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ASPECTOS BÁSICOS DE CENÁRIO:

3.1.8. Esquemas de parametrização

3.1.8.1. Esquema hierárquico

Na elaboração dos esquemas de parametrização do MITEC, foram usadas algumas estratégias do método da análise hierárquica (MAH), como:

- quanto maior o número de critérios e alternativas, maior a segurança proporcionada ao processo de tomada de decisão;

- desenvolver exaustivos esforços prévios, antes de montar o questionário, para identificar o maior número possível de critérios e de alternativas envolvidos;

- ordenar, codificar, decompor e sistematizar o esquema de análise, de forma a agrupar as atividades (AT), subatividades (SA), técnicas (TC), questões (QT), subquestões (SQ) e opções fitotécnicas (OF) dentro de grupos os mais homogêneos e correlacionados possíveis;

- buscar confrontar, se possível, no máximo cinco alternativas, ao final do processo;

- os itens paramétricos recebem valores comprometidos com suas dimensões reais, para depois torná-los médias proporcionais ou normalizadas;

- aproveitar, nos cálculos finais, médias normalizadas ou ajustadas. No MITEC, nos casos acima de cinco opções, calculou-se a média ajustada, cujos resultados têm seu valor distribuído entre 0,10 e 0,90;

- usar valores relativos de parametrização de 1,0 a 9,0;

- usar pesos dos critérios como fatores de ponderação no cálculo de médias, antes de normalizá-las;

- a definição de valores (pesos e pontos) deve ser feita com o maior nível possível de interatividade entre os tomadores de decisão;

- os questionamentos devem ser elaborados e colocados da forma mais clara, compreensível e empática possível, para os tomadores de decisão;

- considerar e respeitar a experiência, a opinião, a intuição e o interesse do

agricultor e sua família, sua comunidade, além do técnico, no caso deste experimento;

- quando houver uma só opção, não se faz avaliação; e

- quando as alternativas envolverem dados paramétricos, esses deverão ser usados na comparação, para alimentar o sistema, de forma relativizada.

Assim, como não foi possível usar integralmente o método MAH, adotou- se um esquema que tem características similares às do sistema de parametrização preconizado por SAATY (1991) no sistema de análise hierárquica, o qual foi denominado de esquema hierárquico (EH).

Esse EH foi usado nos bancos de dados. A diferença fundamental é que nos BD do MITEC não se fez hierarquizações por meio de comparações paritárias (2 a 2), mas de cada grupo de alternativas, tendo-se como referência básica dentro dele a opção mais inadequada (mais ineficaz, menos disponível, mais cara ou mais arriscada). Do conjunto de duas a cinco alternativas, define-se aquela que tem sido mais inadequada para cada condição de cenário e valora- se com 1 ponto. As opções mais adequadas receberam valores maiores. As opções com os mesmos graus de adequação receberam as mesmas valorações. Outras diferenças são: falta de sistema justificador e de sistema para teste de consistência. As valorações seguem a Tabela 8.

Tabela 8 - Pontuações no esquema hierárquico

Pontos Situação Comparativa entre as Alternativas, Quanto a Adequação, Eficácia, Disponibilidade, Custo ou Rrisco 1 Igual ou equivalente adequação-eficácia-disponibilidade-custo-risco

2

3 Ligeiramente mais adequada-eficaz-disponível-barata-segura 4

5 Moderadamente mais adequada-eficaz-disponível-barata-segura 6

7 Fortemente mais adequada-eficaz-disponível-barata-segura 8

9 Extremamente mais adequada-eficaz-disponível-barata-segura

Os valores intermediários (2, 4, 6 e 8 ) podem ser consignados, desde que comprometidos com os níveis correspondentes.

Esse esquema não teve como referência o passado ou o futuro, como no esquema GUT, mas só o presente.

Após as valorações, somam-se esses valores dentro de cada grupo de opções e calcula-se a média proporcional de cada uma.

O esquema hierárquico foi usado para fazer as avaliações nos bancos de dados dos seguintes sistemas especialistas: potencial de impacto, importância das técnicas, eficiência produtiva e recursos materiais e humanos.

- Potencial de impactos: estes valores foram consignados no banco de dados do sistema especialista, referentes ao potencial de impacto de cada OF sobre cada DS. Assim, cada OF possui 15 valores, correspondendo ao seu potencial de impacto sobre cada um dos DS. As valorações foram comparativas entre as OF, sobre cada DS. Dentro do BD, os valores não receberam ponderação dos pesos dos DS, como em outros cálculos do MITEC, pois esses pesos já participam de outras operações matemáticas dentro do MITEC. Sua utilização, aí, estaria supervalorizando a participação de seu avaliador, o agricultor. Entretanto, no final dos cálculos do MITEC, o peso de GUT de cada DS vai tornar mais saliente as diferenças entre as OF.

- Eficiência produtiva: o coeficiente adaptabilidade (A) é calculado a partir dos pesos dos fatores de produção e dos valores de eficiência produtiva

(EP) previstos no BD do SE, e de acordo com as condições básicas de cenário. Os valores de EP das opções, nos bancos do MITEC, foram consignados de forma comparativa entre as OF de uma subquestão, em relação a cada fator de produção (FP). Os valores que saem desse sistema de ponderação variam de 0,027 a 0,900, representando médias proporcionais das eficiências produtivas (ou produtividade) das OF sobre os três principais FP e dentro dos três aspectos básicos de cenário (ABC) que mais influenciam a produtividade desses FP.

O modelo usado para avaliações e cálculos, em forma de exemplo, pode ser observado no Apêndice H.

- Importância das técnicas: este SE possui BD que gera médias ponderadas para as técnicas que podem ser usadas no agroecossistema, a partir das avaliações comparativas já feitas em nível de especialista, diante de fatores de ponderação vindos do pesos dos fatores de produção e descritores diante da cada ABC.

- Recursos materiais e recursos humanos: as avaliações de disponibilidade de RH e RM foram feitas pelo extensionista, a partir do seu conhecimento da realidade da UP e, ou, de observações “in loco” e, ou, de consultas diretas ao agricultor.

Os valores adotados variaram de 0 a 9, respectivamente, nos casos de indisponibilidade total, até maior disponibilidade quantitativa e qualitativa. A consignação do “zero”, usada exclusivamente nas valorações de RM & RH, foi permitida nos casos em que, além de não haver disponibilidade do item na UP, este não era disponível também na forma de cessão, aluguel ou empréstimo por parente, amigo, vizinho, associação, prefeitura etc. Se o item tivesse de ser alugado ou comprado, quanto mais difícil ou caro essa operação, menos pontos o item recebia. Pela configuração do programa, ao salvar (confirmar) os valores consignados, o sistema processava os dados inseridos, calculando as médias aritméticas e as médias proporcionais entre as opções fitotécnicas.

Foi configurado um sistema de cálculo para obter a média que procurou equalizar o número de valores consignados a cada um dos itens, dentro de cada subquestão. Assim, se uma OF apresentou um número de itens demandados menor

do que outra OF, aquela adquiriu automaticamente a valoração máxima (9) nos itens não exigidos à sua implementação.

O modelo usado para avaliações e cálculos, em forma de exemplo, pode ser visto na Tabela 1F (Apêndice).