• Nenhum resultado encontrado

4. A INSTITUIÇÃO PESQUISADA

4.4 Retrato da comunidade atendida

4.4.3 Escolaridade dos pais

Dos questionários enviados aos pais de alunos matriculados no 1.º Ciclo, 303 retornaram com respostas para essa questão, sendo que 3 voltaram sem. A informação buscada era sobre a escolarização do pai e da mãe do aluno.

Sobre a escolarização do pai nesse ciclo, os números foram os seguintes:

TABELA 19

Escolaridade dos pais – 1.º Ciclo

ESCOLARIDADE DO PAI TOTAL %

EF incompleto 34 11,2 EF completo 19 6,3 EM incompleto 16 5,3 EM completo 117 38,6 Superior 85 28,1 Pós-graduação 16 5,3 Sem informação 1 0,3 Não responderam 15 4,9

Fonte: Autoria Própria

Os números demonstram que 6,3% dos pais concluíram o Ensino Fundamental, enquanto 38,6% informaram ter finalizado o Ensino Médio e 28,1% possuíam Nível Superior e, destes últimos, 5,3% tinham estudos de pós-graduação.

TABELA 20

Escolaridade das mães – 1º Ciclo

ESCOLARIDADE DA MÃE TOTAL %

EF incompleto 28 9,2 EF completo 20 6,6 EM incompleto 14 4,6 EM completo 119 38,7 Superior 98 32,3 Pós-graduação 24 7,9 Sem informação 0 - Não responderam 2 0,7

A porcentagem de mães que concluiu o Ensino Fundamental é um pouco inferior à quantidade das que o fizeram de forma incompleta. Se comparada com a dos pais, vê-se que mais homens que mulheres não completaram o Ensino Fundamental, porém a porcentagem de pais e mães que o completou é quase a mesma. Ao mesmo tempo, quase o mesmo número de homens e mulheres finalizou o Ensino Médio. A maior diferença está entre as pessoas que têm Nível Superior, sendo que a quantidade de mães supera em quase 15% a de pais e sendo, ainda, que o número de mães que possui Pós-graduação é consideravelmente superior.

Quanto à escolarização dos pais de alunos do 2.º Ciclo, os números apontam uma pequena diferença, se comparada à dos de 1.º ciclo, apesar de as proporções serem mantidas:

TABELA 21

Escolaridade dos pais – 2.º Ciclo

ESCOLARIDADE DO PAI TOTAL %

EF Incompleto 19 8,7 EF Completo 13 5,9 EM Incompleto 16 7,3 EM Completo 90 41,1 Superior 52 23,7 Pós-graduação 10 4,6 Sem informação 2 0,9 Não responderam 17 7,8

Fonte: Autoria Própria

A escolaridade de maior parcela dos pais concentra-se entre aqueles que possuíam o Nível Médio e Nível Superior. Um número muito próximo ao do 1.º Ciclo informou ter concluído o Ensino Fundamental, enquanto 41,3% concluíram o Ensino Médio. Em relação ao Nível Superior, uma porcentagem inferior ao ciclo anterior possuía esse nível. Dos pais com nível superior, 4,6% fizeram algum estudo de Pós-graduação.

TABELA 22

Escolaridade das mães – 2.º Ciclo

ESCOLARIDADE DA MÃE TOTAL %

EF incompleto 22 10,1 EF completo 20 9,1 EM incompleto 15 6,8 EM completo 82 37,4 Superior 63 28,8 Pós-graduação 14 6,4 Sem informação 0 - Não responderam 3 1,4

Fonte: Autoria Própria

No grupo das mães de alunos do 2o ciclo, enfatizou-se o que vinha sendo sinalizado no ciclo anterior, ou seja, uma escolarização maior se comparada à dos pais: 9,1% concluíram o Ensino Fundamental e 10% não o concluíram; mais de 1/3 das mães possuía o Ensino Médio (37,4%); apesar de o número de mães com Ensino Médio ser inferior ao do de pais, 41,1% delas possuíam nível superior, sendo que 6,4%, pós-graduação.

Mantendo a tendência da concentração nos Ensinos Médio e Superior, quanto à escolarização dos pais do Ensino Médio há:

TABELA 23

Escolaridade dos pais – Ensino Médio

ESCOLARIDADE DO PAI TOTAL %

EF incompleto 13 10,0 EF completo 16 12,3 EM incompleto 15 11,5 EM Completo 48 37,0 Superior 33 25,4 Pós-graduação 5 3,8

Fonte: Autoria Própria

Nesse ciclo, 10% informaram não ter concluído o Fundamental, entretanto uma parcela superior à dos ciclos anteriores (12,3%) possuía o Ensino Fundamental e o número de pais com Ensino Médio era inferior ao dos ciclos anteriores (37%). A porcentagem com Nível Superior foi menor se estabelecida a mesma comparação, 25,4%, com 3,8% com Pós-graduação.

Apesar de o maior contingente de pais apresentar um estudo de nível médio e superior, é facilmente verificado que as proporções se alteram entre os diferentes ciclos.

TABELA 24

Escolaridade das mães – Ensino Médio ESCOLARIDADE DA MÃE TOTAL % EF incompleto 11 8,5 EF completo 9 6,9 EM incompleto 8 6,1 EM completo 59 45,4 Superior 35 26,9 Pós-graduação 7 5,4 Sem informação 1 0,8 Não responderam 0 -

Fonte: Autoria Própria

As mães dos alunos do Ensino Médio apresentaram um quadro diferente do anterior, pois 6,9% concluíram o Ensino Fundamental. Um número superior ao de mães dos ciclos anteriores, 45,4%, finalizou o Ensino Médio, enquanto 32,3%, o Nível Superior, incluindo àquelas com Pós-graduação (5,4%). Apesar do número maior de mães com nível médio, verifica- se que, no 1.o Ciclo, a porcentagem com Nível Superior era maior (32,3%). Como verificado entre os pais, a escolarização das famílias do 1.o ciclo na Escola de Aplicação era maior que a apresentada pelos outros ciclos.

Outra tabulação considerou as famílias como um todo, não mais as dividindo por ciclos, mas mantendo a separação entre pais e mães.

TABELA 25

Escolaridade dos pais – Geral EA ESCOLARIDADE DO PAI TOTAL EF Incompleto 66 10,1 EF Completo 48 7,3 EM Incompleto 47 7,2 EM Completo 255 38,9 Superior 173 26,4 Pós-graduação 31 4,7 Sem informação 3 0,5 Não responderam 32 4,9

Fonte: Autoria Própria

GRÁFICO 10

TABELA 26

Escolaridade das mães – Geral EA ESCOLARIDADE DA MÃE TOTAL EF Incompleto 61 9,3 EF Completo 49 7,5 EM Incompleto 37 5,6 EM Completo 260 39,7 Superior 196 29,9 Pós-graduação 45 6,9 Sem informação 1 0,1 Não responderam 6 0,9

Fonte: Autoria Própria

GRÁFICO 11

Quanto aos pais, como era de se esperar, após a análise dos dados apresentados sobre cada ciclo, a maioria apareceu com Ensino Médio completo (38,9%), seguida pelos pais com Nível Superior (26,4%). Os pais que concluíram o Ensino Fundamental representaram 7,3%, uma parcela inferior àquela que não concluiu o Fundamental (10,1%).

Quanto às mães, 39,7% possuíam nível médio completo; 29,9% estudos de Nível Superior, sendo que 6,9% com estudos de Pós-graduação, número superior do dos pais, 4,7%. As mães com fundamental completo totalizaram 7,5% e com fundamental incompleto, 9,3%.

Além das considerações esboçadas na apresentação dos dados, percebe-se que: 1. foi consideravelmente maior o número de mães com ensino superior, se

comparado ao número de pais (de 39,7% para 26,4%);

2. os números de pais e mães com Ensino Médio completo eram praticamente muito próximos (38,9% para 39,7%), entretanto ainda se manteve um número maior de mães;

3. os números de pais e mães com Ensino Fundamental completo mantiveram- se muito próximos para as mães e os pais;

4. próximo também foi o número de pais e mães que não terminaram o fundamental, 10,1% para os pais e 9,3% para as mães;

5. um número maior de mães concluiu o nível superior, apesar de a diferença em relação ao de pais não ter sido tão expressiva.

Bourdieu (1992) afirma que “As frações mais ricas em capital cultural são propensas a investir mais na educação de seus filhos e, ao mesmo tempo, em práticas culturais propícias a manter e aumentar sua raridade específica [...]. O mesmo Bourdieu (1998: 45) considera que:

Ao atribuir aos indivíduos esperanças de vida escolar estritamente dimensionadas pela má posição na hierarquia social e operando uma seleção que – [...] – sanciona e consagra as desigualdades sociais reais, ao mesmo tempo em que as legitima.

É ainda de Bourdieu a ideia de que:

“[...] a instituição é habitada permanentemente por excluídos potenciais que introduzem nelas as contradições e os conflitos associados a uma escolaridade cujo único objetivo é ela mesma”.

Com base nessas afirmações do sociólogo francês, é possível considerar que um grupo específico de famílias tenderá a se posicionar na instituição escolar de maneira a procurar preservar algumas de suas condições aos seus filhos, como, no caso específico, o nível de escolarização, podendo com isso até mesmo gerar influência nos diferentes colegiados que deliberam sobre a vida escolar. Considerando o capital cultural69 como um elemento importante na constituição das classes sociais, verifica-se que a heterogeneidade das famílias atendidas pela Escola de Aplicação relaciona-se, dentre outros elementos, à posse desse capital. Como visto, não há, na instituição, homogeneidade na escolarização das famílias.