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2.4 O MUNICÍPIO DE VILA PAVÃO

2.4.1 O SURGIMENTO E EXPANSÃO DO SETOR DE EXTRAÇÃO DE ROCHAS

Como foi demonstrado anteriormente, a atividade de mineração no Espírito Santo teve impulso na década de 1950. Esse movimento tinha, inicialmente, o mármore como foco de exploração. Porém, a partir da década de 1980, a exploração do granito surge como alternativa ao mármore. Com composição diferente da composição calcária do mármore, o que, segundo os estudiosos de rochas, acarretam na menor durabilidade da rocha por sua constituição ser carbonitica, o granito8 é uma rocha magmática, que possui um processo de formação geológico que garante à pedra uma estrutura rochosa mais resistente aos efeitos físicos e químicos.

Vila Pavão caracteriza-se pela abundância desta matéria-prima, e vê, no decorrer dos últimos anos, a crescente utilização dos materiais extraídos de seu solo. Conforme informações contidas no estudo realizado pela Agência de Fomento do Estado da Bahia, a indústria da construção civil é a principal impulsora da produção das pedras ornamentais. A maior parte do que é produzido é absorvido por esta indústria. Conforme dados publicados por Spimola, Vera e Guerreiro (2004):

As rochas ornamentais são utilizadas na indústria da construção civil como revestimentos internos e externos de paredes, pisos, pilares, colunas e soleiras. Compõem também peças isoladas, como estruturas, tampos, pés de

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“Os “granitos” correspondem cientificamente às rochas ígneas e metamórficas de granulometria grossa composta principalmente de minerais félsicos, tais como quartzo feldspato alcalino e plagioclásio. [...] Os “granitos” são difíceis de serem explotados e beneficiados, entretanto, tem alto brilho no polimento e alta durabilidade mecânica. Portanto, são tratados como rochas ornamentais de qualidade máxima. Os “mármores” são rochas de composição carbonática, tanto as metamorfoseadas quanto as não metamorfoseadas. [...] Cientificamente, estes são mármores, calcário, uma parte de gnaisse calcissilicático, etc. Os “mármores” são relativamente mais fáceis de serem cortados e polidos, sendo adequados para processamentos industriais. Entretanto, em comparação com os “granitos” possuem vulnerabilidade para o desgaste físico e químico diante de materiais domésticos (VARGAS, MOTOKI e NEVES, 2001, p. 121).”

mesa, bancadas, balcões, lápides e arte funerária em geral, além de edificações. As pedras ornamentais podem também ser torneadas para revestimento de colunas. A aplicação do granito na construção civil em substituição a outros produtos vem sendo crescente, pelo fato de suas características apresentarem vantagens de uso: resistência, durabilidade, facilidade de limpeza e estética. Seu dinamismo de mercado está fundamentado na sua elevada capacidade de substituição em relação a outros materiais (SPÍMOLA; VERA e GUERREIRO, 2004, p. 3).

A partir de 1980, o movimento de mercado eleva o granito à condição privilegiada em relação ao mármore. A rocha passa a ganhar visibilidade, devido a procura nos mercados internos e externos. No Espírito Santo estão concentradas as maiores jazidas do mineral em território nacional. A distribuição exploratória aponta a região norte e noroeste do estado como a principal concentração desse tipo de rocha. A extração de granito na região é datada com pouco mais de 20 anos.

Na região norte, a atividade ainda é recente, com pouco mais de quinze anos, mas apresenta o maior crescimento do setor nos últimos anos. Crescimento atribuído principalmente à valorização do granito no mercado nacional e internacional, produto encontrado de forma abundante e diversificada nesta região, onde segundo o SINDIROCHAS, concentram-se as maiores jazidas de granito do estado (DATAUFES, 2004, p. 23).

O início e crescimento da exploração mineral na região norte e noroeste do estado se deu mais tardiamente, em função do movimento do mercado, principalmente do mercado internacional. Com a crescente exploração de rochas e aumento de lavras, no ano de 2004 pode-se constatar que “o município possui um número reduzido de

unidades industriais, mas vem apresentando um significativo acréscimo no crescimento industrial, onde em 1998 possuía apenas 5 unidades, já em 2000 cresceu para 13”

(DATAUFES, 2004, p. 25). A região sul, pioneira na extração de rochas ornamentais no Espírito Santo, iniciou suas atividades de extração predominantemente de mármore. Neste período, a valorização do mármore levou ao desencadeamento da exploração do recurso abundante na região, principalmente em Cacheiro do Itapemirim. O Sindicalista Patronal 1 (SP1) explica este processo da seguinte forma:

Bem, o setor de rochas tem mais ou menos 50 a 60 anos aqui no estado. Começou predominantemente no sul com a extração de mármore. Então,

tradicionalmente, as maiores empresas e mais antigas, estão na região sul. É o município de Cachoeiro, Vargem Alta. Enfim, Cachoeiro do Itapemirim e entorno ali! Então foi um setor que foi evoluindo assim, muito rápido, e cresceu de uma forma muito expressiva, principalmente nos anos 90, quando a exploração do granito, que é uma característica no norte e noroeste, começou a ter muita, muita procura no mercado mundial. Nós temos mais ou menos, em torno de 200 variedades de granito, só aqui no estado do Espírito Santo. Então, na realidade, com o passar do tempo, o mármore ficou é, restrito a região sul. Até porque, a maior jazida tá localizada lá, mas, em termo de mercado, o granito passou a ser mais demandado. Então, a procura foi muito grande pelo granito. E ai, a região que você tá, que é alvo da sua pesquisa, Vila Pavão, por exemplo, é uma das mais representativas, ai (SP1, 14/07/2010).

Já o Sindicalista Patronal 2 (SP2), defende a tese de que a exploração de granito na região é mais antiga do que normalmente se divulga. Conforme o mesmo:

A extração de granito e de rochas ornamentais na região norte começou, no município de Nova Venécia e se estendeu pra toda região. O município do Pavão já iniciou há um tempo, é, há uns vinte anos depois que começou em Nova Venécia. Mas hoje é uma região de grande potencial geológico, onde possui as maiores e mais cobiçadas jazidas de rochas ornamentais, principalmente dos amarelos, que todo o mundo busca, precisa (SP2, 19/07/2010) (grifo do autor).

O Técnico em Mineração do Fundacentro (TMF) apóia-se em dados colhidos nas ações praticadas pela instituição em que trabalha, para datar e explicar o surgimento e crescimento da atividade na região norte, noroeste do estado, e em especial Vila Pavão. Ele explica que com a demanda de granito pelo mercado, dando ênfase ao mercado internacional, as empresas que se desenvolveram no sul do estado passaram a investir na exploração da rocha. Sendo assim, dirigiram-se para o norte e noroeste em busca da vasta variedade de granito presente na região.

É, segundo alguns dados que nos temos o que ocorre, o que aconteceu na área de extração, na área de mineração lá, onde a gente vai falar na explotação, a maioria das empresas que estavam instaladas naquele município. Estavam no sul do estado. E devido ao processo no sul do estado que era mais mármore do que granito, a partir do momento que a área comercial. O granito ele passou a ter um valor agregado maior, até do que o mármore, então essas empresas foram se deslocando algumas delas pro norte do estado. Então, é isso daí, enquanto que no sul do estado nós tivemos início da década de 50, já pra o norte do estado, já pegou mais na faixa da década de 80 pra frente. Onde começou as primeiras extrações (TMF, 16/07/2010).

Já sob a óptica dos representantes dos trabalhadores do Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Mármore e Granito e Calcário do Espírito Santo (SINDIMÁRMORE), os sindicalistas laborais buscam fazer uma relação do surgimento e crescimento do setor com as dificuldades impostas pelas relações de trabalho estabelecidas naquele momento.

O sindicalista dos trabalhadores 1 (ST1) afirma que as atividades de exploração de rochas ornamentais em Nova Venécia iniciarem-se primeiro do que as desenvolvidas no município foco do estudo, onde, segundo ele, a atividade é mais recente. O ST1 procura especificar o momento em que se configura o inicio das atividades em Vila Pavão. De acordo com o relato do ST1,

Oh, a mineração no município de Vila Pavão, começou exatamente no ano de 89 pra 90. A primeira, a primeira empresa que se fez, que começou fazer mineração aqui no município de Vila Pavão, foi a [...]. Foi uma das empresas onde teve assim, o maior número de ocorrência de morte de trabalhador! Não sei lembrar quantos, quantos foram, mas, acho que foram mais de quatro trabalhadores. Então, foi à primeira empresa assim, que começou a mineração exatamente no Córrego do Socorro, é, hoje ela tá, é uma mina desativada. Foi no início de 89, no final de 89 pra 90, ai no decorrer dos anos, aonde que vem crescendo, que teve um crescimento maior foi no ano de 96. De lá pra cá, veio se abrindo, é, assim, pedreiras, várias pedreiras irregulares, nunca, geralmente, hoje ainda continua sendo, então, várias pedreiras fechadas por falta de regulamentação (ST1, 20/07/2010).

A fala do sindicalista dos trabalhadores 2 (ST2) diferencia-se das demais. Ele alega não ter o mesmo conhecimento, ou melhor, as mesmas lembranças e experiências relatadas pelos demais entrevistados. Este fato justifica-se pela vivencia dele no setor. O ST2 fazia parte do quadro sindical da região sul, Cachoeiro do Itapemirim, mas devido a dificuldade de se conseguir diretores para a instituição dos trabalhadores na região norte/noroeste, ele foi deslocado, no final da década de 90, para atuar na sub-sede do sindicato em Nova Venécia. Portanto, sua experiência na localidade está mais voltada para expansão do setor. Em sua fala, podemos notar que, em Vila Pavão, a mineração tem tomado proporções maiores com o passar do tempo, coincidindo com os demais relatos colhidos.

Olha eu vim conhecer a extração aqui na região norte e noroeste do estado no ano de 98. Na época então, existia poucas extrações aqui na região. Quando, a partir de 1999, devido à dificuldade de diretores aqui na região norte pra tá trabalhando a região que tinha apenas um e também ele, devido sua atividade na empresa, não poderia tá realizando os trabalho necessários na região. Foi quando eu me desloquei de Cachoeiro, no sul do estado, pra tá vindo trabalhar nesta região. A partir de 1999, nesta época existia por volta umas 250 a 300 extração. Em todo, em todo norte do estado. Na região de Vila Pavão, existia pouco. Pouca extração nessa época. E hoje, dessa época pra cá, veio crescendo cada vez mais, não só extração, mas todo o setor, indústria e consumo no setor de rocha ornamentais. Hoje se encontra um maior número em toda região. Aqui hoje, tem por volta de 450 empresa. É, no município de Vila Pavão, eu não tenho, não sei precisar o número de empresas só de Vila Pavão. A gente tem um dado só! Só pego no geral!. É, mas cresceu muito as empresas de extração no município de Vila Pavão (ST2, 19/07/2010).

O surgimento e desdobramento da indústria de rochas na região norte/noroeste do estado apresenta semelhanças com a história do setor no sul do Espírito Santo. Tentaremos, a partir dos conhecimentos dos representantes das instituições envolvidas no setor, traçar a geografia distributiva das empresas. Conforme o TMF,

A maioria das empresas lá, o que caracteriza a empresa de mineração do norte do estado, as pedreiras, elas estão localizadas em área rural. Então, o que ocorreu com relação é, essa extração na área rural. É até um deslocamento também de pessoas que estavam na área rural e vieram pra área urbana. Então, mais, basicamente o que nós temos mais lá de pedreira. Desde de Vila Pavão e outras, o que caracteriza a região norte do estado do Espírito Santo é a extração de granito já em área rural. Já fica um pouco mais distante dos centros urbanos. Até porque as cidades são muito pequenas” (TMF, 16/07/2010).

Já o ST1 explicita como se dá a ocupação por setores no município, ele chama atenção para três regiões de concentração das pedreiras. Como já foi apresentado, o município se divide entre a sede e distritos. Os distritos são micro regiões urbanas envoltas pelas regiões rurais. O sindicalista aponta os distritos de Todos os Santos, Todos os Anjos, Córrego do Caciporé, Praça Rica e Córrego do Socorro, como os pontos em que se concentram as pedreiras. A partir da divisão relatada por ele, a distribuição dos serviços em Vila Pavão fica mais compreensível.

Olha, se distribuem assim: é porque o granito são intrusões. As intrusões que é onde que tem os melhores materiais, então ela se concentra mais nesses

locais. É, por exemplo: tem uma, a região aqui, Todos os Santos, Todos os Anjos e Córrego do Cacipore, é onde é uma região aonde se concentra várias pedreiras. Ai, lá na Praça Rica tem outra região que se concentra mais uma outra quantidade de pedreira. E tem ali dentro também, no Córrego do Socorro que onde que eu te falei, que nasceu a mineração de pedras ornamentais dentro do município de Vila Pavão, que se concentra mais outro tanto de pedreira ali. Essas pedreiras, então, tem três regiões assim, dentro do município onde se localiza mais as minerações dentro do município de Vila Pavão (ST1, 20/07/2010).

O ST2 também chama atenção para a divisão e quantidade de córregos no município, oferecendo uma noção de quantidade em cada lugar onde ocorre a exploração do mineral. Acrescenta que em cada localidade deve haver de dois a três empreendimentos, não conseguindo determinar de maneira exata a quantidade de firmas presentes nas áreas onde a presença de pedreiras é predominante.

Olha elas se distribuem em todo o município. Cada córrego, lá tem muito é, distribuição territorial em Vila Pavão é muito córrego. Córrego Cumprido, Córrego Seco, Córrego de Estevo, Córrego Grande, então são dividido. Então a cada córrego desse, localidade dessa, tem por volta de duas, três pedreiras. Alguns quatro, cinco pedreiras, é distribuído dessa forma. Córrego de todos os Anjos, Córrego de todos os Santos, e por ai vai! Distribuído dentro desse mapa ai do município (ST2, 19/07/2010).

Em Vila Pavão, como pode se verificar pela fala dos representantes das instituições ligadas ao setor de mineração de granito no Espírito Santo, e em especial no município estudado, a atividade de exploração vem crescendo vertiginosamente. Conforme indica o Técnico em Segurança o Trabalho (TST), que atua atendendo diversas empresas nas regiões norte/noroeste e algumas empresas no sul do estado, este aumento de pedreiras pavoence gerou profundas alterações na rotina da cidade. De acordo o mesmo, a atividade de mineração para o município,

Eu diria assim, que foi de extrema importância, já que estamos falando de Vila Pavão. De extrema importância pra Vila Pavão! É, posso dizer que, é uma condição sine qua non. Sem a qual seria impossível chegar na situação que a gente tem hoje. Eu posso dizer que Vila Pavão vive é, 80% dela hoje, da extração de rochas ornamentais. Da renda que esse movimento, que esse setor produz. Se você analisar, Vila Pavão há nove anos atrás, e analisa a cidade hoje, você vai identificar lojas novas, é pontos de farmácia , ponto de venda de imóveis, de eni coisas que há nove anos atrás o pessoal nem sonhava que um dia pudesse chegar. São construções novas, prédios, é, já se

fala até em construir é, aeroporto nas proximidade de Vila Pavão. Eu, era coisa assim, há nove anos atrás, num tinha isso, num era nem sonho pros moradores de Vila Pavão (TST, 22/07/2010).

Vila Pavão atualmente tem chamado atenção pelo crescente investimento na extração do granito. A extração de pedras aparece como um dos principais arranjos produtivos neste município. De acordo com informações do DATAUFES, “Vila Pavão,

conjuntamente com os municípios de Nova Venécia e Barra de São Francisco compõe um dos principais pólos produtores de mármore e granito do Espírito Santo”

(DATAUFES, 2004, p. 24). Vila Pavão abriga uma das maiores jazidas do granito capixaba. Conforme o “Diagnóstico dos Efeitos da Exploração de Rochas Ornamentais para os Trabalhadores e para as Comunidades no Norte do Espírito Santo: Municípios de Barra de São Francisco, Nova Venêcia e Vila Pavão”,

O norte do estado atualmente representa uma área com o maior volume de Lavras (pedreiras) de granitos em âmbito mundial, e o Espírito Santo figura no cenário nacional como um dos maiores exportadores de rochas ornamentais, respondendo em 2003, por 52,3% do total do faturamento das exportações brasileiras. Sendo que, das 6 milhões de toneladas produzidas no país, aproximadamente 2,85 milhões são capixabas. (DATAUFES, 2004, p. 35).

A atividade extrativa tem, ao longo dos anos, tomado dimensões maiores, devido a qualidade e abundancia da matéria prima pavoense. “No setor industrial, o município

possui um número reduzido de unidades industriais, mas vem apresentando um significativo acréscimo no crescimento industrial, onde em 1998 possuía apenas 5 unidades, já em 2000 cresceu para 13” (DATAUFES, 2004, p. 25). Conforme dados

coletados entre os dias 4 (quatro) a 6 (seis) de novembro de 2008, na execução do “Projeto Piloto da Agenda 21 no Setor Mineral”, o número de pontos de mineração conhecidos já alcançava a expressiva quantia de 56 empresas ligadas a extração de granito.

Devido a essa soma de fatores, a região norte vem apresentando um rápido e recente crescimento do setor, abrigando um número cada vez maior de empresas. Isso pode ser percebido nas informações dos processos de

emissão de licenciamento ambiental expedido pelo IEMA9, onde é apontada a instalação de 109 empresas apenas nos municípios de Nova Venécia, Vila Pavão e Barra de São Francisco, operando em 205 frentes de pedras, números estes certamente maiores, visto a grande quantidade de empresas atuando ilegalmente sem registro (DATAUFES, 2004, p. 31). (nota do autor)

Porém, esse dado é contestado pelo ST1, que acredita existir um número menor de pontos de mineração no município.

Hoje no município, se eu não tiver enganado, têm treze, treze pedreiras funcionando. Talvez, dessas treze, existe uma faixa de sete que tão irregular ainda. Só seis estão regulamentadas. Então, a mineração hoje no município de Vila Pavão ela é totalmente desordenada. Pra você vê, que a gente tava conversando ali, tem, se eu não tiver enganado, eles falaram 56, mas eu acredito que é 46 pontos de mineração que tem dentro do estado, dentro do município de Vila Pavão. Só, que desses ai, só treze que funcionam! De 46 são 13 que funcionam! Mais regulamentado são a faixa de seis ou oito pedreiras que tá regulamentada dentro do município de Vila Pavão! (ST1, 20/07/2010)

Na concepção do Sindicalista dos Trabalhadores 1 (ST1), existe uma falta de controle normativo. As normas existem, mas o despreparo da classe patronal é muito significativo no sentido gerencial. A essa realidade, o sindicalista atribui os principais problemas do setor. Ele identifica perdas expressivas para o setor, no que diz respeito ao desperdício (problema com o método de retirada dos blocos), e as perdas por falta de tecnologia adequada para o beneficiamento de rochas para determinados setores consumidores (exportação de blocos, em especial para Itália, e sua importação para obras brasileiras no estado beneficiado), etc. A percepção do sindicalista pode ser percebida na análise que realiza da situação. Conforme o ST1,

Olha, tem que trabalhar muito! Eu acho que quando os órgãos, os órgãos públicos, tipo o DMPN, até outros órgãos teriam que tá dando aula. Tipo o SEBRAE da aula pra esses empresários como que se funcionam as pedreiras. Pra não trabalhar dentro da ilegalidade! Hoje, igual nós tava conversando lá atrás, o PIB do Espírito Santo, é, 43% vem da mineração. Hoje, no estado você vê, que não existe uma secretária específica pra mineração. É, por exemplo: tá se construindo uma área da Petrobrás dentro do estado, quem tá fornecendo o material é do nosso setor. É, tá saindo da [...] o material amarelo que tá indo bota na Petrobrás, é da [...]. Só que tem que ir pra fora,

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Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), órgão responsável pela regularização de empreendimentos ligados ao setor hídrico e mineral, licenciamento ambiental, controle ambiental, educação ambiental, fiscalização, etc., no estado do Espírito Santo. (nota do autor)

fazer a industrialização na Itália, porque só lá que tem esse tipo de maquinário, pra volta pro Brasil de novo, pra tá fazendo, instalando essas pedras lá. Porque tem que ser essas chapas uniformes, só lá na Itália que tem esse tipo de maquinário. Então, é pra você vê que tá faltando um tipo de capacitação pra classe empresarial. É, capacitação num trato com o trabalhador, capacitação pra gente num vendê, arrancar o produto da gente aqui, vendê de qualquer forma como tá sendo vendidos blocos inteiros, é pra num te aquele tanto de perda que á nas pedreiras. Porque se entra de qualquer