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A organização dos níveis e modalidades de ensino deve contemplar pelo menos dois aspectos: organização administrativa e organização curricular. Na organização curricular a iniciativa do MEC de estabelecer os novos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) concretiza a determinação da Constituição de 1988 relativo à fixação de conteúdos mínimos para o Ensino Fundamental. Os PCNs têm como finalidade subsidiar a elaboração ou revisão curricular e orientar a formação inicial e continuada de professores.

O currículo a ser organizado em nível municipal e escolar deverá identificar seus objetivos, considerando os princípios e fins da educação nacional, expressos na LDB Nº

9394/96. A proposta curricular decorrente desses objetivos deverá garantir alguns princípios básicos, incluindo-se entre eles: Art.3º, inciso I - igualdade de condições para acesso e permanência na escola; e no Art 4º, inciso I - Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso em idade regular; inciso IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a cinco anos (com a introdução do Ensino Fundamental de nove anos a criança entra com seis anos)48.

Tendo como base o interesse pela qualidade do processo de ensino- aprendizagem, garantidas na LDB, Art. 3º. IX - “garantia de padrão de qualidade” oferecendo autonomia para que o município organize seu sistema de ensino em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, grupos não seriados, e outras formas. A questão da qualidade, se incorpora à agenda do debate educacional no contexto das reformas educativas. Reformas financiadas por agências multilaterais, BM, UNESCO, ONU e outras – num contexto de controle, de restrição de políticas sociais e de privatização. Nesse período, a qualidade passou a ser vista como mera busca de eficiência.

A atuação dos municípios é satisfatória, visto que mobiliza a comunidade na condução e solução dos problemas educacionais. O município configura-se organizado administrativa e politicamente, visando a democratização do ensino de modo que o aluno com acesso à escola deve ter a possibilidade de permanecer nela até um nível de terminalidade significativa do processo de ensino individual e/ou social. Motivados por esses aspectos, destaca-se que a educação deve necessariamente ser democrática, o que implica criar formas participativas nos sistemas de ensino e nas escolas.

O Sistema Municipal de Ensino está previsto na Constituição Federal e na LDB nº 9394/96. Verza (2000, p.208), descreve o Sistema Municipal, abordando que:

A constituição do Sistema Municipal de Educação requer, à luz da Legislação Federal, três elementos constitutivos: “o fato educacional, a norma jurídica e a estrutura administrativa.” O fato educacional requer uma rede de escolas constituída de um ou mais níveis. A norma jurídica abarca preceitos constitucionais, leis, decretos, pareceres, portarias, atos e resoluções, produzidos pelos três níveis de Poder Público, incluindo os respectivos Conselhos de Educação. Em âmbito nacional temos a Constituição, Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional. Leis ordinárias, decretos, portarias do Ministério da Educação e resoluções do conselho Federal de Educação. Em âmbito estadual precisa levar 48

No Brasil, o interesse em ampliar o número de anos do ensino obrigatório esteve presente em vários momentos históricos. A Lei nº 4.024, de 1961, estabelecia quatro anos. Em 1971, a Lei nº 5.692 estendeu a obrigatoriedade para oito anos. Já em 1996, a LDB sinalizou para um ensino obrigatório de nove anos, a iniciar-se aos seis anos de idade. Este se tornou meta da educação nacional pela Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001, que aprovou o Plano Nacional de Educação – PNE. Cabe ressaltar que o Ensino Fundamental de nove anos é um movimento mundial e, mesmo na América do Sul, são vários os países que o adotam, fato que chega até a colocar jovens brasileiros em uma situação delicada, uma vez que, para continuar seus estudos nesses países, é colocada a eles a contingência de compensar a defasagem constatada.

em conta a Constituição do Estado, leis ordinárias, decretos e atos do secretário de Educação e Resoluções a Lei Orgânica do Município, leis ordinárias, decretos, atos do Secretário Municipal de educação e resoluções do Conselho Municipal de Educação.

O sistema pode ser tratado como um conjunto de elementos (materiais ou ideais) que se inter-relacionam para atingir um objetivo comum, é dinâmico e pressupõe uma lógica na organização das suas partes, de forma integrada e coerente.

A Constituição Federal e do Estado de São Paulo e a LDB/96 em seus artigos, incisos, alíneas e parágrafos circunscrevem a atuação prioritária do Município às modalidades de Ensino Fundamental e Educação Básica. A integração entre os sistemas das diferentes instâncias e o sistema municipal é garantida quando o município colabora com a União e os Estados na elaboração do Plano Nacional, na distribuição proporcional de responsabilidade e na participação dos seus estabelecimentos na avaliação do rendimento escolar nacional e estadual.

O sistema municipal de ensino deve considerar as prioridades nacionais e estaduais expressas nas políticas educacionais. São elas: garantir condições de acesso ao Ensino Fundamental a todos e, principalmente, garantir a permanência do aluno na escola por meio de um ensino de melhor qualidade. Com a inclusão do sistema de ensino, o município passa a ter responsabilidades ainda não experienciadas anteriormente. As competências e atribuições do sistema municipal se configuram com as mais relevantes e urgentes classificações em seis grandes áreas: as relacionadas ao Sistema Municipal de Ensino em si; as que se referem à colaboração do município para com Estado e com a União; as que são diretamente relacionadas à organização curricular e administrativa dos diversos níveis e modalidades de ensino; as que indicam a forma por intermédio da qual deverá ser feita a coordenação das escolas do município; as relacionadas à arrecadação e à utilização dos recursos públicos; as relativas à formação e valorização dos profissionais da educação.

O Governo Estadual, por intermédio da Secretaria da Educação, vem desenvolvendo ampla reforma estrutural no ensino do Estado com vistas a uma melhor utilização dos recursos disponíveis no âmbito não apenas da Rede Estadual, mas também da municipal. O programa de municipalização propõe uma parceria com os municípios na oferta do Ensino Fundamental, em que estes, na medida de suas disponibilidades financeiras, considerando, sobretudo a implantação do FUNDEF, assumiriam escolas de 1ª a 4ª série e o Estado, as de 5ª a 8ª série.

O sistema municipal de ensino é constituído pelas unidades escolares mantidas pelo poder Público Municipal, podendo ofertar Ensino Fundamental regular ou Supletivo, Educação Infantil (creches e pré-escolas), Educação Especial e até Ensino Médio. O Executivo Municipal desempenha um importante papel no processo que visa a garantir uma gestão participativa e democrática, cabendo a ele estimular e criar canais de participação, coordenar e articular as ações de planejamento. Com o objetivo de oferecer condições para que os municípios assumam o Ensino Fundamental e de facilitar a integração entre os sistemas estaduais e municipais foi criado o FUNDEF e agora o FUNDEB. O hábito de colocar e manter informações sobre as áreas de atuação, de forma organizada,, precisa ser criado entre os integrantes do Sistema de Ensino Municipal. Uma primeira referência é o Censo Escolar.

A Rede Municipal deve se organizar para atender, de forma integrada, a três vértices: Educação e Currículo, Avaliação do Ensino e Valorização do Magistério. Para tanto, o Plano Municipal de Educação-PME é um instrumento fundamental para que o município defina com clareza sua responsabilidade na área educacional, reunindo informações essenciais sobre a realidade do município. Toda a ação deve ser planejada no PME, a partir de dados da situação do município e devem ser estabelecidos os objetivos e prioridades como: o atendimento educacional, a qualidade do ensino (índices de produtividade, recursos humanos, didático - pedagógicos, materiais e físicos), a organização administrativa e gestão da escola (na esfera escolar: autonomia administrativa e financeira e sua interação com a comunidade) recursos e a viabilidade, proposta de ação (para priorizar ações a serem desencadeadas para a melhoria do atendimento educacional, as qualidades do ensino e os insumos).

A participação popular na organização do PME melhora a qualidade das decisões tomadas na área da educação e tem um papel fundamental na implementação das políticas educacionais e na democratização da gestão municipal.

A educação é classificada como a mais importante das políticas públicas em um país como o Brasil. As prefeituras indicam a educação como área de destaque e a legislação obriga os municípios a aplicarem 25% dos seus recursos. Os recursos públicos destinados à Educação com os quais o Sistema Municipal de Ensino poderá contar são os provenientes: da receita de impostos próprios; da receita de transferências constitucionais e outras transferências; da receita do salário-educação e de outras contribuições sociais; da receita de incentivos fiscais e de outros recursos previstos em lei.

Os cidadãos procuram saber muito pouco sobre o que realmente está acontecendo. Apenas verificam a perda de qualidade do ensino público, convivendo

cotidianamente com as suas conseqüências. São raras as oportunidades que a sociedade tem de participar das decisões sobre a política educacional. A partir destas considerações, entende- se que a qualidade de ensino deve ser prioridade no município.