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Atualmente, o Espírito Santo abriga o maior complexo industrial de produção de mármore e granito do Brasil. Conforme o estudo de Baptistini (2009), o Brasil, no ano de 2002, ocupou o 6º lugar entre os países produtores de blocos, alcançando a mesma colocação entre os exportadores de granito e ardósia do mundo. Verificou-se a existência de mais de 600 tipos de rochas ornamentais no país, que sofrem o processo de exploração por 11.500 empresas. Os dados ainda informam que o setor gera 120.000 empregos diretos em todo país (BAPTISTINI, 2009, p. 38). O técnico em mineração da FUNDACEBTRO/ES explica que o setor representa em torno de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado capixaba e emprega cerca de 130.000 mil pessoas indiretamente e gera 20.000 empregos diretos.

É, existe pelo fato da mineração aqui no estado, ela tem uma importância grande . Até, em termos de participação econômica no próprio PIB estadual, diz que eles calculam em termo de 7% do produto interno bruto, do estado. É onde emprega uma massa, é, trabalhadores significativa. Cálculos também, se fala ai, em torno ai de mais de 20 mil trabalhadores diretamente e indiretamente, até mais de cem mil, cento e trinta mil. Centro e trinta mil pessoas (TMF, 16/07/2010).

Moulim (2006) apresenta o Brasil como o 6º produtor mundial de rochas e revestimentos em rochas ornamentais.

Para se ter idéia dessa importância, pode-se compará-la com a produção mundial – o Brasil ocupa o sexto lugar na produção mundial de rochas e revestimentos, atrás da China, Espanha, Índia, Irã e Itália, com uma produção em torno de seis milhões de toneladas/ano, abrangendo cerca de 600 variedades em 500 locais de lavra (MOULIM, 2006, p. 31).

Neste panorama nacional, a importância internacional alcançada pelo arranjo produtivo proporciona a realização de exportações para Estados Unidos (ladrilho), China (blocos e chapas) e, principalmente, Itália (blocos), entre outros países.

Como já demonstrado, o Espírito Santo lidera a produção nas três etapas produtivas que compõem o arranjo nacional. O setor de rochas ornamentais no estado gera em torno de 20.000 empregos direto. Em razão de sua grande concentração de jazidas, o estado construiu, ao longo das últimas décadas, o maior e mais desenvolvido pólo produtivo de pedras ornamentais do Brasil. Neste pólo, são desenvolvidas as três etapas em que se divide a produção: extração (obtenção de blocos), desdobramento (corte em chapas) e beneficiamento (polimento) das pedras.

O segmento de rochas ornamentais representa um dos mais importantes e significativos setores da economia do Espírito Santo. O Estado abriga todas as atividades da cadeia de produção do setor, além das atividades de apoio, como fabricantes e fornecedores de máquinas, equipamentos e outros insumos industriais e prestadores de serviços (ABREU, CARVALHO, 1994, p. 35).

De acordo com dados da época, na publicação de Moulim (2006), o setor de mármore e granito capixaba gerava cerca de 20.000 mil empregos formais, não entrando nesse montante, os trabalhadores terceirizados, informais e clandestinos. Estes empregos são gerados através das cerca de 1.600 empresas cadastradas, distribuídas pelo estado. Desse total: 800 configuram como sendo micro e pequena, 350 figuram classificadas como médias, e apenas 50 estão no estágio de grande empresa do setor (MOULIM, 2006, p. 32).

Conforme Brandão, Ribeiro (2007), a posição de destaque ocupada pelo estado no setor se tornou possível graças às condições geológicas presentes no Espírito Santo (BRANDÃO, RIBEIRO, 2007, p. 25). Somente no município de Vila Pavão, constata- se a existência de mais de vinte qualidades de granito, entre eles o amarelo, que, de acordo com sindicalista patronal 1 (SP1) do Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais Cal e Calcário do estado do Espírito Santo (SINDIROCHAS), é o mais cobiçado em todo mundo. A vocação portuária é outro beneficio para produção de rochas, favorecendo o movimento de exportação dos produtos. A malha ferroviária e rodoviária são pontos positivos para o escoamento de rochas pelo país. O alto volume de mão-de-obra é outro fator considerado importante para o desempenho do setor. É

importante ressaltar o fato das indústrias de fornecimento e abastecimento de equipamentos e máquinas utilizados nas três etapas da produção terem se estruturado no estado. Outro ponto relevante é que na região sul (Cachoeiro) existem, atualmente, grupos focados em desenvolver tecnologia para o setor, abastecendo, dessa forma, o mercado interno. Por fim, é importante destacar a realização de eventos nos quais as tecnologias produzidas, os minerais extraídos no estado e todo conjunto em termo de estrutura é apresentado para o Brasil e para o mundo (BRANDÃO, RIBEIRO, 2007, p. 26). Neste sentido, SP1 demonstra o esforço do sindicato patronal em promover e divulgar os materiais capixabas em nível nacional e internacional, através dos eventos organizados pelo SINDIROCHAS, além de oferecer suporte técnico para as empresas filiadas. Em relação à função do sindicato, SP1 esclarece que:

O noroeste é hoje o maior produtor de granito do estado, tá! Então o setor é assim! Ele ganhou muito, muita projeção internacional com as feiras que, que vieram acontecendo nesse período, é, o Sindirochas passou a promover essas feiras, é, com muita, muito profissionalismo. Todo ano a gente vinha realizando duas, que é a feira de Vitória, vem realizando, aliás, duas! A feira de Vitória em fevereiro, Feira Internacional do Mármore e Granito de Vitória, em agosto, e a Feira Internacional do Mármore e Granito em Cachoeiro do Itapemirim. A feira de Cachoeiro, ela, ganhou características próprias, passou a ser muito voltada para o mercado interno, e implementos e máquinas. Maquinário pro o setor. E a de Vitória, especificamente é a rocha propriamente dita. Que é o, a amostragem dos materiais (SP1, 14/07/2010).

Ele explica ainda o papel do sindicato no auxílio de toda a estrutura produtiva do setor, demonstrando que:

o Sindirochas tá muito atuante em, nas questões institucionais, que é o papel dele! É, a gente acompanha todas essas, todas essas mudanças legais, é, com relações a transporte, por exemplo, que vem ai, passando por vários, é, varias transformações, vários incrementos, enfim, o transporte esta sendo normatizado, uma coisa que não acontecia! O Sindirochas vem atuando muito firmemente nisso, participa de todas as discussões, é, junto a DMPN, IEMA, que é um órgão ambiental, a gente também tem atuação. O Sindirochas tem executivas que participam câmaras temáticas, ou câmaras técnicas dentro desses órgãos. A gente tem uma assessoria, é, o [...], por exemplo, é nosso assessor ambiental, ele tá em contato direto com esses órgãos. Então, o sindicato, ele busca levar informação ao associando e participar de todos os processos de digamos assim, de melhoria e incremento da atividade. Esse é o nosso papel! A gente atua diretamente junto aos órgãos, junto as instituições, seja estadual, seja federal, é, no sentido de, há, levar informação ao associado e ao mesmo tempo participar das discussões que são importantes pro setor (SP1, 14/07/2010).

Além do granito, destaca-se a produção de mármore na região sul, principalmente no município de Cachoeiro do Itapemirim. Nesta localidade encontra-se atualmente a maior estrutura de desdobramento e beneficiamento de pedras do estado. A região abriga ainda indústrias que se ligam ao setor pela produção de maquinas, peças, manutenção, produção de tecnologia, entre outros serviços que estruturam e dão suporte às três etapas do processo produtivo. Esta estrutura, que compõe o pólo de produção de rochas ornamentais capixaba, é percebida e explicada pelo ST1.

No sul do estado a gente tem uma associação, é, que hoje é vinculada ao sindicato aqui da, da, metal mecânico, que, é, voltada exatamente para a produção de máquinas. Existe um arranjo produtivo no sul, voltado para a produção de máquinas e implementos pro setor. É, eles tem á uma organização muito boa, participam de feiras também, é, sim, tem, tem uma, uma interface muito boa com o setor. Apesar de que, boa parte do maquinário mais avançado, que o setor utiliza, hoje, por exemplo, as, os teares de fio diamantado, e outros equipamentos, é, vem de fora, são importados ainda! Mas, a gente já produz equipamentos aqui de muito boa qualidade! (SP1, 14/07/2010)

Explica ainda que as máquinas de fio diamantado, entre outras, que ainda não são produzidas pela indústria capixaba, são importadas, principalmente, da “Itália e também

da Ásia, que agora esses países da Ásia, China, Índia, vem trabalhando muito na área de rochas e vem produzindo maquinários ai também” (SP1, 14/07/2010).

Por fim, vale destacar que ao redor da grande Vitória verifica-se o crescimento, desde a década de 1990, destas atividades voltadas para o desdobramento, beneficiamento e suporte desse setor industrial, formando, em conjunto com Cachoeiro de Itapemirim (sul), Nova Venécia (norte) e outras localidades produtivas, o pólo industrial do mármore e granito do Espírito Santo.