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ESCOLHA PROFISSIONAL DO SARGENTO DE CARREIRA DO EB

A questão 14 do questionário (APÊNDICE A) procurou caracterizar o processo de escolha profissional do sargento de carreira do EB. Aos participantes estavam disponíveis 19 critérios correlatos ao tema da escolha profissional, embasados no referencial teórico da presente pesquisa.

No gráfico 14 contém no eixo das ordenadas o número de participantes, e no eixo das abscissas, as letras de a até s correspondem os critérios da escolha profissional e abaixo os itens foram agrupados em fundamental/importante, secundário/não se aplica e a opção de outros, todos legendados por cores.

Gráfico 14 – Critérios da escolha profissional. Fonte: Elaboração do autor, 2011.

O Quadro 3, a seguir, lista os critérios de “a” até “s” disponíveis aos participantes no momento de assinalarem suas prioridades de escolha.

a) Por serem adequadas as minhas habilidades e competências b) Por influência dos meus familiares

c) Por influência dos meus amigos d) Por ser uma tradição familiar

e) Por ter assistido atividades militares e demonstrações públicas f) Pelo espírito de aventura

g) Por informações de revistas especializadas h) Por segurança e estabilidade profissional

i) Por orientação profissional/vocacional, realizado com um profissional especializado j) Para obter prestígio social

k) Pela possibilidade de crescimento profissional

l) Por considerar a atividade militar uma atividade masculina

m) Por ter aparecido como uma oportunidade no mercado de trabalho n) Por gostar do estilo militar

o) Por necessidade econômica da família

p) Por considerar a carreira militar uma base econômica para estudar em outra área q) Por vocação

r) Para servir a pátria

s) Outros quais?________________________________________ Quadro 3 Critérios da escolha profissional.

Fonte: Elaboração do autor, 2011

Os critérios escolhidos pelos participantes no momento da decisão em optar pela carreira militar mostraram a tendência do atual contingente de graduados que serve no 63° BI. Entretanto, o sujeito dessa pesqui sa ao escolher a profissão militar, ainda jovem, como demonstra o Gráfico 1, ressaltam aspectos importantes comuns

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à juventude de uma forma geral no momento que toma a decisão da escolha. O seu esforço pessoal em estudar para conquistar sua vaga de trabalho no concorrido concurso da EsSA está em conformidade com Bock (2002). Em outro aspecto, o de cumprir o ritual de passagem para a fase adulta dentro de uma profissão que investe na maturidade de seus componentes corrobora Levenfus (1997).

O primeiro resultado concreto retirado da visualização gráfica mostra o critério mais assinalado para a escolha da carreira de sargento das armas na EsSA foi “por segurança e estabilidade profissional”. Dos 22 participantes da pesquisa, 21 optaram por esse critério, entendendo que a profissão militar no EB, com seu modelo tradicional de carreira contemplaria, de imediato, a estabilidade. A opção desses jovens na hora de decidirem à sua escolha profissional, por suas características principais, ou seja: posição hierárquica, carreira como profissão e estabilidade está em sintonia com Martins (2001). A carreira tradicional, na sua base fundamenta os tópicos, de hierarquia que materializa uma das principais âncoras na concepção do EB, a carreira militar como profissão, que reflete o estilo do senso comum bem típica dos jovens no momento da escolha e a estabilidade comportando a segurança do sujeito envelhecer trabalhando na mesma empresa, substancializa o resultado da presente pesquisa entre os participantes do 63° BI.

A escolha da profissão militar “por ter aparecido como uma oportunidade no mercado de trabalho” foi segunda opção mais assinalada, 16 dos 22 participantes. A priori, os participantes buscaram as informações na internet ou foi decorrente da recepção das mesmas, pela disseminação das propagandas nos meios de comunicação, nas representações em televisão, jornais entre outros. Esses aspectos, factíveis por dedução, estão em pleno acordo com Bock e Aguiar (1995), que enfatizam a importância dos meios de comunicação para escolha da profissão.

Em seguida, os critérios: “Por gostar do estilo militar” e “pelo espírito de aventura” assinalados por 15 participantes, “para servir a pátria” 14 participantes, “por vocação” e “pela possibilidade de crescimento profissional” 13 participantes, a sequência dos itens mais escolhidos. Esses critérios caracterizam um processo de identificação dos sujeitos com a profissão militar em seus aspectos peculiares de conhecimento mais genérico da carreira militar. O estilo militar no sentido de conhecer o Brasil e outros países, combinado ao espírito de aventura na carreira militar, vivências oportunizadas através das transferências de um quartel para outro dentro ou fora do território nacional, durante a trajetória na vida militar.

Servir a pátria, vocação e crescimento profissional formam um conjunto de parâmetros vinculados a profissão militar, na concepção cultural da sociedade brasileira, onde se incluem os sujeitos da pesquisa. Em outro ângulo diretivo, podemos citar as propagandas em programas de rádio e revistas especializadas que reforçam a posição do EB nesse sentido. Por exemplo, a rádio e revista “Verde Oliva”, gerenciados pelo Centro de Comunicação do Exército é pautada nesses temas e a propagação chega a todo país através das organizações militares.

A exposição desses aspectos na escolha da carreira deve levar em conta também, os trabalhos de Levenfus e Nunes (2002) onde salientam que a falta de informações sobre a realidade das profissões pode acarretar escolhas baseadas em crenças, mitos e representações sociais.

A “necessidade econômica da família”, com 12 participantes, “por serem adequadas as minhas habilidades e competências”, com 11 participantes, “por influência dos meus familiares” e “por considerar a carreira militar uma base econômica para estudar em outra área”, com a escolha de oito participantes, completam os critérios mais pontuados, na escolha da carreira militar, pela maioria dos sargentos servindo atualmente no 63° BI.

A necessidade econômica e influência da família, as habilidades e competências pessoais e fazer da profissão militar uma base econômica, para atuar em outra área revelam, que uma parcela dos sujeitos escolheu a carreira militar de maneira condicional a seu meio, mas com propósito de alcançar um futuro melhor, uma provável mudança de classe social ou até mesmo certa estabilidade financeira. O autoconhecimento de suas competências, como estabelecer metas socioeconômicas, a partir do seu meio, são alternativas de realizações importantes para o jovem, que assume seu lugar na família e também a independência econômica (Lucchiari, 1998).

“Por influencia dos meus amigos”, “para obter prestigio social” com apenas seis escolhas, “por ter assistido atividades militares e demonstrações públicas” mencionadas por cinco participantes e “por informações de revistas especializadas” com escolha de apenas quatro participantes traduz pouca influencia desses critérios na escolha profissional dos sujeitos. Entretanto, a influência dos amigos no Gráfico 13, aparece como principal fator de escolha dos participantes para seguir a carreira militar, porém essa tendência em importância se modificou quando apresentados na forma de critérios da escolha profissional. O motivo mais provável dessa contradição

seria a vontade de querer uma profissão sem saber ao certo o motivo da escolha. O prestigio social como motivo recorrente na escolha da carreira militar nada soma aos jovens em decorrência das questões ideológicas do poder político vigente. Nessa mesma linha de raciocínio, assistir atividades militares e demonstrações públicas com a escolha de poucos participantes contradiz Soares (2002), sobre a valorização pessoal em razão do status profissional. A falta de informação por consulta em revistas especializadas pode significar o desconhecimento desses impressos, ou seja, a falta de divulgação, dos mesmos, nos meios de comunicação de massas, o que seria uma atividade do CCOMSEX.

Encerando a descrição dos critérios para escolha da carreira militar notou-se que “por orientação profissional/vocacional, realizado com um profissional especializado”, “por considerar a atividade militar uma atividade masculina” com três escolhas e “por ser uma tradição familiar” com apenas uma escolha, reflete o mínimo interesse dos participantes por esses critérios. A orientação profissional (OP), retratada, sem muita procura por parte dos jovens, desafia os especialistas na área de OP para discussão. A questão do sexismo, por considerar a profissão militar uma profissão masculina, como fator oculto de influencia na hora da escolha está em desacordo com Whitaker (1997). E por fim, o resultado da pesquisa não retrata a relação histórica da tradição familiar, normalmente apontada por Lucchiari (1998), onde filho de militar seria militar.

Em conclusão ao eixo da escolha profissional, os participantes convergem nas suas ações aos jovens da mesma faixa etária no momento da decisão, confirmando os trabalhos de pesquisa sobre o tema, apontados anteriormente, no referencial teórico. Por outro lado, a estabilidade, assinalado como o principal critério, na opção da carreira militar dos participantes, durante o período probatório, seria uma contradição da realidade vivenciada pelos graduados no momento atual. A este questionamento, Codo (2006, p. 79) escreveu: “a estabilidade no emprego é um direito, e como tal, as pessoas estão autorizadas a lutar por ele. A estabilidade é uma vantagem do ponto de vista social, as pessoas dormem mais tranqüilas sabendo que seu emprego lhe aguarda impávido na manhã seguinte.” Apesar do autor também abrir precedente da estabilidade no contexto da sociedade contemporânea. Desta forma, o sonho da estabilidade, na hora de uma escolha, como fenômeno psicológico, pode abastecer a resistência ao luto, pela não escolha

por outras opções profissionais, durante uma década, para a maioria dos participantes, mas não para todos, pelo resultado da pesquisa.

Na sequência do planejamento de carreira do graduado a pesquisa apresenta os objetivos nomeados na questão 18, onde os mesmos estão em associação com suas metas.

4.2 OBJETIVOS E METAS DOS SARGENTOS NO PLANEJAMENTO DE

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