRIES MATRÍCULAS EVADIDOS RETIDOS TRANSFERIDOS PROMOVIDOS

1ª Série 109 - 01 09 99 2ª Série 134 - 11 16 107 3ª Série 113 - - 11 102 4ª Série 117 02 07 20 88 Ed. Especial 15 - - 04 -

Fonte: Secretaria da EMEF “Profª Ana Maria Segura.”

TABELA 3.2.5- Número de Matrículas, Evasão, Repetência, Transferências e Promoção no Ensino Fundamental de 1ª à 4ª Série, nas três Unidades Escolares-2005.

EE “PROFª PROFª ANA MARIA SEGURA”; EMEIEF “BAIRRO DA ESTAÇÃO”; EMEIEF “ABDÃO DA SILVA MOTA” – VILA NOVA – COSMORAMA

SÉRIES MATRÍCULAS EVADIDOS RETIDOS TRANSFERIDOS PROMOVIDOS

1ª Série 147 - - 22 125 2ª Série 120 01 17 06 96 3ª Série 133 - 02 13 118 4ª Série 127 01 09 14 103 Ed. Especial 15 - - 03

Fonte: Secretaria da EMEF “Profª Ana Maria Segura.”

TABELA 3.2.6- Número de Matrículas, Evasão, Repetência, Transferências e Promoção no Ensino Fundamental de 1ª à 4ª Série, nas três Unidades Escolares-2006.

EE “PROFª PROFª ANA MARIA SEGURA”; EMEIEF “ABDÃO DA SILVA MOTA” – VILA NOVA – COSMORAMA

SÉRIES MATRÍCULAS EVADIDOS RETIDOS TRANSFERIDOS PROMOVIDOS

1ª Série 112 - 2 14 96 2ª Série 152 - 17 26 109 3ª Série 103 1 - 9 93 4ª Série 136 - 4 21 111 Ed. Especial 16 - - 4 -

Fonte: Secretaria da EMEF “Profª Ana Maria Segura.”

As estatísticas educacionais oficiais do município de Cosmorama mostram um quadro em que a evasão e repetência escolar representam entraves ao aumento da competência cognitiva, que envolve a leitura e a escrita. A transferência não tem representado

um índice com conseqüências negativas para a rede municipal nem mesmo para os alunos, pois estes migram para outra unidade escolar e continuam seus estudos.

As taxas de repetência indicam que o problema está em todas as unidades escolares, mas é importante acrescentar que a repetência acontece apenas no final dos ciclos (2ª e 4ª série), ocorrendo nas séries intermediárias com freqüência inferior a 75% no conjunto dos componentes curriculares. A expressividade desses dados, na municipalização do ensino, confirma a necessidade de estabelecer critérios técnicos e expor à submissão destes aos interesses políticos específicos, dentro da instância decisória da própria secretaria de educação.

Dentre os objetivos da Secretaria Municipal de Educação está o de resolver problemas do déficit de salas, priorizar a infra-estrutura física das escolas.

Para melhorar as condições em que as escolas operavam a Secretaria Municipal de Educação realizou mudanças significativas nos padrões do ensino municipal. A garantia de uma educação de qualidade exigiu mudanças no modelo de gestão, de capacitação, na estrutura curricular, nos métodos de transmissão do conhecimento, na organização escolar e na avaliação, além de investimentos nas condições materiais, físicas e pedagógicas das unidades escolares. A Secretaria Municipal de Educação acredita que várias situações que contribuem para agravar ou tornar permanente o problema das dificuldades de aprendizagem dos alunos têm grande amplitude e por isso precisam ser equacionadas.

Quanto à infra-estrutura, essas mudanças referem-se, dentre outros, aos seguintes aspectos:

- estabelecimento de um número reduzido de alunos por série; - reorganização dos espaços das salas de aula;

- reativação da biblioteca e investimento no acervo bibliográfico;

- fornecimento de condições de trabalho, com acesso a livros e materiais pedagógicos diversificados;

- oferecimento de merenda de boa qualidade.

A tabela 3.2.7 apresenta os índices de distorção idade/série da educação básica no país, na região geográfica do Sudeste, unidade da federação de São Paulo e no município de Cosmorama. A taxa de distorção idade/série é elaborada tomando a matrícula por série na idade adequada em relação à matrícula total naquela série do Ensino Fundamental. Considera-se aluno com distorção idade/série aquele com idade acima do intervalo entre oito e nove anos, para sistemas que ainda não regulamentaram o ensino de nove anos.

Essas distorções são decorrentes:

- da entrada tardia na escola, ou seja, da dificuldade de acesso ao processo de escolarização, quer seja pela falta de vagas nas escolas, quer seja por dificuldade de ordem sócio-econômica das famílias de encaminharem seus filhos para a escola;

- da evasão sucessiva, ou seja, da dificuldade que o aluno encontra em permanecer na escola durante o período letivo;

- da repetência continuada, isto é, do fracasso a cada final de ano letivo provocando o distanciamento cada vez maior do sucesso escolar.

TABELA 3.2.7- Ensino Fundamental Regular – Taxa de Distorção Idade/Série-2002 Série Unidade Geográfica Total Brasil 36,6 21,7 29,1 34,9 36,2 47,4 44,5 43,9 43,4 Região Sudeste 22,3 9,2 13,8 17,0 21,1 28,3 31,1 29,0 32,6 São Paulo 13,6 3,4 6,0 7,2 13,3 16,1 19,7 18,6 24,9 Cosmorama* 6,7 5,4 13,2

Fonte: MEC/Inep. * Dados de 2005.

A Tabela 3.2.8 apresenta os índices da taxa de repetência da Educação Fundamental no país, na região geográfica-Sudeste, na unidade da federação - São Paulo e no município de Cosmorama. As taxas são mais baixas nas escolas em que o tempo de permanência do aluno é menor. A região sudeste tem as maiores taxas de conclusão do Ensino Fundamental e os menores tempos de conclusão.

No município as taxas de aprovação ao final do 2º ciclo têm sido uma questão quase resolvida, após o investimento de uma política de comprometimento do corpo docente e dos gestores sobre o novo cenário que o município pretende alcançar no ensino.

TABELA 3.2.8- Ensino Fundamental Regular – Taxa de Repetência por Série-2001 Série Unidade Geográfica Total Brasil 20,0 31,6 20,2 16,6 14,1 24,0 16,6 16,3 15,4 Região Sudeste 11,0 10,9 10,3 7,2 10,4 13,7 12,1 10,0 13,4 São Paulo 7,9 6,7 5,4 3,4 10,6 8,4 8,4 7,4 12,6 Cosmorama * 16,8 0,9

TABELA 3.2.9- Ensino Fundamental Regular – Taxa de Evasão por Série - 2001 Série Unidade Geográfica Total Brasil 5,4 1,0 3,1 4,0 5,2 6,9 8,5 6,5 11,4 Região Sudeste 4,1 0,8 1,6 2,0 3,3 4,8 6,6 6,0 8,1 São Paulo 3,4 0,5 1,4 1,1 2,5 4,1 6,2 5,1 6,2 Cosmorama* 4,3

Fonte: MEC/Inep. *Dados de 2005.

Os dados das Tabelas 3.2.7, 3.2.8 e 3.2.9 foram apresentados para elucidar as razões da distorção idade/ série, da repetência e da evasão no contexto do Brasil, Região Sudeste, Estado e Município. Quanto à da distorção idade/série, a Secretaria Municipal de Educação recomendou: a) verificar a existência de parâmetros adequados para averiguar o progresso do aluno em relação à sua idade; b) definir estratégias para a correção da distorção idade/série; c) discutir e implementar no município mecanismos de adequação das matrículas dos alunos. Com relação às taxas de repetência: analisar as possíveis causas e verificar as possibilidades de melhorar a prática docente de forma que contemple as reais necessidades dos alunos, propondo estratégias pertinentes para superação das lacunas deixadas pelo processo de ensino-aprendizagem. Com relação à evasão, busca-se superar o problema por meio de estudos das causas. Para a superação desse desafio a Secretaria Municipal de Educação deve sugerir ao governo local a implementação de políticas públicas sociais que amenizem a situação. Para o gestor municipal o baixo rendimento escolar dos alunos tem como conseqüência a repetência, a evasão e a distorção idade/série. As causas dessas dificuldades são apontadas pelos docentes como defasagem de aprendizagem em leitura, escrita e cálculo, que passa a ser prioridade na luta pela melhoria dos resultados escolares. Entende-se que o sucesso escolar está vinculado ao domínio da leitura e da escrita, aspectos que devem ser considerados essenciais para ampliar as possibilidades de inclusão social.

A maneira mais adequada para a Secretaria Municipal de Educação explicar o problema, buscar soluções e resolvê-los, é aprender mais sobre eles e sobre suas causas. De posse dos dados suficientes tem-se uma moldura que facilita o estabelecimento de novas metas e ações e a análise do problema do ensino, do processo pedagógico e dos resultados escolares.

Vale ressaltar a importância do processo de descentralização dos recursos destinados a apoiar o Ensino Fundamental. Destaca-se entre eles o Programa de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (PMDE) conhecido como Dinheiro Direto na Escola que desde 1995, transfere, anualmente, recursos financeiros às escolas públicas

municipais e estaduais de Ensino Fundamental; Programa Tv-Escola, precedido pelo Programa de Apoio Tecnológico, o Kit Tecnológico. Os programas destinam-se à capacitação docente e acesso aos alunos, às novas informações.

As Tabelas 3.2.10 e 3.2.11 apresentam estatísticas educacionais na educação básica, separadas por unidade da Federação, região geográfica e país, com base no ano de 2001. As tabelas mostram a situação da educação, apontando os resultados de avaliações, com base nos dados produzidos pelo INEP.

TABELA 3.2.10 - Percentual de Alunos por Estágio de Proficiência – Língua Portuguesa – 4ª Série do Ensino Fundamental Regular – 2001

Estágio39 Unidade

Geográfica Muito

Crítico Crítico Intermediário Adequado Avançado

Brasil 22,2 36,8 36,2 4,4 0,43

Região Sudeste 15,8 30,8 45,2 7,4 0,81

São Paulo 15,4 28,8 46,8 8,1 0,85

Fonte: MEC/lnep

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Os conceitos Muito Críticos, Críticos, Intermediário, Adequado e Avançado em Língua Portuguesa são entendidos como: Muito Crítico: Não desenvolveram habilidades de leitura. Não foram alfabetizados adequadamente. Não conseguem responder os itens da prova. Os alunos, neste estágio, não alcançaram o nível 1 da escala do Saeb.

Crítico: Não são leitores competentes, lêem de forma truncada, apenas frases simples. Os alunos neste estágio estão localizados nos níveis 1 (um) e 2 (dois) da escala do Saeb.

Intermediário: Estão começando a desenvolver as habilidades de leitura, mas ainda estão aquém do nível exigido par a 4ª série. Os alunos neste estágio estão nos níveis 3 (três) e 4(quatro) da escala do Saeb.

Adequado: São leitores com nível de compreensão de textos adequados a 4" série. Os alunos, neste estágio. estão localizados no nível 5 da escala do Saeb.

Avançado: São leitores com habilidades mais consolidadas, alguns com nível além do esperado para a 4ª série. Os alunos, neste estágio, estão localizados no nível 6 da escala do Saeb.

TABELA 3.2.11- Percentual de Alunos por Estágio de Proficiência – Matemática – 4ª Série do Ensino Fundamental Regular – 2001

Estágio40 Unidade

Geográfica Muito

Crítico Crítico Intermediário Adequado Avançado

Brasil 12,5 39,8 40,9 6,8 0,01

Região Sudeste 8,8 30,3 49,7 11,1 0,03

São Paulo 9,3 28,5 50,4 11,8 0,01

Fonte: MEC/lnep

A Secretaria Municipal de Educação verificou que a competência escritora e leitora desenvolvida na interação do aluno com a sociedade e a aprendizagem sistemática da escrita, que é dever da escola processar, têm se desenvolvido de forma muito deficitária. Nessa perspectiva, o Município precisa rever novas formas de organização que garantam o domínio da proficiência de leitura e escrita. Ler e escrever são ferramentas básicas, essenciais ao desenvolvimento de todo ser humano, um desafio premente para os que se vêem diretamente responsáveis pelo Ensino Fundamental, como os gestores municipais de educação. O desenvolvimento da competência lingüística do aluno, nas modalidades oral e escrita, inclui a escrita, leitura, interpretação e produção de textos, que são objetivos do ensino de Língua Portuguesa e da alfabetização. Superar esse entrave é papel determinante de todos.

A quantificação de determinadas informações possibilita comparar dados no âmbito nacional, regional, local e até internacional. Esse procedimento permite levantar hipóteses que ajudam a Secretaria Municipal de Educação explicar os porquês das diversas dificuldades cognitivas dos alunos, tirar conclusões e tomar decisões. Os dados quantitativos permitem compor um quadro do problema e de suas causas (encontradas na organização da

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Em Matemática esses conceitos são entendidos como:Muito Crítico: Não conseguem transpor para uma linguagem matemática específica comandos operacionais elementares compatíveis com a 4ª série. (Não identificam uma operação de soma ou subtração envolvida no problema ou não sabem o significado geométrico de figuras simples). Os alunos, neste estágio, não alcançaram o nível 1 da escala do Saeb.

Crítico: Desenvolvem algumas habilidades elementares de interpretação de problemas aquém das exigidas para a 4ª série. (Identificam uma operação envolvida no problema e nomeiam figuras geométricas planas mais conhecidas). Os alunos, neste estágio, alcançaram os níveis 1 ou 2 da escala do Saeb.

Intermediário: Desenvolvem algumas habilidades de interpretações de problemas, porém insuficientes ao