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ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

Taylor no início do século XX desenvolve a Teoria da Administração Científica. Para ele:

No passado, o homem estava em primeiro lugar; no futuro, o sistema terá a primazia. Isso, entretanto, não significa, absolutamente, que os homens competentes não sejam necessários. Pelo contrário, o maior objetivo de uma boa organização é o aperfeiçoamento de seus homens de primeira ordem;e, sob direção nacional, o melhor homem atingirá o mais alto posto, de modo mais seguro e rápido que em qualquer outra distinção. (TAYLOR, 1970, p. 27)

De acordo com Taylor, se fazia necessário, naquele momento, mudar radicalmente as relações de trabalho existentes. Segundo seu olhar, o trabalhador gozava de muita autonomia e saberes sobre sua atividade de trabalho. Desta forma, a classe patronal não conseguia ter sobre os operários, e principalmente sobre a produção, o controle necessário para maior obtenção de lucro.

O autor valoriza a mecanização do trabalho, o adestramento do trabalhador e a formação de homens “competentes” que possibilitem o funcionamento, considerado adequado por ele, ao sistema que propõe. Nesse caso, Taylor entende a organização do trabalho da seguinte maneira:

A maioria desses homens crê que os interesses fundamentais dos empregadores e empregados sejam necessariamente antagônicos. Ao contrário, a administração científica tem em seus fundamentos, a certeza de que os verdadeiros interesses de ambos são um, único e mesmo: de que a prosperidade do empregador não pode existir, por muitos anos, se não for acompanhada da prosperidade do empregado, e vice-versa, e de que é preciso dar ao trabalhador o que ele mais deseja – altos salários – e ao empregador também o que ele realmente almeja – baixo custo da produção (TAYLOR, 1970, p. 30).

O autor apresenta uma compreensão diferente da que foi apresentada anteriormente. Em seu estudo, ele reduz o trabalho à condição de troca entre o desempenho de uma função e o recebimento de salário. Dessa forma, ele passa a desvalorizar o sujeito trabalhador, que por sua vez é carregado de sentidos, práticas, saberes, relações, valores, etc.. Entretanto, ao longo de seu texto, o estudioso demonstra ter consciência de que o trabalho, naquele momento, une a classe trabalhadora em torno de objetivos que, segundo o mesmo, podem representar para as pessoas que trabalham suas condições de existência.

No período histórico em que é construída a teoria citada, Taylor identifica que os trabalhadores não rendem o possível (máximo) e que existe entre eles uma espécie de código de ética que é seguido rigorosamente. A principal consciência das classes trabalhadoras que o autor evidencia, é a estratégia construída pelos trabalhadores para produzir em ritmos mais lentos, com o objetivo de proteger seus empregos. Esta realidade parece incomodar Taylor, ele deixa a impressão de que é necessário desarticular a unidade constituída pelas classes trabalhadoras. Este aspecto pode ser percebido nas próprias palavras do autor. Segundo o mesmo,

(...) o trabalhador vem ao serviço, no dia seguinte, e em vez de empregar todo seu esforço para produzir a maior soma possível de trabalho, quase sempre procura fazer menos do que pode realmente – e produzir muito menos do que é capaz; na maior parte dos casos, não mais do que um terço ou metade dum dia de trabalho, é eficientemente preenchido. E, de fato, se ele se interessasse por produzir maior quantidade, seria perseguido por seus companheiros de oficina, com mais veemência, do que se tivesse revelado um traidor no jogo (TAYLOR, 1970, p. 32).

O que foi chamado nestas linhas de código de ética, Taylor considera como sendo “vadiagem”. É justamente buscando evitar a “vadiagem”, o estudioso passa a observar o trabalho, a atividade desempenhada pelos trabalhadores. Ao fazer isso, o autor constata que existe uma gama de maneiras de se realizarem as atividades executadas pelos funcionários e que as técnicas vêm de momentos muito anteriores aos próprios operários daquele período. As atividades observadas nas pesquisas representam o acumulo de práticas, saberes, conhecimentos, etc., construídos e acumulados pelas classes trabalhadoras historicamente. Mediante essa situação, Taylor percebe que a autonomia desses trabalhadores tem sua gênese no domínio de suas técnicas.

Em lugar dum processo que é adotado como padrão, há usualmente, digamos, 50 a 100 processos diferentes de fazer cada tarefa. E um pouco de reflexão esclarecerá que isso, de fato, deve acontecer invariavelmente, desde que nossos métodos foram transmitidos de homem a homem, oralmente, ou, na maioria dos casos, aprendidos, inconscientemente, por observação pessoal. Praticamente, jamais foram codificados, ou sistematicamente analisados e descritos. O engenho e a experiência de cada geração – de cada década – sem dúvida tem transmitido à seguinte os melhores métodos empregados. Esse conjunto de conhecimentos empíricos ou tradicionais pode ser considerado como o principal recurso e patrimônio dos artífices (TAYLOR, 1970, p. 46).

A partir desta constatação, Taylor passa a observar e sistematizar todo esse conjunto de conhecimentos, saberes, técnicas, etc. Inicia-se um processo de apropriação dos saberes operários. Com seu estudo, o autor passa a reclassificá-los, ressignificá-los e padronizá-los. Dessa forma, Taylor passa a conhecer a atividade e a transformar em padrão um conjunto de saberes históricos. A partir daí, ele constrói as bases para o desenvolvimento de sua teoria.

À gerência é atribuída, por exemplo, a função de reunir todos os conhecimentos tradicionais que no passado possuíram os trabalhadores e então classificá-los, tabulá-los, reduzi-los a normas, leis ou fórmulas, grandemente úteis ao operário para execução de seu trabalho diário. Além de desenvolver deste modo uma ciência, a direção exerce três tipos de atribuições que envolvem novos e pesados encargos para ela (TAYLOR, 1970, p. 51).

Basicamente ele elabora quatro novas atribuições para a organização do trabalho. Nas palavras do autor, são elas:

Primeiro – Desenvolver para cada elemento do trabalho individual uma

ciência que substitua os métodos empíricos.

Segundo – Selecionar cientificamente, depois treinar, ensinar e aperfeiçoar o

trabalhador. No passado ele escolhia seu próprio trabalho e treinava a si mesmo como podia.

Terceiro – Cooperar cordialmente com os trabalhadores para articular todo

trabalho com os princípios da ciência que foi desenvolvida.

Quarto – Manter divisão equitativa de trabalho e de responsabilidade entre a

direção e o operário. A direção incumbe-se de todas as atribuições, para as quais esteja mais bem aparelhada do que o trabalhador, ao passo que no passado quase todo trabalho e a maior parte das responsabilidades pesavam sobre o operário. (TAYLOR, 1970, p. 49-50)

Na primeira atribuição, fica clara a apropriação e distorção do saber que provêm dos trabalhadores, já bem discutida até aqui. Na segunda, a necessidade de se preparar (formar) um novo modelo de trabalhador, “adequado” a nova organização do trabalho. Para se obter este modelo, os pesquisadores traçavam um perfil de homem capaz de realizar a atividade em tempo e quantidade satisfatórios, mas também buscam fórmulas que propiciassem aos trabalhadores condições “saudáveis” de execução do trabalho. De acordo com Taylor, esta fórmula consistia em:

Primeiro – Encontrar, digamos, 10 a 15 trabalhadores (preferencialmente de

várias empresas e de diferentes regiões do país) particularmente hábeis em fazer o trabalho que vai ser analisado.

Segundo – Estudar o ciclo exato das operações elementares ou movimentos

que cada um destes homens emprega, ao executar o trabalho que esta sendo investigado, como também os instrumentos usados.

Terceiro – Estudar, com o cronômetro de parada automática, o tempo exigido

para cada um destes movimentos elementares e então escolher os meios mais rápidos de realizar as fases anteriores.

Quarto – Eliminar todos os movimentos falhos, lentos e inúteis (TAYLOR,

1970, p. 108).

E conclui:

Todos nós somos crianças grandes e é igualmente certo que o operário médio trabalha com maior satisfação para si e para seu patrão, quando lhe é dada, todos os dias, tarefa definida para ser realizada em tempo determinado e que representa um dia de trabalho de serviço para um bom trabalhador (TAYLOR, 1970, p. 110).

Taylor tinha como intenção retirar do trabalhador sua autonomia ao promover a divisão do trabalho, a padronização dos movimentos dos trabalhadores e buscar determinar tarefas a serem executadas de maneira rígida, cronometrando os tempos satisfatórios na perspectiva da Administração Científica.

Na tarefa é especificado o que deve ser feito e também como fazê-lo, além do tempo exato concebido para a execução. E, quando o trabalhador consegue realizar a tarefa determinada, dentro do tempo-limite especificado, recebe ele aumento de 30 a 100% do seu salário habitual. Estas tarefas são cuidadosamente planejadas, de modo que sua execução seja boa e correta, mas que não obrigue o trabalhador a esforço algum que lhe prejudique a

saúde. A tarefa é sempre regulada, de sorte que o homem, adaptado a ela, seja capaz de trabalhar durante muitos anos, feliz e prospero, sem sentir prejuízos da fadiga. A administração científica, em grande parte, consiste em preparar e fazer executar essas tarefas (TAYLOR, 1970 p. 51).

A Administração Científica procurou estudar o funcionamento fisiológico do corpo humano, os movimentos em tempos determinados e o esforço capaz de ser realizado por um homem em uma determinada atividade de trabalho. Um dos intuitos dessa prática era determinar o tempo, para a realização das tarefas, compatível com o suportável pelo organismo humano. Dessa maneira, acreditou-se conhecer as possibilidades suportáveis de trabalho. A partir daí, passou-se a estruturar a atividade de trabalho, baseados em conhecimentos científicos que garantiam a eliminação da fadiga do trabalhador e o maior proveito de sua força de trabalho em um período mais extenso.

Nosso primeiro cuidado foi admitir um jovem licenciado do college para reunir tudo que se havia escrito em inglês, francês e alemão sobre o assunto. Duas espécies de investigação haviam sido realizadas: uma pelos fisiologistas, que estudaram a resistência do animal humano, e outra, pelos engenheiros, que ensinaram determinar a que fração de cavalos-de-força correspondia a potência do homem (TAYLOR, 1970, p. 62).

Conforme Taylor (1970), para se alcançar os objetivos traçado pelos pesquisadores, foram selecionados dois trabalhadores com tipo físico adequado ao serviço em estudo, tendo ainda as características necessárias no que diz respeito à eficiência e competência. A eles, foram pagos salários mais altos, para que desempenhassem, durante os dias de teste, as atividades conforme eram mandados. Segundo o autor,

A esses homens confiava-se todas as espécies de tarefas, as quais eram acompanhadas por um jovem estudante de college, que registrava, com auxilio de cronômetro de parada automática, os tempos gastos nos movimentos feitos pelo trabalhador. Todo elemento, de qualquer maneira relacionado com o trabalho e que acreditávamos estar ligado aos resultados, era cuidadosamente estudado e anotado. O que esperávamos determinar, por fim, era que fração de cavalo-de-força um homem podia desenvolver, isto é, quantas unidades energéticas do trabalho o homem podia realizar diariamente (TAYLOR, 1970, p. 63).

Taylor finaliza a análise da fadiga da seguinte maneira:

A lei mostra que, para cada um desses movimentos, o trabalhador só pode ficar sob o peso durante certa parte do dia. Por exemplo, quando carrega barras de ferro (cada barra pesa 45 Kg), um trabalhador de primeira ordem deve carregar o peso durante 43% do dia e ficar livre da carga os 57% restantes.

À medida em que a carga se torna mais leve, aumenta a proporção de tempo que o carregador pode conduzi-la. Assim se o trabalhador transporta barras de 22 quilos, pode carregar durante 58% e descansar 42% do dia. Diminuindo-se o peso, maior é o tempo que pode o homem conduzi-lo, até que, finalmente, reduz-se tanto que é carregado durante todo o dia sem fadiga. Ao atingir este ponto, a lei deixa de ser útil para orientar quanto à resistência do trabalhador e outra lei deve ser procurada, a fim de indicar a capacidade do homem para o trabalho. (TAYLOR, 1970, p. 65)

Um homem de reações vivas e inteligentes é, por isso mesmo, inteiramente impróprio para tarefa tão monótona. No entanto, o trabalhador mais adequado para o carregamento de lingotes é incapaz de entender a ciência que regula a execução desse trabalho. É tão rude que a palavra percentagem não tem nenhuma significação para ele e, por conseguinte, deve ser treinado por homem mais inteligente no hábito de trabalhar de acordo com as leis dessa ciência, para que possa ser bem sucedido. (TAYLOR, 1970, p. 66)

A terceira atribuição proposta por Taylor complementa a segunda. Neste sentido, almeja-se que o trabalhador tenha suporte dentro da perspectiva da Administração Científica, para realizar a tarefa pré-determinada corretamente. Isto requer ter um grupo de cientistas traçando a relação tempo X movimento, outro grupo de trabalhadores, composto por superiores hierárquicos do executor da tarefa, fiscalizando e dando suporte às eventuais dificuldades que o operário possa ter individualmente, conta-se ainda com um terceiro grupo, encarregado pela organização do material de trabalho, e, por fim, o grupo dos que vão pensar a tarefa e calcular o pagamento por produção (naquele momento, cálculo baseado na produção diária) individualmente. Este último dado é interessante, pois, na nova organização do trabalho, os trabalhadores são, de maneira geral, tratados individualmente. Esta característica reforça nossa crença de que a Administração Científica é não apenas uma nova forma de organização do trabalho, mas também, um fator de desagregação das classes trabalhadoras. Novamente fazendo uso das palavras de Taylor:

Neste novo sistema de administração é regra inflexível falar e tratar com um trabalhador de cada vez, desde que cada um possui aptidões próprias e contra-indicações especiais, e que não estamos lidando com homem em grupo, mas procurando aumentar individualmente a eficiência e dar a cada um a maior prosperidade. (TAYLOR, 1970, p. 54)

E continua:

Como argumento a favor do estudo científico dos motivos capazes de influir no trabalho diário do operário, pode ser citada a perda de ambição e iniciativa que experimentam os trabalhadores, quando postos em grupos, em vez de serem tratados separadamente como pessoas. Análise cuidadosa nos mostrou que, quando os trabalhadores estão reunidos, tornam-se menos eficientes do que quando a ambição de cada um é pessoalmente estimulada; que quando os homens trabalham em grupo sua produção individual cai invariavelmente ao nível, ou menos abaixo do nível, do pior homem do grupo; e que todos pioram em vez de melhorarem o rendimento com a colaboração. (TAYLOR, 1970, p. 75).

Na quarta atribuição, Taylor evidencia de forma explicita a divisão do trabalho que elaborou. Neste sentido, a administração tem a tarefa de organizar cartilhas contendo, passo a passo, todo o procedimento que deve ser realizado por cada operário e dar aos trabalhadores condições para executar o planejado, cabendo a este executar de forma correta as orientações contidas em suas cartilhas. Taylor descreu essa organização da seguinte maneira;

Tudo isto requer amistosa cooperação da gerência e de sistema ou organização muito mais complicada que o anacrônico agrupamento de homens em grandes equipes.

1) Um grupo de homens deve desenvolver a ciência do trabalho, mediante o estudo dos tempos, como foi descrito;

2) Outro grupo mais hábil deve auxiliar e orientar, como instrutores, os operários no serviço;

3) Outro grupo deve armazenar as ferramentas e guardar todo o material em perfeita ordem;

4) Outro, enfim, deve planejar o trabalho, com antecedência, a fim de mobilizar os homens sem perda de tempo e de determinar a sua remuneração diária, etc. (TAYLOR, 1970, p.73).

A Administração Científica deixa-nos com impressão, de não somente alterar as relações de trabalho na sociedade industrial, mas também de promover a necessidade de formação de um novo modelo de trabalhador, alterar as relações sociais, pregar o individualismo, etc..

A nova forma de organização produtiva procura alterar o indivíduo em sua vida privada, estabelecendo padrões de comportamentos dentro e fora do ambiente de trabalho. Esta forma de organização trabalha fortemente o discurso de maiores ganhos salariais, de redução da jornada de trabalho diária em razão da maior produtividade individual, além da disseminação da idéia de parceria de interesses entre patrão e empregado. Agindo assim, passa a impressão de querer alterar o sentido do trabalho, “valorizando” o trabalho apenas como mercadoria, e tentando arrancar-lhe sua função histórica de humanizar e socializar o homem, tentando alterar o significado fisiológico/filosófico apresentado no tópico anterior. Nessa perspectiva, Taylor argumenta que:

Longa série de experiências, acompanhadas de cuidadosa observação, havia demonstrado que os trabalhadores deste tipo, aos quais é dada tarefa cuidadosamente especificada, exigindo de sua parte grande trabalho diário e que em retribuição a este esforço excedente recebem até 60% mais do que o salário comum, e que se tornam não só mais vigorosos, como melhores sob vários aspectos, vivem um pouco melhor, começam a economizar dinheiro, tornam-se mais sóbrios e trabalham com mais constância. Quando, porém, eles recebem mais do que 60% além do salário, muitos deles trabalham irregularmente e tendem a ficar negligentes, extravagantes e dissipados. Por outras palavras, nossas experiências demonstraram que para a maioria dos homens, não convém enriquecer depressa. (TAYLOR, 1970, p. 76) (grifo realizado por nós)

Por fim, entendemos a metodologia elaborada por Taylor como uma maneira de desequilibrar o pêndulo na disputa envolvendo as classes trabalhadoras e patronais, a favor da segunda. A Administração Científica demonstra claramente o esforço para construção de uma nova mentalidade social em torno do trabalho. A todo o momento a mesma faz o esforço de tentar esconder a condição educativa, socializadora e emancipatória do trabalho, bem descrita por Marx em sua vasta obra. Essa hipótese é percebida, principalmente, quando Taylor deixa claro a sua apropriação e re- significação dos saberes, práticas, valores, conhecimentos, etc., dos trabalhadores. Esses elementos ficam bem nítidos no estudo do autor, que os apontam como o ponto de “desequilíbrio” para o “bom” processo produtivo, e atribui às classes trabalhadoras grande poder na relação trabalhador X patrão.

A reflexão seguiu no intuito de entender a formação desse novo sujeito do trabalho que Taylor parece acreditar ser capaz de construir. Um ser que executa sem pensar, desprovido de sentidos e relações que não sejam as econômicas. Este trabalho

tentará, através do olhar de outros referenciais, apresentar adiante que os elementos humanizadores do trabalho continuam pertencendo ao conjunto de valores e praticas das classes trabalhadoras.

1.4 OLHARES CRÍTICOS SOBRE A ADMINISTRAÇÃO